Wednesday, July 30, 2025

Smurfs

 Depois de diversas tentativas de rentabilizar a passagem dos Smurfs ao cinema eis que surge mais uma, agora quase so em animaçao, com o ponto comercial de trazer Rhianna como personagem central e musical desta nova abordagem de verão. O problema e que logo apos as visualizações se percebeu que a critica iria novamente recusar o filme como ja tinha feito nos anteriores. Comercialmente as coisas tambem nao correram bem, com resultados muito aquem do esperado, principalmente tendo em conta o facto de ser um filme de verão para crianças.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo é mais do mesmo, cor, momentos musicais, valor moral pouco substantivo e uma serie de segmentos sem grande ligação, sem grande curiosidade nem grande piada. Ou seja e um daqueles filmes iguais aos anteriores, algo goofy, e com dificuldade em dar alguma assinatura propria, com exceçao de dois minutos dimensionais em que o filme tem alguma originalidade.

Nota-se que o unico ponto novo que o filme tem para entregar acaba por ser Rhianna e as suas musicas, de resto a historia poderia ser igual a dos filmes anteriores, a abordagem tecnica e de produtora simples mas sem risco, e a ideia que Smurfs tem uma valor comercial nos dia de hoje e discutivel.

Ou seja mais uma tentativa totalmente irrevelante de tornar SMurfs relevantes no mundo do cinema, fica sempre a ideia que passar de um ligeiro liveaction para animaçao em maioria e uma redenção e o filme acaba por comercialmente também não conseguir alterar o percurso descendente dos seus antecessores sem nunca serem sequelas umas das outras.

A historia tras nos o grupo de smurfs que tem de tentar resgatar o papa smurf de um vilão que tenta encontrar e ficar na posse de quatro livros magicos para controlar o mundo e acabar com o bem, mas o grupo azul unira forças para o impedir.

O argumento e o de sempre, o bem contra o mal, o espirito de união e algumas frases de auto ajuda. Pouco ou nenhum risco comico, na abordagem na personagem, não existe espaço para muito mais, mas isto e o minimo

Na realizaçao Miller tem um percurso com alguns sucessos na animação mas nao tem estado no seu ritmo mais elevado. Aqui joga com a cor e com os meios produtivos maiores mas nada mais. E uma tarefa de um filme que nao e propriamente referencia.

No cast de vozes apenas conheço o lado musical de Rhianna ja que vi a versão dobrada, dai nada poder analisar.


O melhor - Os tres minutos dimensionais


O pior - A falta de risco de um filme com alguns pos comerciais e nada mais


Avaliação - D+

Materealists

 Past Lives foi sem duvida um dos filmes mais emotivos dos ultimos tempos, notando-se a capacidade de Celine Song transmitir sentimentos como amor e realismo relacional, que são temas que sao abordados neste filme numa prespetiva mais leve e comercial. O filme estreou como o grande filme romantico do ano, com avaliaçoes criticas interessantes. Comercialmente mesmo com um cast de primeira linha a todos os niveis os resultados ficaram um pouco aquem principalmente do valor comercial dos protagonistas.

Sobre o filme podemos começar por dizer que ate começa bem, com a origem do amor, levando a pensar que Song vai se debruçar de uma forma mais realista nas abordagens do amor, do que propriamente num triangulo romantico, que tirando o paralelismo de alguns dialogos soltos acaba por ser uma comedia romantica sem grande graça, previsivel e longe do que a realizadora conseguiu com simplicidade no primeiro filme.

Os melhores momentos surge na profissao da protagonista, na forma como o amor e as suas nuances sao tratadas em dialogos um pouco longos. Aqui o filme parece ter uns condimentos a mais do que a maior parte dos filmes do genero, contudo isso acaba por desaparecer em seguida, num ponto em que o filme deveria ser muito mais diferente, nas proprias relaçoes da personagem, estas aparecem e o final e do mais previsivel possivel.

Por tudo isto um filme comercial, com a mediania tipica de filmes sem grande ambiçao, com o senão de Celine SOng nos ter dado uma das maiores surpresas dos ultimos anos criando uma expetativa que o filme nao cumpre, sendo claro que foi a realizadora que foi de encontro a produtora, com uma ou outra nuance isolada e nao o contrario.

A historia segue uma mulher cujo trabalho é juntar casais que vive uma relação com um homem ideial enquanto se recorda do seu ex-namorado alguem com valores materais nulos mas que acabam por ser a pessoa que recorre sempre que algo corre mal.

O argumento tem algumas virtudes principalmente num ponto particular de alguns dialogos sobre a profissao. Naquilo que e o valor moral da historia e das suas escolhas e algo cliche e principalmente a relaçao central poderia ser muito mais trabalhada a todos os niveis. Tambem em termos de humor e totalmente cinzento.

