Wednesday, May 23, 2007

Venus




Pois bem, muitos pensavam que para finalizar a sua carreira O'Toole arrisca-se como que com um ultimo grito em busca do reconhecimento quase sempre escondido. Contudo muitos ficaram surpreendidos com o titulo que ele escolheu para arriscar tudo, um filme indie, politicamente incorrecto, polemico, ou seja o ideal para ser falado. O objectivo do filme era polemica, e acima de tudo conduzir O'Toole ao Oscar perdido, tudo parecia correr bem até aparecer o Ultimo Rei da Escocia, que acabou por colocar de lado tudo que este filme poderia trazer. Conduzindo a algum esquecimento em torno deste titulo, que apesar de na maioria ter sido bem recebido pela critica, quase fou indiferente em termos de publico, e em termos de premios ficou reduzido as nomeaçoes de homenagem para o seu protagonista.

O filme centra todas as atençoes de inicio ao fim no mito, e na presença de O Toole tudo parece orquestrado neste sentido, ou seja na força e na mistica de toda a personagem, de tal forma que todo o filme acaba por ser em demasia cinzento, ultrapassado e pouco inovador, raramente conseguindo transmitir a rebeldia que parece estar presente mas que dificilmente se emancipa da presença da personagem central

A historia centra-se no final de vida de um reconhecido actor de teatro nos ultimos momentos da sua vida, a sua vida sofre um novo alento quando o seu melhor amigo recebe em casa a sua sobrinha, uma jovem rebelde que sonha em ser modelo, entre eles estabelece-se uma relaçao intima, onde todos acabam por retirar do outro aquilo que mais necessita, esta estranha relaçao de cumplicidade acaba por se transformar em amor, com barreira de idades.

O filme e arriscado, principalmente porque aborda temos pouco elaborados, principalmente o amor na terceira idade e a forma como estes lidam com o instuito do prazer.

Contudo o filme anda sempre a reboque das oscilaçoes da personagem principal, subindo a intensidade sempre que o filme se centra nos dramas da peronagem, mas que entra nas mesmas ambiguidades quando a personagem tb entra nos seus proprios conflitos.

Enfim, o filme e claramente inferior as expectativas e alarido que se criou a sua volta, principalmente por cair em melancolias algo futeis e pobres em dinamicas e relacionamentos pessoais, achando que as relaçoes do filme acabam por ser limitadas na relaçao central de base do filme.

O argumento do filme, é muito dispar, centra todas as suas atençoes e potencialidades na construçao e dinamicas da personagam central, bem como de algumas outras personagens que contracenam, parecendo ter sido algo descuidado o fio condutor da narrativa bem como o encadeamento de acontecimentos que constituem a historia de base em si.,

A realizaçao e focalizada na degradaçao e nas expressoes de O toole, longe do brilhantismo conseguido do belico Notting Hill, mesmo assim o realizador consegue sempre transmitir como pouco os afectos em olhares puros das personagens.

O cast enquanto que O toole encontra-se no limite das suas capacidades numa personagem algo auto retratante e extremamente complicada, mesmo que em certos momentos o seu cansaço fisico seja obvio e limitante, mesmo assim o mito acaba por ser o ponto mais forte do filme, nem que seja porque parece que todo o filme e construido a sua volta. Tambem de referir a boa interpretação da jovem Phillips, numa personagem complicada, e numa missao dificil de fazer a sua personagem servir algo tao ambicioso como A personagem de O toole.

Enfim a tentativa de O toole ganhar o oscar, frustada num filme razoavel, mas demasiado centrado no seu proposito.


O melhor - O amor na terceira idade pouco representado no cinema.


O pior - Tudo e apostado em O Toole e descuidou o resto.


Avaliação - C+

1 comment:

Susana Fonseca said...

Recorda-me um pouco "Lolita", sem a consumação absoluta, sem jogos tão perigosos, talvez pela menor ousadia da personagem feminina. Mas apesar de não ser um grande filme, lamento de facto o pouco reconhecimento que teve por parte do público.