Monday, September 16, 2024

Uglies

Joey King é uma das figuras e apostas na Netflix para este ano, depois de encabeçar a comedia romântica de Efron e Kidman eis que a mesma surge novamente a liderar um projeto juvenil que mais não é do que a adaptação de um livro do tipo de muitos outros que foram tendo algum sucesso e que agora tem o seu lado cinematográfico pela mão de McG, um realizador que ja teve alguns projetos de referencia que se foi apagando. Criticamente o resultado foi medíocre com avaliações negativas, mas comercialmente conseguiu liderar a aplicação e normalmente isso e sinonimo de sucesso.

Sobre o filme podemos dizer que para um filme juvenil as bases do filme ate poderiam ser interessantes numa satira sobre a forma de vida atual completamente dependente da estética e da exibição. A questao e que o filme trata isto com um cliche tremendo com personagens exageradas de ambos os lados que tira a profundidade a discussão ou a força da mensagem, mesmo tendo em conta que se tratava de um filme de adolescentes.

Outro dos problemas e que o lado estetico e explosivo da cidade na primeira saida nao tem seguimento e os efeitos nao mais sao do que a utilização em excesso de CGI com pouca ou mesmo nenhuma originalidade, num filme que todos percebemos onde vai, podendo der apenas na opçao final alguma surpresa mas parece preparar o territorio para o proximo filme mais do que propriamente o arrojo criativo.

Por tudo isto temos um cliche de filmes juvenis, que ate poderia ter uma mensagem interessante sobre o estado da sociedade atual, mas acaba por desistir da mesma para acabar por se tornar nela propria um cliche da superficie do cinema quer em termos esteticos mas mesmo no lado basico de todos os dialogos que tem e a forma como caracteriza todas as personagens.

O filme fala de uma sociedade do futuro, em que todos aguardam a transformação estética que os tornem perfeitos e vivam uma vida de sonho na cidade, contudo a rebeldia da protagonista leva-a a ter conhecimento de uma sociedade alternativa onde a escolha e o ingrediente principal

Em termos de argumento temos um filme essencialmente juvenil, com bons principios mal executados algo que e comum na maior parte dos projetos netflix, sendo este mais um. O filme e um cliche de personagens e situações onde a ideia de base acaba por morrer solteira.

MCG foi durante anos uma das grandes apostas do mercado tendo-lhe sido entregue a batuta de projetos grandes de estudio, mas que nunca resultou e o espaço foi-se perdendo sendo agora comum em projetos de streaming com pouca assinatura e muita cor. Aqui nao tras nada que a experiencia dele poderia trazer.

No que diz respeito ao cast King e uma das grandes apostas da Netflix este ano e acaba por aqui ter o papel tipico da inocente rebelde adolescente longe dos seus melhores papeis. Os secundarios buscam o boneco cliche que o filme quer sem grande progresso para as respetivas carreiras


O melhor - A base moral do filme.

O pior - Acima de tudo ser um mau filme juvenil


Avaliação - C-

Sunday, September 15, 2024

Deadpool & Wolverine

 Numa altura em que a Marvel se encontrava a somar floops com uma confusão de universos que passam da televisao para o ecra, eis que o as de trunfo foi produzido e lançado, na forma como conseguiu não so ir buscar Deadpool, um dos herois de maior sucesso, ainda que comico, dos ultimos anos e acaba por trazer consigo Wolverine, na sua génese. Rapidamente se percebeu que pese embora alguma indiferença critica este ia ser um dos fenomenos comerciais do ano, apenas ultrapassado, para ja por aquilo que Inside Out conseguiu fazer com os mais pequenos.

Sobre o filme podemos dizer desde logo que a Marvel foi inteligente em fazer aquilo que seria mais inteligente que era deixar Deadpool ser ele proprio e acima de tudo artilhar o filme com o poder economico, com cameos, referências que o tornassem maior e numa autentica parodia, ou mesmo parentises em tudo o que vimos em termos de filmes de super herois e nao so. Por isso podemos dizer que o filme e muito mais Deadpool do que Marvel, e isso funciona em grande escala comicamente.

Mas se do lado comico o filme funciona em longa escala do ponto de vista da historia, podemos dizer que o filme passa a historia toda a falar e a criticar a confusao que a Marvel efetuou com os seus multiverso para acabar por fazer rigorosamente o mesmo, tornando a historia de base confusa, principalmente na dança dos viloes, e aqui o filme acaba por se centrar essencialmente nas curiosidades e no valor comico, ja que de resto a historia central parece uma confusao ou um simples adorno.