Na realizaçao Song brilhou em Past Lives mas esconde-se um pouco neste filme, parece um episodio mais dramatico de sexo e a cidade, por muito que nova iorque esteja la, e muito curto principalmente para alguem com um filme tao impactante como o primeiro e caso para dizer que o estudio tirou alguma chama a realizadora.

No cast tambem existe problemas Johnsson e monocordica em tudo o que faz e aqui é mais do mesmo, falta muito coisa a personagem, mas a interpretaçao nao ajuda. Ao seu lado Pascal na versão omnipresente tipica e Evans o desajeitado arranjado habitual. Demasiado cliche um cast que nao potencia o filme.


O melhor - Alguns dialogos sobre o amor

O pior - O cliche em que o filme se torna


Avaliação - C

Monday, July 28, 2025

Happy Gilmore 2

 Quanse a prefazer 30 anos que Adam Sandler com o seu humor muitas vezes sem sentido se deu a conhecer ao mundo num filme estranho sobre golf, eis que na sua ligação imensa com a Netflix surge a sua sequela, recheada de prestações especiais de alguns dos maiores astros da musica e do Pop atual. Criticamente claro que este tipo de comedia tem os seus pes de barro, mas comercialmente tem tudo para ser o filme de verão da Netflix.

Sobre o filme podemos dizer que trinta anos depois um dos pontos que mais impressiona nas sequelas e a capacidade de ir a base, respeitar quem fez o primeiro filme em cada momento e nisso Happy Gilmore e incrivel em todos os promenores no que homenageia do primeiro filme com os regressos quase todos e nos impossiveis homenagear. E um filme recheado de Easter Eggs mesmo que seja idiota, deliberadamente disparatado e de um humor pouco trabalhado.

Numa altura em que o revivalismo que Cobra Kai trouxe com todos os elementos para funcionar estao bem presentes no filme que deu origem a todo um estilo Adam Sandler que começou bem, foi-se tornando parolo para agora ter novamente um conceito interessante principalmente no seu estilo cada vez mais desleixado e dando o protagonismo total aos seus amigos e familia.

Por tudo isto Happy Gilmore, é muito mais do que um filme, é um acontecimento, que tem debilidades, que é deliberadamente parvo na maior parte dos seus momentos, mas que faz com a homenagem no cinema exista, mas acima de tudo deixa-nos dezenas de ovos de pascoa que preencher as mais de duas horas de filme.

A historia segue Happy Gilmore, o particular jogador de golfe, que acaba por apos a morte da sua esposa, ter muitas dificuldades na sua vida, contudo o sonho da sua filha mais nova promove a mudança e o regresso na sua vida que leva a uma nova ambição no mesmo desporto.

O argumento do filme é disparatado, muitas vezes sem sentido, mas ao mesmo tempo com uma lealdade e proximidade ao primeiro filme meritória e que leva a uma ligação umbilical com o primeiro filme no tipo, no estilo de humor, mas mais que tudo na forma como se exprime.

Na realizaçao temos Newacheck a pessoa que tem sido ultimamente mais escolhida para ser o orientador dos filmes de Sandler o qual é claramente o pai dos projetos que seguem as suas nuances. Um filme com uma produçao elevada, com um humor fisico e atualidade, pouco mais se exige para os seus objetivos.

O cast temos Sandler na sua roupa mais confortável e uma quantidade inacreditável de cameos que levam o filme a uma curiosidade permanente minuto apos minuto, mesmo que sejam mais meras curiosidades do que trabalhos de ator, tirando o efeito cómico de Bad Bunny que funciona


O melhor - A lealdade total ao primeiro filme

O pior - E algo disparatado demais


Avaliação - C+

Saturday, July 26, 2025

Megan 2.0

 Três anos depois de o terror tecnologico de M3gan ter surpreendido logo na primeira semana não so a critica mas também a vertente comercial sempre adormecida em Janeiro, eis que surge a sua sequela, com mas mediatismo, em pleno verão com os mesmos ingredientes. Mas a ideia que por vezes o sucesso de um filme deve ser o primeiro ponto para pensarmos em fazer o segundo esta claramente vertido neste segundo filme, ja que criticamente a mediania ultrapassou as boas avaliações do primeiro filme e comercialmente ir para a piscina dos grandes pode levar a afundar e os resultados deste segundo filme foram claramente rudimentares.

Sobre o filme podemos dizer que o terror psicologico do primeiro filme deu lugar a um filme de ação de espionagem entre empresas tecnlogicas que querem dominar o mundo, e os pontos onde o filme poderia funcionar como a claustrofobia da presença dissipam-se numa guerra de intrigas e lutas entre bonecos sem grande sentido ainda para mais quando o filme tem duas horas de coisa nenhuma, num filme que em muitos momentos nos faz pensar desistir.

