Monday, February 12, 2007


Factory Girl




Existem certas personalidades cujos biopics só estão ao alcances de certos magos de Hollywood, e um deles é sem sombra de duvidas Andy Wahrol, um biopic que há muito se aguarda em Hollywood mas que poucos o arriscarão fazer. Sem duvida que um cineaste mediano como Hickenlooper nunca o conseguiria fazer, dai que resolveu contornar a situação optando por retratar a historia da musa maxima de Warhol, Sedwick, também ela com uma história recheada de polémica e de acontecimentos marcantes, desde o seu pico ate uma descida ao inferno extremamente decadende. Talvem mesmo ela merecesse um filme mais grandioso, tinha mais que materia para isto. Mas nao podemos dizer que sai pouco valorizada de um filme pequeno, agradavel, com uma boa capacidade de sintese, que consegue caracterizar muito bem a personagem principal, e retrata de uma forma quase apolaiptica a descida ao inferno da actriz.

Como qualquer filme que retrata Warhol as expectativas eram elevadas, mas rapidamente se observou que o autor tinha ficado a porta do criador da pop art, temendo arriscar na sua personalidade reduzindo-o a um vilão sem sentimentos e egocentrico. A critica nao aceitou um filme polemico forte e intenso, e o publico também se alheou, parecendo-nos que o filme perde alguma da atenção que a vida de Sedgwick merecia, e que o filme enfoca a luz.

O filme e realizado a uma velociade alucinado estando preso a alguns facilitismos e nao abosradando grandes detalhes, mas acaba por nos dar uma prespectiva do que foi a existencia deste icon. Factory girl consegue ao mesmo tempo ser um dos biopics mais superficiais e resumidos da historia mas dos mais intensos na proporção quantidade tempo.

O argumento esta longe de ser rico, acabando apenas por retratar o essencial, na parte final perde um pouco de coesão perdendo o fio á historia com cortes algo significativos, mesmo assim o poder de sintese do filme e muito bom, e a intensidade emocional que consegue impor.

O realizador apresenta desde logo noção das suas limitações nao arriscando grandes aventuras. Que a historia poderia conduzir, opta por uma realização algo trepidante mas sem grandes rasgos de creatividade. Talvez falte alguma cor, marca de autor de Wahrol e que poderia contextualizar melhor o filme.

No que diz respeito ao cast desde logo salientar as dificuldades que poderiam existir neste particular ja que a força das personagens poderia ser peso a mais para os actores que as assumicem. Mesmo assim parece-nos que a aposta em Miller é totalmente ganha, com uma prestação de encher a tela, a actriz mais conhecida por desvaneios da vida privada do que propriamente pela qualidade interpretativa assumiu o risco dos produtores numa escolha polemica, e brilha em longa escala. Talvez o seu temperamento fora da tela não permita que seja valorizada a longa escala, devido as constantes polemicas da sua vida pessoal, ainda relacionada com este filme o facto de referirem que as cenas de sexo com Christiensen são reais.

No que diz respeito a Wahrrol, Pearce encontra-se brilhantemente caracterizado mas o facto do autor nao querer entrar muito pela personalidade do criador, torna a personagem algo vazia, mesmo assim parece-nos que a escolha é acertada, ja que o papel exige alguem com boa capacidade interpretativa e Pearce entra nesse conjunto.

O resto do elenco apresenta-se como figurativo.

Enfim um filme controverso, noir e intenso como a personalidade dos retratados pedia.


O melhor - A interpretação brilhante de Siena Miller


O pior - Nao ter arriscado mais sobre Wahrol, era dificil mas a audacia separa os medianos dos brilhantes


Avaliação - B-

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