Monday, September 29, 2025

Honey Don't!

 Depois da separação dos irmãos Cohen, Ethan normalmente mais associado aos argumentos das obras decidiu entrar numa carreira a solo com filmes pequenos, com muito dialogo paralelo e com elencos interessantes. Este segundo filme consecutivo contudo teve longe de ser propriamente um sucesso. Criticas demasiado medianas para o peso de um irmão Cohen e comercialmente quase inexistente mesmo tendo em conta um elenco recheado de figuras em ascensão.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tem uma assinatura principalmente se formos buscar o filme anterior do realizador. Temos um estilo narrativo com uma intriga policial, pouco ou nada interessante ou surpreendente que mais não é do que um pretexto para ir atrás de diálogos continuados, muitas vezes sem grande sentido, com algum humor mas totalmente descontextualizado de algum tronco comum.

Por tudo isto é fácil perceber que os elementos diferenciados artísticos do filme se centram essencialmente no spot de apresentação do filme e depois uma serie de acontecimentos sem grande logico com muitos dos desvaneios do seu criador sem que isso seja particularmente interessante ou trabalhado para aquilo que o filme depois se quer tornar.

Enfim um projeto pequeno de alguém que tem tido muita dificuldade em conseguir encontrar o seu rumo sem o irmão, mais +maduro. O filme é rebelde, imaturo, que tenta uma graça muito presente mas que nem sempre consegue. Fica mesmo a ideia que em muitos desses momentos o filme se perde de uma narrativa policial simples, mas que desaparece nos desvaneios do filme.

A historia fala de uma pequena cidade com as suas especificidades no qual se percebe a ocorrência de uma serie de assassinatos que começam a ser investigados por uma detetive privada que se emaranha rapidamente pessoalmente com os diversos intervenientes.

O argumento do filme é um conjunto de tentativas de humor pelo diálogos que deixa o filme vazio e órfão de uma continuidade. As personagens não existem fora desse plano e o filme procura demais a eloquência e pouco a objetividade. Este rumo parece curto para alguém que já teve tantos filmes trabalhados de sucesso.

Na realização Ethan tem menos competência estética do que o seu irmão e isso é claro, e os filmes são mexidos mas pouco mais. Fico com a clara ideia que sente-se mais confortavel no argumento e coloca todas as fichas na sua eloquencia neste ponto, mas nem sempre com sucesso.

No cast temos um elenco com diversas figuras em boa forma, Qualey não tem o seu melhor trabalho, monocordica, numa personagem desinteressante. O filme aposta tudo num lado mais patetico de Evans que e demasiado caricaturado. Apesar do bom elenco nao e propriamente um filme de boas interpretaçoes.


O melhor - Algumas conversas paralelas podem funcionar

O pior - O filme nunca funciona em si


Avaliação - D+

Sunday, September 28, 2025

Weapons

 O terror passa por uma fase hiperativa com diversos projetos a ser lançados quase todas as semanas com estilos e abordagens diferentes. Se existe filme que chamou a atençao critica foi este Weapons de tal forma que ja se fala num spin off ou seja num regresso aquele mundo. Criticamente as coisas nao poderiam correr melhor com avaliaçoes incriveis para um filme de terror que conduziu mesmo a algumas apostas em premios. COmercialmente os resultados mundiais impulsionados pelo fulgor critico tambem funcionaram e este foi sem duvida umas das maiores revelaçoes do ano.

Sobre o filme o mesmo tem uma organização em camadas que torna o filme impactante do ponto de vista do desenrolar narrativo, aos poucos jamos tendo respostas pequenas a cada inquietaçao e isso faz com que o filme conete-se de uma forma muito proxima do espetador. Muito interessante esta organização narrativa que lhe da um efeito surpresa constante muito intenso no resultado final.

Esteticamente o filme tambem e irrepreensivel quer na forma infantil de correr dos menores, quer da forma de ataque dos possuidos, ao sangue totalmente levado ao limite nas mortes, mas acima de tudo, e com mais impacto a forma como a personagem central e epicentro de tudo acaba por dar imagens assustadoras iconicas que muitas vezes acabam por ser o coraçao de um filme de terror.

Ou seja um bom filme, que se calhar merecia mais explicaçao, dai que se fale ja do filme que explique a origem de GLadys porque esse ponto fica por trabalhar. Intenso, forte, com um terror claro e daqueles filmes que conjuga bem os elementos todos, mesmo que na base narrativa nao seja particularmente diferente da maior parte dos filmes de terror que todos os anos sao lanmçados.

A historia segue uma pequena comunidade em que diversos menores de uma turma desaparecem misteriosamente e diferentes elementos da comunidade tentam encontrar a razáo para tal, num filme visto de diversas prespetivas ate a revelação final.

O argumento do filme na base nao e particularmente diferenciado, a resposta a ausencia e a esperada num filme de terror de estudio e pouco mais. O que funciona e a realizaçao e o que o filme escolhe para revelar a cada momento. Nao e no argumento que o filme tem as suas virtudes mais significativas.

Na realizaçao Zach Cregger ja tinha sido convincente em Barbarian e agora tem um sucesso maior. A sua escolha no modelo de contar a historia e o seu grande segredo e resulta totalmente na forma que o filme quer ter. Esteticamente a vilã tambem e muito bem criada e isso e muito forte para o impacto do filme.

No cast temos um conjunto de atores competente, intenso que preenchem bem os seus espaços e dao ao filme um lado mais adulto e competente que a maioria dos filmes do genero. Claro que o destaque vai todo para a construçao de AMy MAdigan uma atriz conhecida dos anos 80 que desapareceu e que surge aqui com um iconico aparecimento que lhe vai merecer atençao ao longo do ano.


O melhor -A segmentaçao do filme.

O pior - Falta algumas (muitas) respostas ao porque de tudo o que vimos


Avaliaçao - B

Saturday, September 27, 2025

One Battle After Another

 Um dos acontecimentos do ano surgiu em Setembro, concretamente o regresso de Paul Thomas Anderson com um elenco de primeira linha e um filme que rapidamente conseguiu chamar a si a unanimidade critica e dos espetadores, tornando-se no imediato no primeiro front runner da corrida aos Oscares. Comercialmente os primeiros dados sao coerentes sem serem fantasticos mas suficiente para alimentar a grande corrida que tem pela frente.