Pese embora em termos de entertenimento o filme funcione parece claro que se tenha que ter muito conhecimento cinematografico e nao so de super herois para tudo fazer ainda mais sentido, desde logo saber que Tatum teve contratado anos para um Gambitt que nunca existiu ou a forma como Bill Bot THhorton falava em SLing BLade para atingir todos os apontamentos que o filme quer ter, e isso nem sempre e facil de acompanhar, embora seja nestas referencias que o filme melhor trabalha.

A historia segue Deadpool o qual de forma a nao ver desaparecer o seu mundo tem de encontrar um Wolverine que possa substituir o Logan falecido o qual como personagem ancora levara ao fim do seu universo.

O argumento de base e confuso, esta paranoia da marvel em multiversos para rentabilizar personagens e curiosidades funcionou bem no primeiro filme de Spider Man mas o resto foi apenas confuso, e aqui sofre o mesmo mal na intriga central, embora por outro lado as referencias e o humor estejam no tempo certo.

Para realizar a escolha foi em Levy, um realizador de comedia, que nos ultimos tempos acabou por estar muito associado a Reynolds e que aqui tem os meios todos para fazer um filme grande, digno da Marvel, embora sem assinatura para alem da irreverência de Deadpool o que ja tinha acontecido nos filmes anteriores.

No que diz respeito ao cast e dificil dissociar toda a forma de ser de Reynolds da personagem por si criada, dai que me parece que sendo um ator sofrivel em todas as outras vertentes encontrou aqui o ponto de sucesso que o tornou neste momento uma das referencias maiores de hollywood. Ao seu lado um Jackman que sera sempre WOlverine, com mais intensidade e uma Corrin que encaixa bem no vilao do filme.


O melhor - Todas as referencias humoristicas

o Pior - O argumento de base confuso para o objetivo


Avaliação - C+

Saturday, September 14, 2024

Borderlands

 Agosto trouxe no seu cardápio uma estranha surpresa a adaptação de jogo violento de consola, que tinha aqui a sua passagem ao cinema sob a mão de Eli Roth com Cate Blanchet como protagonista, o que levou imediatamente todos a pensar que algo não estaria propriamente encaixado neste projeto. Com as primeiras avaliações, as quais foram péssimas em todas as dimensões, logo se percebeu que o problema era mesma Blanchet estar no projeto, algo que nao e comum em filmes tao mal avaliados. Lançado no sempre movediço mes de Agosto, o filme teve resultados mediocres marcando todo o percurso do filme.

Sobre Borderland o primeiro apontamento que o filme tem e que tenta ser disruptivo, ir buscar um pouco o que se fez em alguns filmes da Marvel como o mais recente Suicide Squad, mas rapidamente se perceber que algo no filme nao vai encaixar, desde logo porque o exercicio de estilo do filme não existe, comicamente tem um apontamento essencialmente por uma personagem que parece fora de tom e o filme acha que tem um estilo cool que nunca se concretiza.

Outro dos problemas acaba por ser inacreditavel como uma produçao de estudio com um elenco tao forte acaba por usar tao mal os efeitos especiais e o CGI chega a ser penoso algumas sequencias e a forma como tudo parece tão digital e pouco realista, numa altura em que rapidamente isso se ultrapassa em filmes menores.

Assim temos um pessimo filme, numa historia confusa e que não consegue agarrar o espetador, que tenta ter um estilo artistico rebelde que nunca se consegue afirmar, humoristicamente limitado, e visualmente sem assinatura. Um desastre iguais a outros de Roth sendo que apenas nao se percebe na conjetura toda o que Blanchet fez para aceitar ser a protagoinista.

O filme fala de uma guerreira e caçadora de premios que e contratada por um barão da tecnologia para encontrar a sua estranha filha, que se encontra capturada num estranho planeta, contudo todo este pedido acaba por ter outros objetivos por tras.

O argumento do jogo nao e por si rebuscado, mas uma ideia para muitos tiros e muitos combates. Aqui temos pouco mais que isso, e o que temos e sofrivel em coesão ou mesmo na capacidade que o filme nunca tem de trazer qualquer emoçao a sua historia, onde as personagens sao as que conhecemos dos jogos basicos de computador.

