Saturday, March 04, 2006
Match Point
Starring:
Brian Cox, Matthew Goode, Scarlett Johansson, Emily Mortimer, Jonathan Rhys-Meyers
Directed by:
Woody Allen
É consensual que nos ultimos tempos Allen estava arredado dos grandes filmes, apresentando sucessivamente filmes simples, com pouco fundo e sustentado em dialogos filosóficos e cheios de sentido, capazes de agradar os fás do autor mas incapaz de entrar no goto de todos os outros. Pois bem com match point allen corta com quase todo o seu passado diferente, apresentando um filme mais negro, substituindo o tom cómico por um tom mais dramático a acima de tudo substituindo as palavras por gestos e expressões faciais, integrando tudo isto numa narrativa muito complexa e bem contruida. De referir ainda a mudança de cenário, a incrivél Manhatan é substituida por Londres, onde apesar da grande caracterização espacial, Allen demonstra ainda estar longe do conhecimento que tem na sua terra natal.
Assim estamos perante um filme bem contruido, sustentado numa personagem em contrução de personalidade, algo perdida em si próprio (Meyers) depois surge um misto de amor, traição, mistério, tocando ao de leve temáticas como as patologias das classes altas e o aborto.
No inicio do filme a personagem principal encontra-se a ler Dostoievsky, pois bem os paralelismos com a obra crime e castigo, do autor são mais que muitos, estando presente com grande destaque nos ultimos 20 minutos de filme.
Mas será este filme um dos melhores do ano? Na minha optica é discutivel, se por um lado o filme está bem contruido e surpreende prlo facto de ser um obra singular na carreira de um autor singular, o facto é que pouco de novo nos trás o filme, com uma história de centro algo batida em Hollywood, mesmo assim Allen faz o filme com mestria o que o retira do medianismo tradicional deste tipo de obras.
A realização de Allen é bem conseguida principalmente nos contrastes preto branco quase metaforico que vai fazendo ao longo de todo o filme. O cast é extremamente arrojado, apostado em actores jovens, e se por um lado Scarlett é garantia de qualidade, Meyers (eterno secundário em filmes épicos, mas que já tinha surpreendido tudo e todos com o andrógina Brian Slade em Velvet Goldmine) era uma aposta de risco, contudo a meu ver ganha, já que a grande expressividade facial e vocal do actor contornal alguns défices relacionados com a componete motora, principalmente a sua locumução (muito feminina!).
O argumento mesmo longe das obras primas de Allen é muito bem contruido e é com naturalidade que o vimos com uma nomeação para os OScares da academia!!!
Estamos em conclusão perante um filme que teve o maior reconhecimento critico de Allen desde "As faces de Harry",e quem sabe o renascimento do autor noutro género.
O melhor. A capacidade de Allen surpreender quer na comédia quer no Drama
O Pior. Perde-se na fase intermédia do filme, penso que uma maior exploração dos conflitos finais da personagem poderiam enriquecer o filme
Avaliação - B
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