Thursday, October 30, 2025

A House of Dynamite

 A Netflix prometeu um ano de 2025 com diversas estreias de alguns realizadores com muitos filmes ultimamente premiados com o objetivo de finalmente conseguir chegar ao oscar de melhor filme que lhe tem espacado, pese embora a aposta todos os anos em diversos filmes dos melhores autores. O certame começou com uma ja premiada e normalmente autora de filmes que se tornam classicos instantaneos de guerra com a mesma tematica. Comercialmente Bigelow continuou a conseguir chamar a si as criticas sendo que o impacto comercial na Netflix ainda de procura neste momento.

Sobre o filme, um dos pontos que fez da carreira da realizadora um sucesso e a capacidade de transformar filmes de guerra em autenticos documentarios ficcionados o que faz mais uma vez em filmes partilhados por personagens sobre um ataque que mudara para sempre a perceção da realidade. O filme nao procura uma historia mas sim reaçoes e nisso consegue quase nos transportar para uma realidade inexistente mas nem sempre com o impacto que na maior parte do tempo o filme pensa ter.

Se calhar o problema do filme é o acontecimento previsto ser o protagonista e não uma personagem de carne e osso, isso faz com que o filme abrande o ritmo, seja algo repetitivo em muitos segmentos e isso tire muito da dimensáo mais intensa que Bigelow queria dar ao filme. O estilo é arriscado mas a sensação que o filme fica muitas vezes perdido na sua reação acaba por o tornar muito mais pequeno que os ultimos filmes da realizadora.

Por fim, pese embora cumpra alguns dos seus objetivos e claro que é um filme menor da realizador, mesmo em termos esteticos, percebendo-se que o streaming limita custos, principalmente de produçao. O filme e montado para um estilo que se calhar acaba por nunca ter o impacto que o filme em muitos momentos pensa que iria ter, tornando-o menos impactante.

A historia fala de diversas personagens com importantes papeis na defesa norte americana os quais percebem que uma arma de grandes dimensões vai atingir uma cidade importante americana sem qualquer aviso.

O argumento fracionado baseia-se nas reações, mais do que propriamente num filme com principio, meio e fim, isso tira ao filme algum fulgor, principalmente com o passar de personagem a personagem. O filme nota-se que procura muitas vezes a emoçao, mas sem continuidade da personagem isso perde-se.

Bigelow consegue dar uma realidade aos seus filmes, principalmente em guerra pouco vista. Aqui vai mais para o escritorio, e o filme esconde-se mais em termos visuais. Uma boa abordagem nas personagens mas sem o poder de fogo dos seus filmes anteriores depois de muitos anos parada, nota-se menos força neste filme.

O cast nao e facil para os seus protagonistas pois as personagens sao vagas, com curto espaço e acima de tudo com pouca capacidade de se exibirem no proprio filme. Um cast rico, recheado mas que fica a sensação não conseguir levar o filme para outra dimensão pela sua maquete de base.


O melhor - A forma como o filme joga com emoçoes desconhecidas

O pior - A fraçao das personagens torna o filme mais fraco


Avaliação - C+

Monday, October 27, 2025

The Conjuring: Last Rites

 Nos ultimos vinte anos James Wan é a figura de referência de um terror mais comercial, não só por ter iniciado a saga Saw, mas acima de tudo por ter criado ao longo do tempo um conjunto de narrativas sobre almas por resolver com um nivel estetico elevado que leva quase a crianção de um cinematic world quase sem precedentes em termos de sucesso. Este alegado ultimo episodio de The Conjuring, sobre os Warren acabou por não ser propriamente o mais bem avaliado criticamente ficando a ideia que a maior parte do entusiasmo com a saga ja passou. Não obstante desta dificuldade comercialmente demonstrou ainda ser um produto bem apetecivel com resultados muito interessantes.

Sobre o filme podemos dizer que na maior parte do tempo ele tenta ser mais filme, com mais personagem, mais contexto que os anteriores o que o torna num filme muito lento na maior parte do tempo. Apenas no fim o filme ganha o fulgor do susto, sempre com uma estetica pensada nos seres maquiavelicos mas se calhar sem a consistencia visual que os filmes anteriores tiveram, principalmente com Wan ao leme.

No resto, num quarto episodio fica a sensação que ja vimos quase tudo, fica a sensação no final de uma despedida, na forma como o filme mais que novas narrativas parecia querer alimentar o museu dos Warren com novos objetos mais do que com novas ideias. Neste filme temos um espelho bem menos estetico do que os anteriores elementos.

Por tudo isto um filme que vai de encontro na base narrativa ao que ja vimos anteriormente, vimos um filme que por vezes perde-se em trabalhar lados da historia de uma forma mais complexa do que depois esses elementos se tornam relevantes e quando tal aconteceu surge por vezes a ideia de um filme a procura de pontos, quando se calhar deveria ter sido bem mais diretivo.

Seguimos o casal Warren, numa nova aventura desta vez apostado em tentar encontrar resposta para a nova relação da sua filha, a qual esconde um passado peculiar, e que os leva de encontro a uma familia que se encontra a ser seguida por espiritos do alem, num ultimo trabalho com consequencias mais proximas.

O filme em termos de argumento tenta ter mais conteudo de personagens, entrando nas dinamicas familiares dos Warren, sem nunca conseguir na essência o fazer. No que diz respeito ao restante, mais do mesmo, um novo elemento e muitos sustos ate ao resultado final.

Na realização Wan encontra-se apenas na produção fornecendo o leme a Michael Chaves o discipulo que ja tinha assinado a sequela anterior e o segundo de The Nun. visualmente é muito mais limitado do que Wan, nota-se que pensa bem as sequencias de terror mas pouco mais.

Em termos de cast Farmiga e Wilson personificaram as personagens, mesmo que estas tenham, na maior parte do tempo pouco conteudo. Nas novas aquisições algumas despesas de personagem para Mia Tomlinson uma quase desconhecida que funciona melhor no terror do que no restante.