Sobre o filme podemos dizer que temos em todos os elementos cinema de um primeira linha, nao e propriamente um filme que começa com uma capacidade imediato de seduzir o espetador o qual pode achar o primeiro ano algo desligado, mas quando coloca o pe no aceleradador ficamos presos, poderiamos ficar mais tempo e temos uma obra prima que nos cativa nos momentos centrais e nos colaterais como poucos conseguem ter.

Parece um filme distante, caotico, mas e um filme de detalhes, na ironia, na satira na forma como em pequenas coisas e disruptivo, na forma como consegue ironizar com muitos dos temas atuais, como racismo, ativismo e mais que tudo na forma como consegue ser uma abordagem original e comica seria sobre tudo isso.

E um daqueles filmes que nos custa ligar, mas quando o click ocorre ficamos presos a tudo. Um dos filmes dos ultimos anos com mais competencia nos diferentes aspetos. Nao sei se vai ganhar os oscares mas faz tempos que um filme nao colocava no inicio da corrida a fasquia tao alta aos seus concorrentes. Uma obra prima.

A historia fala de um conjunto de pessoas que tem de se separar para tentar que os elementos de grupo ativista/criminoso seja encontrado por um estado oprimido, ate que um pequeno apontamento retoma a caça aos seus elementos por parte do sistema,

O argumento e brutal do primeiro ao ultimo minuto, cada dialogo, cada momento e insolito, original, cheio de significado e conseguimos mesmo perceber onde quer chegar. Comico, original, ritmado ANderson voltou a conseguir os elementos mais fortes de MAgnolia num filme so, disruptivo e atual.

Na realizaçao nos ultimos tempos percebi sempre que PTA arriscava pouco, mas neste filme assume a batuta tornando a camara um interprete essencial. Sempre com a musica ligada e uma obra de referencia e talvez o melhor trabalho como realizador de PTA

O cast e inacreditavel, um trio de atores do melhor que HOllywood tem ao seu melhor nivel. Penn e quem explode no filme a sua personagem e os seus maneirismos sao iconicos e valerao garantidamente a nomeaçao. DiCaprio e versatil com recursos interminaveis ao seu melhor nivel, pode perder algum impacto porque as cenas de Penn sao melhores. Del toro e a batuta do filme sem tanto espetaculo mas e a serenidade de atores a ocuparem a um nivel inacreditavel o seu melhor espaço.


O melhor - A unicao de todos os elementos de excelencia

O pior - Fica a sensaçao que quase tres horas e pouco tempo


Avaliação . A-

Wednesday, September 24, 2025

Swiped

 Nos ultimos anos tem surgido alguns biopics instantâneos sobre figuras dos ultimos tempos, que normalmlente são filmes feitos sustentados no merito dos seus intervenientes mas que lançam a curiosidade entre os adeptos do cinema. Este é um filme pequeno direcionado para a hulu com um elenco de segunda linha que teve criticas medianas sem grande entusiasmo, acabando por ficar algo esquecido se o objetivo era sublinhar a possibilidade do empowerment feminino na sociedade atual.

Sobre o filme parece claro que é sempre interessante perceber o crescimento e a historia de alguns icons da sociedade moderna e de algumas ideias que tiveram sucesso. O filme acaba por ser interessante nessa dinamica da construção de uma aplicação intima sem regras e os debates que ai existem e nesse particular ponto a historia de Withney Wolfe é bastante interessante. 

O que falha no filme é tudo o resto, as historias pessoais e as personagens, parece sempre ser um conjunto de cliches com bons e maus da fita declarados, demasiado obvio em alguns atalhos, onde poderá ter sido relevante o facto do filme não ter tido a colaboração da personalidade por motivos juridicos. Por tudo isto fica a ideia que muitos dos pontos do filme são demasiado vazios ou vagos e isso acaba por ser curto para o filme.

Por tudo isto temos um filme que acaba por ser algo simplista para um biopic dos nossos dias na forma de contar a historia. Percebe-se que muito e novelado para ter uma maior impacto no feito da personagem e o rigor nem sempre acompanha a historia. Os feitos são relevantes, principalmente a disucssão de principios mas fica sempre a ideia de um telefilme de segunda na base narrativa de si proprio.

A historia trás-nos até Whitney Wolfe uma das pessoas que idealizou o Tinder, mas que acabou após uma controversia relacional com os seus colegas por sair e tornar-se a imperadora da Bumble e do imperio Badoo, tornando-se numa das mais jovens bilionarias mulheres da historia.

O argumento do filme tem por base acontecimentos reais facilmente consultados na Wikipedia e dá-lhe alguns contornos de novela juvenil que acaba por ser muito curto para um biopic, principalmente tendo em conta a dificuldade que o filme tem de fazer crescer as personagens secundárias.

Na realizaçao o projeto e assinado por Rachel Lee Goldenberg uma realizadora desconhecida até agora ligada a conceitos de televisão de resultado comercial moderado. O filme e abordado essencialmente como um telefilme tornando-o algo pequeno para um biopic. Nota-se as preocupações de genero mais pouco mais, num projeto se calhar maior que a sua timoneira.

No cast James tenta crescer em filmes mais pequenos depois de ter passado um pouco o seu lado mais comercial. E capaz, tem presença mas a personagem e algo linear. Nos secundarios Stevens irreconhecivel e demasiado caricatura e os restantes sofrem de personagens pouco trabalhadas.


O melhor - A historia em si da personalidade.


O pior - A incapacidade do filme em preencher de forma capaz o seu desconhecido.


Avaliação - C

Monday, September 22, 2025

Eden

 Com um elenco de luxo, cheio de algumas das maiores estrelas, principalmente femininas da atualidade, eis que este filme acabou por desaparecer em termos mediaticos, atrasando a sua estreia um ano depois de criticas medianas, num filme que muitos pensaram que poderia ser um candidato a premios. COmercialmente o atraso de um ano acabou por ser muito nefasto para os objetivos do filme acabando por ser um desastre principalmente tendo em conta o naipe de protagonistas em causa.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme com uma historia sobre conflito de pessoas como forma de sobrevivencia nisso o filme é interessante, embora inicialmente algo confuso na forma como apresente a sua premissa e personagens, quando entramos nas personagens as coisas correm muito melhor e o filme acaba por ganhar ritmo e acima de tudo tornar-se num trihller com muitas intrigas com o particular destaque de ser um filme baseado em historia real.

