Num ano em que as aplicações de streaming tem tentado resistir ao regresso do cinema, eis que uma das que menos movimentos tem, acaba de lançar a sua prova de sobrevivencia, num remake de um filme de John Woo que tem a particularidade de voltar a ser realizado pelo autor original, o qual se encontra de momento algo afastado do estrelato. A Peacock lançou o filme com os seus trunfos, o qual teve uma receção mediana, muito do que tem sido os ultimos registos de Woo. Comercialmente a aplicação teve a estreia isolada do filme numa aplicação ainda com pouca força para sobreviver com força.
Sobre o filme temos o estilo tipico dos filmes de ação sobre assassinos profissionais, alguns flashbacks a tentar explicar um pouco o contexto da personagens, mas acima de tudo temos Paris, muitos criminosos e uma tentativa de dar um filme ritmado tentando potenciar o valor de ação dos seus protagonistas, mas que acaba por alterar a base do filme de origem sem conseguir que este tenha força para se sobrepor.
Ate podemos dizer que Woo gosta de filmar a ação de contacto com mestria, o que sempre soube, e que acabou por juntar a isso a tentativa de trazer heróis nao muito rotinados nos papeis. O filme acaba por ser demasiado pelo livro, fica a sensação que tudo o que vimos ja foi visto em filmes do mesmo estilo, sendo que nos ultimos tempos os filmes mais vigorosos e agressivos do género parecem funcionar bem melhor.
Assim temos um remake de John Woo de um filme seu que acaba por ser a roupagem americana num dos seus filmes de base de sucesso. Aqui temos um filme intenso com boas sequencias de ação, previsivel que nao e propriamente algo que seja diferenciado, ocupa as suas duas horas com pouca capacidade de ficar registado nos espetadores.
O filme fala de uma assassina profissional, e um policia que acabam por se cruzar num episodio de droga desaparecido e organizações criminosas a tentar colocar em causa umas as outras com muitas ligações perigosas.
O argumento do filme tem uma base simples, do jogo do gato e do rato, que acaba por tentar fazer a ligação possível em alguns espaços e sobrevivel com os aspetos mais fisicos de açao do filme. Nao tem grandes dialogos a intriga, mesmo nos twist e previsivel, mas é nesses momentos que o filme acaba por ir de encontro aos seus objetivos minimos.
John Woo já não e o realizador de Face Off que dominou Hollywood durante alguns anos em termos de ação, mas vai lançando os seus projetos, os quais tem a sua assinatura da ação e em alguns momentos aqueles slow motions que foi fortalencendo o seu contacto com o público, mas longe do sucesso de outros tempos.
No cast Emmanuel foi uma segunda escolha mas tem algumas valências de ação, mas falta-lhes alguma capacidade dramática. PArece-me que Sy funciona melhor nesta proximidade com o publico, mas fica algo sozinho num filme que tem um Worthington longe do sucesso de outros filmes tenta balançar sem grande sucesso.
O melhor - Alguma sequencias tradicionais de Woo
O pior - A forma como o filme se torna previsivel sem ser brilhante
Avaliação - C
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