Wednesday, August 21, 2024

Jackpot

 Paul Feig foi há cerca de um decada uma das figuras da comedia norte americana, sendo que os seus filmes eram lançados como o elo de ligação da comedia de costumes com o louvor critico, algo que foi perdendo consoante acabava por ter alguns floops a todos os niveis. Pese embora esta trajetoria algo descendente nao deixa de ser surpreendente que o seu projeto seja um filme direto para streaming com uma dupla improvável como Cena e Akwafina, que nos parece que poderia ter bons resultados comerciais. Criticamente o filme ficou pela mediocridade e comercialmente a Prime ainda tem alguma dificuldade em fazer vincar os seus projetos de base, mas este pode ser uma alteração a um padrão pelos elementos claramente comerciais presentes.

Sobre o filme podemos começar pelo inicio que é a ideia estapafúrdia que o filme tem na sua essência que acaba por condicionar o que quer que seja que pudesse funcionar com lógica no restante do filme. Isso permite algumas piadas que funcionam, normalmente em comentarios paralelos, ja que o resto e apenas uma ideia disparatada totalmente completada por sequencias ainda mais disparatadas em busca do sentido facil das coisas.

Eu que ate acho que John Cena em espaços funciona bem no lado comico, acho que a forma como a sua imagem tem sido ridicularizada ja um excesso a todos os niveis tendo aqui um nivel extremado que se torna mesmo Cringe. Ao seu lado Akwafina tem um estilo muito próprio que estou longe de achar muito funcional pois rapidamente se torna repetitivo em argumentos mais standartizados como este.

Por tudo isto temos a tipica comedia fisica, exagerada, com muito pouco conteudo, que tenta a gargalhada facil de verão, mas que na maior parte do tempo nunca consegue ir para alem do absurdo e quando tal acontece fica sempre a ideia que estamos a cumprir requisitos minimos, ainda para mais quando Feig nos habituou um pouco mais nas suas comedias.

A historia segue uma estranha lotaria futorista onde quem matar o vencedor do premio duplica o mesmo. O que torna tudo numa luta por tal objetivo. Ainda pior quando a vencedora e uma aspirante a atriz que fruto do acaso se ve perceguida por todo o lado apenas com a ajuda de um protetor profissional.

O argumento e tao disparatado como soa no paragrafo acima e nos detalhes as coisas tornam-se ainda mais estranhas e por vezes absurdas. O filme funciona em pequenos momentos em dialogos soltos e apontamentos a titulo de curiosidade o que e claramente muito pouco.

Feig e uma das figuras da comedia dos ultimos anos quer como argumentista quer como realizador, que contudo nos ultimos projetos ja demonstrava algum abrandar no sucesso, mas que este filme surpreende por completo, pela negativa pelo absurdo e acima de tudo pelo facto de se ter tornado num humor goofy de valor duvidoso.

Por fim no cast Cena tornou-se num ator que faz da comedia fisica a sua praia, algo que nos primeiros filmes ate podia funcionar mas que com o tempo tem-se tornado algo irritante na maior parte do tempo. Ao seu lado Akwafina que repete estilo, sem grandes alteraçoes no padrão, significativamente pouco para o que se espera dos dias de hoje de figuras fortes comerciais.


O melhor - Alguns apontamentos de humor colaterais

O pior - A forma como o filme tem um argumento absurdo que ainda fica mais absurdo da forma com que e potenciado


Avaliação - D+

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