E um filme que poderia ser maior fica a sensação que por vezes, Howard se esconde nos seus personagens o que normalmente nao e muito comum num realizador com tanto historial. Pode ser cansaço, mas fica claramente a ideia que o filme acaba por se esconder na intriga. Mesmo assim fica a sensação que mesmo este howard algo reformado acaba por ter impacto, e nao fosse as opinioes politicas anti hollywood poderia continuar a ser um destaque de priemira linha.

Por tudo isto um filme corajoso, com algumas valencias qualitativas principalmente na forma como as personagens crescem com os seus interpretes. Nao e daqueles filmes que nos convença de inicio mas torna-se competente. Nao e uma obra de referencia mas num periodo em que muitos outros filmes ficam aquem da qualidade minima fica a ideia que este filme deveria ter tido muito mais atençao.

A historia segue uma comunidade que se criou numa ilha dos galapagos que apos criar a ambiçao das pessoas deprimida no pre guerra acaba por conduzir a uma guerra de personalidades sob a forma de convivencia.

O argumento do filme acaba por nao ser propriamente muito trabalhado em dialogos, mas acaba por colocar as personagens nos espaços concretos para fazer o filme funcionar. Tem capacidade de criar intriga e planos mas fica a sensação que poderia ser ainda mais impactante.

Howard e um realizador experiente de primeira linha, sempre com uma capacidade unica de tornar os filmes convincentes principalmente com menos meios. Esta numa fase descendente e nao e propriamente o momento mais vistoso em termos visuais mas sempre competente.

No cast temos um cast recheado de atores de primeira linha sendo que Law e Armas sao os que tem personalidades mais vincadas em bons papeis para ambos. Os restantes dao um elenco forte, dos melhores dos ultimos tempos, mas sem tanto destaque.


O melhor - A capacidade do filme inventar intrigas

O pior -Visualmente poderia ter sido mais impactante


Avaliação - B-

Thursday, September 18, 2025

Nobody 2

 Quatro anos depois deste peculiar filme com Bob Oderink ter-se tornado num sucesso critico e mesmo comercial, numa especie de John Wick familiar eis que surge a sua natural sequela, sempre presente em projetos com algum tipo de impacto. Criticamente as coisas não correram tão bem neste segundo capitulo com avaliações ligeiramente mais divididas e comercialmente os resultados tambem baixaram ainda que o suceddo do filme nunca foi totalmente sustentado no seu impacto comercial.

Sobre o filme podemos dizer que se trata de um filme que não ter o caracter surpresa que funcionou bem no primeiro filme, mas que acabou por se tornar mais previsivel, usando do lado familiar pacato como balanço em tudo o que se segue. E um filme rebelde, com um sentido de humor ligeiro, mas muito do impacto do primeiro filme perde-se porque sabemos de uma forma mais clara o que vamos encontrar nos diversos momentos do filme.

Em termos de historia pouco trabalho, basicamente o filme quer dar vilões muito maus para ter muitas sequencias de ação e algumas explosões e mortes esteticamente trabalhadas. Oderink funciona nos dois estilos tornando o filme pouco pensado, mas fica a sensação que de grosso modo a maior parte dos apontamentos que o filme tem foram gastos no primeiro filme, sabendo este a pouco na sua parte central.

Claro que existe datas para preencher e que este tipo de filme tem sempre uma serie de seguidores, mas fia a sensação de algum desuso, em que a baixa de valor comercial poderá conduzir a um desaparecimento gradual. Claro que este filme coloca atores, principalmente em piores momentos de forma no ecra, nao exige muito e acaba por ser tipo pastilha elastica, de uso rapido.

A historia segue o protagonista, novamente ligado ao seu trabalho enquanto continua com os problemas familiares. De forma a descansar embarca numa viagem de ferias familiar mas tambem aqui o designio e a proteção surge que o leva ao trabalho habitual.

Este tipo de filmes sao um pouco vazios na essencia, nos dialogos e mesmo nas personagens, basicamente e um motivo para confrontos e o filme tem muito, sem grande trabalho de preparação. nao e um estilo dependente do argumento.

Na realização Naishuller foi substituido por Tjajhanto um realizador ate ao momento associado à NEtflix de ação que muda um pouco o lado estetico do filme. O filme e esteticamente inferior que o seu antecessor mesmo na utilização da imagem de Oderink, mais sonoro mas mais pequeno num realizador que necessita de provar mais.

No cast Oderink funciona neste estilo bruto frouxo que o filme lhe quer dar embora com pouca palavra, parte onde interpretetivamente o ator e mais forte. Nos secundarios Sharon Stone so pelo icon e pouco mais.


O melhor - E daqueles filmes que se vê facilmente.


O pior - O lado de entertenimento do primeiro mas claramente inferior


Avaliação - C





Wednesday, September 17, 2025

The Naked Gun

 Quase quarenta anos depois de um estilo de cinema tonto e declaradamente absurdo ter reinado no espectro de comedia americana eis que surge um remake, com protagonistas de primeira linha e a tentativa de recuperar um género perdido. Criticamente o regresso ao passado até correu bem com avaliações positivas, sendo que comercialmente nos EUA as coisas deixaram antever melhores resultados do que realmente se concretizou no mundo inteiro principalmente pelo destaque da relação Neeson e Anderson.

Sobre o filme podemos começar por dizer que tem o estilo base dos filmes originais, pouco argumento muita imbicilidade, ficando com a sensação que existe determinado tipo de piadas que ficou com o tempo, outras que continuam a resultar. Fica a ideia que Neeson ate encaixa no estilo do filme mas tudo o resto parece recurso de um humor ultrapassado, que chama a nostalgia mas pouco mais.

Quem acha que o filme tem a capacidade de entusiasmar principalmente como Aeroplano ou mesmo Ases Pelos Ares teve no seu tempo, esqueçam. O filme tem momentos que nos faz recordar esse humor, mas se calhar o tipo de historia e abordagem não consegue ter o impacto que em outros momentos teria. O mundo mudou, e o humor alterou por completo. Fica a sensação que o filme poderia e deveria ser mais que apenas absurdo, mas nao o consegue ser.

