Thursday, November 10, 2022

Bros

 Numa altura em que a inclusão é cada vez mais discutida e onde o grito por espaço é cada vez mais necessário, eis que um grande estudio apostou numa comedia romantica homossexual de longo alcance que tinha como objetivo ultrapassar as barreiras do mediatismo, e tornar o tema mais universal. E se a critica ate gostou, avaliando bem este peculiar Bros, o publico nem tanto, sendo que a comedia que se queria universal tornou-se quase num hino LGBT+ apenas visto por pessoas da comunidade e pouco mais e ai a tentativa saiu frustrada.

A questão do filme é que ao querer tornar o fenomeno das relações homossexuais como universais e naturais talvez o filme devesse ser mais natural. Ficamos com a ideia que o fetichismo e a exploração sexual sem limites acaba por ter muito mais protagonismo do que duas pessoas que se apaixonam na diferença e ai penso que o filme acaba por cair nos esteriotipos exagerados que parece ainda limitar um entendimento ou aceitação mais global da homossexualidade. Ficamos com a ideia de que se é assim tudo sem barreiras então existe diferenças claras que vão muito para além da direção do amor e do desejo.

O filme tem momentos comicos talvez onde menos seria facil de encontrar. Alguns aparte em situações que não esperavamos, como o momento musical na tensão do jantar familiar. E nesse quase falta de sentido que o filme funciona mais, o que é estranho já que o filme tem uma assinatura tão forte, e um caracter ideologico tão vincado que acaba por saber a pouco ver o filme funcionar onde acaba por ser menos consequente.

Ou seja Bros apostava em ser a comedia romantica Gay universal, mas acabou por não o ser precisamente por não ser universal, e acima de tudo por ir bater nos esteriotipos todos das relações homossexuais que acabam precisamente por dificultar toda essa universalidade nos dias de hoje. E um statement politico que tem mérito mas o resultado deveria ser muito mais efetivo.

A historia fala de um locutor de radio, defensor de todas as causas LGBTQ+ e toda a sua afirmação, que com dificuldade em se apaixonar, acaba por se aproximar de um pacato indivíduo culturista com quem inicia uma relaçao inicialmente baseada no fisico mas que aos poucos se torna mais que isso.

No argumento o filme tem uma base interessante, que é nos dar um filme tipico de Hollywood mas com um casal homossexual. Nisso o filme e ambicioso, mas na concretização deixa-se afundar pelo excesso de esteriotipos associados a uma orientação sexual, onde a universalidade acaba por ficar àquele e entra muitas vezes no lado mais prevertido, independentemente da direção.

Na realizaçao Stoller e um realizador de comedias com algum sucesso que tem aqui um projeto mais politico que acaba por realizar com a simplicidade das comedias de estudio de Hollywood. Pouco aprumo ou preocupação estetica, adotando um estilo mais tradicionalista que o torna num tarefeiro do genero.

O cast ao optar por assumidamente homossexuais trás-nos Eichner como protagonista e argumentista, num papel dificil muito intenso, que fica na duvida se não é biográfico o que retira algum impacto da atuação. Ao seu lado temos MacFarlane que não é claramente um ator de recursos para um filme com este tipo de impacto.

O melhor - A ambição politica do filme


O pior - O filme cair nos esteriotipos que podia queres desconstruir


Avaliação - C-



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