Tuesday, November 28, 2023

Leo

 Num ano em que a Netflix prepara-se para mais uma luta pelos Oscares que a partida parece perdida, eis que surgem os seus outros tiros para outro tipo de categorias, neste caso em disputa para melhor animaçao, com esta produçao de Adam Sandler sobre os animais de estimação/mascote de turmas. Leo estreou sem grande impacto comercial na aplicação, mas criticamente, numa altura em que a animação tem sentido diversas dificuldades em ditar as suas leis, este filme conseguiu resultados consistentes nas avaliações externas.

Sobre o filme, Leo é quase o contrário do que estamos habituados a ver em Sandler, temos uma comedia pacata, com muito valor sentimental e moratório, com diversos easter eggs, que nos dão um interessante e competente filme de animação, que merece sublinhando, não fugindo aos cliches dos filmes dos mais pequenos, e com muitas referências particulares, o filme consegue ser ao mesmo tempo empático com o espetador e cómico para os mais pequenos.

A todos os níveis o filme é interessante nas suas metáforas, todas elas centradas num bonacheirão lagarto idoso, que fruto de ter passados diversos anos a observar menores acaba por ajudar aluno a aluno nas suas características individuais a ultrapassar os problemas, o filme tem tudo o que uma historia para crianças deve ter, principalmente o efeito espelho muito presente.

Por tudo isto Leo, é na animação mais tradicional um dos filmes mais funcionais do ano, com o humor de Sandler moderado, e com um valor moral muito forte fica a clara ideia que é um filme a ver e aprender, com muitos bons apontamentos a transmitir, original na abordagem, algo longo em face da faixa etária que quer abordar, mas que nos faz passar um bom tempo em família, um dos pressupostos fundamentais no sucesso de qualquer filme de animaçao.

A historia fala de um lagarto e uma tartaruga à muitos anos mascotes de uma escola, que acabam por receber uma nova turma, com diversos alunos a passar por momentos conturbados típicos da idade, os quais sofrem com a chegada de uma professora nova com métodos classicos.

Em termos de argumento o filme é muito bem escrito, quer no plano comico e de entertenimento mas acima de tudo na capacidade que o filme acaba por ter de transmitir valores e pedagogia, sempre interessante. Fica a ideia que os momentos musiciais poderiam ser mais diversificados, mas penso que o seu amadorismo é pensado para fazer o filme e o seu registo funcionar.

Na realizaçao a batuta foi entregue a um colaborador do sucesso de Hotel Transylvania, filme com a mesma produçao deste, mas que o filme trabalha bem no plano comico, embora com uma formula muito proxima das produçoes standart das produtoras maiores. Não e o plano que melhor registo trás.

Sobre o cast de vozes, efetivamente Sandler encaixa bem no estilo pausado que a personagem quer ter, e Burr é a companhia ideal, num filme que, no entanto, sublinha mais pelo argumento e pela historia do que propriamente pelo cast de vozes.


O melhor - A pedagogia do filme.

O pior - Algo longo demais.


Avaliação - B



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