Muitas vezes existem alguns realizadores que conseguem uma unanimidade sem paralelo nos seus primeiros filmes e depois andam anos para conseguir ter um filme valorizado. Podemos dizer que esse foi o caso desta dupla Dayton Faris, que depois do sucesso brutal de Little Miss Sunshine em 2006 conseguiram novamente aqui algum reconhecimento critico com avaliações essencialmente positivas num filme que descreve um dos acontecimentos mais significativos do desporto mundial. Em termos comerciais num filme com pouca divulgaçao em termos de cinema os resultados foram apenas interessantes.
Sobre o filme depois do que se falou em Hollywood nos ultimos tempos a tematica da igualdade de direitos entre mulheres e homens passou para a ordem do dia, e este filme acaba por relatar um dos acontecimentos mais marcantes na questao da igualdade. E o filme consegue transmitir isso com uma toada suave e ligeira, com grande detalhe de epoca quer nas roupas quer nos costumes, o que o torna algo colorido demais para as andanças dos premios, mas que o tornou consistente para a maioria do publico.
O filme tem um problema que acaba por ter algumas dificuldades em lidar que esta relacionado com a divisao da atençao de Bille Jean enquanto desportista mas vai muito dentro daquilo que é a sua sexualidade, que acaba numa fase posterior por abandonar. E nessa falta de equilibrio reside um dos problemas do tenis, para alem da sequencia dos jogos ter uma intensidade claramente de jogadores amadores o que me parece pouco trabalho na produçao do filme.
Contudo fora estes dois apontamentos com algum relevo temos um filme significativo, esteticamente curioso e que significa muito em termos de igualdade, ainda mais quando nos conta uma historia real. Parece por vezes cair no esteriotipo exagerado da personagem de Riggs dando-lhe uma versão demasiado comica, mas esta foi a faceta conhecida do mesmo e o filme aproveitou isto para ganhar uma toada mais suave, não perdendo nunca o seu proposito
A historia dá-nos o contexto do jogo de tenis entre Billie Jean King e Bobby RIggs, que aconteceu em plena guerra das mulheres para igualar os premios dos homens e que significou muito mais que um jogo de tenis, mas sim a verdadeira guerra dos sexos.
Em termos de argumento o filme é inteligente no estilo algo comico que adopta. Perde algum equilobrio na forma como não consegue conferir a mesma importancia a atleta e a pessoa, algo que a determinada altura assume ser o objetivo. COntudo parece-nos uma interessante transposiçao de um acontecimento real para o cinema.
A dificuldade da realizaçao do filme esta na contextualizaçao temporal algo que é conseguido em toda a linha, quer na roupa, na caracterizaçao e mesmo na qualidade de imagem o filme é excelente na criaçao temporal da data. Novamente parece-nos que esta dupla sabe trabalhar em contextos exigentes e devera ter mais trabalho no futuro pois parece-me uma dupla de primeira linha do cinema atual.
No cast temos dois nomeados para os globos de ouro na categoria de comedia. Carrel tem um papel mais vistoso embora me pareça que as suas caracteristicas encaixam perfeitamente no que o papel exige. Ou seja movimento, extravagancia e loucura. Certo e que Carrel tem recebido otimas criticas no filme e podem resultar em mais uma nomeaçao, demonstrando o seu atual bom momento. AO seu lado a sempre competente Stone, acabada de ganhar um oscar tem uma personagem menos vistosa mas competente, embora num ano apararentemente exigente me pareça insuficiente para a nomeaçao.
O melhor - A construçao de epoca.
O pior - A forma como os jogos de tenis foram recriados. Demasiado amador.
Avaliação - B
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