Num ano onde o cinema parece ainda andar em passos de tartaruga alguns são os projetos que foram lançados que nos surpreendem não só por um registo pouco convencional mas acima de tudo por chamarem a si algumas figuras conhecidas. Um desses estranhos objetos e este filme sobre ligações no mundo judicial, numa especie de comedia negra com thriller que foi completamente arrasada pela critica com avaliações muito negativas, sendo que as mesmas condicionaram e muito o percurso comercial do filme o qual acabou tambem por ser desastroso.
Sobre o filme, o estilo rebelde que o filme assume é algo que normalmente até gosto nos filmes quando vem a reboque de um argumento minimamente coerente, e serve apenas como especiaria. O problema deste filme é que o mesmo é uma confusão plena de ideias, e de irreverências que tornam o produto final do filme algo impossivel de consumir, e estes pontos são essencialmente visiveis na confusão que acaba por ser o plano do golpe da intriga, mas acima de tudo as posiçoes de cada personagens.
A pior totos estes elementos o filme é acompanhado por elementos paranormais que nunca são potenciados e que chegamos ao fim questionando a razão de tal existência. Fica a ideia que é apenas um ato de rebeldia solto sem qualquer tipo de sentido que torna tudo ainda estapafurdio. Mesmo a cena final em que o filme parece querer dar um impacto de sucesso a personagem acaba por se tornar mais um ato falhado que nao concretiza sequer a missao central do filme.
Por tudo isto Naked Singularity e um dos filmes com melhores actores que mais desprediça o talento num conjunto de irreverências sem qualquer efeito prático. Pede-se a este tipo de cinema alguma objetividade ou pelo menos que o filme em si tenha objetivos o que aqui acaba por nunca existir, tirando algumas tiradas soltas de humor que são concretizadas com moderado sucesso mas que são claramente escassas para fazer prevalecer qualquer tipo de impacto no filme.
A historia fala um jovem jurista com ambiçao de ir mais longe mas com problemas claros com as autoridades do tribunal onde trabalha, que juntamente com um colega e com uma funcionaria dos carros apreendidos tentam dar um golpe numa viatura carregada de droga, e que podera mudar o registo das respetivas vidas, tendo no entanto que combater por essa missão com criminosos profissionais.
Em termos de argumento o filme é um autentico conjunto de atos soltos e falhados, cuja ligação parece-me de dificil concretização. E daqueles filmes que tenta ser rebelde sendo poucas vezes engraçado, e daqueles filmes que tenta ser negro acabando por ser confuso e quem perde essencialmente com todos esses pontos, acaba por ser demasiado difuso para os propositos que o filme quer ter.
No que diz respeito à realização Chase Palmer tem aqui uma quase estreia na realização depois de estar associado ao argumento de IT. A realizaçao e uma confusao do primeiro ao ultimo minuto, introduzindo elementos que nada relevam a sua histria. Nao me parece uma estreia interessante para alguém que ainda nos parece ter muito que andar.
Em termos de cast um conjunto de jovens actores com talento, que demonstram no filme ter esses atributos mas que acabam por ser danificados por um filme confuso. Bayega, Cooke e Skaarsgard estão a crescer, mas não é este registo que lhes potencie o crescimento.
O melhor - Alguns registos de humor soltos
O pior - A forma como o filme e uma trapalhada de ideias
Avaliação - D
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