Muitos ficaram surpreendidos quando ainda na ressaca do sucesso que Poor Things foi para Lathimos, o mesmo se apresentasse imediatamente no Festival de Cannes seguinte com mais um filme no seu estilo peculiar de trazer historias com muitos dos seus habituais colaboradores. Ao contrario de Poor Things o estilo fragmentado deste filme apenas satisfez moderadamente e acima de tudo na prestação de Jess Plemons que obteve o premio de melhor ator no conceituado festival. Comercialmente o filme não esperou pela temporada de prémios e foi a jogo no verão com resultados moderados.
Sobre o filme podemos dizer que Lathimos e um rebelde disruptivo em todos os seus parametros, e aqui volta a ser, desde logo por apostar esta vez num filme que são três, com um elo de união vago, sem qualquer sentido concreto. As historias tem resultados diferentes mas todas acabam por ser o estilo do realizador, no lado quase sem sentido das suas cronicas, mas que permitem sempre interpretaçoes de primeiro nivel.
Eu confesso que surpreendi com a Lagosta, mas que desde ai, filme apos filme, penso que o cinema de Lathimos original, bem realizador, parece sempre uma forma de expressar do realizador da sua loucura e isso distancia um pouco aquilo que e o significado que lhe dou. Fica a noçao que temos muito pouco a retirar moralmente de cada uma das historias ou mesmo algum significado das mesmas que vá para além da originalidaade da abordagem e das historias e os seus momentos.
Por tudo isto fica a ideia que realmente Lathimos surpreende, muitas vezes pelo absurdo e pela forma como consegue levar a si um conjunto de atores de primeira linha, que pela sua competencia fazem tudo parecer mais impactante do que realmente a historia em si acaba por ser. Aos poucos fica cada vez mais dificil perceber o seu processo criativo e o seu significado, mas se calhar essa e a formula que ele quer, embora eu pessoalmente a considere algo distante.
A historia segue três historias de controlo, o primeiro de um jovem cujo patrão exige que ele mate um individuo num acidente de carro. Um policia que vê a sua mulher regressar a casa após um acidente e que percebe que talvez a mulher em questão não seja a mesma, e um culto a procura de uma mulher de uma profecia concreta.
O argumento tem três historias sem qualquer ponto de ligação, originais na abordagem, mais do que propriamente na sua concretização, cujo sentido e intuito fica muito dificil de perceber. E claramente alguem que arrisca mas fazer filmes sem sentido acaba por ser facil
Eu confesso que Lathimos me surpreendeu nos seus primeiros filmes, mas que nos ultimos tempos tem aprimorado o ponto de vista estetico, principalmente em Poor Things mas que agora tem um filme mais simples, com muitos momentos cringe como ele gosta de dar. Nao sendo um realizador que tem se aproximado dos meus gostos pessoais tem construido uma carreira bastante particular.
No cast para alem de Stone e Dafoe habituais colaboradores do realizador e com quem ele se sente bem em explorar os limites dos mesmos, temos a introdução de Plemons que acaba por ser o que mais ganha com o filme, ja que nos tres papeis lhe permitem a versatilidade que ele sempre apresentou e que o torna num dos valores seguros do momento, num dos seus papeis mais vistosos, onde domina o filme.
O melhor - Jesse Plemons
O pior - A ideia que Lathimos ja nem se preocupe em que os filmes tenham qualquer significado
Avaliação - C+
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