Vinte anos depois de
Danny Boyle lançar ao mundo um grupo de drogados de Edinburg em
algumas das mais amadas personagens do cinema moderno, e conseguir
fazer de um filme de pequeno orçamento um dos filmes de culto dos
ultimos vinte anos, surge a homenagem sob a forma de sequela,
dando-nos o momento de cada uma das personagens anos depois. O
resultado critico do filme embora inferior ao primeiro, algo que era
esperado pelo facto da novidade já não estar presente, acabou por
ser positivo. Comercialmente Trainspotting nunca foi um filme de
multidoes mas acima de tudo um filme para quem realmente gosta de
cinema.
Sou um adepto confesso
do primeiro filme, penso mesmo que se trata de uma das raras obras
primas dos ultimos anos, recheado de momentos marcantes. Este e uma
digna sequela, onde acaba por ter muito que o primeiro filme, contudo
sem tanto exagero ou as personagens não tivessem numa fase diferente
da vida delas. E obvio que o primeiro filme iniciou uma forma de
filmar que teve muitos seguidores, dai que a abordagem acaba por ser
menos surpreendente, mesmo que os momentos e os dialogos sejam de
primeira linha, ao mesmo tempo com um humor sublinhado mas mais que
isso com o impacto que cada mensagem tem, mesmo nem sempre sendo
transmitida da forma mais direta.
De resto temos a mesma
forma das mesmas personagens, aquele humor que acaba por ser tudo no
filme, as sequencias de limite que tanto ficaram no imaginario acabam
por estar novamente presentes, numa junçao plena de tudo o que temos
no primeiro filme. O que mais gostei neste filme e que não se
preocupa com o resultado final, preocupa-se em homenagear o primeiro
filme, mais que dar a este algo paupavel para recordar. O melhor
elemento do filme, e saber que o primeiro filme era impossivel de
igualar e torna-lo no centro deste segundo.
Por isso e que eu acho
que muitas vezes as sequelas devem ser objetivamente mais modestas
nos seus objetivos mais que isso e por isso que penso que o cinema e
daqueles pontos que so com o tempo percebemos o valor real das suas
obras, e digo este é daqueles filmes que nos da grandes momentos por
si so, mas que nos faz sentir uma nostalgia relativamente ao primeiro
filme que so um classico pode ter.
A historia segue o
reencontro dos sobreviventes do primeiro filme de forma a tentar
resolver o conflito criado pela solução final do primeiro filme.
Entretanto vinte anos decorridos a vida de eles mudou, mas as
caracteristicas quase nada.
Em termos de argumento
e em virtude de porno a sequela literaria do primeiro filme nunca ter
sido adaptada ao cinema, aqui temos um argumento de novo com algumas
bases no porno para dar seguimento ao primeiro filme. O mesmo teor, o
mesmo estilo, a riqueza interinseca de dialogos de primeira linha
fazem deste filme um argumento mais basico do que o primeiro filme,
mas tambem de grande qualidade.
O primeiro garante da
qualidade desta sequela foi o facto de ter conseguido convencer Boyle
a regressar ao projeto. O realizador britanico deve ser dos mais
irreverentes creiativos e versateis realizadores da atualidade e aqui
tem mais um trabalho de mestre, de alguem que assim como o filme
ficara com o tempo mais vincado pelas obras singulares que vai
deixando pelo cinema.
No cast a repetiçao de
papeis que deram a conhecer ao mundo estes quatro actores encaixam
perfeitamente. Mcgregor foi o mais bem sucedido e aquele que acabou
por mudar mais algo que encaixa perfeitamente na sua personagem. Mas
o destaque o filme e o regresso de Carlayle a uma personagem mitica e
que ele tornou-a assim.
O melhor – A forma
como mais que se valorizar a si e um filme que valoriza em muito o
primeiro filme.
O pior – Quando acaba
queremos mais destas personagens
Avaliação - B+
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