O melhor - A ultima meia hora


O pior - A sensação de hora e meia em que quase nada acontece


Avaliação - C

Sunday, October 26, 2025

The Twits

 Se existe genero onde cedo a Netflix demonstrou capacidade de se impor acabou por ser a animaçao, com filmes que apareciam no catalogo de forma silenciosa mas que entusiasmavam não so os mais pequenos como alguns graúdos. Nestas colaborações com filmes de Roald Dahl eis que surge mais uma adaptação de cinema de animação de base que ao contrário de outros projetos teve longe de ser brilhante do ponto de vista critico com avaliações sofriveis. Nao obstante deste ponto fica a clara ideia que mesmo assim este tipo de registo tem sempre alguns pontos comerciais.

Sobre o filme posso começar pelo estilo que confesso que gostei, numa clara homenagem mais clean ao que Tim Burton e mesmo outros sucessores foram fazendo, o filme tem uma estetica propria, que nao sendo tecnologia de ponta, longe disso consegue transmitir bem a mensagem que quer passar no absurdo e exagero.

Acaba por ser do ponto de vista narrativo que a adaptação está longe de ser feliz, desde logo pela dificuldade total que o filme tem em ser emotivo, mesmo que as personagens mais pequenas queiram muito cumprir essa parte, mas acima de tudo a forma como na maior parte do tempo o filme mais que simbolico procura ser exageradamente repugnante, e quando assim acontece fica um pouco exagerado demais.

Por tudo isto um filme que cumpre nos seus pontos mais baixo os propositos que se propoem. Longe dos melhores filmes de animaçao Netflix que lhe foi dando um palco muito proprio, mas acaba por ser essencialmente um filme que vê-se, mensagem simples, sendo o lado visual o unico ponto onde o filme tem capacidade para se diferenciar.

A historia segue um casal de idiotas, trapaceiro que tem como unico objetivo tentar abrir um estranho parque de diversões. Quando tal é impedido acabam por se vingar na cidade e receber a resposa de um grupo de orfãos.

O argumento do filme tem a base sempre mataforica presente de Dahl, mas cai num exagero atual que muitas vezes é demais. O lado emocional do filme nem sempre sai da forma mais trabahada e a ideia que surge no maior parte do tempo e a tentativa de uma comedia facil, mais que uma animaçao fulgurante.

Na realizaçao o filme teve tres timoneiros com experiencias diferentes e tirando o lado visual, isso normalmente significa que o filme nao e propriamente uma obra de referencia ja que as ideias se vao perdendo. Mesmo com este apontamento acaba por ser um dos pontos que melhor funciona no filme.

No cast de vozes como vi a versão portuguesa nao analisarei as escolhas originais.


O melhor - A forma como o filme cria o lado visual.


O pior - O exagero do grotesco


Avaliação - C+

Saturday, October 25, 2025

Vicious

 Inicialmente planeado para uma estreia em cinema, em epocas baixas, apostando em ocupar mais um lugar no tipico cinema de terror comercial, as estrategias de lançamento foram mudando e o filme acabou por ser lançado na aplicação ainda pouco expansiva da Paramount +. Criticamente embora tenha sido um filme de alguem com ja alguns filmes do genero os resultados foram medianos, e comercialmente o veiculo de comunicação nunca será o melhor, dai os resultados terem sido rudimentares.

Sobre o filme podemos começar por dizer que se trata de um filme com uma filosofia simples, uma maldição a cargo de uma caixa e uma serie de acontecimentos quase num ato a solo da protagonista para tentar reverter o destino. O filme tem alguns momentos de susto, embora seja um filme maioritariamente previsivel e mais que isso um filme que acaba por viver dos sustos que lança mais do que propriamente pela tensão da historia.

Claro que num momento em que muitos filmes de terror entram numa dinamica paranormal quase impercetivel, o lado simplista do guião acaba por ser uma boa opção, mesmo que nem sempre as coisas sejam explicadas, alias acaba por nunca o ser minimamente apenas sabemos o poder da caixa sem nunca saber o porque de tudo aquilo e isso acaba por deixar demasiadas perguntas por eslcarecer.

Assim um filme de terror de estudio com pouco lado artistico na abordagem, com muitos sustos, bodyhorror mas pouca consistencia ou novidade na historia de base. Existe momentos em que fica a sensação que o filme vai surpreender mas tudo acaba sempre por seguir apenas o lado mais esperado, com muitos pontos que poderiam e deveriam ser melhor trabalhados.

O filme fala de uma jovem adulta isolada que recebe uma visita surpreendente de uma idosa que deixa em sua casa uma caixa e um relogio de areia com um destino fatal a não ser que cumpra os requisitos pedidos pela caixa.

O argumento do filme é na base simples e isso acaba por ser o que funciona melhor no filme nas suas debilidades. Fica a sensação que tudo e muito standartizado sem grandes surpresas e mesmo a revelação final acaba por ser algo esperado.

Na realizaçao temos Bryan Bertino um estusiasta do terror de estudio ja tinha estado na base dos primeiros Strangers aqui tenta misturar a tensão psicologica, o paranormal e o body horror mas sempre pelo lado comercial e pouco artistico, um tarefeiro do genero.

No cast temos Fanning que apostou no terror para exprimir a sua intensidade e aqui esta sozinha no filme, com muitos gritos, sofrimentos mas uma construção que acaba por na maior parte do tempo por ser algo limitada. AO seu lado a sempre força estetica de Hunter.


O melhor - Não complicar ,muito o guião.

O pior - A sensaçáo que o filme não consegue surpreender e explicar a maior parte dos aspetos


Avaliação - C-

Friday, October 24, 2025

Him

 Dos produtores de Get Out, mas com um novo timoneiro ao leme, surgiu este filme de terror psicologico e gráfico com um elenco quase desconhecido mas apostado em conduzir as pessoas à tensão tipica dos filmes desta natureza. Ao contrario dos filmes maiores de Jordan Peele a critica recusou a abordagem com avaliações muito negativas, sendo que comercialmente este feedback negativo a falta de figuras de referência comerciais conduziram o filme a resultados mediocres em face do esperado.

Sobre o filme podemos dizer que a característica mais clara do filme é que impercetível, onde quer chegar para além de momentos de tensão estética, mas narrativamente temos muita dificuldade em perceber os objetivos do filme, onde quer chegar e os processos, é um filme confuso, muitas vezes difuso e com dificuldade em comunicar o que realmente quer.