Roth e disruptivo, arrisca mas aqui falta-lhe assinatura num filme visual, com meios ao dispor em que ele faz uma confusao, que ja tinha feito anteriormente com filmes com menos investimentos. Podemos dizer que temos muito pouco de um realizador que continua a ter projetos, e que nos parece sobreviver na aura de um estilo rebelde que nunca se concretizou em obras de referencia.

No cast e incompreensivel o que uma das melhores atrizes do momento faz a encabeçar o cast num filme desta natureza e com uma personagem tao redutora. E daqueles papeis que nao tras nada a interprete. Os restantes mais habituados a este registo com carreiras mais modestas acabam por nao sair tao danificados em tal colaboraçao. O melhor e Black na voz entregue ao robot que melhor funciona no filme.

O melhor - Apesar de tudo Claptrap acaba por ter os melhores momentos humoristicos.


O pior - O que faz Blanchet num filme como este


Avaliação - D

Thursday, September 12, 2024

Harold and Purple Crayon

 O cinema juvenil tem sido um pouco negligenciado nos ultimos tempos, talvez pela falta de projetos que consigam encontrar o tom para aquele tipo de filme, mas principalmente pelas adaptaçoes literarias mais recentes nao terem conduzido a filmes minimamente competentes. Este ano surgiu a adaptação de um conhecido livro, em pleno verão com efeitos especiais de primeiro nivel, mas cuja critica nao gostou particularmente principalmente por ser mais infantil e sem o lado moratorio do livro. Comercialmente o filme também falhou espelhando de forma inequivoca que muitas vezes bons livros podem dar filmes sofriveis

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo ate começa bem, no primeiro spot de animaçao e na transposiçao para o mundo real. O filme e original na abordagem mas tudo acaba por nao conseguir novamente entrar no ritmo quando o filme entra no carne e osso. os maneirismos de Levy sao exagerados e muitas vezes desconetatos, e a repetiçao de expressões faciais constantes acaba por tornar o filme ainda mais disparatado e infantil, tornando-se uma comedia goofy mais do que qualquer outro apontamento.

O filme torna o cliche de ir buscar a personagem infantil, que poderia dar ao filme alguns recursos emocionais mais efetivos, mas que ao mesmo tempo acaba por tal ter dificuldade em acontecer, porque o filme quer perder demasiado tempo na comedia fisica que quase sempre nao funciona. Mesmo quando tenta tornar Deschanel a figura musical tudo parece algo fora de sitio.

Por tudo isto temos uma tentativa frustrada de criar um blockbuster juvenil, parece que tirando os primeiros dez minutos as decisões do filme falham na sua maioria, mesmo sendo um filme simples e inofensivo com valores simpaticos. MEsmo os efeitos e o excesso de roxo acaba por nem sempre ser bem utilziado graficamente.

O filme fala de Harold e os seus amigos que vem para a terra com o seu lapis magico de forma a tentar encontrar o pai, que acabou por vir para o mundo real, sendo o choque das personagens com esta forma de viver.

Em termos de argumento a historia do filme foi um sucesso dai que pelo menos proxima do publico acabou por ser. junto a este ponto podemos dizer que o filme acaba por nao potenciar muito as personagens tornando-as redutora a comedia e normalmente isso acontece com o receio de arriscar que e obvio no filme.

Na realizaçao o projeto foi entregue a Carlos Saldanha um habitue da animaçao que acaba aqui por ter um tipo de registo que me parece simplista. Os efeitos sao utilizados de uma forma convencional mas pouca assinatura, e claro que a animação de estudio é normalmente standartizada mas a passagem poderia ter mais impacto.

No que diz respeito ao cast podemos dizer que temos um filme liderado por um Levy que depois de Shazaam nao tem propriamente convencido nas escolhas da sua carreira, com personagens demasiado a procura de humor fisico onde acho que ele nao seja tao forte. Nos secundarios pouco ou nenhum destaque.


o melhor - Os primeiros minutos animados

O pior - O filme cair na comedia fisica familiar


Avaliação - C-

 

Tuesday, September 10, 2024

Trap

 M Night Shylaman é um realizador de filmes com twist e revelações surpreendentes que acabou por criar uma carreira de altos e baixos mas tornou-se num realizador sustentado em termos do numero de filmes que vai lançando e do impacto imediato dos mesmos. Este ano surgiu este Thriller psicológico, encabeçado por um regressado Josh Harnett. Criticamente o filme acabou por se tornar a mediania que a maior parte dos filmes do realizador obtiveram sendo que, por sua vez, comercialmente os resultados foram consistentes embora longe do que o realizador ja conseguiu.

