Friday, November 03, 2023

Pain Hustlers

 Numa altura em que parece que a Netflix colocou em toda a linha a crise dos opioides em cima da mesa, depois de uma serie surge agora um filme com um realizador que ficou associado a saga Harry Potter, e com um elenco de primeiro nivel, acabou por ser uma das apostas comerciais da produtora para este Outono. Comercialmente o filme não funcionou, sendo o seu estilo irreverente influenciado pelo Lobo de Wolf Street não agradou principalmente a critica e o filme acabou por se diluir na biblioteca da netflix.

Sobre o filme é obvio que a crise dos opioides que assola os EUA e um tema muito relevante e tem tudo para ter atenção o problema e que o filme e demasiado irreverente por um lado mas que não detalha quase nada das personagens e mesmo no que diz respeito a uma abordagem mais complexa do problema, servindo as duas horas com maneirismos e exageros, longe de abordar a serio a tematica do filme, o que acaba por desaproveitar o elenco e principalmente o tema.

E obvio a influencia de Lobo de WOlf Street mas o ritmo e a rebeldia com que Scrocese preencheu o seu filme aqui é gasta de uma forma inoqua ja que nunca o filme utiliza isso para potenciar numa narrativa serie. No final o twist torna-se previsivel do primeiro ao ultimo minuto e fica a ideia que nunca conhecemos nenhum personagem apenas o seu boneco.

Mais uma vez a Netflix desaproveita os pontos que são colocados ao seu serviço, num filme com um todos os ingredientes para funcionar, mas são gastos numa receita copiada, mas com muita pouca qualidade principalmente comparado com o filme que serve de guião. Aqui tudo é histerico e inofensivo e no fim acaba tudo por nunca ser capaz de ter o impacto que o filme a determinada altura pensa que vai ter.

A historia fala de dois delegados de propaganda médica de uma empresa de opioides que entram na loucura da prescrição de forma a um enrequicimento sem precedentes mas que coloca em causa todos os valores morais em face das replicações que tal medicamente acaba por ter.

O argumento do filme pouco ou nada potencia uma historia e uma polemica com muitas arestas e muito debate por fazer. O filme prefere perder tempo numa irreverencia e excentricidade dos personagens mais do que entrar no debate, ou mesmo entrar numa discussão sobre o proprio tema. O filme nao tem personagens bem trabalhadas e o estilo descontraido acaba por não ser porpriamente o que melhor encaixa no estilo do filme.

Na realizaçao Yates tem um percurso interessante na tarefa Harry Potter mas depois não tem capacidade para potenciar a carreira fora da saga. Aqui o risco é grande mas a copia de um projeto que funciona quando não consegue se aproximar e um tiro no pe. Novamente não temos um projeto minimamente competente e assim vai sendo diluido a funcionalidade da saga Harry Potter.

No cast Blunt acaba por ser o unico elemento que mantem algum nivel no projeto. Constroi bem as personagens nos diversos momentos, quer de venda do produto quer no drama familiar, mas e mal acompanhada desde logo por um Evans algo monocordico na comedia, e por um Garcia que se limita a estar presente nesta fase da carreira.


O melhor - A crise de opioides e um excelente tema.

O pior - QUe o filme desaproveita por completo num LObo de Wolf Street de baixa qualidade


Avaliação - C-



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