Num atipico regresso de festival de Cannes em 2021 este curioso musical de Leos Carax foi o filme escolhido não so para abrir o certame, substituindo o normal blockbuster que abre hostilidades mas tambem conseguiu sair do festival com o premio de realizaçao, sustentado em avaliações criticas algo dicotomicas mas com prevalencia positiva que deu ao filme o impacto esperado, mesmo sabendo que se trata de um filme no minimo peculiar. Comercialmente o filme acabou por ser lançado no imediato nos EUA com resultados modestos mas temos de assumir que se trata de um filme de minorias.
SObre o filme podemos desde logo assumir que e um filme estranho, que quer diferenciar-se pelo seu estilo diferente e alternativo não no na realiaçao no percurso nada normativo das personagens mas tambem nas letras repetitivas das suas musicas, que fazem com que o filme seja mais do que qualquer coisa irreverente e isso pauta a toada do filme do primeiro ao ultimo minuto.
Isso faz com que o filme seja dificil, mas que seja dificil tambem bao reconhecer a originalidade ou mesmo os imperativos morais que o filme se quer alicerçar, principalmente tendo em conta os excelentes dotes musicais de uma protagonista e não tanto de outro que fica com os recuros interpretativos do seu lado, num filme polemico, impactante que mesmo sendo estranho demais acaba por ficar na retina.
Por tudo isto e nao achando Annette um dos bons filmes do ano, penso que alguns dos pressupostos que o filme assume para si, principalmente em termos de irreverencia funciona em pleno, ninguem fica indiferente ao lado absurdo mas corrosivo do filme, mas tambem no final a mensagem que o filme quer dar numa critica ao mundo do espetaculo e as suas vivencias.
O filme fala de um casal composto por uma artista de opera e um comediante que acabam por ver a gravidez da filha de ambos ser um marco, e ao mesmo tempo o ponto de rutura numa vida a dois que leva ao limite todos os envolvimentos.
O argumento e um nada convencional musical, que parte do caos não so narrativo de base mas tambem em musicas repetitivas sem munito sentido cujo absurdo de tudo acaba por ser o objetivo final do filme enquanto mensagem. O filme e diferente sendo que nem sempre isso e positivo.
Na realizaçao o realizador françes Leos Carax tambem musico tornou-se pela pouca produtividade um realizador que reune algum culto embora lhe falte um filme de referencia mundial embora principalmente o Holly Motors seja um filme de culto ainda me parece um realizador com uma obra algo curta para o contexto que ja vai tendo.
No que diz respeito ao cast Adam Driver esta numa excelente forma e mesmo as dificuldades musicais que me parecem pensadas para ser assim deixam mais luz ao seu nivel interpretativo que e de primeiro nivel e deixam antever um bom ano para o actor que tera outros projetos mais vistosos este ano. Ao seu lado uma Cotillard que principalmente em termos vocais e impressionante mesmo que o filme peça pouco nos outros atributos da atriz.
O melhor - A extravagância
O pior - Nem sempre é facil nao achar absurdo
Avaliação - B-
No comments:
Post a Comment