Thursday, August 29, 2024

Sound of Hope: The Story of Possum Trot

 Depois do sucesso de Sound of Freedom que catapultou um genero muito proprio para o sucesso comercial, muito por causa da produtora Angel, ligada ao lado religioso que a Angel tem tentado replicar as suas formulas, com historias de vida que reunem beneficiencia com a igreja, e que efetivamente tem resultado em filmes de grande expansão nos cinemas em busca de replicar o sucesso do seu filme panfleto. Este filme que ate mudou o nome para se aproximar do sucesso da produtora acabou por criticamente ter as mesmas dificuldades e comercialmente poucos resistiram com resultados muito mais rudimentares, mas mesmo assim parecem bem melhores do que o projeto com outro contexto poderia merecer.

Sobre o filme o de sempre, uma historia, trabalhada ao maximo para potenciar todos os elementos e feitos da sua personagem, mesmo que isso esconda por completo todas as caracteristicas humanas da mesma. O filme fica ao longo de mais de duas horas a dar imagens pesadas de crianças mal tratadas e a protagonista a conseguir ser a sua libertação, com as dificuldades inerentes a todo o processo.

Este filme sendo uma historia real poderia ser melhor trabalhado, poderia ter a capacidade de ir a procura da personagem e dos seus momentos, poderia tentar trabalhar mais o contexto de cada caso, em vez de repetir sequencias ao longo da duração. Mesmo os conflitos familiares normais, deveriam ser mais realistas, mas o filme nao quer ser maduro nem coeso, o filme quer essencialmente espelhar uma doutrina e para os mais simples consegue.

Depois do sucesso de Sound of Freedom seria obvio que a Angel tentaria ir a procura da formula, entrando com alguns pontos raciais que faltaram no filme anterior, mas as coisas nao correram bem, porque Sound of Freedom foi um movimento politico mais que artístico e porque parece obvio que a qualidade de elementos não está la e assim os seus seguidores terão sempre a mesma dificuldade.

A historia segue Possum Trot a esposa de um reverendo americano que começa a dedicar a sua vida a ajudar crianças vitimas de violência a serem adotadas e ganhar uma nova familia, mesmo que isso implique dificuldades na sua forma de vida.

O argumento e simplista e pouco trabalhado, não temos muito mais detalhes para alem no espelho dos números, e factos conhecidos são retratados mas nao sao contextualziados, num estilo de novela de repetiçao de segmentos para impacto emocional e pouca coesão.

Na realizaçao Weigel foi a aposta da Angel para uma das suas maiores produçoes deste ano, um desconhecido que se arrisca a ser tarefeiro da Angel, Pouco de diferente no estilo da produtora na abordagem numa forma muito própria de comunicar.

No cast atores de terceira linha desconhecidos tem aqui muito tempo de ecra num filme que nao deixa as personagens crescer, e com historias que mais trabalhadas poderia dar mais impacto as suas escolhas. Um genero que nao e propriamente um espaço de grande criaçao para os atores.


O melhor - A mensagem e sempre positiva

O pior - Duas horas de muito pouco cinema


Avaliação - D+



Someone Like You

 O cinema nos ultimos anos norte americano tem tido diversas alterações, sendo que uma delas foi o proliferar de adaptações literarias de livros conhecidos de sucesso imediato por operadoras menores, mas que acabam por ganhar alguma expansão e como tal algum poder comercial, mesmo quando se percebe que toda a produção é desenhada para um filme com pouca ou nenhuma repercussão. Podemos dizer que foi isso que aconteceu com este filme, que surpreendentemente e pese embora as criticas sofriveis estreou com algum impacto comercial, principalmente tendo em conta que todos os seus intervenientes sao totais desconhecidos

Sobre o filme temos uma telenovela em todos os niveis, desde logo na historia de base, simples, esteriotipada, parecendo quase sempre uma historia de amor desenhada por uma pre adolescente, com os toques de drama para a lagrima facil, que nem isso o filme consegue potenciar. Nao e este o problema maior do filme ja que argumentos com base simplista temos imensos, mas o filme torna uma ideia basica ainda mais desertificada na sua concretização num filme mal interpretado e com dialogos que parecem estes escritos por alguem da escola primaria.

E incrivel como mesmo sendo um livro de consumo rapido de narrativa facil, que foi um sucesso pode dar origem a uma produçao tão simplista. Fica a ideia e quase incapacidade de acreditar que um best seller e ainda para mais um filme que tem na argumentista a propria escritora do livro permita um filme a todos os niveis tao pobre sendo expectavel alguma dimensao comercial em face do sucesso da historia.