Sobre o filme podemos dizer que a ideia e interessante, mas que tudo na sua concretização parece com mais buracos que um queijo suíço, desde logo a forma como as fugas do protagonista vão acontecendo, a forma como o filme cria todo o espaço no concerto e acaba por o abandonar no imediato, ou mesmo a forma como a determinada altura o filme leva a um expoente máximo de decisões de segurança duvidosas que encaixam como uma luva na fuga da personagem.

Aliás tudo parece tao estranho que o único ponto que eleva a tensão psicológica que o filme quer ter acaba por ser as expressoes faciais continuas do protagonista que cria um lado absurdo mas que cria algum suspense, ja que tudo o resto e um conjunto de buracos narrativos preenchidos por elementos musicais da filha do realizador que adquire um protagonismo tão estranho como disfuncional, num filme que mais parece uma propaganda para a sua carreira do que outra coisa.

Uma coisa e certa com melhores e piores filmes nunca mais Shylaman conseguiu chegar ao exito dos seus primeiros filmes, sendo este um dos que em todos me parece com mais erros amadores, e que na sua forma de funcionar mais problemas parece evendenciar na logica narrativa. Fica a ideia que um filme que tenta acima de tudo potenciar o compaderio mais do que outra coisa qualquer e isso nunca devera ser o mobil de qualquer criaçao artistica

O filme fala de um concerto em que um pai vai com a filha ate que se percebe que o individuo em psicopata procurado, e que tudo nao e mais do que uma armadilha para o apanhar e este tanta tudo para salvar a sua pele.

Em termos de argumento podemos dizer que se trata de um filme com uma boa ideia pessimamente executado com buracos, falhas de explicações e acima de tudo incapacidade de surpreender o que acaba por levar o filme para um tipo de registo que se torna narrativamente muitas vezes dificil de ver.

 Shylaman e um realizador que jogou sempre melhor nos argumentos do que propriamente na forma como potenciava esteticamente os seus filmes e aqui acaba por falhar nos dois elementos. Apenas o filme funciona em intensidade quando consegue filmar de perto Harnett.

No cast mesmo com defeitos Harnett e o que melhor funciona no filme nas suas diferentes faces, num filme que quer potenciar o interprete, ficando a ideia que embora dos melhores apontamentos do filme, com um ator com mais recursos as coisas poderiam ainda ser mais impactantes, num filme essencialmente a solo. A inclusao de Saleka Shylaman e claramente um fret de pai.


O melhor - A intensidade das faces de Harnett

O pior - A forma como o filme tem lacunas estratosfericas no seu guiao


Avaliação - D+

Monday, September 09, 2024

Twisters

 Quando começaram a ser anunciados os projetos com ambição de se tornarem blockbusters este Twisters surpreendeu já que o primeiro filme, embora um sucesso comercial ficou longe de ser um filme criticamente reconhecido, e acima de tudo por conseguir ir buscar para a sua realização um realizador cujo o seu projeto de base tinha sido uma das sesnsações criticas dos ultimos anos. Logo apos as primeiras visualizações percebeu-se que o filme tinha criticamente resultado, ao contrario do seu antecessor com avaliações competentes. Faltava agora o teste comercial onde as coisas tambem funcionaram ajudando nesse particular o momento comercial de Powell.

Sobre o filme poderiamos dizer que existiam dois pontos que o filme teria que provar, o primeiro era que a evolução do cinema poderia tornar as sequencias ainda mais realistas e aqui o filme funcionou por completo, e depois criar elementos que permitissem o entertenimento fluir e aqui tambem me parece que as coisas se concretizaram, resultando num previsivel mas ao mesmo tempo competente filme de verão, com objetivos curtos, mas ao mesmo tempo com a capacidade de ir prendendo o espetador.

Um filme desta natureza depende sempre muito do realismo e da forma como realiza os seus momentos de açao, e aqui, mesmo sem uma assinatura que poderia ser esperada de um realizador de filmes mais intimistas o filme consegue um ritmo elevado, o que ajuda a presença de diversos personagens com espaços muito proprios, que acabam por dar esse ritmo fundamental.

