Tuesday, July 10, 2007

Sicko





Michael Moore é sem duvida uma das personagens do novo panorama cinematografico hollywoodesco apostado em tornar o cinema documentario num espectaculo de multidões interactivo com dinamismo politico e apostado em salientar os pontos negativos do seu proprio pais, numa dicotmia de amor odio entre Moore\Bush e acima de tudo os EUA. O que é certo é que o sucesso de Moore em Bowling for Columbine acabou por colocar os documentarios num lugar de destaque no cinema americano capaz de ombrear com Blockbusters nas salas de cinema, e depois de uma maior controversia politica em Farnheit 9\11, eis que Michael Moore se volta de novo para questões mais sociologicas, sempre com a sua ironia e polemica a mistura, lançou este Sicko que embora menos polemica, e comercial do que os seus antecessores, conseguiu visibilidade comercias e acima de tudo mais uma vez a rendição da maioria da critica pese embora a discordancia sempre presente em torno de Moore.

Depois das armas e do combate ao terrorismo, Moore volta a incidir as suas setas contra as politicas dos governos norte americanos, sendo alvo desta vez o sistema de saude americano, dominado pelo poder economico das seguradoras sendo atentados a saude publica dos americanos. No documentario com a ironia sempre latente no seu discurso, Moore começa com a sua forma demasiado ensaiada por transmitir casos de vitimologia pura relativamente ao sistema claramente discutivel. Obviamente com a capacidade de chocar, Moore utiliza os sempre discutiveis dramas pessoais para dar mais peso a sua mensagem. Posteriormente Moore muda de estrategia oferecendo o ponto de vista dos europeus, contudo mais uma vez Moore cai no exagero, mostrando o sistema de saude frances e ingles como irrepreensiveis, sempre com um documentario cheio de expectativas que tenta confirmar e nunca com o caracter exploratorio que poderia enriquecer e dar uma toada mais neutro ao documentario em si.

Para finalizar, Moore ataca com as armas todas contra Bush e as politicas americanas, unindo temas como 11 de setembro, cuba, e sistema de saude, para uma especie de protesto e para colmatar com irreverencia e provocação o seu proprio pais. O final e forte mas ao mesmo tempo demasiado auto promotor da sua imagem, novamente parece que por diversas vezes Moore prefere dar relevo ao seu aspecto e forma de criticar do que o conteudo da mesma, preocupando-se por excesso em auto promover a sua pessoa, extremamente gritante no ultimo segmento do filme.

Alias o mal de Moore é que constroi os seus documentarios com ideias pre defenidas que tenta a todo custo realizar o que conduz que apesar dos interessantissimos temas e formas com que aborda as tematicas, tudo pareça demasiado concertado, demasiado ligado e perfeitamente encaixado, tipico da ficção mas demasiado linear para um documentario. Perdendo o caracter exploratorio e interventivo do proprio documentario.

O argumento cada vez mais notorio a sua existencia peca por isso mesmo pelo facto de deixar antever que existe guião num documentario. COntudo a forma como Moore aborda as problematicas e ironicamente forte e interessante, filmando como poucos e atingindo grande qualidade quer nas analises quer na forma como demonstra um conhecimento intensivo naquilo que pega. E esse merito é seu.

Sem a força politica de outros filmes mas com a mesma força cinematografica.


O melhor - Moore mais que um cineaste e um politico e o cinema a sua arma.


O pior - A constante auto propaganda... O intuito principal do filme nao devia nunca ser a auto promoçao quando se aborda problematicas tao seria.


Avaliação - B

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