Por tudo isto temos um filme de clara serie C, mal trabalhado, mal interpretado, mal escrito, com uma dimensão duas vezes superior ao necessario, principalmente quando a maior parte do filme acaba por ser interações com banda sonora, esteriotipadas retirada do sonho de uma adolescente, enfim, tudo muito mau.

O filme fala de uma jovem que descobre que não é filha biologica dos seus pais, que embarca ate a cidade natal destes, onde tenta perceber que foi a sua irmã gémea, a qual faleceu dias antes num acidente e tenta perceber a vida que poderia ter tido.

O argumento e o maior desastre a todos os níveis do filme, começa desde logo na historia, uma base estereotipada cheia de cliches que do primeiro ao ultimo minuto e totalmente previsível.  O problema maior acaba por ser a total concretização do filme em dialogos incrivelmente mal dimensionados, que tornam muitos dos momentos totalmente cringe.

Na realizaçao, o projeto foi entregue a Russell um total desconhecido que filma a historia da forma mais simples e novelesca possivel, preenchendo os espaços ou lacunas no argumento com sequencias de musica de historias de encantar que nunca encaixa nos limites minimos que deve ser um filme.

No cast um naipe de atores totalmente desconhecidos que fruto do acaso tiveram a oportunidade de ter um filme expandido, quando fica a total noçao que muitos deles nunca teriam essa oportunidade de outra maneira devido as suas dificuldades, principalmente a dupla de protagonistas.


O melhor - Opah e daqueles filmes que se pode fazer pausas que percebemos tudo

O pior - Os pessimos dialogos


Avaliação  D-

Tuesday, August 27, 2024

Longlegs

 Existem fenomenos comerciais de conceito dificeis de explicar, mas que rapidamente levam a que projetos humildes tenham uma dimensão muito maior do que a expetativa inicial e se tornem casos fortes, principalmente em termos de mediatismo. Isso foi o que aconteceu neste Thriller policial, quase de horror claramente serie B, que começou a chamar a atenção pela excelente receção critica, entusiasta principalmente na construção de Cage. O filme conseguiu assim ter um maior impacto comercial que se traduziu em resultados significativos de bilheteira principalmente tendo em conta que se trata de um filme produzido como serie B.

Sobre o filme, podemos dizer que a expetetiva pode, quando muito elevada contrariar muito o impacto que o filme tem no espetador, e isso acontece neste filme. Quando ficamos semanas a ler que se trata de um filme proximo de silencio dos inocentes, que é uma pedro no charco do terror psicologico, pensamos obviamente que o filme nos vai dar muito mais do que acaba por dar. E obvio que o filme e impactante, principalmente esteticamente onde todas as imagens e caracterizaçao e pensada para o impacto maximo e nisso o filme muito funcional.

Todos poderemos achar cool, ainda que exagerado todos os maneirismos de um Cage que aproveitou esta fase da carreira para arriscar em tudo, e que os entusiastas do autor possam ficar surpreendidos com o risco deste serial Killer. O horror estetico e suspense do filme sao uma constante ao longo de todo o filme e funcionam, mas tudo tem um mas.

E esse mas e claramente a historia, o filme sendo slow burn, onde ficamos mais inquietos com a falta de definição da personagem central do que propriamente pelo assassinato, o qual e descrito de forma confusa, acaba por ser confusa na sua articulação, e o seu final algo demasiado metafisico e transcendente quando um vilao desta natureza poderia merecer algo mais simples, e mais carnal. As opçoes narrativas do filme, no desenlace estao longe de serem as mais fortes 

A historia segue uma jovem agente no FBI cuja intuição e valorizada e encaminhada para a investigação de um serial Killer de primeiro nivel que a leva a avançar na investigação, sendo dificil perceber o porque. QUanto mais proxima se torna dele, mais detalhes a mesma percebe sobre si mesma.

O argumento do filme cria o suspense bem na forma como se esconde na primeira fase, mas as escolhas para a resolução de tudo nem sempre são as melhores. Confusa, com respostas por dar, com muitos aspetos abertos, parece sempre andar um pouco a deriva do que realmente queria ser.