Em termos de terror para além de alguns apontamentos gráficos fica a ideia que o filme estimula demasiado o espetador para no final ter pouco. Tenta fazer bodyhorror mas no final fica a sensação que muitos desses pontos ficam um pouco aquem, na intensidade. Muitas vezes pensamos que o filme tem muita dificuldade em comunicar as personagens e os seus objetivos para alem da excentricidade.

No final temos um filme basicamente sobre uma sociedade secreta e a forma como um aspirante a estrela de futebol americano é ensinado pelo seu antecessos numa serie de passos que escondem um segredo escondido.

No que diz respeito a historia temos um aspirante a estrela que depois de um ataque que colocou em causa a sua carreira começa a ser treinado num espaço isolado pela maior estrela anterior numa serie de passos que vai muito para alem do lado desportivo.

O argumento tem uma base que até poderia ser interessante, mas fica a clara sensação que o filme não organiza as personagens, as ideias, deixando apenas o espetaculo visual ser protagonista, longe do que se poderia esperar de um filme como este.

Na realizaçao o projeto e assinado por Justin Tipping um completo desconhecido apadrinhado aqui por Jordan Peele, mas cujo resultado deixa muito a desejar. E clara a ideia do filme ter estimulos, a preocupaçao visual, mas isso nunca consegue fazer com que o filme concretize a sua missão mais concreta.

No cast temos um Wayans muito longe da comedia que pautou toda a sua carreira, num papel mais intenso mais diferenciado de um ator que poderia ter intensidade para voos mais elevados. Como protagonista temos um jovem em ascenção a procura de minutos de ecra, concretamente Tyriq Withers que é algo repetivivo na sua construçao.


O melhor - Visualmente consegue em espaços isolados ter algum impacto


O pior - A forma como nunca consegue ser percetivel nas ideias ao espetador


Avaliação - D

Wednesday, October 22, 2025

Freakier Friday

 Vinte e dois anos depois e muitas aventuras principalmente na carreira e vida de Lindsay Lohan eis que a Disney em pleno verão apostou na sua sequela  com os protagonistas e a mesma premissa, com a diferença de termos mais uma geração ao barulho. O filme estreou com a expetativa e um revivalismo muito sublinhado mas que criticamente as coisas ficaram por uma mediania que não serviu de impulso para altos voos. Em termos comerciais os resultados foram competentes principalmente porque o filme de base é um icon juvenil de muitas pessoas que se tornaram entretanto adultas.

Sobre o filme confesso que o primeiro tinha ritmo, tinha momentos divertidos e que este tenta repetir o registo, contudo o mesmo encontra-se totalmente desatualizado. O humor fisico exagerado acaba por ser o escape de todo o filme que parece sempre uma tentativa forçada de homenagear o primeiro sem nunca conseguir trazer algo de novo, sublinhando-se que principalmente em Lee Curtis e depois de um oscar este e o tipo de papel longe do que de melhor tem feito nos ultimos tempos.

O filme tenta ir buscar personagens e ingredientes do primeiro filme, mas acaba por ser nas novas introduçoes, principalmente pai e filha complementar que o filme tem muito mais dificuldades em trazer alguma lufada de ar fresco que acabe por nao ser a repetição do primeiro filme. O filme parece muitas vezes algo perdido em algumas ideias e quando tal acontece, nao tem graça nem se desenvolve.

Por tudo isto fica a homenagem ao primeiro filme, percebermos que depois de muitas aventuras o grupo se juntou, mas como filme novo muito pouco a todos os níveis. A repetição da historia não consegue ter a intensidade de humor ou mesmo a química do primeiro filme e isso acaba na maior parte do tempo por parecer algo desconcentrado e fazer com que o revivalismo exista apenas por ele proprio.

A historia segue as personagens volvidos quase vinte e cinco anos, em que a filha agora é mãe de uma adolescente rebelde. Numa tentativa de reformular a vida numa nova relação com o pai da sua rival, leva a uma reunião familiar em que novamente os papeis são invertidos até à resolução final.

No que diz respeito ao argumento, a base do primeiro filme é repetida sendo que o estilo de humor utilizado é o mesmo pese embora fique a sensação que o mesmo está claramente desatualizado. Os novos elementos são vazios e o blockbuster simples tipico dos anos 90 deixa de funcionar nos dias de hoje.

Na realizaçao temos Nisha Ganatra realizadora de televisão que se nota gostar de comedias adolescentes do inicio do seculo que acaba por ter neste filme um trabalho simples, pouco articulado, sem grande novidade em termos de abordagem. Claramente mais pequeno do que o filme base, mas com poucos motivos para grandes sublinhados.

As carreiras das protagonistas tiveram direções opostas, Lee Curtis foi sempre presente culiminando com um oscar, Lohan andou em desvaneios pessoais que normalizaram no ultimo tempo, muito por culpa de algumas experiencias com a Netflix. Aqui ambas sentem-se algo distantes do espaço inicial.


O melhor - O revivalismo cada vez mais usado em hollywood

O pior - O vazio de ideias novas e as velhas ficaram ultrapassadas.


Avaliação - D+

 

Monday, October 20, 2025

The Woman in Cabin 10

 Num estilo fechado a Netflix apostou num filme de suspense para alimentar o inicio do Outono, com um bom elenco e a tentativa de rentabilizar comercialmente a chegada da chuva. O filme nao foi propriamente prodigo do ponto de vista comercial e criticamente foi ultrapassado por produtos mais comerciais e universais, dai que a maior parte das pessoas ficou um pouco alheadas do valor deste filme.

Sobre filme podemos dizer que começa razoavelmente bem, com alguma inspiração e filmes de Agatha Christie na forma como deixa as personagens depois de as apresentar num iate de luxo onde coisas misteriosas começam a aparecer. Podemos dizer que o filme até funciona nesta fase inicial mas na sua concretização é sonolento, previsivel e pouco trabalhado sendo o seu fim uma especie de auto estrada para acabar depois de perceber que o resultado não ia ser o melhor.