Por tudo isto temos um produto mais nostalgico do que fantastico, claro que o aparato e idiotice de muitas situações nos fazem bem. Claro que em muitos momentos achamos que o tempo daquele estilo de humor foi ultrapassado, mas acima de tudo chegamos facilmente a conclusao que ainda conseguimos rir em filmes que nao tem a ambiçao de ser nada mais que isto.

A historia segue a base do filme original, com o filho da personagem central, com a mesma estupidez, o mesmo tipo de crime, o mesmo tipo de humor, e pouca logica. E um daqueles filmes que nos faz pensar no passado, mesmo que no fim traga muito ou quase nada de novo

A despesa do argumento do filme centra-se na capacidade de fazer rir e aqui o sentimento é misto. No lado fisico e absurdo o filme consegue em espaços esse ponto, mas tem dificuldade na consistencia de outros momentos. Nao e um filme com grande historia e dialogo totalmente dependente do seu humor.

Na realizaçao, apesar de Schaffer ter um percurso rico, original aqui tem essa preocupação de fazer o humor e o cinema recuar muitos anos. Pouco risco, muito humor de camara mas acima de tudo a sensação de dever cumprido, mais que qualquer outro elemento.

No cast temos um Neeson que nao e confortavel no humor, mas o filme joga com isso, uma Anderson a procura de tempo de ecra, em modo automatico e pouco mais. Neeson não é nem nunca será Nielsen, mas acaba por encaixar no seu lado sem jeito


O melhor - O saudosismo


O pior - A real perceção de que a graça mudou.


Avaliação - C+

Monday, September 15, 2025

Together

 Apresentado em Sundance no inicio do ano com boas criticas mais um filme de Body Horror que está na moda depois de SUndance surgiu este peculiar filme sobre junção de corpos como personificação do amor. O filme que obteve criticas interessantes acabou por conseguir a sua expansão ao cinema com resultados comerciais interessantes principalmente tendo em conta que se trata de um filme pequeno na produção.

Sobre o filme podemos dizer que temos um inicio particular onde as personagens sao mais estranhas do que propriamente curiosas que conduz a que se calhar no inicio o filme fique algo perdido em algumas definições. Isso altera por completo quando o fenomeno começa a acontecer e aqui obviamente temos um filme que usa esse lado do horror e impressão sem nunca deixar de ser metaforico no seu significado. O final acaba por ser um apontamento apenas que encaixa no espirito independente do filme.

Nao e um filme com muitos meios e isso percebe-se na grande dificuldade do filme em fazer a ideia ter muitos minutos, acaba por ser mais magnetismo do que impressão, e percebe-se a dificuldade na fase final em que o filme parece ter mais ideias do que concretizar. Nao obstante desse ponto o filme consegue ter a intensidade que quer ter, num filme curto que nao alonga as cenas de forma desnecessaria.

Por tudo isto um filme funcional, com impacto, que impressiona num genero em voga. Nao se sabe quanto tempo este genero vai ter espaço mas o filme consegue nesses momentos tirar o melhor, mesmo sem grandes meios atores incluidos. 

A historia fala um casal com alguns problemas na relaçao que depois de uma queda percebem que os corpos estão magneticamente atraidos um pelo outro que acaba por conduzir a que as vidas individuais se coloquem em perigo.

O argumento do filme tem uma ideia estapafurdia que funciona esteticamente no que o filme quer ser. Tambem metaforicamente o filme tem algum valor o que nos faz pensar de forma clara que com espaço ainda existe alguma creatividade mesmo sem meios. O inicio poderia ser mais trabalhado na introduçao de personagens.

Na realizaçao temos Michael Shanks um realizador argumentista com um projeto pessoal que tem aqui o seu momento de revelaçao que foi positivo mesmo com limitaçoes financeiras. O filme sabe usar o lado do horror e tem momentos interessantes na sua dinamica fisica. Veremos o que vem a seguir.

Nao e um filme com atores de primeira linha, fica a sensação que alguem mais capaz do que Franco poderia ter levado o filme para um parametro ou intensidade mais que estetica. Brie funciona melhor, principalmente pela simbiose que se denota com o marido, mas fica a sensação que tem mais recursos.


O melhor - A ideia da metafora subjacente ao filme.

O pior - Os primeiros minutos algo apagados.


Avaliação - B-

Sunday, September 14, 2025

The Home

 O final de Julho, normalmente um momento de passagem de um cinema de estudio apostado em fazer explodir o Boxoffice para uma serie de filmes menor ambiciosos lançou diversos filmes de terror, alguns dos quais de realizadores de sucesso, como este, do argumentista e criador de The Purge que saiu da sua zona de conforto. Criticamente a aposta foi um desastre com um filme com criticas muito negativas que acabou por tambem ser um desastre do ponto de vista comercial, demonstrando que Davidson num genero diferente esta longe de ser uma estrela ancora.

O filme começa com diversos cliches na personagem marcada pelo passado, sendo que na primeira hora do filme temos mais horror do que terror, chegando mesmo o espetador a desistir de tentar perceber o filme esperando pela sua revelaçao. Na parte final o filme consegue ter um twist que apesar de totalmente inventado faz sentido, ficando a ideia que o filme se trabalhasse melhor a primeira parte introdutoria poderia, pelo menos em termos de entertenimento ser mais interessante.

Mas se a ideia não é desastrosa, o que faz com que o filme o seja? As personagens acabam por ser pouco trabalhadas, desde logo a principal, a qual nao e propriamente empatica, mas acima de tudo o grupo de secundarios que acaba sempre por ser potenciado mais do ponto de vista do horror estetico do que propriamente em dar narrativamente fundamento aquilo que o filme se torna.

Num ano em que existem diversos filmes de terror, com reações muito dispares este e um mediocre filme, que até pode ter um conjunto de ideias razoaveis mas que tem muita dificuldade em trabalhar as mesmas para que este impacto funcione. Tambem a escolha dos interpretes ou mesmo no estilo de horror pode acabar por tornar o filme menos efetivo do que realmente poderia ter sido.