Temos as mesmas personagens, mas em fases diferentes, fica a sensação que M3gan nunca e realmente o perigo, fica a noção do que o primeiro filme nos cria agora uma relação positiva desvirtua em muito o que vimos no primeiro filme e isso nao e propriamente inteligente tendo em conta o sucesso do mesmo. Ainda para mais quando a roupagem nova acaba por ser inconsequente mas acima de tudo mal articulada.

Uma das piores sequelas dos ultimos anos, principalmente comparado com o lado surpreendente do primeiro filme, colecionando os mesmos atores, a mudança de genero para um blockbuster de verão não encaixou, e o filme andou a deriva duas horas para perceber o que queria ser, nunca tendo encontrado qualquer espaço e nenhuma forma de se tornar revelante, num dos filmes mais frustrantes do ano.

O filme muda o registo, desta vez Megan tem de ser reativada para tentar por cobro as intenções de um novo modelo militar fora de controlo com objetivos desconhecidos mas que podem colocar em questão a sobrevivencia da sociedade como os conhecemos.

O argumento do filme é confuso, tem ideias novas, muda o genero, mas perde a essencia e acima de tudo o que funcionou melhor no primeiro filme sobrando ideias soltas, mal articuladas com dificuldade de impressionar como ação e nunca conseguindo qualquer impacto de terror, um desastre ideologico.

Na realizaçao temos Johnstone a repetir o leme o que fica dificil de perceber porque o que melhor conseguiu na tensão psicologica do primeiro filme desapareceu por completo nesta abordagem mais comercial, sem risco, numa ação de serie b pouco ou nada interessante.

No cast temos um cast proximo do primeiro filme que não consegue nunca aproveitar as personagens que funcionaram no rpimeiro filme com extensoes pouco desenvolvidas nas mesmas. Certo e que a carreira dos envolvidos nao evoluiu com o sucesso do primeiro filme e a presença neste filme era necessaria comercialmente, mas pouco mais


O melhor - Megan tem ironia

O pior - A mudança de genero e um tiro no pe


Avaliação - D

Tuesday, July 22, 2025

Thunderbolts

 Numa altura em que a Marvel tenta encontrar um novo rumo, depois de diversos filmes que ficaram no seu rendimento comercial e mesmo critico longo do expectavel, eis que surgiu o grupo dos desalinhados numa especie de salvação, nem que seja pela curiosidade e comedia. O que podemos dizer é que efetivamente do ponto de vista critico este pequeno filme da "liga dos ultimos" conseguiu retomar as boas avaliações, mas comercialmente ficou um pouco aquem, mesmo que seja sempre de sublinhar que este filme junta secundarios dos anteriores.

Sobre o filme, o mesmo funciona, principalmente porque transforma o lado desleixado de Yelena o tom de todo o filme e isso lance uma especie de filme rebelde da Marvel que consegue ser engraçado, intenso, que cria um vilão com multiplas vertentes com uma mensagem concreta e acima de tudo o filme aproveita ao maximo o nome ocasional do seu Bob para ser irreverente e engraçado, e acima de tudo no final lhe dar o crescimento ou a pomposidade que o filme merece.

E claramente um dos melhores projetos da Marvel dos últimos anos, caindo na simplicidade do humor facil e de uma narrativa complicada qb. Aproveita o que de melhor os seus secundarios tem a dar, sem lançar novos elementos ou figuras de proa. Sabe render o peixe que tem e isso muitas vezes e algo que leva os filmes ao sucesso, num ano em que os blockbusters tem estado um pouco aquem do que temos visto.

Por tudo isto temos um filme competente, com entretenimento assegurado. Comicamente o filme é dos melhores da Marvel, mas a intriga também e competente. Nao sei se estas personagens terão dimensão para segurar novos filmes mas estes aparte funcionou bem, nas personagens conhecidas, na forma como foi potenciado, nas novas como foram introduzidas e na reunião.

A historia segue alguns dos heróis deixados para trás e numa tentativa de Valentina salvar a sua vida, contudo esta ligação cria um peculiar grupo onde surge um ser desconhecido, mas com um poder interminável que pode mudar o curso dos planos de todos os envolvidos.

Em termos de argumento o filme funciona bem principalmente no que diz respeito a sua capacidade humorística, em termos de intriga é competente sem ser brilhante, mas é eficiente, um bom vilão, uma boa preparação para o que se segue.

Na realizaçao o projeto foi assinado por Schreier o criador de Beef a miniserie de sucesso da Netflix que consegue ter o caracter ironico que o filme quer ter. Uma grande produçao que consegue ser realista nesses momentos. Poderia arriscar muito no conceito, mas nao o faz.