Um dos pontos fundamentais num filme como este, em que as personagens são deliberadamente escondidas para depois existir a revelação e que tal tem que ser explicado, e se tudo é solto ou mecanico por um proposito o filme fica vazio e neste caso, tirando o espaço fisico e algumas paisagens o filme nunca se consegue encontrar minimamente em nenhum aspeto, deixando o inicio colocado algo de lado.

Ou seja um filme com uma premissa que pelo menos comercialmente por vezes funciona, mas que se perde essencialmente numa incapacidade de tornar as personagens apelativas, para que qualquer desenvolvimento delas fosse impactante. Mas tambem a organização e a revelação são algo simples de mais para o efeito.

A historia segue uma jornalista que é convidada para um passeio de iate de uma magnata com doença terminal, em que algo de inesperado começa a suceder colocando em causa todo o preceito do que ali iria acontecer

O argumento do filme apresenta ou esconde as personagens com um proposito que depois não tem continuidade já que o filme se torna demasiado escondido de si, com medo de arriscar e parece com pressa de chegar a sua revelação, que chega demasiado cedo, deixando seguinte para um impacto de ação com ritmo baixo que o filme nunca tem,

Na realizaçao temos Simon Stone que sabe buscar paisagens o espaço, mas perde-se algo no ritmo que o filme desenvolve. E um realizador quase desconhecido com um trabalho mediocre pese embora com melhor cast que os seus filmes anteriores mas insuficiente para grandes sublinhados.

No cast temos uma Knightley longe dos melhores momentos, presa a determinadas expressões faciais e longe de ser uma atriz para grande ação. Nos secundarios Pearce longe do que fez em Brutalista naqueles papeis esteriotipados pouco potenciados, muito pouco.


O melhor - As paisagens

O pior - O filme nao ter intensidade para alimentar uma intriga facil.


Avaliação - C-

Friday, October 17, 2025

The Lost Bus

 Paul Greengrass é um realizador de ação em que os seus filmes são experiências sensoriais particulares que conduziram a que formulasse uma carreira de colaboração com alguns dos melhores atores que Hollywood tem, principalmente na ligação com Tom Hanks. Para este ano e no arranque de temporada de premios, sob a alçada da Apple + surgiu este filme sobre incêndios e resgate no meio do caos. Com boas avaliações criticas, não entusiasmantes para levar o filme para a temporada de prémios, o filme estreou no registo de streaming que ainda não é dominante e isso pode ter tirado alguma dimensão mais comercial ao filme.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tem o melhor e pior do seu realizador. Do lado positivo temos o realismo das sequencias em que o filme entra no fogo, o extremismo completo, e que pode parecer exageram mas acaba por ser bem real. Esse o melhor elemento e o protagonista maior do filme, e nesses momentos temos Greengrass ao melhor nivel.

No que diz respeito a narrativa o filme tem grandes dificuldades, principalmente na primeira hora, já que nos parece que perde algum tempo numa componente tática da reação dos bombeiros, que nunca é concreto ou seja nunca transmite nada de particularmente relevante ao espetador esvaziando posteriormente as duas personagens principais que assumem o filme demasiado tarde e aqui o filme parece mais documentario do que ficção.

Por tudo isto o filme funciona no que de melhor Greengrass sempre soube fazer, realismo de ação, de colocar em toda a linha o espetador do epicentro do acontecimento e isso faz dele alguem muito singular no panorama do cinema atual. Narrativamente o filme perde muita força num argumento simples, por vezes difuso e que so no final consegue ser emotivo.

A historia fala de um dos maiores incêndios nos EUA e a forma como um grupo de bombeiros tenta reagir aos acontecimentos, enquanto um perdido condutor de autocarros escolares tenta salvar vinte menores das chamas num ode totalmente dantesca.

No que diz respeito ao argumento é o ponto mais fraco do filme, fica a sensação que o filme perde muito tempo em contexto e que isso acaba por deixar o filme com pouco tempo para desenvolver as personagens e isso torna o filme demasiado limitado no seu desenvolvimento natural.

Greengrass e um mestre do realismo em sequencias onde muitas vezes o cinema tem medo de investir. os seus filmes são acontecimentos e este volta a ser na sua estética e no lado realista e impressionante de muitos momentos, embora neste caso com défices de logica.  E um experiente realizador, marcou esse apontamento mas falta alguma congruência.

Em termos de cast temos um McCanoughey intenso, com uma boa interpretação, ficando a sensação que a personagem deveria ter mais tempo. Ferrara faz uma boa ligação e quimica com o seu protagonista, mas fica a ideia do mesmo problema de tamanho de personagem.


O melhor - Os incendios onde entramos

O pior - A forma como a primeira hora se perde em apontamentos técnicos que não são propriamente claros


Avaliação - C+

Wednesday, October 15, 2025

Downton Abbey: Grand Finale

 Downton Abbey é uma das series de referência dos ultimos anos, pela capacidade de num estilo tradicional tem conseguido diversas series de sucesso e já três filmes que foram sendo lançados para tentar fechar o ciclo. Este filme fica marcado pela falta de Maggie Smith num dos seus papeis recentes mais iconicos e funciona como uma homenagem à mesma com criticas interessantes que alias foi sempre conseguido pela serie. Comercialmente os resultados apesar de terem perdido algum fulgor ainda foram consistentes desconhecendo-se se foi o final definitivo, ou não.

Sobre o filme podemos dizer que temos o grosso das mesmas personagens, quer na familia quer nos criados, os pontos de ligação, as intrigas e a passagem de testemunho. No final o filme torna-se numa homenagem ao que fomos vendo e isso dá-lhe a intensidade emocional que na maior parte do tempo esta algo perdida. Para quem nao seguiu a serie o filme poderá ser algo vazio, para quem seguiu é sempre uma conexão nova.

O filme tem o tradicionalismo das personagens e do registo que acabou sempre por ser uma das bandeiras mais claras que a abordagem quis ter. Existe alguma sensação que as novas personagens acabam por se esvaziar no filme, se calhar pelo facto de nao estar previsto novas abordagens, ou não fosse o filme se apresentar como o Grand Finale.

