Wednesday, December 20, 2017

The Killing of Sacred Deer

Dois anos depois de Lanthimos ter surpreendido o mundo do cinema com a sua obra original The Lobster eis que surge o seu novo filme, novamente apresentado com relativo sucesso no festival de Cannes onde inclusivamente ganhou o premio para melhor argumento. Contudo o cinema demasiado irreverente do autor pese embora tenha obtido novamente criticas maioritariamente positivas, embora em menor grau do que no seu filme anterior, parece ter ficado novamente arredado dos premios mais fortes. Comercialmente num filme totalmente vocacionado para o lado critico os resultados foram simples, sem grandes motivos de festa nem tão pouco de preocupação.
Existe dois apontamentos que tornam Lanthimos num dos argumentistas e realizadores mais singulates deste momento, por um lado a forma como os seus argumentos recheados de conversas banais atingem um outro significado quando conjugados numa moral forte com que os seus filmes acabam por nos dar obras, estranhas mas com um significado implicito bem profundo que nao deixam ninguem indiferente nos seus filmes. POr outro lado a sua forma de realizar, a forma unica e singular em que o interprete se perde num contexto trabalhado e detalhado ao promenor, torna mais que  Lanthimos um cineasta diferente alguem com um nivel de prefecionismo que podera no futuro se tornar num dos maiores do cinema.
Este filme embora mais normal que Lobster, o que o torna numa primeira fase mais acessivel à maior parte das pessoas, torna-se rapidamente num filme sobre moral, em que muito não é explicado mas que acima de tudo permite colocar a intensidade dramatica das personagens ao maximo. E nesta magia que Lanthimos faz o filme diferente, sabemos que temos de assimilar a ideia e depois deixar-nos levar num filme excelentemente realizado, com bons dialogos, boas interpretaçoes, e acima de tudo diferente no sentido de que vimos e gostamos do que vimos.
Talvez ainda nao seja o filme universal que todos os autores querem ter, mesmo os mais irreverentes, mas sem duvida vamos durante o filme exprimentando as sensações que nos querem dar, sempre com um primor estetico que so alguns conseguem dar. Temos assinatura, temos irreverencia, temos originalidade e temos criatividade e aqui pode-se resumir o que é um bom filme.
A historia fala de um cardiocirurgiao que mantem uma relaçao com o filho de um ex-paciente seu entretanto falecido que vai ser potenciada ao limite, ate ao momento em que tal jovem acaba por exegir algo que é impossivel de dar.
No argumento, embora uma premissa muito mais simples do que no seu anterior filme, temos acima de tudo um filme com um argumento e uma moratoria forte, que consegue ser original nos detalhes, nos promenores de cada personagem e na forma como esta e descrita. Os mais ceticos vao sublinhar que o filme não tem logica, mas é certo que já se percebeu que para gostar do cinema deste autor, temos de partir com alguns pressupostos, que depois de aceitar, vai-nos dar uma experiencia de cinema muito interessante.
Eu confesso que fui um amante de Lobster por tudo que ele criou, principalmente no argumento, mas era um filme que ja demonstrava um realizador ambicioso. Este filme, talvez esteticamente mais trabalhado, e uma obra de realizaçao de primeira linha, na forma como a camara intervem nas sequencias de uma forma dinamica, estetica e irreverente. COm o continuar da carreira a este nivel, este realizador grego podera se tornar rapidamente na nova coqueluche do cinema europeu.
Tambem no cast penso existir papeis que mereciam atençao nos premios, com particular destaque para do jovem Barry Keoghan que nos da um Martin intenso, promenorizado, de dificil execuçao e que funciona perfeitamente. E daqueles papeis que conduz o filme para altas andanças. Sublinhamos tambem que Farrel e Kidman tem dois dos melhores papeis da carreira, demonstrando a boa forma de ambos, mas o filme e dominado para Keoghan que merecia figurar em mais mençoes para melhor actor secundario do ano.

O melhor - A capacidade de nos dar uma experiencia cinematografia diferente

O pior - Acaba por no geral ser mais normal, e por isso uma experiencia menos gratificante do que LObster


Avaliação - B+

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