Wednesday, November 30, 2022

Stars at Noon

 Uma das apostas no ultimo festival de Cannes foi o novo filme de Claire Denis, uma conceituada e nada comum realizadora francesa que tem ganho espaço e conceito em festivais mais de autor. Este ano esta sua pequena aposta sobre um drama politico na Nicaragua, estreou em Cannes com algumas boas avaliações que a conduziu a um premio menos no festival, embora comercialmente o seu estilo de cinema não seja particularmente apelativo para grandes resultados.

Este e um filme que tem diversos pontos de funcionam de forma diversa. Desde logo a forma lenta e quase amadora com que Denis capta imagens não permite que os seus trabalhos sejam particularmente efusivos ou entusiasmantes. Nota- se a preocupação de entrar de uma forma abrangente na contingencia politica e social do filme mas pouco mais porque de resto e um filme lento e demorado para aquilo que na realidade acaba por dar ao espetador.

Muitos podem gostar do detalhe, do espaço que da aos atores para brilharem, para os espetadores submergirem no real contexto das personagens, mas no final fica a sensação que tudo é demasiado demorado, que o filme deveria ter mais ritmo, mais intriga, ou aproveitar melhor aquela que tem e que deveria dar um filme mais intenso e mais impactante.

Assim surge um filme claramente independente, demasiado concetual quando a sua narrativa e mesmo o seu conteúdo poderia valer outro tipo de registo. A aposta em jovens atores que arriscam nas suas personagens nem sempre é uma aposta ganha principalmente no lado masculino, e a relação central do filme deveria ter mais intensidade e mais quimica, e o filme sofre destes problemas.

A historia segue uma jornalista Freelancer que sem trabalha vê-se presa numa Nicaragua em guerra politica e tem de vender o corpo para aceder a alguns previlegios. Tudo se torna mais intenso quando conhece um estranho ingles, com uma agenda propria, que conduz a uma ligação intensa e complicada entre ambos.

No que diz respeito ao argumento, o filme tem uma intriga num contexto que pode ser apetecivel para um filme deste genero. O problema e o ritmo e a toada que o filme assume que acaba por ser lenta e diminuir a intensidade que a história de base poderia ter. Tambem as personagens parecem sempre ter dificuldades em crescer.

Denis e uma realizadora experiente, proxima da critica, com um estilo de cinema muito intimista. Nota-se a preocupação em entrar nos contextos, o que consegue neste filme, tornando tudo quase claustrofobico, mas perde a noçao da intensidade do filme, tipica dos cineastas mais europeus. Sera sempre o seu estilo

No cast Qualley tem ganho alguma dimensão em Hollywood e tenta demonstrar ser uma atriz versatil, arrojada e intensa, o que tem conseguido. Aqui teria um filme dificil, que com outra capacidade de comunicar com o espetador poderia ter outro impacto, ja que temos um papel interessante. Perde tambem porque o seu companheiro de cast, Alwyn não e propriamente prodigo em recursos, numa personagem que exigia mais.


O melhor - O contexto claustrofobico politico que o filme consegue criar.

O pior - Demasiado demorado e aborrecido


Avaliação - C



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