Por tudo isto uma conclusão razoavel para uma serie de conteudo e com um estilo proprio. Embora eu seja defensor que as series devem acabar no seu registo do que no cinema, mesmo que com um episodio grande, aqui ja vamos no terceiro filme que mais parece um franchising sobrevivente do que algo pensado. Os filmes vão cumprindo com simplicidade os seus objetivos embora neste caso me pareça longe da qualidade da serie.

A historia segue a mesma familia e a passagem da casa para Lady Mary, depois do divorcio e com dificuldades em se integrar numa sociedade tradicional que a recusa. As mesmas personagens seguem mais uma serie de intrigar até as decisões finais.

O argumento do filme procura o rigor e os preciosismos que o contexto requer e consegue no detalhe ir buscar esses pontos. Parece-me com muita maior dificuldade na forma como os novos elementos são lançados, nenhum com potencia propria para levar o filme para parametros de excelencia.

A realização ficou a cargo de Simon Curtis, um veterano realizador que ja tinha estado ao leme do filme anterior. Temos o lado tradicional, a forma como consegue potenciar o lado estetico do espaço, e o lado tradicional. E experiente e consegue ir de encontro ao que o filme pede no lado visual.

No cast temos a maior parte dos interpretes a ter os seus personagens mais iconicos, que sao impossiveis de separar das respetivas carreiras. Nas introduções temos Nivola e Giamatti com personagens standartizadas que servem para fomentar um melhor elenco ao filme.


O melhor - O lado emotivo do final


O pior - Os novos elementos não serem particularmente impactantes


Avaliação - B-

Sunday, October 12, 2025

Caught Stealing

 Pode causar alguma surpresa que no novo filme de Aronofsky tivessemos uma estreia de verão numa comedia de ação, com um elenco de luxo, mas longe dos prazos tipicos dos filmes com ambições a premios. Em termos criticos e assumindo uma clara mudança de registo a receção para o genero até foi interessante, pese embora rapidamente fora de ambiçoes de premios. Por tudo isto restava o valor comercial do filme onde as coisas também não foram brilhantes demonstrando que Butler ainda náo tem o sublinhando de estrela que muitos pensaram que ja teria.

Sobre o filme, para quem conhece o tipo de cinema de Aronofsky é claro que este filme é em tudo mais simplista, a tipica comedia negra com grupos criminosos, numa autentica montanha russa para a personagem central. No humor o filme tem alguns bons momentos ou na forma como alguns paralelismos surgem, algumas personagens, principalmente a de Smith da ao filme o lado descontraido que por vezees não tem sendo em alguns momentos mais confuso, ruidoso do que eficaz.

E um filme de entertenimento, e isso fica sempre a sensação que a capacidade do realizador filmar vale mais do que este genero de desgaste rapido. EM termos de narrativa o filme tem alguns twist que o faz ser ritmado, proximo do publico embora acabe por transmitir pouco nos seus elementos moratorios. E um filme de entertenimento e isso pode ser pouco para o cast em questão.

FIca a sensação que com outros elementos o filme seria simples e eficaz, num cinema construido para a reação imediata. Mas quando percebemos o cast e o realizador pensamos e faz-nos expetivar algo muito maior que o filme nunca consegue encontrar e ai as sensações apesar de positivas não sao muito intensas.

A historia fala de um ex-prodigio do Basebol que acaba depois de um acidente por embarcar para NOva Iorque onde se torna Barman de um espaço de baixa qualidade e que se vê envolvido num golpe envolvendo grupos criminosos que vão por toda a sua vida em risco.

O argumento do filme tem muitos elementos, nem sempre totalmente equilibrados. Fica a ideia que o filme procura demasiadas vezes a confusão, com personagens com momentos curtos, sendo que torna o filme desiquilibrado ja que as personagens trazem muita coisa diferente no impacto do filme.

Aronofsky e um prodigio que teve uma carreira oscilante, com filmes de primeira linha e algumas desilusões, aqui segue para um estilo mais comercial, com menos risco. Nao da tanta a sua imagem e a sua assinatura mas consegue em momentos espelhar da melhor forma o que quer transmitir. MEsmo assim longe do cinema de autor dos seus melhores filmes.

No cast Butler tem aqui o seu papei mais normal, ou pelo menos o menos caracterizado que permite de o ver mais como ator mais comum e o resultado é misto, não e propriamente a pessoa mais natural do mundo em alguns momentos, mas tem intensidade importante neste tipo de carreira. Nos secundarios acaba por ser a loucura do costume de Smith que leva o filme para os melhores momentos.


O melhor - Todo o bloco com a personagem de SMith

O pior - O filme também em termos de proximidade com o público tem altos e baixos


Avaliação - B-

Saturday, October 11, 2025

All of You

 A Apple + surpreendeu neste inicio de outono com o lançamento de um filme romantico, sem grandes figuras mediaticas, mas que foi aquisicionado depois de boas receções criticas em alguns festivais. O filme foi lançado com algum mediatismo pese embora comercialmente a Apple + ainda seja muito redutora em termos de resultados absolutos. Criticamente o filme para uma comedia simples acabou por ser bem recebido, principalmente tendo em conta de que não e propriamente uma comedia.

Sobre o filme podemos pensar na fase inicial que vai ser um daqueles filmes ligeiros de dois amigos que na verdade sao apaixonados um pelo outro, com bons momentos a dois, com uma personagem masculina muito bem estruturada que vai dando ao filme otimos dialogos comicamente falando.

A determinada altura o filme muda e torna-se numa dissertação sobre a traição, sobre a hierarquia de valores e sobre a indefinição, aqui o filme é mais adulto, mais concetual, sendo mais descritivo do que procura respostas nesse ponto. O filme torna-se mais adulto, perde um pouco o lado comico que melhor funciona e melhor aproxima as personagens, mas não deixa de dar uma roupagem mais adulta ao projeto.

Por tudo isto um bom filme romantico a todos os niveis, com diversos pontos e estilos, que ao longo de hora e meia permite que o filme transmita diversas emoçoes. Podemos achar que o filme ate poderia dar uma sequela um pouco ao abrigo dos BEfore de Linklater, mas isso nao ira acontecer e teremos sempre no final mais perguntas do que respostas como se calhar as proprias personagens.

