Quase quarenta anos depois de um estilo de cinema tonto e declaradamente absurdo ter reinado no espectro de comedia americana eis que surge um remake, com protagonistas de primeira linha e a tentativa de recuperar um género perdido. Criticamente o regresso ao passado até correu bem com avaliações positivas, sendo que comercialmente nos EUA as coisas deixaram antever melhores resultados do que realmente se concretizou no mundo inteiro principalmente pelo destaque da relação Neeson e Anderson.
Sobre o filme podemos começar por dizer que tem o estilo base dos filmes originais, pouco argumento muita imbicilidade, ficando com a sensação que existe determinado tipo de piadas que ficou com o tempo, outras que continuam a resultar. Fica a ideia que Neeson ate encaixa no estilo do filme mas tudo o resto parece recurso de um humor ultrapassado, que chama a nostalgia mas pouco mais.
Quem acha que o filme tem a capacidade de entusiasmar principalmente como Aeroplano ou mesmo Ases Pelos Ares teve no seu tempo, esqueçam. O filme tem momentos que nos faz recordar esse humor, mas se calhar o tipo de historia e abordagem não consegue ter o impacto que em outros momentos teria. O mundo mudou, e o humor alterou por completo. Fica a sensação que o filme poderia e deveria ser mais que apenas absurdo, mas nao o consegue ser.
Por tudo isto temos um produto mais nostalgico do que fantastico, claro que o aparato e idiotice de muitas situações nos fazem bem. Claro que em muitos momentos achamos que o tempo daquele estilo de humor foi ultrapassado, mas acima de tudo chegamos facilmente a conclusao que ainda conseguimos rir em filmes que nao tem a ambiçao de ser nada mais que isto.
A historia segue a base do filme original, com o filho da personagem central, com a mesma estupidez, o mesmo tipo de crime, o mesmo tipo de humor, e pouca logica. E um daqueles filmes que nos faz pensar no passado, mesmo que no fim traga muito ou quase nada de novo
A despesa do argumento do filme centra-se na capacidade de fazer rir e aqui o sentimento é misto. No lado fisico e absurdo o filme consegue em espaços esse ponto, mas tem dificuldade na consistencia de outros momentos. Nao e um filme com grande historia e dialogo totalmente dependente do seu humor.
Na realizaçao, apesar de Schaffer ter um percurso rico, original aqui tem essa preocupação de fazer o humor e o cinema recuar muitos anos. Pouco risco, muito humor de camara mas acima de tudo a sensação de dever cumprido, mais que qualquer outro elemento.
No cast temos um Neeson que nao e confortavel no humor, mas o filme joga com isso, uma Anderson a procura de tempo de ecra, em modo automatico e pouco mais. Neeson não é nem nunca será Nielsen, mas acaba por encaixar no seu lado sem jeito
O melhor - O saudosismo
O pior - A real perceção de que a graça mudou.
Avaliação - C+

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