Tuesday, April 12, 2022

Apollo 10 1/2: A Space Age Adventure

 Richard Linklater é sem sombra de dúvida um dos cineastas mais exprimentalistas que Hollywood conheceu até hoje. Não por ser particularmente arrojado nas suas historias, mas acima de tudo porque faz dos seus filmes verdadeiras experiencias de vida, como fez na longa filmagem de Boyhood, ou na triologia do romance puro de Before. Ao longo da sua carreira já tinha efetuado uma incursão na animação sem grande sucesso, e este ano volta, num tema mais intimista e com a colaboração da Netfllix. Criticamente o realizador voltou a agarrar a critica, mas comercialmente pouco ou nada ouvimos para potenciar uma historia como esta, o que demonstra bem que a Netflix preocupa-se mais com produtos de desgaste rapido do que com obras mais referenciadas.

Sobre o filme o que podemos dizer é que mesmo sem nunca vivermos em Houston, ou nunca termos estado propriamente dentro daquela epoca o filme é uma autentica viagem de promenores do primeiro ao ultimo minuto que nos enche de memórias mesmo que não sejam nossas. O filme consegue mais que ir a um momento proprio de uma sociedade ir atrás de uma infância de memorias, com dinamicas familiares, culturais e educacionais de um tempo de uma forma que apenas Linklater consegue ter.

O filme para alem de concetualmente e esteticamente ser muito aprimorado, entusiasmando o estilo de animaçao realista com muitas figuras conhecidas, acaba por surpreender pela forma como todos os promenores das dinamicas contam, abrindo o filme a uma vivencia familia imersiva num contexto unico como a experiencia lunar.

Por tudo isto e estranhamento incompreensivel como é necessário quase um mapa para descobrir tão curioso filme numa galeria interminavem de titulos que a netflix dispõesm. Claro que muitos podem pensar que a animaçao para adultos e sempre dificil, mas o filme marca mesmo isso, e um filme para a adultos que quer que façam recuar ao momento em que a animação ainda era uma forma de sentir e nisso o filme e muito competente.

A historia fala de um jovem instalado em Houston proximo da sede da Nasa e as suas vivencias familiares e fantasiosas nos momentos que antecederem a ida à lua e a forma como foi vivenciando essa própria experiencia.

Em termos de argumento a historia pode ser algo difusa no paralelismo entre a realidade e o imaginario, mas nos detalhes e nos apontamentos poucos escrevem como um Linklater absolutamente unico, na forma como potencia o detalhe e como chega às nossas memorias.

Em termos de realizaçao o trabalho do realizador e muito interessante e seria um autentico disparate se o filme não figurasse nos nomeados para melhor filme de animaçao no proximo ano, devido a qualidade e originalidade da abordagem, embora com tecnicas proximas daquela que Linklater ja tinha usado com menos sucesso no seu projeto de animaçao anteior. Podendo nao ter filmes espantosos tecnicamente Linklater tem projetos de vida dedicados ao cinema.

O filme nao tem atores, tem um Jack Black como narrador que cumpre aquilo que o filme quer, ou seja guiar-nos por memórias e a escolha acaba por ser mais que tudo competente.


O melhor - A experiencia totalmente imersiva que o filme acaba por ser.


O pior - O fio condutor pode não ser particularmente intrigante


Avaliação - B+

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