O filme fala de um jovem, marcado pela morte do seu irmão mais velho, a sua pessoa mais importante que acaba por ir trabalhar para um centro de idosos, onde coisas estranhas acontecem de forma efetiva e sucessiva que o leva a pensar que algo nao corre como esperado.

O argumento tem na base narrativa e principalmente na sua revelação algumas qualidades que acabam por ser pouco potenciada pela forma como o filme se introduz e se preenche. Pouco dialogo, pouca personagem, muitas imagens perdidas fazem a historia ser vazia na preparação para a sua base.

Na realizaçao DeMonaco tem claramente algum merito em The Purge pela forma como antecipa o receio. Aqui o filme e demasiado visual, quando se calhar o lado narrativo tinha mais qualidades. E um realizador de terror, com o cliche visual instavel que é uma assinatura mas ficaram sempre neste parametro.

No cast Davidson esta a tentar fugir a imagem de comico tonto, mas nao e propriamente facil, aqui a personagem nao ajuda mas fica a sensação que os recursos tambem nao sao muitos para mudar a carreira. No resto do cast sempre mais visual do que interpretativo.


O melhor - O twist final

O pior - A forma vazia como o filme chega ate esse momento.


Avaliação - C-

Friday, September 12, 2025

Oh, Hi!

 Por vezes surgem pequenos filmes com poucas ambiçoes que acabam por surpreender pela seu conceito. Normalmente estes filmes surgem em festivais mais pequenos ganhando uma dimensão maior em face de melhores criticas. ISto aconteceu com este pequeno filme, na generalidade bem avaliado que conseguiu uma distribuição wide que contudo nao deu grande retorno para um filme pequeno de visualização facil.

Sobre o filme podemos dizer que nem sempre o cliche do romantismo e a melhor forma para fazer um filme romantico funcionar. Pois bem temos aqui um filme absurdo, com uma ideia exagerado, que se mascara de comedia, muito por culpa do impulso dos secundarios mas que acaba por ser um filme romantico na sua essencia fazendo a dupla funcionar como a maioria dos filmes mais deliberados nao consegue.

O filme consegue aproveitar o excelente momento de Molly Gordon que da esse lado mais rebelde e fora da caixa que o filme quer ter, que na forma de construir relacionalmente as personagens até e adulto, mas ao mesmo tempo consegue ser ligeiro e divertido. Claro que um final mais claro poderia criar outro impacto para o bem e para o mal e isso acaba por ser um tique de filme independente curto.

Assim uma boa surpresa, de um filme simples, romantico, comico, que nos faz sentir bem ao longo das duas horas, que nos faz questionar e pensar, sem nunca querer levar-se muito a serio. A montanha russa emocional da personagem e uma boa companhia na hora e meia de filme.

A historia fala de um casal que decide tirar um fim de semana, que acaba por se tornar uma atutentica montanha russa quando um deles assume que nao quer uma relaçao forte para o futuro.

O argumento do filme tem o lado comico que funciona em muitos momentos, mas mais que isso fica a ideia que o filme consegue na maior parte do tempo ser romantico nos momentos, ainda que estranhos entre as personagens e esse e o feito mais claro de um filme que nem sempre nos parece ir nessa direçao.

Na realizaçao temos Sophie Brooks uma realizadora independnete sem grandes filmes ancora que conseguiu aqui um registo simples, de cinema independente que deixa os atores e as suas expressoes liderarem o filme para o lado emocional e descontraido que o filme quer ter. Veremos o que segue.

O filme tem no cast um dos seus melhores elementos Gordon esta num bom momento, com divesos estilos numa personagem propria que e a batuta do filme. Lerman funciona neste registo mais emocional, e acabam por funcionar bem em conjunto essencial, num filme romantico.


O melhor  - O filme conseguir a quimica nas personagens nos momentos mais peculiares.

O pior - Poderia ser melhor definido no fim


Avaliaçao B

Wednesday, September 10, 2025

Sketch

 Depois deste filme ter sido lançado com boas criticas, mas ao ser um filme pequeno ter algumas dificuldades de divulgação, a Angel Studios apostada em contornar as mas criticas acabou por distribuir o filme conseguindo uma distribuição em pleno verão, com ambiçao de rentabilizar as boas criticas que o filme foi conseguindo. Nao obstante deste sucesso critico comercialmente ficou longe dos maiores sucessos da produtora, principalmente tendo em conta a sua falta de figuras de referencia.

Sobre o filme temos uma fabula infantil, que tem uma boa ideia, a forma como os desenhos e as manifestações de uma criança colocam em questão a sua segurança. O filme e algo linear mas tem uma interpretaçao metaforica interessante e acaba por ser emocionalmente interessante com o protagonismo que acaba por ser dado aos mais pequenos. Nao sendo um filme de grande risco e um filme que encontra uma abordagem diferente, o que se sublinha principalmente tendo em conta a forma quase linear como a Angel lança os seus filmes.

Algumas ideias que surgem no filme e que a edição Angel tornou o filme ligeiramente mais emotivo e infantil, de forma a entrar na doutrina da produtora. Neste caso o filme acaba por nao exagerar nas referencias religiosas, mesmo que seja um filme com diversos elementos proximos desta expressão. A imaginaçao acaba no entanto por se sobrepor na maior parte das ideias.

Por tudo isto e mesmo estando longe de ser uma obra de referencia, acaba por ter aqui um filme simpatico, carinho para os mais pequenos, embora com ritmo baixo. O maior risco na ideia de na abordagem acaba por o diferenciar de algum cinzentismo da produtora, e isso acaba por ser um momento de mais trabalho artistico de uma produtora quase monocordica ate agora.

A historia fala de uma jovem que exprime a sua tristeza em desenhos, que percebe que os mesmos acabam por ganhar vida, conduzindo a que tenha que se unir junto das pessoas a sua volta para sobreviver aos monstros por si criados.

O argumento tem algumas virtudes, nao apenas na originalidade da base, mas tambem no plano metaforico. Na sua concretizaçao, temos procedimentos simples, mais emocionais que racionais mas isso nao tira alguns pontos positivos que o filme tem.