No cast Pough e Stan cresceram como atores e ja sao suficientes para segurar o filme, bem auxiliados por Harbour. Russell e uma agradavel surpresa num papel que na serie nao convenceu. Pullman funciona nos dois momentos e é uma mais valia para o universo


O melhor - O humor ironico.


O pior - Pouco risco na abordagem concetual


Avaliação - B





Sunday, July 20, 2025

Ballerina

 


John Wick entrou de fininho mas tornou-se rapidamente nos dos maiores herois de ação dos ultimos anos do cinema, por um mundo criado onde existe poucas palavras, muita ação e um final repetido em que o heroi mata toda a gente. Apostado em rentabilizar o produto eis que surge uma nova personagem, desta vez mulher com o mesmo tipo de personagem e filme. Criticamente as coisas nao correram tao bem como o ultimo John Wick, comercialmente tambem nao ficando a ideia que sem Reeves ao leme as coisas ao no minimo diferentes.

Sobre o filme eu confesso que no inicio o filme estranha, uma introduçao muito longa, que nao e propriamente novidade, mas fica adormecido muito tempo um filme que se espera ir rapidamente para a ligaçao do que ja conhecemos. Dai que e nessa primeira meia hora que o filme menos funciona desde logo porque se percebe que o filme nao vai ter propriamente muitos elementos na sua historia, mas acima de tudo porque percebemos que a açao nunca mais chega.

Quando chega a açao o filme esta mais confortavel no que diz respeito a forma como o filme começa a criar sequencias longas, lutas fortes, mortes curiosas e levar o espetador para dentro do filme. Claro que fica longe do que Wick faz como ninguém, desde logo porque ANa de Armas nao e Reeves e depois porque Wick ja leva tres filmes antes.

Por tudo isto e dificil perceber este filme sem Wick, fica a sensação que a personagem central deveria ser trabalhada para alem da sua vingança, mas isso era tirar ao franchising o seu estilo particular. Fica a sensação que e uma roupagem de genero e pouco mais. Nao sei se vao se reunir, ams principalmente na ligação com a perosnagem central tinha de existir muito mais trabalho.

A historia segue uma jovem que apos ver o pai ser assassinado por um grupo desconhecido, cresce como bailarina e assassina profissional e tenta procurar os motivos pelos quais o seu pai foi morto.

O argumento como todos os filmes de John Wick e escasso, basicamente sao elementos para potenciar as sequencias de açao. A ligaçao com a personagem central e completamente inexistente e o filme fica sempre algo vazio nesta vertente de historia.

Na realizaçao temos Wiseman um realizador que nunca foi propriamente muito eficaz nos seus projetos com um filme que acaba por ja ter algum conceito critico num realizador pouco regular e acaba por o filme ir mais de encontro ao realizador do que o conceito de John Wick. Curto.

No cast Ana de Armas vai de menos a mais em termos de heroina de açao, mas nao e onde se sente mais confortavel. Reeves surge para resgatar o conceito do filme, mas fica a sensação que e curto, muito a procura de momentos curtos mas poucas personagens.


O melhor - Algumas sequencias de luta


O pior - Vazio narrativo principalmente na ligação com o filme de base


Avaliação - C

Friday, July 18, 2025

The Phoenician Scheme

 Wes Anderson é atualmente um dos maiores cineastas do cinema atual, construindo uma carreira que começou em argumentos muito especificos, com uma narrativa muito propria, que se desenvolveu para um estilo visual unico, sem paralelo que torna cada cena dos seus filmes uma autentica obra prima. Pese embora tal desenvolvimento percebe-se no entanto que criticamente, apesar de boas avaliações os resultados estão mais moderados, sendo que comercialmente tal terreno nunca foi propriamente o terreno mais fertil do realizador e este filme foi um registo mediano na sua carreira.

No que diz respeito ao filme e eloquencia de discurso e riqueza estetica esta toda lá, na forma como Wes Anderson comunica, alias os paralelismos, o insolito, o ritmo de discurso num ambiente redesenhado por artista são vetores que fazem dos filmes de Anderson sempre agradaveis, sempre peculiares, e sempre bons momentos passados de alguem cujos filmes sao autenticas obras de arte.

Onde nos parece que Anderson tem perdido o norte é na componente escrita, com Moonrise Kingdom e Budapest Hotel, a irreverência, arte e forma de comunicar encontrava os seus pontos criativos com muito coração e uma mensagem bonita, nos ultimos filmes a irreverência tem sido mais vazia, mais solta e isso acaba 'por tornar os filmes bonitos mas claramente menos impactantes.

Aqui temos um filme engraçado, com momentos insolitos, um cast fenomenal mas a historia parece sempre mais preocupada com as suas excentricidades do que propriamente em contar uma historia concreta e os seus momentos dramaticos. A historia como bloco global tem diversas falhas na coesão mas acima de tudo no coração.