A realizaçao de Perkins funciona plenamento no horror, todas as imagens querem ter impacto e criar panico ao espetador e isso e conseguido em quase toda a dimensao do filme, o que nao e facil para um realizador quase desconhecido. E um dos valores emergentes do terror e este filme tornara uma figura a seguir. Com melhores argumentos o seu impacto visual pode sair mais valorizado.

No cast Monroe transmite o panico ao longo de todo o filme, embora as suas expressoes sejam sempre demasiado semelhantes, mas o filme exige essa permanencia. Junto a si Cage teve os maiores elogios, num papel aberto, muito caracterizado de risco, mas que e facil agradas. Alguns bons apontamentos na dimensao de intensidade de Witt algo separada do grande ecra nos ultimos anos.


O melhor  - O nivel estetico do filme

O pior - A concretização do argumento na sua fase final


Avaliação - C+

Monday, August 26, 2024

The Bikeriders

 Lançado nos festivais pre oscares este filme sobre o mundo motard entrou com algum entusiasmo dai que algumas pessoas acharam estranho o facto do filme atrasar o seu lançamento para o verão seguinte, se calhar pensando que teria poucas chances nos premios e que o estatuto comercial de Butler poderia funcionar melhor comercialmente. Na estreia mais global o filme conseguiu boas avaliações mas comercialmente falhou, ficando a clara ideia que a aposta no valor critico poderia ser mais bem conseguida do que ir para o lago dos tubarões.

Sobre o filme podemos dizer que começa bem, na introdução no grupo, nas suas características iniciais, no ponto de vista externo de alguém que começa a respirar aquela forma de vida. Com o passar do tempo e com a intriga o filme vai perdendo força, porque a intensidade do conflito nao entra em crescente ficando a ideia que quando damos por nos tudo escalou sem percebermos muito bem como, e no final fica muita coisa por responder e acima de tudo muita coisa que nao conseguimos entender principalmente na personagem silenciosa de Benny.

O filme tem secundarios bem trabalhados, outros que fica a sensação que sao apariçoes, mesmo sendo interpretados por atores conceituados. Fica a ideia que o filme funcionaria com uma duraçao superior e se calhar que perdesse menos tempo no lado concetual de Benny e mais nas dinamicas de grupo. Fica a sensação que e um filme com os ingredientes todos no ponto, mas que por sua vez o resultado final pouco mais é que satisfatorio.

Num tema intenso que muitas vezes trás bons filmes e boas opções dentro do cinema, temos um filme competente, que até é bem projetado mas pior na sua concretização, e no equilibrio de tempo. mesmo assim e um filme vincado que deixa a sua marca no espetador, mas claramente insuficiente para ser um filme de premios e um lider de bilheteira.

O filme fala do trabalho de um escritor na forma como tentou perceber as dinamicas dos grupos motards, e na ligaçao e ascenção que os mesmos tiveram no mundo do crime, num grupo criado inicialmente por amor, que se tornou num gang em toda a dimensão da palavra.

O argumento tem uma base interessante, um tenta intenso, na base de um livro de investigação, mas na produção do filme falta alguns elementos de ligação, não só na historia que o filme quer ter, e na intensidade que quer ter, nao ajudando uma personagem que quase nao fala para encabeçar todo o filme.

Na realizaçao Nichols e um realizador que a critica gosta, com alguns filmes intimistas mas proximos da critica especializada, que aqui consegue entrar no lado mais selvagem do grupo, ainda que se denote pouco risco no lado artístico do filme. Nao e um realizador de imagens mas sim de palavras.

No cast temos os atores nos seus terrenos mais confiantes, Butler no lado enigmático mas monocordico ao longo da sua carreira, um Hardy que começa a ser repetitivo em alguns maneirismos, sendo o filme mais funcional no lado de Corner e principalmente arrebatado nos momentos isolados de Shannon que se calhar mereciam mais tempo de ecra.


O melhor - A introdução.

O pior - A intriga ter sido mal preparada e numa fase tardia


Avaliação - C+

Saturday, August 24, 2024

MaXXXine

 Dois anos depois de Ti West ter lançado pela chancela da A 24 uma das sagas de terror violento mais conhecida dos ultimos anos, utilizando a versatilidade como atriz de Mia Goth eis que surge o final da triologia num filme passado nos anos 80 com muitos dos maneirismos da epoca e todo o horror e violencia de imagens de uma das figuras iconicas do cinema recente. Os filmes conseguiram sempre uma boa resposta critica e este filme tambem o conseguiu embora sem o impacto surpreendente dos primeiros filmes. No que diz respeito ao resultado criticos os resultados ficaram bastante aquem, principalmente tendo em conta os filmes anteriores.

