Monday, March 26, 2007


Letters from Iwo Jima - Cartas de Iwo Jima




Só um autor que esta no topo do cinema pode se dar ao luxo de um projecto tão grandioso como o que Eastwood se propos este ano, fazer duas grandes produções sobre a batalha de Iwo Jima, demonstrando como bom analista que é os dois lados. O maior risco da produção era mesmo a ambição, os filmes prometiam sucesso, fama e acima de tudo reconhecimento, contudo Flags of our fathers não foi o sucesso que se esperava, sendo respeitado, mas longe da aclamação critica que se esperava, o espirito anti americano, a falta de coração tingiram uma obra brilhante que era muito mais que um filme de guerra, mas sim um filme sobre a generalidade de uma regra. Contudo o risco era maior no segundo filme, totalmente falado em japones o filme ia dar o lado dos enimigos dos EUA, algo que raramente se viu em Hollywood, e com este filme mais que ter conseguido a aclamação critica que nao tinha conseguido em bandeiras dos nossos pais, Eastwod completa uma obra que teria, caso fosse agregada num unico filme para o topo do que o cinema produziu, pois mais de que um filme brilhante Letters from iwo jima, completa perfeitamente A bandeira dos nossos pais.

Eastwood é neste momento o nome mais forte do cinema actual, se em Bandeiras dos nossos pais, Eastwood mostrou um filme racional, moralista com dinamica politica e acimade tudo numa produção inovadora e brilhante, Letters from Iwo Jima incide naquilo que o outro peca, ou seja coração, o filme e sentimentalista, profundo, forte chocante capaz de provocar uma panoplia de sensação no espectador, filme para ser amado mais que respeitado, com a mesma qualidade produtiva do primeiro.

Eastwood nao teve medo de quebrar mitos, fazer dos EUA vilões, de tocar em sentimentos, mesmo que para isso pagasse com resultados de bilheteira menor, mas penso que isso ja nem entra nas contas de um autor que apenas trabalha para abrilhantar uma carreira inegualavel. Eastwood ganha em toda a linha o risco e a aposta nestes titulos, demonstra ser completo, conseguir ser bom com ou sem grandes produções e completar todos os pontos que um espectador deve tocar.

Como um filme so, os dois são perfeitos, como filmes separados são quase, e neste caso As cartas falham em algum predominio exagerado da emoção e alguma falta da racionalidade, demasiado poetico em determinados momentos, que retiram o caracter factual que o filme parece querer ter.

O argumento de Haggis é muito bom, demosntrando as qualidades narrativas do autor, capaz de reunir filmes emocionalmente fortes com personagens complexas e interessantes, nas mais diversas areas e generos, talvez o filme peque por falta de moratoria assumida, aspecto ate ao momento sempre presente nos argumentos do realizador, mas fortalece como nunca a expressão de sentimentos.

Sobre Eastwood, pouco ou nada há a acrescentar, como ja tinha demonstrado em Bandeiras dos Nossos pais, dá nos algumas das imagens mais belas e marcantes dos ultimos anos cinematograficos, capaz de empenho fisico impressionanete e uma dinamica forte, conseguindo atingir o topo de uma carreira que se torna cada vez mais dificil de percepcionar, talvez so a morte de Eastwood nos podera mostrar a o qualidade impensavel da sua obra.

O cast demosntra toda a coragem do realizador, ao fazer apenas o filme com actores japoneses, com todos os inconvenientes de bilheteira que isso poderia ter, para liderar o cast o actor japones do momento Watanabe, um actor fantastico que nos fornece um papel ao seu mais alto nivel, e que consegue neste momento entrar e ser primeira escolha para os grandes filmes do pais do sol nascente. Mas a grande revelação acaba por ser Ninomya um perfeito desconhecido, o jovem japones preenche o ecra com uma das interpretações mais intensas do ano, o que deixa alguma expectativa sobre o caminho que a sua carreira ira tomar depois de um arranque fabuloso.

Enfim uma obra prima, que ao se unir ao seu antecessor nos dá uma das obras mais singulares da historia da 7 arte


O melhor - A realização de Eastwood, imagens brilhantes


O pior - Alguma dimensão romantica demasiado irracional em alguns momentos


Avaliação - A-

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