Nao obstante destes aspetos fica sempre a ideia que o cast, recheado de atores em ascesão embora apenas me parece que Powell ja esteja no patamar superior, estes tem claras limitações dramaticas que acabam por fazer o filme, em espaços, se tornar algo esteriotipado e previsivel, embora consiga aquilo que e essencial num blockbuster que e ir ao encontro do publico.

A historia fala de uma jovem meteriologista que perdeu dois amigos e o namorado num tornado, em busca de testar uma hipotese sua que e contactado por um ex elemento do seu grupo de forma a tentar o ajudar a estudar tornados, onde acaba por interagir com um estranho grupo de youtubers com o mesmo proposito.

O argumento do filme acaba por ser simples, diretivo, mas ao mesmo tempo sabe potenciar ritmos. Nao e um filme surpreendente ou que nos deixa particularmente surpreendidos mas acaba por conseguir atingir de forma facil os seus objetivos.

Na realizaçao a presença de Isaac CHung, foi surpreendente depois de ter colocado MInari na rota dos premios. Em termos de efeitos especiais e utilizaçao dos mesmos, temos competencia embora pareça mais uma tarefa bem feita de uma grande produtora do que um filme de assinatura que se esperaria mais de um realizador com o sucesso do filme anterior.

No cast temos a liderar Edgar-Jones num otimo momento comercial, num papel repetitivo e mesmo proximo de outros por si efetuados num misto de debilidade e força que se tornam num lugar comum da atriz. Powell esta num otimo momento comercial e aqui continua, o publico gosta do seu lado descontraido, mesmo que me pareça um ator com claras dificuldades interpretativas. De resto um conjunto de jovens atores em ascenção a ganhar minutos de palco.


O melhor  - As sequencias de tornado

O pior - Os atores não sairem do que ja tinham feito


Avaliação - C+

Saturday, September 07, 2024

The Killer

 Num ano em que as aplicações de streaming tem tentado resistir ao regresso do cinema, eis que uma das que menos movimentos tem, acaba de lançar a sua prova de sobrevivencia, num remake de um filme de John Woo que tem a particularidade de voltar a ser realizado pelo autor original, o qual se encontra de momento algo afastado do estrelato. A Peacock lançou o filme com os seus trunfos, o qual teve uma receção mediana, muito do que tem sido os ultimos registos de Woo. Comercialmente a aplicação teve a estreia isolada do filme numa aplicação ainda com pouca força para sobreviver com força.

Sobre o filme temos o estilo tipico dos filmes de ação sobre assassinos profissionais, alguns flashbacks a tentar explicar um pouco o contexto da personagens, mas acima de tudo temos Paris, muitos criminosos e uma tentativa de dar um filme ritmado tentando potenciar o valor de ação dos seus protagonistas, mas que acaba por alterar a base do filme de origem sem conseguir que este tenha força para se sobrepor.

Ate podemos dizer que Woo gosta de filmar a ação de contacto com mestria, o que sempre soube, e que acabou por juntar a isso a tentativa de trazer heróis nao muito rotinados nos papeis. O filme acaba por ser demasiado pelo livro, fica a sensação que tudo o que vimos ja foi visto em filmes do mesmo estilo, sendo que nos ultimos tempos os filmes mais vigorosos e agressivos do género parecem funcionar bem melhor.

Assim temos um remake de John Woo de um filme seu que acaba por ser a roupagem americana num dos seus filmes de base de sucesso. Aqui temos um filme intenso com boas sequencias de ação, previsivel que nao e propriamente algo que seja diferenciado, ocupa as suas duas horas com pouca capacidade de ficar registado nos espetadores.

O filme fala de uma assassina profissional, e um policia que acabam por se cruzar num episodio de droga desaparecido e organizações criminosas a tentar colocar em causa umas as outras com muitas ligações perigosas.

O argumento do filme tem uma base simples, do jogo do gato e do rato, que acaba por tentar fazer a ligação possível em alguns espaços e sobrevivel com os aspetos mais fisicos de açao do filme. Nao tem grandes dialogos a intriga, mesmo nos twist e previsivel, mas é nesses momentos que o filme acaba por ir de encontro aos seus objetivos minimos.

John Woo já não e o realizador de Face Off que dominou Hollywood durante alguns anos em termos de ação, mas vai lançando os seus projetos, os quais tem a sua assinatura da ação e em alguns momentos aqueles slow motions que foi fortalencendo o seu contacto com o público, mas longe do sucesso de outros tempos.

