Sunday, December 11, 2016

Lion

Todos sabem que quando os irmãos Weinstein apostam num projeto e o lançam nos ultimos meses do ano, normalmente o filme tem selo de oscar, e promete estar na luta pelas nomeações, mesmo que nem sempre os filmes consigam a unanimidade critica dos seus adversários. O filme deste ano é Lion, uma historia muito emotiva que conquistou alguns dos festivais onde foi sendo lançado, com uma recepção critica aceitavel embora me pareça distante de selo de luta pelos premios. Em termos comerciais, claramente secundario para o filme numa primeira instância, os resultados parecem curtos para alguem com ambições de oscares.
Sobre o filme, como o proprio esta definido temos de o diferenciar em dois momentos com intensidade e resultado completamente diferente. Se no primeiro momento, quase todo falado na lingua nativa, temos uma crueldade brutal de imagens que acabam por demonstrar um realidade para muitos impensaveis, com um lado frio chocante, o que torna o filme na obra de impacto que acaba por ser, muito pelas sequencias de imagens e pela luta da personagem, do que propriamente pela originalidade do guião em si, mas claramente temos uma hora de cinema de amargura, de limite humano que acaba por ser o sublinhado e a mais valia do filme.
Na segunda fase a do reencontro, claramente o filme se torna mais simpatico mais hollywoodesco, menos realista, demasiado fragmentado no tempo, fica a sensação que neste segundo capitulo sao tomados demasiados atalhos e muito fica para contar, já que se resume ao mal estar da personagem em diversas formas e pouco mais, conduzindo para o climax natural, o unico momento de melhor registo de uma segunda parte mais sofrido.
No final temos um filme interessante, muito marcante do ponto de vista emotivo, com uma das primeiras horas mais brilhantes do ultimo ano cinematografico, mas que na escolha entre fazer um filme demasiado longo, e talvez aborrecido e um filme mais facil e mais direto esta segunda escolha parece claramente ter enfraquecido o filme, pois o detalhe e intensidade emocional da primeira hora deixa de existir.
A historia fala de um pequeno indiano que depois de se perder encontra-se numa grande cidade tendo de sobreviver sozinho, ate ao momento em que e adoptado por um casal australiano. Vinte anos mais tarde e com vivencias completamente diferentes tenta encontrar a sua origem, partindo do zero.
Em termos de argumento a historia de vida aqui contada é forte, denuncia muito do que ainda se vive, tem esse lado emotivo, que acaba por ser bem potenciado na primeira parte do filme, no segundo momento parece claramente melhor trabalhado, um filme demasiado preso ao lado sofredor da parsonagem esquecendo como chegou até la, este balanço não e sempre bem conseguido.
Acredito que um realizador em inicio de carreira ter um dos filmes de oscar dos Weinstein nas mãos não deve ser facil ainda para mais na india. Tambem aqui o filme tem dois momentos diferentes um primeiro muito bem conseguido de um realismo arrepiante o que é surpreendente num realizador tao inexperiente e um segundo momento onde o filme torna-se mais vulgar mais preso a paisagens o que normalmente e o refugio natural dos menos audazes.
No cast temos dois momentos com interpretes diferentes, e normal gostar da personagem de Sunny Pawar a revelaçao do filme, o pequeno actor transmite a ternura que a personagem necessita bem como a inocencia que depende mais da fisionimia do que a sua qualidade como actor, já que essa nem sempre é posta a prova. Patel esta maduro, um actor bem mais pausado, bem mais equilibrado do que aquele que se deu a conhecer ao mundo em Slumdog Millionaire, talvez aqui possa ver reconhecida esta evolução, embora me pareça não ser o seu melhor trabalho, mas o mais diferente. No resto do cast, Kidman pode ter algum destaque pelo lado mais dramatico, mas penso que ao conseguir alguma coisa sera mais pelo nome.

O melhor – A primeira hora de filme.

O pior – A segunda hora ser claramente menos madura


Avaliação - B

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