Ao longo destes ultimos meses de premios e de preparação para os Oscares existiu um filme internacional que mais uma vez conseguiu se colocar entre as grandes produções e os grandes favoritos. Tratou-se de este filme Japones que surpreendeu no ultimo festival de Cannes e conseguiu no final, fruto de uma excelente receçao critica ser a grande surpresa na nomeação aos oscares conseguindo conciliar para alem da nomeação para melhor filme, as nomeações para argumento, realizador e filme estrangeiro. Do ponto de vista comercial estas nomeações permitiram uma visibilidade que de outra forma seriam impossiveis.
Sobre o filme, podemos dizer que olhando para aquilo que outros filmes internacionais que conseguiram os mesmos feitos nos deram este e claramente um filme inferior em todos os atributos menos na duração, onde as tres horas de duraçao a ritmo baixo é algo que o torna excessivamente lento e acima de tudo vai cortando alguma da ligação que surge entre espetador e o proprio filme. Normalmente as tres horas de filme e sinonimo de qualidade e de força neste caso acaba por nunca o ser.
O filme tem bons momentos embora fique a ideia que os explore ate ao limite, a introdução de quase quarenta minutos espelha bem o que vamos ver em seguida, ou seja dialogos concetuais interminaveis, com o pano de fundo de uma peça de teatro e os seus atores e personagens e um carro. Fica claramente a ideia que o filme funciona muito melhor na relação entre protagonista e motorista do que em qualquer outro segmento, sendo quase sempre um filme silencioso mesmo no conflito.
Por tudo isto, e tendo em conta que os filmes internacionais sao usualmente formas novas de fazer cinema com vigor sai da maratona cinematografia que acaba por ser Drive My Car desiludido, sem ter atingido grande parte dos atributos que lhe estão associados, mesmo aceitando uma realização com qualidade e uma abordagem extenssissima do que acaba por ser o luto a longo prazo.
A historia fala de um ator e autor de teatro e da sua relação com a esposa, ate ao momento em que esta acaba por falecer e ele embarca para a produçao da sua peça em Hiroshima tendo ai que encontrar alguns fantasmas do seu passado e acima de tudo uma motorista bastante particular.
No argumento muito valorizado, e indiscutivel a exaustao da forma como os temas sao abordados e a riqueza de alguns dialogos. Na historia de base parece sempre demasiado lume brando o que acaba por tirar totalmente o impacto da historia e do que ela quer transmitir pelo menos no volume desejado.
O ponto em que eu penso que o reconhecimento que o filme obteve acabou por ser mais justo foi no trabalho do realizador Ryuseke Hamaguchi, que realmente acaba por ter um trabalho concetual, de personagens e de contexto com alguma beleza, mas longe dos objetos de arte que já surgiram este ano. Ficara registado o seu nome neste ano embora tenha dificuldades em deduzir que sera o inicio de uma carreira de referencia.
Em termos de cast os atores japoneses tem usualmente uma formula muito particular de interpretar, o que leva a alguma perceção de falta de emoçao, claramente cultural. NIshijima tem o filme a seu cargo com alguns bons momentos mas insuficientes para grandes sublinhados.
O melhor - Alguns dialogos com uma profundidade emocional maxima.
O pior - Tres horas de duração em lume demasiado brando para ter grande impacto.
Avaliação - C
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