Monday, November 27, 2023

Sound of Freedom

 Pode um pequeno filme independente colocar-se em luta com os grandes blockbusters do ano, pese embora pessimas criticas, a resposta é positiva e traduz-se neste particular filme, que o buzz a volta tornou quase o mesmo numa discussão politica extremada como tudo que atualmente acontece nos EUA. Adotado carinhosamente pela extrema direita americana, apostada em transformar o filme em box office star, o certo é que em termos economicos o filme brilhou, mesmo que imagens de salas esgotadas vazias tenham sido vazadas, levando a discussão para o plano de extremismo em redes sociais. Criticamente o filme foi um fracasso total, que o levou a um odio generalizado em face do que politicamente o filme se tornou.

Sobre o filme e colocando todas as polemicas e questões colaterais, podemos dizer que temos um mediocre filme serie B, sobre um heroi de ação sempre com a lagrima no canto do olho, num filme sobre uma realidade forte, mas que para alem disso pouco ou nada distancia dos filmes de Chuck Norris dos anos 80 com a exceçao de termos menos luta e muito mais lagrimas no alegado heroi. De resto interpretaçoes sofriveis, dialogo inexistente e previsibilidade maxima, se o filme e uma adaptaçao real, isso a discusssão fica fora do objeto artistico embora o contamine.

Não obstante de todas estas fraquezas a forma como o filme se tornou um statement policito acaba por ser surpreendente ao qual não é indiferente os cinco anos em que ficou barrado por razões desconhecidas, mas que encaixam bem na medicridade do filme. De louvar essa capacidade de influenciar do filme, pese embora para isso o filme apenas aborde uma tematica esteticamente complicada de uma forma simples e direta.

Ou seja ninguem consegue perceber muito bem no que este filme se tornou. O sucesso fez dele algo que nunca é, já que em termos artisticos e um sofrivel filme de serie b, previsivel, exagerado, muitas vezes pessimo nos detalhes, com um tema sempre forte e emotivo, mas pouco mais. O extremismo de ideias pode ser bem patente na forma como o filme se tornou amado e odiado ao mesmo tempo.

A historia segue um ex agente dos serviços de informaçao americano que desiste da sua profissao para seguir e tentar soltar uma serie de menores escravos sexuais na america do sul, colocando em risco a sua vida pela sua convição moral.

O argumento e quase inexistente para alem da historia, alegadamente real que tem por base. Independentemente da base real, ou não da historia o filme e mal montedo com um excesso de esteriotipos de serie b, uma personagem central completamente indefinida para alem das lagrimas e um unico objetivo o choque emocional.

Na realizaçao Alejandro Monteverde era um desconhecido que teve um projeto indie que poderia facilmente ir parar a uma prateleira de videoclub que viu um filme com todos os defeitos de uma produçao pequena ir parar as bocas do mundo. Teve a fama e o preço da mesma, num filme demasiado extremado para ser bom alicerce para alguma coisa.

No cast Caviezel depois de encarnar jesus na Paixao de Cristo tornou-se num ator algo complicado, colecionando falhanços de segunda linha, e opiniões politicas exageradas. O filme e muito ele, acima de tudo no comentário final, numa interpretaçao que explica o desaparecimento dele enquanto ator, e que fica ainda mais patente quando partilha cenas com um Bill Camp sempre em forma.


O melhor - Um tema pouco assumido no cinema.

O pior - A polemica e o extremismo num filme tão mediocre


Avaliação - C-



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