Friday, July 18, 2025

The Phoenician Scheme

 Wes Anderson é atualmente um dos maiores cineastas do cinema atual, construindo uma carreira que começou em argumentos muito especificos, com uma narrativa muito propria, que se desenvolveu para um estilo visual unico, sem paralelo que torna cada cena dos seus filmes uma autentica obra prima. Pese embora tal desenvolvimento percebe-se no entanto que criticamente, apesar de boas avaliações os resultados estão mais moderados, sendo que comercialmente tal terreno nunca foi propriamente o terreno mais fertil do realizador e este filme foi um registo mediano na sua carreira.

No que diz respeito ao filme e eloquencia de discurso e riqueza estetica esta toda lá, na forma como Wes Anderson comunica, alias os paralelismos, o insolito, o ritmo de discurso num ambiente redesenhado por artista são vetores que fazem dos filmes de Anderson sempre agradaveis, sempre peculiares, e sempre bons momentos passados de alguem cujos filmes sao autenticas obras de arte.

Onde nos parece que Anderson tem perdido o norte é na componente escrita, com Moonrise Kingdom e Budapest Hotel, a irreverência, arte e forma de comunicar encontrava os seus pontos criativos com muito coração e uma mensagem bonita, nos ultimos filmes a irreverência tem sido mais vazia, mais solta e isso acaba 'por tornar os filmes bonitos mas claramente menos impactantes.

Aqui temos um filme engraçado, com momentos insolitos, um cast fenomenal mas a historia parece sempre mais preocupada com as suas excentricidades do que propriamente em contar uma historia concreta e os seus momentos dramaticos. A historia como bloco global tem diversas falhas na coesão mas acima de tudo no coração.

A historia segue um individuo bastante rico com um plano para tornar o seu negocio mais rentavel que o leva a negociar com diversas pessoas, numa jornada em que segue com um excentrico tutor e com uma filha, herdeira, aspirante a noviça.

E no argumento que Anderson tem perdido algum peso e dimensão, as historias estão mais peculiares, mais recheadas de apartes, mas falta claramente coração ao filme, falta que tudo tenha um proposito maior que no final se percebe. E um filme irreverente, curioso e original mas nada mais.

Na realização Anderson tem uma capacidade unica de tornar cada segmento dos seus filmes uma obra de arte e aqui faz novamente isso. A sua forma excentrica e original de contar historias e organizar os seus filmes fazem dele talvez o grande cineasta do momento, com uma assinatura singular, pena que os argumentos tenham perdido alguma direção.

Um cast total, com os esteriotipos e maneirismo de Anderson que nao sao propriamente potenciadores de interpretações muito completas, pois são demasiado presas a maneirismos. Del Toro encaixa perfeitamente no que o filme quer ser, Cera tem o melhor papel do filme na sua dualidade, e os restantes conhecidos sao pano de fundo daquilo que ainda vale trabalhar com este realizador.


O melhor - A forma de Anderson captar imagens


O pior - A falta de coração do filme.

Avaliação - B-

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