A historia fala de dois melhores amigos ao longo do tempo, em que a mulher acaba por casar supostamente com o homem perfeito constitui familia enquanto ele fica preso ao que poderia ter sido uma relaçao entre ambos.

O argumento do filme é um dos melhores pontos do filme, os dialogos entre os protagonistas permitem uma quimica e aproximaçao que é o coraçao e o epicentro completo do filme. EM termos idelogicos o filme ambiciona ser mais do que o vazio de um filme romantico de matine e essa escolha e arrojado.

Na realizaçao temos William Bridges com alguns projetos de Black Mirror que se denota ser a principal influencia na abordagem segmentada do filme. Temos um filme que arrisca, competente num territorio normalmente fragil para os realizadores, mas aqui parece que o argumento e o seu lado mais forte.

No cast temos Goldstein a procura na setima arte quer como ator e como argumentista e acaba por ser em ambos elementos o que mais brilha na forma como as frases encaixam perfeitamente na personagem e na interpretação. Poots acaba tambem por ser eficaz no lado perdido que por vezes a personagem quer ser e funcionam acima de tudo em conjunto.


O melhor - As duas verentes de Goldstein

O pior - As respostas que não sao dadas


Avaliação - B

Friday, October 10, 2025

The Toxic Avenger

 Produzido em 2023 mas apenas lançado dois anos depois este irreverente filme alegadamente de super herois, num claro classe B acabou por ser lançado com criticas bem interessantes mas um filme que normalmente atrasa o seu lançamento normalmente não vai longe e este não foi com resultados residuais que se calhar merecia mais.

Sobre o filme podemos dizer que a rebeldia é a assinatura total do filme e isso funciona no plano comico e rebelde, com alguns momentos disparatados divertidos, com uma produção claramente fraca para o mesmo efeito, e uma especie de filme de super herois da feira que acaba por ser disparatado e divertido, com todo o exagero tipico de um filme que quer ser mau para ser considerado bom.

Nota-se a tentativa da rebeldia do filme no cast, no lado pouco coeso das caraterizaçoes da falta de efeitos especiais faz com que o filme queira ser barato e disruptivo, mas ao mesmo tempo fica a sensação que o filme náo quer mais do que a satira. Nota-se um bom filme para os seus efeitos proprios, mas tambem fica a sensação que ja existiram projetos maiores com o mesmo teor.

Ou seja um filme rebelde e acima de tudo disruptivo, que tenta ser engraçado, consegue por vezes, fica a sensação que o filme que o filme e demasiado limitado a esse ponto. O lado estetico do filme exagerado da ao filme aquele lado de comic que o filme quer ter. Existe a possibilidade do filme pensar em ser um franchising mas tinha de ter outros resultados.

A historia segue um anão, padrasto de adolescente recatado que apos descobrir que tem uma doença terminar aborda o patrão para o ajudar mas acaba por se transformar num mutante com poderes inacreditaveis que o faz ser um justiceiro.

O argumento do filme trabalha apenas para o lado comico e rebelde, colocando totalmente de lado a coesão da historia para esse efeito. Ja vimos esta irreverencia noutros filmes com mais funcionalidade. Tem bons momentos comicos mas nao e propriamente uma abordagem original.

Na realizaçao temos Macon Blair que brilhou na estreia em SUndance e que surge mais uma vez com a rebeldia, com mais meios, e acaba por ter o filme que quer, com as imprefeições pensadas para dar esta estetica ao filme. Para ja e apenas um rebelde mas tem momentos para mais.

NO cast temos DInklage a fazer uso do seu lado estetico para o filme, um Tremblay a tentar ser adulto e uma serie de outros conhecidos em bonecos proprios em personagens redutoras, ou seja, apenas bonecos.

O melhor - A rebeldia comica


O pior - Ja vimos isto com mais sentido


Avaliação - C+

Wednesday, October 08, 2025

Fantastic Four: The First Steps

 Depois de duas tentativas totalmente frustradas eis que a Marvel, pela primeira vez com a assinatura da MCU tenta tornar vivo o fenómeno Fantastic Four integrado no projeto maior, com um elenco cheio de figuras de primeira linha e a tentativa de alterar o rumo da saga no cinema. Com essa expetativa criticamente as coisas até correram bem com boas avaliações, sendo que comercialmente o resultado nos EUA não foi fantástica mas o resto do mundo deu finalmente a saga o reconhecimento esperado, sem nunca ser explosivo.

Sobre o filme podemos começar por analisar o que resulta, o estilo visual vintage, levando o filme para uma realidade estética que vai buscar os primórdios dos desenhos animados, é muito bem escolhida, e acima de tudo o primor técnico de Galactus que faz a ultima sequencia ser brutalmente forte, principalmente vista numa sala com qualidade.

O que não funciona, a narrativa de base, pouco construída, tudo pela rama nas personagens apenas dotadas de características fruto de cliché, pouco humor e acima de tudo tudo demasiado robotizado para um filme que tinha de ter mais alma, mas acima de tudo mais qualidade na narrativa, principalmente assumindo o papel de ancora do que vem depois em termos de MCU, e ai o filme fica muito aquém em conteúdo com um enredo demasiado simplista para o que se poderá seguir.

Ou seja um filme algo estandardizado para apresentação, já que o filme não consegue perder muito tempo a apresentar o grupo, limitando-se a um curto flashback, sendo que a narrativa parece na maior parte do tempo transitória para o que vem em seguida do que propriamente alimentar em si o filme que nos parece algo básico para o tamanho que o filme tentou ter.

A historia fala-nos do grupo mais conhecido da Marvel, a sua origem e acima de tudo a luta no confronto contra um destruidor de planetas de tamanho inacreditável e a sua ajudante Silver surfer na tentativa de proteger o filho de dois dos seus elementos.

O argumento do filme é demasiado simples para ser introdutório, mas a narrativa central também parece algo vazia para alimentar um blockbuster. As personagens são demasiado superficiais na maior parte do tempo, não existindo muito para alem dos clichés já conhecidos de cada um deles.