Na realizaçao temos Seth Worley um jovem realizador totalmente desconhecido que exibiu em pequenos festivais que acabou por ser comprado e editado pela Angel. Sabemos a ma publicidade geral da produtora mas ganhou uma visibilidade de um projeto interessante que de outra forma nao teria.

No cast um conjunto de desconhecidos que acaba por ter um efeito algo simplista, nem potenciando momentos do filme nem os prejudicando. Nos mais pequenos poderia existir mais impacto, carisma e ternura.


O melhor - A ideia de base.


O pior - Ser algo idealista demais


Avaliação - C+

Tuesday, September 09, 2025

I Know What You Did Last Summer

 Hollywood esta claramente com menos ideias que o habitual, ainda para mais com uma industria onde o numero de filmes é cada vez maior, dai que nao surpreenda que mesmo os clássicos de cinema pipoca seja recuperados com uma espécie de ressurreição que promete apostas fortes por parte dos estúdios maiores. Este ano um clássico instantâneo do terror adolescente regressou, com alguns dos protagonistas do filme original mas longe de encantar a critica. Comercialmente, principalmente tendo em conta que se trata de um filme de verão os resultados também ficaram aquém do esperado.

Sobre o filme podemos dizer que as novas personagens, trazem algumas tendências geracionais mas o filme ocupa totalmente o espaço do primeiro e original, parecendo mesmo em muitos espaços uma copia de personagens e formas de estar. Com a entrada em cena dos personagens originais o filme acaba por ter algum saudosimo de procedimentos simplistas mas nunca consegue sair do lado de cinema de desgaste rapido, mais MTV do que propriamente de terror, tendo em conta o estado atual do genero.

Por tudo isto temos um filme se calhar demasiado demorado para o conteúdo, o que pode ser explicado pela forma como o mesmo acaba por se perder nas dinamicas anteriores. Fica a ideia que a ligação de mundos esta longe de ser fantastica, ou coesa, sendo apenas um espectro comercial com um propósito concreto, mas que nunca é totalmente forte em termos de força do filme.

Por tudo isto para quem cresceu com a saga, temos um filme curioso que nunca consegue ter o lado comercial imediato do primeiro filme. Fica a sensação que as novas personagens sao copias pouco trabalhadas do primeiro filme, e a ambição de continuar e principalmente tocar na sequela que desagradou todos parece ambiçao a mais para as limitaçoes total que o filme acaba por ter.

A historia fala de um conjunto de jovens que acabam envolvidos num acidente, que escondem seguindo as respetivas vidas. Tudo fica pior quando, um ano depois, começam a receber cartas informando conhecer o que passou, algo que anos antes ja tinha ocorrido com outro grupo na mesma localidade costeira.

Em termos de argumento o filme pega na base do primeiro filme, com muitos elementos semelhantes e tenta colar no que aconteceu mas sem grande eficacia, principalmente na forma como os novos personagens sao desinteressantes, ou mesmo, na forma como deixa muito em aberto nos restantes.

Na realizaçao o projeto foi entregue a Kaytin Robinson uma realizadora quase desconhecida com alguns projetos de streaming que se percebe ter gostado muito do filme original, com as constantes referencias, mas com dificuldade em ir buscar apontamentos proprios ao seu filme de base. NAo e propriamente um trabalho fantastico num, alegado blockbuster de verão.

No cast o primeiro filme tornou alguns jovens figuras instantaneas, embora as carreiras nao tenham sido consistentes em nenhum deles. Aqui temos jovens em fases iniciais mas cujos papeis nao sao propriamente trabalhados para grande reconhecimento, tem o lado mediatico mas apenas o futuro dira se o filme cimentou essa presença. Nos antigos o filme demonstra o porquê de nao terem sido, nunca, figuras de primeira linha.


O melhor - O filme segue um terror juvenil, como o original, numa epoca de um terror mais agressivo.


O pior - A cola de fraca qualidade dos projetos.


Avaliação - C-

Sunday, September 07, 2025

F1: The Movie

 Um dos grandes blockbusters de verão tinha assinatura de um dos produtores de maior sucesso das ultimas decadas, uma super estrela e acima de tudo um tema que nos ultimos anos voltou ao ponto alto do desporto, concretamente a F1 e a sua universalidade. Em plena epoca alta o filme surgiu com boas criticas que o consideraram competente, sendo que comercialmente com a febre da F1 e o realismo das sequencias de corrida o resultado foi imponente tendo em conta que nao e um franchising ou um filme de saga e super herois.

Sobre o filme podemos dizer que efetivamente mais que um filme e uma jogada de markting total do desporto pela forma como todo o filme vai para dentro das proprias corridas, com quase todos os melhores corredores da atualidade encaixando uma equipa fiticia mas acima de tudo um enredo simples, muito dos filmes de açao basico dos anos 80 e deixando a açao, mais concretamente a estrada rolar, onde o filme demonstra mais competencia em termos de realismo.

Onde o filme é menor é no exagero, desde logo da decisão, desde logo porque as personagens sao quase sempre unidimensionais, longe da força narrativa de Rush por exemplo, e acima de tudo as ações tidas em contas na pista que faz um conto de fadas e um milagre muito distante do que seria possivel na realidade, e isso pode afastar ou deixar muitas reticencias nos reais fas da modalidade.

E um filme de entertenimento puro, algo longo, se calhar com demasiadas pistas, mas isso foi tambem a forma que o desporto encontrou para fazer render o seu markting, e um dos mais incriveis e caros mecanismos de markting que há memoria, que sendo um filme simples cumpre o proposito, porque todos ficam encantados com as imagens e peripecias das diferentes localizaçoes.

A historia segue uma equipa desesperada que acaba por contratar um veterano rebelde para acompanhar uma jovem promessa que nao se encontra no sentido de tentar obter uma vitoria com o carro e assim salvar a equipa da venda.

E no argumento que o filme é totalmente limitado do primeiro ao ultimo momento, pelo exagero em pista, pelo cliche fora delas, mas acima de tudo por nao fazer as personagens em duas horas e meia existirem. Claro que o argumento seria sempre uma peça secundaria numa grande produçao como esta.

Na realizaçao, depois de Top Gun Kosinski tornou-se numa especie de Michael Bay dos nossos dias, com um impacto visual impressionante, mas com otima critica junto de si. Nunca vai ser um autor de primeira linha mas muitos vao pensar nele em filmes grandes para ganhar dinheiro.