Sobre o filme podemos dizer que quem gostou dos primeiros filmes tambem vai gostar deste porque temos a personagem e a interpretaçao constante de Goth, que leva a sua excentricidade e capacidade interpretativa ao longo de todo o filme, mas como tambem o horror das imagens esta aprimorado, sendo que West desta vez escolheu ir buscar a sempre iconica cultura dos anos 80 que segue o filme na forma de realizar mas tambem no acompanhamento musical que da ao filme alguma frescura comparativamente com os anteriores.

Em termos de narrativa temos um pouco as explicações da personagem tentando fechar algumas questoes dos filmes anteriores embora nos pareça que pode continuar, depois do parentises de Pearl continuamos a seguir Maxine, num hollywood negro longe do estrelato das luzes maiores. O filme consegue ter impacto de terror psicologico West vai ao extremo na crueldade das mortes e isso normalmente funciona para fazer este tipo de projeto funcionar.

Pode facilmente se criticar este projeto como um todo por ser um pouco violento de mais, e ir demasiado aos fetichismos mas o que e certo e preenche um espaço proprio, e West consegue dois apontamentos que fazem dos filmes individualmente mas acima de tudo da propria saga, algo funcional que é a capacidade de ser artistico, bem interpretado e conseguir os objetivos minimos.

Seguimos Maxime depois dos acontecimentos de X, na tentativa da mesma sair do cinema pornografico para ir para o cinema de massas, mas tudo fica pior quando um serial Killer começa a aproximar-se dos seus movimentos com um intuito muito próprio.

O argumento do filme nao e propriamente muito trabalhado, jogando com os elementos que ja vem de tras e tentando ao maximo ir ao horror das cenas, mesmo que estas sejam algo descontextualizadas. Nao e no argumento que a saga tem o seu lado mais potenciado.

Ti West teve nesta saga o cravar do seu nome num genero, que é o de horror mais do que terror. COm os anos fica a ideia que a saga vai sublinhar o seu talento, principalmente pela forma como filmou em estilo tres filmes diferentes e pelo impacto claro que conseguiu dos seus filmes no espetador. Aguardamos o que vem a seguir.

Nao foi apenas West que colocou o seu nome nas antenas no projeto mas Goth, que ate entao era apenas uima estranha modelo atriz, que ao longo dos tres filmes consegue ao mesmo tempo criar em si um lado oculo, e um conjunto de recursos interpretativos que nos fazem pensar que podera ser um caso serio com boas escolhas. Neste filme temos muitas figuras conhecidas em papeis menores e em exercicios de rebeldia mais do que em papeis fortes.


O melhor - Um novo exercicio de estilo.


O pior - O argumento e sempre algo redutor


Avaliação - C+

Friday, August 23, 2024

The Instigators

 Num ano em que estranhamente a Apple e o seu serviço de streaming tinha estado bastante parada, principalmente tendo em conta as suas apostas de final de ano, eis que finalmente saiu um projeto diretamente lançado na aplicação, com um super elenco e um realizador de blockbusters que colocou muita gente a questionar o porque de tal estrategia de lançamento. Comercialmente a Apple tem tido bastante dificuldades mesmo com filmes mais impactantes e criticamente o filme não teve a pujança para ser uma ancora, dai que provavelmente este sera um tesouro perdido para muitos.

Mas vamos ao filme e podemos começar por dizer que pese embora tenha uma intriga algo frouxa, de um jogo do rato e de muitos gatos numa dupla de bandidos pouco competente, o filme funciona e muito no lado humoristico no paralelismo dos dialogos e no insolito de muitos momentos onde vem ao de cima a qualidade interpretativa da dupla de protagonistas em qualquer momento e a forma como a mesma funciona humoristicamente no estilo que o filme quer ter, que nos leva para alguns bons momentos de arma mortifero ou ainda mais recentemente para Kiss Kiss Bang Bang.

Claro que podiamos dizer que a intriga que rege todo o filme poderia ser mais coerente, mais trabalhada, que poderiamos ate ter mais a açao de Liman para alem da sequencia da presseguição automovel, mas isso de calhar nao daria espaço onde o filme melhor funciona que são as interaçoes da dupla de personagens e os seus dialogos em todos os momentos, percebe-se que Casey esta muito familiarizado com o estilo, ainda para mais porque e o argumentista do filme, e isso leva-o para um maior destaque onde o filme funciona.