A historia segue um individuo bastante rico com um plano para tornar o seu negocio mais rentavel que o leva a negociar com diversas pessoas, numa jornada em que segue com um excentrico tutor e com uma filha, herdeira, aspirante a noviça.

E no argumento que Anderson tem perdido algum peso e dimensão, as historias estão mais peculiares, mais recheadas de apartes, mas falta claramente coração ao filme, falta que tudo tenha um proposito maior que no final se percebe. E um filme irreverente, curioso e original mas nada mais.

Na realização Anderson tem uma capacidade unica de tornar cada segmento dos seus filmes uma obra de arte e aqui faz novamente isso. A sua forma excentrica e original de contar historias e organizar os seus filmes fazem dele talvez o grande cineasta do momento, com uma assinatura singular, pena que os argumentos tenham perdido alguma direção.

Um cast total, com os esteriotipos e maneirismo de Anderson que nao sao propriamente potenciadores de interpretações muito completas, pois são demasiado presas a maneirismos. Del Toro encaixa perfeitamente no que o filme quer ser, Cera tem o melhor papel do filme na sua dualidade, e os restantes conhecidos sao pano de fundo daquilo que ainda vale trabalhar com este realizador.


O melhor - A forma de Anderson captar imagens


O pior - A falta de coração do filme.

Avaliação - B-

Wednesday, July 16, 2025

Bring her Back

 O cinema de terror de autor está na moda e percebemos a existência de diversos filmes com esse objetivo, sendo este filme com clara marca de Bodyhorror um desses filmes, estreado nos meses de verão em plena competição pelos blockbusters, mas com resultados consistentes do ponto de vista critico. Comercialmente fica a clara ideia que é um filme algo limitado, mas que conseguiu resultados razoaveis tendo em conta as suas previsões iniciais.

Sobre o filme podemos dizer que o filme, do ponto de vista visual consegue impressionar, tendo subjacente o tema da perda de um filho e a forma como psicologicamente isso pode afetar uma mãe. Nisso o filme é intenso, é forte, tem momentos em que o seu impacto emocional funciona ainda com mais dor do que as mais do inumeras tentativas de provocar nojo no espetador, num filme que nos parece sempre demasiado preocupado em impressionar nesse ponto do nojo mais que horror.

O filme consegue transmitir o que quer, embora narrativamente fiquem demasiadas perguntas por responder. Fica a clara ideia que o filme tem uma formula mas que o seu crescimento e acima de tudo a forma como tudo e explicado fica a meio caminho. Isso conduz a um filme que nem sempre seja coerente em justificações embora impressione e tenha sempre uma boa batuta por parte da interpretação de Hawkins.

Por tudo isto um filme intenso, que consegue provocar no espetador os sentimentos que quer ter, embora com este estilo exagerado de Bodyhorror tal nos pareça muitas vezes demais. Perde-se demasiado nos pensamentos e no oculto quando funciona melhor nas sensações mais terreas na loucura das diversaas personagens.

A historia fala dois irmãos orfãos que acabam por ser adotados por uma mulher marcada pela perda da sua filha a qual começa a ter comportamentos estranhos principalmente para o mais velho e para um jovem que se encontra fechado dentro de casa.

O argumento do filme funciona bem nas dinâmicas psicológicas de perda, mas ao mesmo tempo tem dificuldade na explicação de alguns pontos concretos do porque das coisas principalmente na ligação e explicação do oculto.

Na realização temos os irmãos Phillipou, uma nova vaga de cineastas de terror os quais tinham funcionado bem em Talk With Me, mas aqui humanizam mais a historia e exageram mais no horror e na impressão dos momentos. Fica a sensação que o filme é competente, mas poderia ter mais artistico.

No que diz respeito ao cast a intensidade de Hawkins funciona e leva o filme ao seu ritmo, os diversos momentos. Os mais novos conseguem beneficiar bem desta moleta, e principalmente o lado camaleónico do jovem Wren Phillip.


O melhor - A forma como o filme consegue jogar com os reflexos da perda

O pior - Demasiada tentativa de impessionar pela repulsa


Avaliação - C+


 

The Last Rodeo

 


Num momento em que a Angel Studios encontra-se numa hiperatividade na forma como os seus filmes e interpretes maiores vão tendo os diversos projetos, a maior parte dos quais baseado em factos verídicos. Este ano surgiu este The Last Rodeo, com Mcdonough, como estrela, o qual e claramente o maior pastor desta forma de cinema. Criticamente as coisas ate correram bem, longe dos insucessos iniciais da produtora. Criticamente as coisas tiveram mais dificuldade longe do que conseguiu no seu filme mais irreverente.