No cast Emmanuel foi uma segunda escolha mas tem algumas valências de ação, mas falta-lhes alguma capacidade dramática. PArece-me que Sy funciona melhor nesta proximidade com o publico, mas fica algo sozinho num filme que tem um Worthington longe do sucesso de outros filmes tenta balançar sem grande sucesso.



O melhor - Alguma sequencias tradicionais de Woo

O pior - A forma como o filme se torna previsivel sem ser brilhante


Avaliação - C

The Fabulous Four

 Tem-se tornado uma tendência em Hollywood todos os anos temos uma reunião de atrizes mais experientes para reviver amizades do passado, sendo que este ano surge mais um titulo deste género, com algumas atrizes conhecidas, algumas como Saradon que já fizeram parte de outros projetos da mesma natureza. Este filme surgiu no verão com criticas sofríveis, mas suficientes para obter o lançamento wide. Comercialmente nunca é um produto propriamente muito forte com resultados bastante rudimentares que nos fazem questionar como é que ainda se aposta em lançamentos wide neste tipo de projetos.

Aqui temos um dos cliches tipicos deste tipo de filmes concretamente o da despedida de solteiro de uma delas, com a introdução de um conflito de anos, e uma reunião com encontros e desencontros. O problema do filme começa num humor ultrapassado que nunca consegue ser minimamente engraçado, existindo momentos em que chega mesmo a ser confrangedor a forma como o filme tenta ter graça sem nunca o conseguir.

O segundo problema e talvez o maior e a personagem central, fica muitas duvidas se a mesma não tem uma perturbação cognitiva na forma como e caracterizada e na tentativa insistente de conduzir Midler para um humor fisico que há decadas a mesma deixou de funcionar e que insiste ate a exaustão. Tudo isto conduz a um filme péssimo, sem graça, previsivel.

Saimos da hora e meia de filme com pena de atrizes como Saradon que tiveram uma excelente carreira e que agora deambulam por este tipo de projetos. TUdo o resto e de filme de serie C, que faz com que as atrizes que neste tipo de projetos encontram resposta para o desemprego, merecessem outro tipo de tratamento porque estas abordagens são pessimas.

A historia segue um grupo de quatro amigas, que se reunem para a despedida de solteiro de uma delas, sendo que nas festividades tentam ultrapassar o conflito do passado entre duas, entre as quais a noiva. As diferenças entre elas vão ser notórias no reencontro.

O argumento do filme e o tipico deste tipo de registo, humor facil, disfuncional no sucesso da piada, caminhando para o cliche constante. Um estilo de filme que deveria pertencer ao passado, mas que o excesso de caminhos para a divulgação acabou por acordar novamente.

Na realizaçao do projeto temos Moorhouse uma realizadora experiente que nos primeiros anos do milenio teve algumas apostas conseguidas ou pelo menos com alguma visibilidade do estudio que acabou por desaparecer. Aqui demonstra bem o baixar dos seus projetos

No cast das quatro atrizes escolhidas, parece-me claro que Saradon e a que menos fez para chegar a este estado de papeis. Midler foi sempre uma atriz de comedia estetica que com o envelhecer nao tinha sentido continuar no registo como o faz neste filme. As restantes acabam por ser conhecidas desconhecidas.


O melhor - O tempo curto de duração do filme


O pior - Apesar de tudo a personagem central


Avaliação - D




Fly Me To The Moon

 Desde muito cedo este ano que começou a ser publicitado este novo filme da Apple o qual vinha com uma estratégia algo diferente de ser um blockbuster de verão, desde logo pensando que poderia funcionar uma dupla de protagonistas de primeira linha, e acima de tudo debater a ida a lua. O filme acabou por estrear em pleno verão, criticamente o filme ficou pela mediania o que não lhe deu um impulso mais forte, sendo que isso conduziu a resultados comerciais muito aquém do valor comercial que os seus interpretes poderiam ter.

O filme tem uma base interessante e que muitas vezes entra nas discussões da ida a lua, concretamente naquilo que é real e simulado e o filme joga bem com essas duas vertentes, acrescentando um lado amoroso. O problema do filme é em quase toda a sua essência o ritmo, demasiado baixo, e principalmente por o lado descontraido nunca ter o nivel de humor capaz de sustentar um blockbuster de verão, deixando sempre a sensação que o filme poderia ser muito melhor e mais proximo do publico.