O cast busca uma super estrela por questoes comerciais ja que Pitt esta longe dos seus melhores momentos, o seu ar desleixado pensado segue os seus ultimos personagens e este nao cresce. Ao seu lado temos um Barden em piloto automatico e um jovem Idris que quer algum espaço, tem os unicos momentos de personagem, mas sao curtos.


O melhor - A açao na pista

O pior - O argumento demasiado simplista


Avaliação - C+

Saturday, September 06, 2025

The Thursday Murder Club

 Baseado numa novela de sucesso eis que a Netflix associada ao experiente realizador Chris Columbus eis que surge a adaptação à grande tela do filme, com um elenco cheio de veteranos e uma tentativa de fazer os crimes serem resolvidos por um experiente grupo. Criticamente as coisas foram aceitaveis para o projeto e facilmente, com o carimbo de filme de base da Netflix as visualizações foram muitas, o que conduz a que garantidamente num futuro proximo possa surgir a sua sequela.

Sobre o filme podemos dizer que tem procedimentos simples, passado numa comunidade de idosos, um grupo junta-se para tentar desvendar crimes ate que eles surgem no espaço onde moram com algum proposito. O filme tem uma narrativa algo complexa na dinamica de resoluçao dos crimes sem que seja muito surpreendente ou que o impacto seja elevado, mas cumpre na forma como vai mantendo o espetador ligado.

Uma das criticas que alguns fazem ao filme e que poderia funcionar bem melhor como serie, e acaba por ser claro esse ponto, ja que existe personagens muito pouco trabalhadas que sao secundarias, pese embora a sua presença seja constante. Este balanço acaba por dificultar em alguns momentos o impacto de decisoes importantes, mas se calhar o filme como serie teria dificuldade em ir buscar tantos atores de renome numa idade tao avançada.

Por tudo isto o filme cumpre os seus objetivos com um entertenimento imediato, sem sem brilhante ou arrojado nos seus procedimentos. Fica muitas vezes a ideia que o filme procura sair um pouco da dinamica habitual dos filmes sobre homicidios mas isso pode tirar o impacto da resolução final, mesmo que ela seja algo diferente do comum.

A historia segue um grupo de idosos que num centro de repouso comunitario criam um pequeno grupo para estudar crimes, contudo estes começam a surgir na comunidade o que os leva a um trabalho mais imediato e mais proximo.

O argumento do filme tem uma base simples, mas na intriga criminal acaba por nas suas opções tentar sair fora da caixa mesmo que isso cause algum impacto forte. As personagens nao tem tempo equilibrado e alguma delas ficam a meio caminho, mas cumpre os objetivos curtos que tem.

Na realização temos um Columbus experiente que ja teve entregue a si muitas tarefas fortes como iniciar Harry Potter e acima de tudo alguns dos classicos familiares dos anos 90. NOta-se um estilo mais pausado, mas a simplicidade leva a que o filme seja carinhoso, principalmente sendo um filme sobre idosos.

O cast tem atores consagrados em diferentes fases, um pouco de acordo com a forma como este tem envelhecido. Mirren continua com todo o impacto que sempre teve e dirige o filme, sendo que Kingsley e Brosnan tem papeis claramente mais irrelevantes. Acabam por ser os secundarios Pryce e Grant que roubam as poucas cenas onde entram e um lado mais emotivo para o lado de Imrie.


O melhor - A forma como o filme tem entertenimento na terceira idade.


O pior - O desenlace final e talvez demasiado rebuscado para o filme que é


Avaliação - C+

Thursday, September 04, 2025

Eddington

 Independentemente da forma com que se aproxima ou não do espetador Aster é um dos realizadores e autores mais vanguardistas atuais de hollywood pela sua capacidade de efetuar filmes eletrizantes concetuais, que entram dentro da psicose das suas personagens, mesmo que muitas vezes sejam estranhos ou indecifraveis. Neste filme sai completamente do terror para entrar no interior americano, com um elenco de luxo o filme estreou em Cannes com boas avaliações mas longe de serem brilhantes como a maioria desejava. Comercialmente arriscou o verão dos blockbusters e o resultado foi sofrivel, principalmente tendo em conta o cast apresentado.

Sobre o filme podemos começar por dizer que se trata de um filme que tem muito boas ideias, um filme com um humor nas entrelinhas que muitas vezes funciona, rico do ponto de vista concetual, mas que falha num ponto funcamental que lhe tira muito do impacto que poderia ter. E falha essencialmente naquilo que se chama coesão e organização de ideias onde fica muito aquém, sendo um filme com boas ideias, com boa satira mas que as personagens parecem apenas estranhas mais do que eficazes nos seus pontos.

Onde funciona normalmente Aster, na componente expressionista das suas personagens o filme não e tao trabalhado, deixando as despesas essenciais em Joaquin Phoenix, fica a sensação que muitas das outras personagens quer encontrar um espaço que o filme não dá sendo parenteses na historia central. E no lado do interior e na forma desadaptaada de comunicar da personagem central que o filme se mostra mais confiante e intenso.

Por tudo isto um filme essencialmente diferente, com um conjunto de boas ideias que necessitavam de mais organização. Por vezes pode-se abandonar alguns pontos de um filme para fazer outros resultarem mais e o filme perde-se um pouco nesses pontos. Nao obstante destas dificuldades Aster sabe fazer as coisas, sabe escolher interpretes e o filme mesmo nao sendo a obra de referencia que muitos esperavam tem as suas mais valias, num ano onde a qualidade esta ausente, nao e aqui que temos o problema.

A historia fala de um xerife desadaptado de uma aldeia pequena em plena confusao ideologica atual e em covid que acaba por decidir ir contra o Mayor da localidade o ex companheiro da sua esposa depressiva, a qual ficou louca apos abandono, mas que acaba por desalinhar toda a sua estabilidade quando a cidade entra num total caos.

O argumento do filme tem um conjunto interminavel de ideias que o filme tem dificuldade em organizar. Mais compreensivel que o anterior, o filme nao consegue sempre gerir os espaços dos seus temas e isso acaba por o tornar algo perdido mas quando se encontra funciona no humor e na satira, mesmo subtilmente.

