Friday, June 30, 2023

Beau is Afraid


 Um dos acontecimentos cinematograficos do inicio do ano foi o lançamento desta peculiar colaboração de Joaquin Phoenix um dos atores mais intensos da atualidade, com Ari Aster um dos mais creativos e diferenciados realizadores do momento. O resultado critico foi positivo embora inicialmente se esperasse mais impacto de uma obra com personalidades tao singulares. Comercialmente as três horas de duração afastaram um pouco o grande publico, e os resultados foram mediocres.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme estranho, um filme longo que nem sempre é obvio. Eu sinceramente nunca fui adepto de um cinema em que o trabalho de interpretação maior fica a cargo do espetador, sendo que o sentido deixa de existir, num estilo próximo e metafórico do que Cronemberg e Lynch fazem, sendo as referências claras do estilo de filme, e mais que isso na forma não linear do que vemos.

Claro que o filme tem uma interpretação brutal de Phoenix que tem o espaço e a liberdade que ele tanto gosta para criar, o filme tem um valor moral associado a vinculação, mas o trajeto e longo, maioritariamente sem sentido, mesmo que alguns segmentos sejam trabalhados com arte de bem filmar, e com abordagens diferenciadas, fica a ideia que o filme tem bons segmentos, mas a cola que une, não é propriamente a melhor.

Por tudo isto Beau is Afraid é um filme estranho, que começa com um bom segmento de caos, mas que quando se desenvolve percebe que tudo vai ser metaforico e que não vamos ter respostas para o que queremos explicar, porque so vamos perceber que se trata de uma fabula de uma relação mãe filho que levou a um disturbio de ansiedade do personagem central.

O filme fala de um individuo com ansiedade e medo associado a relação intensa de vinculação que teve com a progenitora que embarca numa ode estranha de forma a tentar chegar ao funeral da mãe, falecida num peculiar acidente.

O argumento do filme ao ser metafórico torna-se na maior parte do tempo completamente incompreensivel, mesmo com os momentos insolitos e artisticos que tem. Com tres horas de duração, um argumento tão disperso não faz o filme funcionar.

Aster e um dos novos meninos bonitos do cinema atual, pelo seu risco, e acima de tudo a formula que segue, apenas ao alcance dos mais corajosos. Concetualmente e visualmente detalhado, temos bons momentos de realizaçao, que o tornam numa figura a seguir, mesmo que em termos de estilo, possa sempre nunca ser alguem unanime.

No cast Joaquin Phoenix esta na sua praia, num autentico monologo de interpretaçao ao longo de três horas, que denota todos os seus atributos. Este tipo de papeis abertos no entanto parece simples para alguem com estes recursos, os quais sao explanados e denotam bem o grau de diferenciado que ele é, numa atuaçao completamente a solo.


O melhor - O primeiro segmento caótico do apartamento.

O pior - Três horas para poucas respostas


Avaliação - C

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