A questão das versões da ida a lua, e no lado publicitário acaba por ser o aspeto mais maduro, e mais interessante do filme, o qual nem sempre o pega da melhor forma, sendo quase os intervalos de uma relação amorosa de cliche, e um filme demasiado esteriotipado para uma duração tão longa, que chega a ser demasiado adormecido.

Por tudo isto e inevitável sair do filme sem um bocadinho de expetativas defraudadas, primeiro porque os dois atores principais poderiam ter mais quimica e personagens com mais dimensões e depois porque mesmo no lado mais original da abordagem fica algumas questões por resolver, num filme que tenta ser demasiado comico sem nunca o conseguir ser.

A historia fala de uma agente de publicidade que é contratada pela Nasa para fazer da ida a lua, um sucesso comercial e a historia do momento, perante as questões levantadas pela guerra do vietname, acabando por ser relacionar com um dos responsaveis da missão, marcado pelos falhanços do passado.

O argumento do filme tem uma base original e que muitas vezes está nas discussões dos feitos, mas pouco mais. O filme tenta ser uma comedia sem nunca trabalhar com qualidade os dialogos, e a parte mais madura do filme nunca é levada a serio, num filme que consegue atingir com dificuldade os objetivos que se propos.

Na realizaçao, o filme foi entregue a Berlanti, um realizador de comedias de costume que tem aqui um filme maior que a sua competencia. Fica a ideia que para alem do trabalho temporalmente contextual falta rasgo ao filme que se deixa adormecer, mas talvez o problema seja a expetativa ja que nos parece que o filme vai de encontro a carreira do realizador.

No cast Tatum esta monocordico nesta fase da carreira, parece retirado de um museu de cera e o filme padece com essa dificuldade. Johansson estava fora de ecra à algum tempo e vai muito no tipo de estetica do seu protagonista, deixando Harlesson e sua descontração algo isolados no estilo que o filme queria ter.


O melhor - A encenação

O pior  Ficar com a ideia que a expetativa foi demasiada para o filme


Avaliação  - 



C


Thursday, September 05, 2024

Kinds of Kindness

 Muitos ficaram surpreendidos quando ainda na ressaca do sucesso que Poor Things foi para Lathimos, o mesmo se apresentasse imediatamente no Festival de Cannes seguinte com mais um filme no seu estilo peculiar de trazer historias com muitos dos seus habituais colaboradores. Ao contrario de Poor Things o estilo fragmentado deste filme apenas satisfez moderadamente e acima de tudo na prestação de Jess Plemons que obteve o premio de melhor ator no conceituado festival. Comercialmente o filme não esperou pela temporada de prémios e foi a jogo no verão com resultados moderados.

Sobre o filme podemos dizer que Lathimos e um rebelde disruptivo em todos os seus parametros, e aqui volta a ser, desde logo por apostar esta vez num filme que são três, com um elo de união vago, sem qualquer sentido concreto. As historias tem resultados diferentes mas todas acabam por ser o estilo do realizador, no lado quase sem sentido das suas cronicas, mas que permitem sempre interpretaçoes de primeiro nivel.

Eu confesso que surpreendi com a Lagosta, mas que desde ai, filme apos filme, penso que o cinema de Lathimos original, bem realizador, parece sempre uma forma de expressar do realizador da sua loucura e isso distancia um pouco aquilo que e o significado que lhe dou. Fica a noçao que temos muito pouco a retirar moralmente de cada uma das historias ou mesmo algum significado das mesmas que vá para além da originalidaade da abordagem e das historias e os seus momentos.

Por tudo isto fica a ideia que realmente Lathimos surpreende, muitas vezes pelo absurdo e pela forma como consegue levar a si um conjunto de atores de primeira linha, que pela sua competencia fazem tudo parecer mais impactante do que realmente a historia em si acaba por ser. Aos poucos fica cada vez mais dificil perceber o seu processo criativo e o seu significado, mas se calhar essa e a formula que ele quer, embora eu pessoalmente a considere algo distante.

A historia segue três historias de controlo, o primeiro de um jovem cujo patrão exige que ele mate um individuo num acidente de carro. Um policia que vê a sua mulher regressar a casa após um acidente e que percebe que talvez a mulher em questão não seja a mesma, e um culto a procura de uma mulher de uma profecia concreta.