No que diz respeito ao filme temos um drama desportivo, com todos os erros típicos e todos os clichés maiores dos seus adeptos, com muitas tradições conservadoras, muita emoção e feitos num cinema pausado do interior americano. E um filme demasiado fácil de perceber a intenção sendo clara as dificuldades do filme em ser original ou fazer funcionar a maioria da sua mensagem para alem do obvio.

Um dos problemas da Angel esta claramente espelhada neste filme, o filme não diverge muito dos dramas ou filmes desportivos que vimos ao longo do tempo, mas o que diverge são os clichés do estilo de vida, das tradições do interior americano, que pode fazer com que o filme seja próximo de uma parte dos americanos e completamente distante da globalidade da historia, o que deixa o filme demasiado circunscrito ao seu próprio estado.

Por tudo isto o típico filme Angel, muitos valores morais, feitos filmados de uma forma que se calhar deveriam ter mais arte, menos religião, mas alguma fé. E daqueles filmes que percebemos desde logo tudo o que vai acontecer, e ao longo das duas horas ficamos centrados nos maneirismos exagerados de todos os personagens.

A historia fala de um desporto conservador americano, concretamente o Rodeo, e um ex-campeão que tem de regressa a atividade, muitas lesões e anos depois para tentar ganhar dinheiro capaz de pagar uma operação que consiga fazer o seu neto ultrapassar um tumor.

O argumento do filme é simples um conjunto de clichés no cinema desportivo, como o ultrapassar de todos os limites, as façanhas incríveis e os clichés emocionais da Angel, com toda a medida habitual.

Na realização temos Avnet, um realizador experiente que perdendo espaço em termos de grandes produtoras segue carreira na televisão e agora como mensageiro Angel. O filme arrisca pouco, já que a produtora preocupa-se mais com a mensagem do que com a forma de arte.

No que diz respeito ao cast Mcdonaough e o ator principal dos valores da Angel com os maneirismos, exageros e défices que todos lhe conhecemos. Os filmes Angel não são propriamente pródigos em interpretações com clichés exagerados e este acaba por ser mais um.

 

O melhor – O desporto Rodeo que e muitas vezes desconhecido


O pior – Os maneirismos exagerados Angel


Avaliação – C-

Sunday, July 13, 2025

Karate Kid: Legends

 Depois do total sucesso de Cobra Kai que acabou por revitalizar a saga, principalmente os primeiros episodios da mesma eis que surge o regresso em filmes, indo buscar uma linha narrativa mais recente, que nunca foi propriamente aproveitada pela serie. Em pleno verão com objetivos comerciais claros, a critica ficou-se pela mediania, principalmente por o filme nao ter o caracter satirico da serie e ser algo simplista demais. Do ponto de vista comercial os resultados ficaram um pouco aquem do esperado, porque nao percebeu que o segredo do regresso nunca foi propriamente Daniel.

Sobre o filme podemos dizer que a primeira hora poderia ser com total normalidade um episodio de uma serie adolescente de artes marciais, em que se introduz a personagem, mas mais que tudo temos uma serie de contexto, pouco explorado para as batalhas e o torneio que realmente interessa. Acaba por introduzir cedo a personagem de Chan, sendo que Daniel surge no fim, sem quialquer contexto, para uma presença simples, para dar lustro ao filme sem qualquer sentido.

Esse e o grande problema do filme, criar a sensação que vai criar uma linhagem nova da saga, sendo que a mesma se resume a uma apariçao para dar nome, sem qualquer conteudo, que parece uma fotomontagem de baixa qualidade. E nisso o filme funciona mal, fica sempre a sensação que mesmo sendo basico tudo funciona melhor na personagem central do que quando o filme se quer ligar de uma forma pouco trabalhada a saga.

Por tudo isto temos mais uma tentativa comercial simples de ganhar dinheiro sem grande esforço. Longe dos pontos em que Cobra Kai funciona como o lado humoristico, uma produçao grande mas o resultado fica longe de ser interessante, acabando quase sempre por ser um filme de encher, sem grandes ambiçoes que tem apenas curiosidades.

A historia segue um disciplo de Han que tem de vir viver para nova iorque, deixando o Kung Fu de lado ate que se apaixona por uma jovem e o ex namorado da mesma, o melhor lutador do bairro faz-lhe a vida negra. AI tem de reunir-se com o seu treinador de sempre e um ajudante conhecido para tentar ganhar o torneio.

O argumento do filme e simplista na intriga central e totalmente preguiçoso na ligação a saga, nao a trabalha, nao a potencia, e apenas um paretises pouco trabalhado. Quando assim e fica a sensação de um filme com o unico objtivo comercial e pouco ou nada trabalhado.

