Todos sabem que quando
os irmãos Weinstein apostam num projeto e o lançam nos ultimos
meses do ano, normalmente o filme tem selo de oscar, e promete estar
na luta pelas nomeações, mesmo que nem sempre os filmes consigam a
unanimidade critica dos seus adversários. O filme deste ano é Lion,
uma historia muito emotiva que conquistou alguns dos festivais onde
foi sendo lançado, com uma recepção critica aceitavel embora me
pareça distante de selo de luta pelos premios. Em termos comerciais,
claramente secundario para o filme numa primeira instância, os
resultados parecem curtos para alguem com ambições de oscares.
Sobre o filme, como o
proprio esta definido temos de o diferenciar em dois momentos com
intensidade e resultado completamente diferente. Se no primeiro
momento, quase todo falado na lingua nativa, temos uma crueldade
brutal de imagens que acabam por demonstrar um realidade para muitos
impensaveis, com um lado frio chocante, o que torna o filme na obra
de impacto que acaba por ser, muito pelas sequencias de imagens e
pela luta da personagem, do que propriamente pela originalidade do
guião em si, mas claramente temos uma hora de cinema de amargura, de
limite humano que acaba por ser o sublinhado e a mais valia do filme.
Na segunda fase a do
reencontro, claramente o filme se torna mais simpatico mais
hollywoodesco, menos realista, demasiado fragmentado no tempo, fica a
sensação que neste segundo capitulo sao tomados demasiados atalhos
e muito fica para contar, já que se resume ao mal estar da
personagem em diversas formas e pouco mais, conduzindo para o climax
natural, o unico momento de melhor registo de uma segunda parte mais
sofrido.
No final temos um filme
interessante, muito marcante do ponto de vista emotivo, com uma das
primeiras horas mais brilhantes do ultimo ano cinematografico, mas
que na escolha entre fazer um filme demasiado longo, e talvez
aborrecido e um filme mais facil e mais direto esta segunda escolha
parece claramente ter enfraquecido o filme, pois o detalhe e
intensidade emocional da primeira hora deixa de existir.
A historia fala de um
pequeno indiano que depois de se perder encontra-se numa grande
cidade tendo de sobreviver sozinho, ate ao momento em que e adoptado
por um casal australiano. Vinte anos mais tarde e com vivencias
completamente diferentes tenta encontrar a sua origem, partindo do
zero.
Em termos de argumento
a historia de vida aqui contada é forte, denuncia muito do que
ainda se vive, tem esse lado emotivo, que acaba por ser bem
potenciado na primeira parte do filme, no segundo momento parece
claramente melhor trabalhado, um filme demasiado preso ao lado
sofredor da parsonagem esquecendo como chegou até la, este balanço
não e sempre bem conseguido.
Acredito que um
realizador em inicio de carreira ter um dos filmes de oscar dos
Weinstein nas mãos não deve ser facil ainda para mais na india.
Tambem aqui o filme tem dois momentos diferentes um primeiro muito
bem conseguido de um realismo arrepiante o que é surpreendente num
realizador tao inexperiente e um segundo momento onde o filme
torna-se mais vulgar mais preso a paisagens o que normalmente e o
refugio natural dos menos audazes.
No cast temos dois
momentos com interpretes diferentes, e normal gostar da personagem de
Sunny Pawar a revelaçao do filme, o pequeno actor transmite a
ternura que a personagem necessita bem como a inocencia que depende
mais da fisionimia do que a sua qualidade como actor, já que essa
nem sempre é posta a prova. Patel esta maduro, um actor bem mais
pausado, bem mais equilibrado do que aquele que se deu a conhecer ao
mundo em Slumdog Millionaire, talvez aqui possa ver reconhecida esta
evolução, embora me pareça não ser o seu melhor trabalho, mas o
mais diferente. No resto do cast, Kidman pode ter algum destaque pelo
lado mais dramatico, mas penso que ao conseguir alguma coisa sera
mais pelo nome.
O melhor – A primeira
hora de filme.
O pior – A segunda
hora ser claramente menos madura
Avaliação - B
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