O argumento tem três historias sem qualquer ponto de ligação, originais na abordagem, mais do que propriamente na sua concretização, cujo sentido e intuito fica muito dificil de perceber. E claramente alguem que arrisca mas fazer filmes sem sentido acaba por ser facil

Eu confesso que Lathimos me surpreendeu nos seus primeiros filmes, mas que nos ultimos tempos tem aprimorado o ponto de vista estetico, principalmente em Poor Things mas que agora tem um filme mais simples, com muitos momentos cringe como ele gosta de dar. Nao sendo um realizador que tem se aproximado dos meus gostos pessoais tem construido uma carreira bastante particular.

No cast para alem de Stone e Dafoe habituais colaboradores do realizador e com quem ele se sente bem em explorar os limites dos mesmos, temos a introdução de Plemons que acaba por ser o que mais ganha com o filme, ja que nos tres papeis lhe permitem a versatilidade que ele sempre apresentou e que o torna num dos valores seguros do momento, num dos seus papeis mais vistosos, onde domina o filme.


O melhor - Jesse Plemons

O pior - A ideia que Lathimos ja nem se preocupe em que os filmes tenham qualquer significado


Avaliação - C+

Sunday, September 01, 2024

The Deliverance

 Setembro normalmente marca o arranque dos projetos com ambiçoes aos premios embora numa primeira fase esse lançamento seja de filmes com menos expetativas, dai que surpreendeu que a Netflix tenha lançado a nova obra de Lee Daniels com algumas das atrizes que marcaram os projetos mais conhecidos da sua carreira ainda para Agosto. Com as avaliações percebeu-se a razão para tal, criticamente o filme foi um desastre completo com uma incursão do realizador pelo lado do terror. Comercialmente também parece que a netflix não colocou muitas expetativas no filme, o qual temos de procurar na biblioteca da aplicação sem qualquer alerta significativo.

Sobre o filme podemos dizer que temos um tipo filme de possessão do demónio, igual a tantos outros filmes de terror de segunda linha que passam de forma quase anonima pelos cinemas ao longo do ano, o que se torna ainda mais preocupante tendo em conta o trajeto de Daniels como realizador. O filme nao tem elementos diferenciadores embora tente jogar no lado social da familia, mas acaba quase sempre por ser mais do mesmo.

O unico ponto onde o filme consegue ter melhores atributos do que os outros do genero acaba por ser nos interpretes, Um bom elenco que mesmo num filme de terror consegue conduzir alguns elementos e intensidade das personagens para niveis mais elevados, mas e so ja que de resto temos sempre um encaminhar para o filme de terror de estudio, ficando a sensação que o filme quer sair desta amarra sem nunca o conseguir.

Ou seja, tendo em conta o cast, e o percurso do seu realizador o filme e uma desilusão, desde logo porque o genero e quase sempre limitativo ao tipo de filme que pode surgir, mas mais que isso porque ninguem tem arte de tirar o filme dessa corrente obvia de um cinema previsivel, de tarefeiro e que nao devia chamar a atenção dos envolvidos no projeto.

A historia fala de uma familia socialmente destruturada que apos começar a residir numa nova habitação começa a perceber que o filho mais novo adota comportamentos estranhos cuja explicação nao e apenas social.

O argumento e o tipico deste tipo de filme de terror, a introduçao dos personagens e a explosão do acontecimento ate a sua concretização maxima-. O filme ainda tenta introduzir alguns elementos sociais e mesmo raciais que sao totalmente ultrapassados pela dinamica central do filme que o torna totalmente previsivel do primeiro ao ultimo minuto.

Na realização Daniels pese embora nunca tenha conseguido chegar a dimensao ou reconhecimento de PRecious no seu percurso teve sempre filmes com um tema comum ou pelo menos com objetivos fortes dai que surpreende esta ida ao terror simplista. Pode ser uma questao comercial, mas fica sempre um marco negro numa carreira razoavel.

No cast Daniels tras algumas das suas referencias como Day e Monique, a primeira tem os seus momentos de intensidade que fazem dela uma das boas atrizes afro americanas do momento e mesmo num filme debil como este mostra esses atributos. O lado estetico e arriscado de CLose tambem merece o sublinhado com a intensidade que nos habituou ao longo dos anos.


O melhor - O cast~


O pior - Ver Daniels num genero tao pobre como este


Avaliação - C-