Na realizaçao a aposta vintage é visualmente forte, Shakman é um realizador com muito sucesso na televisão que agora teve a seu cargo um filme de montra que consegue dar um teor próprio na escolha vintage da moda, com efeitos de primeira linha, mas pouco risco.

No cast a escolha dos interpretes do grupo é competente sem ser  totalmente potenciado nas personagens pouco trabalhadas e maioritariamente limitadas, o que não faz com que as personagens cresçam principalmente em termos de MCU. Acaba por ser Kirby que tem os melhores momentos, sendo que os restantes ficam algo presos ao boneco.


O melhor - O lado estetico vintage da produçao.

O pior - Demasiado básico no argumento


Avaliação - C+

Monday, October 06, 2025

Steve

 


Depois do Oscar de melhor ator obtido em Oppenheimer e enquanto prepara a conclusão da serie Peaky Blinders Murphy dedicou a sua carreira em duas colaborações com o realizador belga Tim Mielants, que o ano passado passou despercebido mas neste ano surgia na lista de produções Netflix na corrida pelos prémios. Criticamente Steve teve uma mediania competente que pode ser suficiente para alimentar a curiosidade dos espetadores, assinantes da Netflix mas insuficiente para prespetivas de prémios. Comercialmente os produtos da Netflix normalmente são mais comerciais dai que possa ter algumas dificuldades.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo consegue fazer-nos transportar para uma realidade de um reformatório a um nível de exagero que faz vincar a posição da dificuldade. O filme é caótico com uma sucessão de acontecimentos que nos deixa sem respiração em mais de hora e meia intensa que nos leva quase a não respirar enquanto acompanhamos o personagem.

Onde o filme falha e tentar fazer tudo muito rápido, ao não ir ao de longe na personagem e principalmente nas historias de vida dos menores o filme perde o impacto de muito deles. O relato final não tem o impacto emocional que quer ter porque fica a ideia que os mais esquecidos ate se esquecem de alguns miúdos principalmente quando o filme se foca em Shy.

Por tudo isto mesmo sendo um filme impactante, originalmente abordado, onde o caos que se quer transmitir preenche o ecrã, fica a ideia que por vezes existia espaço para ir mais fundo em muitas historias num filme maior, e que talvez não tevesse de dar protagonismo maior a uma historia em si. E um filme sobre historias de vida e sobre uma missão competente mais demasiado explosivo.

A historia fala de um reformatório e a vida de um diretor no dia em que tem uma reportagem no seu interior, onde os problemas dos menores ganham particular intensidade e quando descobre que o colegio vai ser vendido, tudo num so dia.

O argumento do filme é forte naquilo que é a concentração de acontecimentos para um filme deliberadamente caótico. Inteligente na escolha dos problemas, excelente final, mas fica muito por abordar e isso acaba por saber muitas vezes a pouco.

Mielants tenta aos poucos ganhar visibilidade da carreira neste apoio com Murphy. O filme tem uma abordagem original que acaba por vezes por ser abandonada tornando o filme mais normal. Não e uma abordagem artística mas nota-se tentativa de pelo menos ter alguns momentos assim.

No cast Murphy pos oscar demonstra intensidade, recursos num bom papel depois de ter atingido o olimpo. Um filme consistente, dependente da sua interpretação, embora por vezes fique a sensação que o abismo devia ser mais impactante. Os desconhecidos menores encaixam no papel que cada um acaba por ter


O melhor – O caos

O pior – Muitos menores ficaram reduzidos a uma ideia


Avaliação – B-

Sunday, October 05, 2025

Play DIrty

 A grande aposta da Prime para a entrada na primavera acabou por ser esta comedia de ação sobre roubos e golpes muito trabalhados, com um argumentista e realizador de grande sucesso e com um bom cast, que surpreendeu pelo facto de ir diretamente para streaming, tendo em conta o sucesso de Black foi tendo ao longo dos anos. Criticamente a mediania do projeto não correu bem, sendo que comercialmente o filme poderia ter mais impacto, ficando a clara ideia que o realizador e principalmente o interprete principal, se encontra atualmente um pouco ultrapassado.

Eu confesso que sempre gostei bastante da forma descontraída e do humor subtil que Black dá aos seus filmes com apartes e diálogos comicamente muito razoáveis e imprevisíveis na forma como se desenvolvem, mas o seu desaparecimento durante vários anos fez pensar que a sua criatividade possa estar algo escassa e esse filme acaba por demonstrar um pouco isso, o estilo está lá mas o humor dos diálogos aparece de longe a longe e a expetativa em torno do filme sai claramente defraudada.

A narrativa é a comum no filme de assaltos, um grupo, uns vilões, um desígnio e uma serie de twist que são mais do mesmo no estilo do filme, o qual ficaria refém da forma onde BLack normalmente melhor funciona que é no humor dos diálogos, mas aqui as coisas também não são brilhantes. Fica a clara ideia que o filme tenta, é esforçado neste parâmetro mas o resultado fica sempre aquém do que se esperaria no impacto junto do espetador.

Resulta assim um mediano filme de ação, com meios, com sequências que deveriam ser menos exageradas por vezes, principalmente num filme para streaming, mas que trás pouca, ou mesmo nenhuma novidade. O filme quer ser uma comédia e um blockbuster de ação, mas o estilo acaba por ser ultrapassado e o filme fica com a sensação clara de não ter o impacto que julga ter.

A historia fala de um grupo de assaltantes que tenta antecipar um golpe a um grupo rival, num jogo do gato e do rato com muitos twists à mistura.

O argumento do filme na base exagera nos twist e nas linhagens narrativas e em termos de personagens é algo limitado. Blake tem alguns rasgos no habitual lado mais cómico dos diáogos mas curto para levar o filme para patamares maiores.

Blake e um argumentista de muito sucesso que foi competente no seu registo quando tentou ser realizador, com filmes próximos do publico, engraçados e originais, mas que aqui tenta exagerar na dimensão de algumas sequencias sem ter o lado artistico dos mesmos. E uma fase descendente que o filme espelha por completo.

No cast Whalberg repetiu o mesmo papel vezes interminaveis no maior numero de filmes e aqui é mais do mesmo. AO seu lado temos uma Salazar latina de segundo nivel e um Stenfield que não conseguiu impulsionar a carreira como era expectável.


