Saturday, February 08, 2025

Babygirl

 Lançado em Veneza como o filme mais quente do ano, desde logo ficou prefilado para os Oscars depois de Nicole Kidman ter ganho o premio de melhor atriz no festival de Veneza. Mas logo ai se percebeu que a boa receção critica talvez nao fosse acompanhada pela reação do publico que nao foi propriamente muito proximo deste filme sobre fantasias sexuais. Em termos de bilheteira o filme saiu no final do ano, numa especie de filme quente de natal mas o resultado nos EUA foi rudimentar mas no resto do mundo a curiosidade permitiu ao filme resultados bastante consistentes.

O filme é sobre dinamicas sexuais e de poder laboral, a historia tem bastante atualidade e acaba por ser curioso a forma como o filme altera o padrão alegadamente convencional no que diz respeito aos generos dos envolvidos. Ate aqui o filme funciona, o problema são as personagens principalmente as masculinas, vagas, pouco trabalhadas, o que acaba por fazer a intensidade narrativa ter dificuldade em crescer, e quando assim é fica a sensação de um filme em lume brando que nao arranca.

Outro dos pontos onde parece que o filme estava demasiado dependente era na sensualidade da atração e também aqui penso ja termos visto bem melhor. A quimica entre os casais nao e propriamente muito interessante ficando a ideia que tambem o contexto familiar da protagonista fica demasiado pela rama. COmpreendo que o filme queira alinhar-se no lado central da sexualidade mas tambem fica a ideia que isso nao ficaria comprometido com mais trabalho nas linhas narrativas secundarias.

O filme funciona na mensagem, no tema que quer abordar e como o faz crescer. Fica a sensação que por vezes e algo preguiçoso na forma como constroi as suas proprias cenas e isso acaba por saber a pouco. E um filme razoavel sem nunca conseguir ser brilhante. Cai em alguns cliches e num filme de temporada de premios isso pode ser pouco.

A historia segue uma alta executiva com uma vida sexual reprimida que inicia uma relação sexual e de dominio com um jovem estagiario que em plena meia idade poe em causa a sua familia, o seu trabalho e a sua propria forma de se ver.

O argumento do filme acaba por ter alguns elementos que são atuais e que sempre foram trabalhados de uma forma algo simplista. O filme tenta mais, mas as personagens principalmente as masculinas acabam por ser tapadas pela forma demasiado intensa que o filme se debruça sobre a personagem feminina. O filme tem o seu maior valor nas interações finais.

Na realizaçao temos Halina Reijn uma quase desconhecida que se deu a conhecer neste filme. Nota-se uma realização feminina no enfoque, e na forma como o filme observa tudo desse ponto de vista. Falta algum risco visual, porque parece sempre um telefilme de natal. Veremos o que vem a seguir, ou sera um one hit wonder.

No cast temos uma Kidman disponivel, intensa, algo que tem sido comum nesta fase da carreira da atriz. NAo e propriamente a sua melhor construção mas e a que beneficia mais do filme ser construido em torno de si. Banderas poderia ser mais convincente nos momentos em que é chamado a ser intenso, e Dickinson e um dos atores em ascenção em Hollywood, da o lado perdido de uma juventude em crescimento, mas pouco mais, demasiado recheado de tiques.


O melhor - Os ultimos cinco minutos

O pior - Os personagens masculinos.


Avaliação - C+

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