Na realizaçao temos Entwistle um realizador de televisao, que tem alguns apontamentos graficos mas pouco mais. Tem uma produçao de linha grande mas acaba por nao ser propriamente artistico a sua abordagem apostando pelo lado mais tradicional da açao. Nao sei se tera novamente outro filme com tanta visibilidade.

No cast os jovens escolhidos, maioritariamente desconhecidos funcionam nos espaços que o filme os quer dar. Denota-se que Chan esta desgastado fisicamente e Macchio e sempre igual com todas as debilidades que conhecemos mas que funcionam no registo. Devia ter mais Johnny Lawrence, ele foi o segredo do sucesso de Cobra Kai


O melhor - Um filme simples com emoçoes simples.

O pior -  A pessima colagem a saga


Avaliação - C

Saturday, July 12, 2025

Heads of State

 John Cena tem sido uma figura recorrente em algumas das apostas das aplicações se Streaming e este ano surge agora na aposta maior da Prime em termos de cinema, como presidente dos EUA, ex-ator junto de Idris Elba numa cimeia americana inglesa. O filme acabou por estrear com criticas mediana, dentro do expectavel para um filme marcadamente comercial. Do ponto de vista comercial, pese embora uma cada vez maior expansão da Prime e dificil perceber o sucesso concreto dos seus projetos.

Sobre o filme temos a tipica comedia de ação com duas figuras distintas, que se juntam por um bem comum, com a diferença que interpretam presidente dos EUA e primeiro ministro do Reino Unido. O filme acaba por ser simples nos procedimentos criando uma intriga internacional que obriga a dupla a serem herois de açao mais do que propriamente os lideres dos paises.

Em termos de efeitos o filme nao e brilhante, arrisca muito, e facilmente se percebe que a contingência de custos conduziu a maior parte das cenas abusem com pouco realismo do CGI e o filme acaba por ser um pouco amador neste particular. Tambem humoristicamente parece sempre que a maior parte das piadas fica a meio caminho ou pelo resultado moderado. Fica a sensação que o filme quer uma linha sem risco, mas isso torna-o claramente cinzento.

Um filme curioso pela base narrativa que tem dificuldade em crescer nos pontos que quer ter. Nota-se que e uma grande produçao mas nunca consegue ser eficaz em termos de realismo de ação e muito menos consegue o ser no lado da comedia de companheiros. Fica a sensação que cumpre o proposito do entertenimento pela mediania completa, longe dos melhores filmes do genero.

O filme fala do presidente dos EUA, um antigo heroi de hollywood e um rigido primeiro ministro britanico que tem que unir esforços em termos de resistência a um grupo terrorista com um interesse de intriga muito maior.

O argumento do filme tenta ser comico e intrigante, nao conseguindo na realidade ser efetivo em nenhum dos pontos. Mesmo assim e sempre um filme mais comico do que outra coisa qualquer, embora as tentativas de ser engraçado sejam claramente superiores aos resultados efetivos no genero.

Na realizaçao Naishuller tem um estilo proprio de açao e por vezes tras ao filme a espaços, nos seus melhores momentos como os rapidos flashbacks, de resto o filme normalmente náo usa bem o digital e fica a sensação que os momentos melhores sao os parentisese e menos o filme em si. Ja vi melhor dele.

No cast Cena e o que todos conhecemos um misto de heroi de ação e comico moderado, sendo mais do mesmo, Elba sente-se muitos mais perdido no genero, retirando a intensidade onde melhor funciona. Nota-se que está bem mais a vontade no lado comico. O resto dos secundarios apenas dao nome ao filme.


O melhor - A intriga simples de um filme com pouca ambiçao

O pior - A graça do filme nao funciona maioritariamente


Avaliação - C

Friday, July 11, 2025

The Old Guard 2

 Em pleno Covid a Netflix lançou um filme sobre um grupo de novos herois imortais ao longo do tempo, com um elenco de luxo, mas mais que isso com uma produçao com diversos elementos de topo. Eis que cinco anos depois surge a sua invevitavel sequela, ainda para mais porque o primeiro filme teve boas criticas que conduziram a este segundo episodio. No plano critico os resultados foram muito inferior com avaliaçoes mais medianas. Em termos comerciais verão ferias e netflix normalmente levam a resultados interessantes.

Sobre o filme podemos começar por dizer que o primeiro filme e um de desgaste rapido, ate podemos gostar de ver mas rapidamente esquecemos dele o que nao e propriamente um excelente pressuposto para fazer uma sequela funcionar, ja que tudo parece demasiado longe e o filme nao parte desse ponto de partida que faz com que os personagens, sejam numa primeira fase desconhecidos.

A intriga acaba por ser pouco densa, conseguimos gostar de alguns momentos de alguns personagens, que encontram esse espaço em cenas isoladas mas percebe se rapidamente que vai ser um filme passagem provavelmente para um terceiro episodio. Em filmes baseado em comic muitas vezes isso acontece e aqui isso acaba por ser claro, perdendo o filme fulgor de ser significativo em muitos momentos.