O melhor - Alguns momentos do diálogo tipico de Black

O pior - Isso ser quase rudimentar nas mais de duas horas de filme.


Avaliação - C

Friday, October 03, 2025

Highest 2 Lowest

 Todos conseguimos olhas para a filmiografia de Spike Lee e constatar a forma como o mesmo sempre mostrou interesse no cinema asiatico já existindo alguns remakes que normalmente é um espaço onde tem mais dificuldade de fazer imperar o seu estilo. O classico de Kuruzawa foi a nova aposta, dentro da dinamica do RAP afro americano, numa produção Apple +. Exibindo em alguns festivais o filme obteve boas criticas mas a capacidade da aplicação da Apple chegar a massas ainda é curta e o filme ficou com pouca visibilidade.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tem a historia de base com uma roupagem que nos parece não ser propriamente o melhor espaço para a historia funcionar ou pelo menos algumas dinamicas da historia original. A base e conduzida para os espaços onde Lee se sente mais confortavel e isso acaba por funcionar dentro de Nova Iorque, mas acaba por ter demasiados momentos que parecem retalhados so porque Lee quer ser ligado aos seus gostos pessoais.

Este e daqueles filmes que o remake e claramente pior em todos os níveis do que o original, pela intensidade, pelo facto do filme ter uma serie de procedimentos cheios de cliches em que muitas vezes existe a sensação que o filme procura os seus espaços para colocar esses autocolantes mas isso não se desenvolve particularmente com efeito no filme, ficando a ideia que muitas vezes o filme procura essa assinatura mais do que o filme em si.

A tentativa de Spike Lee americanizar os filmes asiáticos já tinham corrido muito mal em Oldboy e aqui fico com a sensação de que também não correu particularmente bem, porque o filme quis ir buscar um Spike Lee com os seus gostos mas isso faz o filme claramente mais fraco porque a historia passa demasiadas vezes para segundo plano.

A historia segue um rei do RAP que tenta fazer uma mudança na sua empresa ate que por engano o filho do seu funcionário e raptado contudo o alvo era o proprio filho do magnata, que conduz a que o mesmo tente perceber quem está por tras de tal esquema.

O argumento do filme até podia ter uma base que desse um bom filme de ação, mas o filme perde-se em elementos completamente decorativos, que fornecem algum lado estetico e de autor mas pouco mais, porque as personagens não crescem e acima de tudo a sensação que tudo no filme se vai perdendo mesmo no tempo dedicado.

Lee como realizador ganhou uma nova vida com Blackkksman que se calhar ja teria morrido de outra forma e aqui volta a um lado mais sombrio. nota-se a forma como tenta fazer os projetos sobre si e menos sobre o publico não encaixando muito dos pontos. O filme sofre essa ligação de elementos pouco proximos e Lee parece mais proximo do final da carreira.

No cast Washington foi sempre um dos elementos mais proximos de Lee tambem pelas convicções politicas, e aqui dá-se ao filme numa personagem estranha que o ator dota de um excesso de tiques desnecessários. Nao e o seu melhor papel e nota-se um lado fora de tom nos ultimos papeis. No resto pouco ou nenhum destaque.


O melhor - A historia de base e forte

O pior - Lee tornar o filme sobre si mais do que sobre a obra


Avaliação - C

Wednesday, October 01, 2025

Relay

 


Existem filmes em Hollywood cujo sucesso fica de tal forma repartido que normalmente aqueles poderiam obter mais ganhos ficam algo esquecidos tendo que remodelar a sua carreira. Este filme traz-nos Mckenzie em mais um thriller, que apesar de ser lançado em 2024 apenas ganhou mais visibilidade este ano com criticas aceitáveis. Comercialmente o filme ficou muito aquém do resultado esperado principalmente estando a falar de um novo filme cujo seu realizador teve claramente um filme bem recebido que marcou a sua carreira.

Sobre o filme podemos dizer que estamos perante um Trhiller intenso, silencioso que acaba por ter na forma de comunicar das personagens o seu melhor momento. No inicio podemos achar o ritmo algo lento, o filme fica demasiado tempo a procura dos preciosismos das personagens até avanaçar para a sua definição.~

A conclusão e o seu twist tem impacto mas fica a ideia que o filme seria algo monocórdico sem ele, pode ser uma estratégia de impacto, mas com duas horas de filme fica a sensação que na maior parte do tempo tudo e algo repetitivo, que com tanto tempo de ecrã podessemos conhecer melhor Ash e as suas ligações.

Por tudo isto um mediano filme de ação, lento, com uma ideia explorada até a exaustão, com um final surpreendente mas com a clara convicção de que o filme e as suas personagens deveriam ter mais vida em todos os momentos. Claro que o twist final lhe da impacto, mas e curto para mais que a mediania.

A historia fala de um individuo que tem como tarefa mediar clausulas de confidencialidade de forma a impedir que algo aconteça com pessoas que tiveram acesso a segredos empresariais que começa a intermediar a negociação de uma jovem com uma grande empresa com ameaças lantentes e presentes de um grupo organizado.

O argumento do filme é simples, tem a ideia da comunicação explorada ao máximo, um twist narrativo impactante mas fica a sensação que as personagens teriam que ser muito mais trabalhadas nos momentos do filme. Com tanto tempo fica a sensação que são desconhecidos.

Mckenzie brilhou em Hell or High Water, embora fique a sensação que o argumento de Taylor Sheridan foi o mais vincado, tornando-se a figura do filme e o que amelhou mais posteriormente. Aqui temos Nova Iorque, um filme intimista com momentos de impacto mas com pouco risco, principalmente num realizador que já teve em galas de oscares.

No cast Ahmed tem impacto e carisma mesmo no silencio que o filme lhe da em demasia no filme. E sobre ele, James tenta encontrar espaço fora do lado romântico, mas a sua personagem esta longe de ser muito trabalhada. Worthingon foi desaparecendo na carreira já que não foi exibindo muitos recursos para alem do herói ou vilão de ação.


O melhor – o twist

O pior – O silencio exagerado da primeira hora

 

Avaliação – C+