Aster e um dos meninos bonitos do cinema atual, começando no terror com muita cor e expressao aqui arrisca num estilo diferente que tambem consegue funcionar embora com menos luz. Sabe utilizar bem os interpretes embora arrisque pouco nas suas escolhas. Nunca sera um realizador para todos mas para quem gosta sera sempre referente.

No cast temos Joaquin Phoenix a liderar o filme do primeiro ao ultimo minuto com toda a sua intensidade e recursos que deixam os secundarios de renome como pano de fundo. Pascal e um acessorio, Stone um parentises com momentos e Butler uma rebeldia. Acaba por ser o sempre competente Ward que rouba algumas cenas, num ator que ja merecia outro destaque.


O melhor - O lado comico e algum humor satirico de ideias


O pior - Confuso na sua organização


Avaliação - B-

 

Tuesday, September 02, 2025

Kpop Demon Hunters

 A animação foi sempre um terreno onde a Netflix colecionou alguns dos seus maiores sucessos criticos, e eis que agora consegue tambem algum exito comercial, neste filme que aproveita em muito a cultura coreana. Um filme que foi pensado para o Streaming mas que ja teve uma curta, mas de sucesso apariçao nas grandes salas, depois da critica tambem ter gostado do estilo particular que este fenomeno comercial acabou por ter.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo coleciona todos os ingredientes de uma cultura atual, desde logo pela forma como as personagens tem todo o estilo adolescente ou pre adolescente atual, pelas musicas que sao mais pop do que Kpop, e acima de tudo os elementos comerciais atuais que fazem um filme um pleno de easter eggs para a cultura atual.

Se nesses pontos o filme cumpre todos os objetivos que se propoem, o estranho do filme é depois alguma dificuldade em ter uma historia particular, aqui temos mais o lado oriental onde normalmente estes filmes com alguma mitologia conseguem ter um impacto emocional maior, mas neste caso fica sempre tudo algo pela rama, o que e claramente inferior tendo em conta a imensidao de filmes do mesmo estilo que sao lançados.

Por tudo isto temos um filme comercial mais que concetual, e obvio que os estudios devem respeitar tendencias e esta é clara. Nao e tambem de colocar de lado que fora isso o filme nao tem propriamente muitos outros elementos diferenciadores, e mesmo musicalmente fica sempre pelo comercial pop de desgaste rapido atual.

O filme fala de um grupo musical constituido por tres raparigas de grande sucesso que guardam o segredo de serem caçadoras de demonios, ate que uma delas esconde o segredo de tambem ela o ser e ser colocada em causa quando surge um grupo rival.

O argumento do filme e do mais simples que me recordo em muitos dos pontos, na forma como o filme cria um grupo de heroinas sem grande explicaçao, um confronto musical, e acima de tudo muitos apontamentos da cultura atual, mas no fim o filme e algo vazio, mesmo que se encaixe perfeitamente no seu publico alvo.

Na realizaçao temos uma dupla de realizadores que ja tinham vindo de outros filmes da netflix, com um registo de produçao simples mas com meios, mas um filme que tem dificuldade em ir buscar elementos esteticos diferenciadores. E atual mas pouco mais para uma dupla tarefeira da netflix.

O cast de vozes como vi a versão portuguesa nao irei fazer qualquer analise.


O melhor - E atual

O pior - O oriente habituou-nos a um tipo de cinema bem mais concetual.


Avaliuação - C

Eenie Meanie

 A hulu tem sem sempre uma aposta independente nas suas produções pese embora a ligaçao desde sempre à antiga Fox. Para este fim de verão uma road trip de ação com uma mulher de armas a procura de uma nova vida enquanto todos os conhecidos o levam para o lado negro da sociedade. O filme estreou com pouco entusiasmo critico, como a maior parte dos projetos hulu.Criticamente a mediania tambem nao catapultou o filme para voos mais elevados.

SObre o filme podemos dizer que o tipo de projetos em que uma personagem e conduzido para o caos em todas as decisões e um cliche de um cinema de desgaste rapido de hollywood e este filme acaba por ser mais do mesmo, na sua base e na forma como constrou a sua narrativa. Nao e um filme que consegue trazer muitos elementos novos para alguem de algum humor ironico que vai alimentando um estilo rebelde do filme.

 Fica a sensação que por vezes o filme quer ser o proprio caos, desde logo na forma como vai buscar elementos que o conduzem para um romantismo que parece sempre demasiado longe para fazer sentido, mas acima de tudo tambem em açao fica a ideia que as personagens secundarias necessitariam de mais tempo para fazer funcionar os seus motivos.

Por tudo isto um filme vulgar que acaba por ser facil de ver, ja que exige muito pouco do espetador, mas com a sensaçao que este estilo Bonny e Clyde ja teve projetos muito mais elaborados e trabalhados. O final acaba por ser o melhor momento do filme, embora fique a sensação que o filme abandona muito alguns pontos da personagem durante a travessia do mesmo.

A historia fala de uma jovem sempre ligada por pessoas que conhece ao submundo do crime que quer sair do estilo e efetuar uma vida honesta, ate ao momento em que percebe que esta gravida do seu namorado, um marginal que acaba por ser empurrada para uma serie de acontecimentos criminais demasiado fortes.

O argumento do filme tem um humor ironico que em espaços funciona mas muito menos no restante. Fica a sensação de um filme que por vezes segue o tipico guiao do genero, sem qualquer tentativa de ser diferente. Existia espaço para mais.

Na realizaçao Shawn Simmons e o rosto do filme conciliando a realizaçao e o argumnto, numa abordagem simples, com algumas paragens que parecem cortes nem sempre muito faceis de entender, de um realizador desconhecido que teve a oportunidade do seu projeto, o qual nem sempre aproveitou.

No cast Weaving e um rosto de um cinema de açao feminino, que tem tentado alimentar a sua carreira, embora se tenha tornado algo repetitivo no tipo de registo. Guzman e um pouco a rebeldia que o filme quer dar a sua personagem, embora o seu humor silly seja o que melhor funciona na dinamica do filme.


O melhor - ALguns pontos de humor.

O pior - O filme nao conseguir fugir em muitos momentos a dinamicas rotineiras


Avaliação - C