Assim surge um filme ponte que se calhar vai necessitar de varias pontes no futuro. Se calhar o pior resultado critico pode deixar o filme a meio, mas e quase inevitavel. Este tipo de projetos sao arriscados porque fica sempre a noçao que o filme tem medo de nao resultar, e aqui nas mais variadas areas de avaliaçao nao resulta.

A historia segue o grupo do primeiro filme agora em luta com um regresso do passado depois de diversos anos debaixo de agua e com desejo de vingança, mas percebe-se que acaba por ser um arma de resposta por alguem com objetivos maiores.

O problema do filme parte do primeiro filme mas acaba por ser a narrativa pausada, sem grande novidade deste filme. Nao tem propriamente humor, e uma passagem que leva a que fique muito pouco em concreto na historia deste segundo capitulo que ficara sempre refem do que vem depois.

Na realizaçao existiu mudança de comandante, Mahoney vem da televisao, em muitas colaboraçoes com aplicaçoes de streaming e acaba por nao conseguir encaixar propriamente a grandiosidade de um filme de açao de verão. Temos lutas, diversas localizações mas pouco mais e quase nenhum risco na abordagem.

No cast temos os mesmos elementos, eu penso ser redutor esta Charlize vinda da açao pura e com pouca interpretaçao, mas tem sido o seu caminho atual, o mais facil. Nos secundarios uma serie de elementos de segunda linha com uma Uma Thurman estilo Kill Bill que tem esse interesse e pouco mais.


O melhor - O filme arrisca pouco no que diz respeito a novidade do primeiro filme.


O pior - Um declarado e exagerado filme ponte


Avaliação - C-

Saturday, July 05, 2025

How to Train Your Dragon

 Quinze anos depois da Dreamworks ter surpreendido o mundo da animação com um filme de ação sobre Vikings e dragões eis que surge a sua liveaction muito na onda do que a Disney tambem esta a fazer nos seus filmes mais iconicos. O sucesso deste filme foi total criticamente com avaliações consistentes principalmente junto do grande publico e comercialmente resultados muitos interessantes, se calhar a simplicidade de processos ensina a DIsney como fazer as suas adaptaçoes.

SObre o filme podemos dizer que temos uma base fiel a historia de base, umas de maior sucesso da animaçao da Dreamworks que os efeitos especiais e as escolhas de interpretes acabam por ser a personificação concreta da historia, sublinhando-se a escolha de personagens como Butler para dar vida ao papel que ja tinha dado voz, o que acaba por dar ao filme essa consistencia e fidelidade ao que vimos.

O que funciona no filme e que temos aventuras juvenis, emoção e humor ainda que simples em duas horas de uma produção de primeira linha. O filme encontra os meios corretos para ser forte na passagem as imagens. Claro que o filme e uma copia quase integral do que vimos na animaçao mas se calhar era isso que a maior parte das pessoas queria ver.

Claro que o filme e recente e fica sempre a sensação que Hollywood esta sem ideias passando a fotocopias em idade real do que ja tinha feito em animaçao. Este filme ganha precisamente por essa fidelidade e encontrar os artistas ideias para os personagens que acabam por cumprir o que o primeiro filme ja tinha feito com todos os meios ao seu dispor.

A historia e a conhecida um jovem aspirante a viking matador de dragões por influencia do seu pai nao consegue cumprir o seu sonho mas arranja uma forma direta de comunicar e controlar os dragões mas isso nao e propriamente o que a sua população quer na relaçao.

O argumento segue na totalidade o filme de base sem qualquer risco. O filme e emocionalmente interessante, humoristicamente qb, mas com pouco risco e o valor moral positivo. Fica a ideia que o filme neste patamar arrisca muito pouco mas por vezes mais vale nao arriscar do que inventar um contexto diferente.

Na realizaçao do projeto o escolhido foi Dean DeBlois alguem que começou na DIsney e passou para o rival onde entregou todos os projetos de animaçao desta saga. Aqui tem a passagem assumindo o controlo percebendo-se que sabe melhor que ninguem o que o filme quer e os seus momentos. Nao tem propriamente carreira fora deste registo.

No cast a escolha dos jovens THames e Parker sao um dos pontos que joga melhor no resultado do filme, encaixam perfeitamente no que o filme quer dos seus personagens e tem empatia com o publico, bem como a maioria dos jovens protagonistas. Nos maiores temos um Butler que interessa por ter sido a voz iconica do primeiro filme e Frost para dar o lado mais humoristico


O melhor - A capacidade tecnica do filme.

O pior - Ja vimos tudo do filme com outra roupagem


Avaliação - B