Apresentado no ultimo festival de Berlim, onde teve boas criticas, o filme acabou por ficar conhecido pela transformaçao fisica de Sebastian Stan, e pela presença de um ator com uma deformação facial, que acabou por ser surpreendente pelo seu lado descontraido. Pese embora as excelentes criticas o filme com o seu teor independente teve dificuldades em termos comerciais com resultados curtos tendo em conta o potencial que o filme poderia ter tido.
Sobre o filme podemos dizer que e um dos melhores filmes do ano ate ao momento, desde logo porque consegue indicar uma mensagem sobre a aparencia fisica e a forma como influencia a auto perceção de uma forma concreta que nos leva na montanha russa do estado de espirito da personagem, que acaba por em cada momento ser uma boa introspeção sobre o mundo que nos rodeia, e a forma como a aparencia acaba por ser essencial, mas nao fundamental.
O filme tem um ritmo pausado inicial com detalhes e cada personagem a frequentar o espaço proprio num guião com bons momentos, dialogos, onde as personagens crescem com o filme, sendo que a introdução do elemento Oswald acaba por levar o filme para um lado mais interessante, descontraido sem que com isso o filme abandone a mensagem clara que quer ter.
Por tudo isto e sem tanto ruido se calhar este particular e pequeno filme transmite uma mensagem ainda mais forte do que The Substance sobre a valorização fisica e a sua importancia. Nao necessita de grande fogo de artificio acabando por sustentar o seu filme num bom argumento, personagens, mas acima de tudo na sua capacidade de se debruçar sobre os diferentes momentos da mudança.
A historia fala de um aspirante a ator com uma deformaçao fisica facial que acaba por ter dificuldade na relação interpessoal com uma vizinha por quem se apaixona. Alguns anos depois e depois de um tratamento que tornou a cara dele normal, reencontra a vizinha percebendo que o passado comum vincou ambos.
O argumento e a grande valencia do filme, na capacidade de fazer as personagens darem em cada uma das suas posições o que o filme quer de cada uma para fortalecer a mensagem, sem nunca perder dialogos fortes, e engraçados que sao a forma como o filme melhor comunica com o espetador.
A realizaçao marcadamente independente acaba por ser o parente mais pobre do filme, a cargo de um quase desconhecido realizador Schimberg que tambem e argumentista sabe deixar o que melhor o filme tem fluir, concretamente o seu cast. Nao e vistoso mas e funcional.
No cast e incrivel o ano de Stan em duas construçoes com carimbo de premio que por razoes diferentes podem o deixar fora. O ator tem a capacidade de se moldar a cada momento desde o lado pausado ate a explosão que so esta ao alcance dos melhores. Incrivel o lado divertido de Pearson nao obstante da sua estrutura facial, e a forma com que Reinsve acaba por ser o balanço do filme, na sua apariçao depois do sucesso de The worst person in the world.
O melhor - As interpretaçoes
O pior - A forma como o filme tem um ritmo lento no primeiro segmento
Avaliação - B+