Enfim um filme bem disposto, com um humor muito bem trabalhado, num filme de ação com muitas personagens e um elenco impressionante, que abandona muitas delas porque o filme nao quer ser propriamente coeso nem uma obra de referência de açao, funcionando muito melhor como comedia de equipa onde não me recordo recentemente de um filme conseguir despertar tantos sorrisos.

A historia segue um golpe a um presidente da camara que e levado a cabo por dois inexperientes, em que tudo corre mal e tem de começar a fugir das retaliações do feito, contudo os diferentes aspetos da personalidade conduz a aventuras unicas em casa um dos momentos da fuga.

E no argumento que reside o que de melhor o filme tem que e o humor baseado inteiramente num dialogo fluido em personagens muito bem definidas nos seus objetivos que tem o dom de provocar gargalhadas e isso nem sempre e facil, principalmente no que diz respeito ao humor unicamente baseado na conversa. A intriga e mais frouxa e isso faz o filme ser ligeiramente menor.

Liman e um realizador de grandes produçoes que nos ultimos tempos se tem dedicado ao streaming depois de ja ter estado no remake de Profissao Duro para a Prime. Aqui esconde-se um pouco do filme, deixando o argumento fluir para aparecer numa sequencia bem filmada, que dá ao filme essa maior dimensão. Sem a pressão da bilheteira parece estar a tornar-se num realizador mais rebelde.

No cast a dupla de protagonistas funciona, e principalmente funciona em conjunto nao fosse uma dupla rotinada com uma excelente relaçao fora da tela. O filme e mais pensado no estilo de Affleck mais solto que o habitual, mas Damon é perfeito no papel que lhe é dado, isto sempre na exigencia humoristica. No grande lote de secundarios acaba por ser Hong Chau a que consegue ganhar algum espaço a dupla de protagonistas


O melhor - O humor

O pior - Poder ser um filme sem grande pertensão em face do elenco.


Avaliação - B





Wednesday, August 21, 2024

Jackpot

 Paul Feig foi há cerca de um decada uma das figuras da comedia norte americana, sendo que os seus filmes eram lançados como o elo de ligação da comedia de costumes com o louvor critico, algo que foi perdendo consoante acabava por ter alguns floops a todos os niveis. Pese embora esta trajetoria algo descendente nao deixa de ser surpreendente que o seu projeto seja um filme direto para streaming com uma dupla improvável como Cena e Akwafina, que nos parece que poderia ter bons resultados comerciais. Criticamente o filme ficou pela mediocridade e comercialmente a Prime ainda tem alguma dificuldade em fazer vincar os seus projetos de base, mas este pode ser uma alteração a um padrão pelos elementos claramente comerciais presentes.

Sobre o filme podemos começar pelo inicio que é a ideia estapafúrdia que o filme tem na sua essência que acaba por condicionar o que quer que seja que pudesse funcionar com lógica no restante do filme. Isso permite algumas piadas que funcionam, normalmente em comentarios paralelos, ja que o resto e apenas uma ideia disparatada totalmente completada por sequencias ainda mais disparatadas em busca do sentido facil das coisas.

Eu que ate acho que John Cena em espaços funciona bem no lado comico, acho que a forma como a sua imagem tem sido ridicularizada ja um excesso a todos os niveis tendo aqui um nivel extremado que se torna mesmo Cringe. Ao seu lado Akwafina tem um estilo muito próprio que estou longe de achar muito funcional pois rapidamente se torna repetitivo em argumentos mais standartizados como este.

Por tudo isto temos a tipica comedia fisica, exagerada, com muito pouco conteudo, que tenta a gargalhada facil de verão, mas que na maior parte do tempo nunca consegue ir para alem do absurdo e quando tal acontece fica sempre a ideia que estamos a cumprir requisitos minimos, ainda para mais quando Feig nos habituou um pouco mais nas suas comedias.

A historia segue uma estranha lotaria futorista onde quem matar o vencedor do premio duplica o mesmo. O que torna tudo numa luta por tal objetivo. Ainda pior quando a vencedora e uma aspirante a atriz que fruto do acaso se ve perceguida por todo o lado apenas com a ajuda de um protetor profissional.

O argumento e tao disparatado como soa no paragrafo acima e nos detalhes as coisas tornam-se ainda mais estranhas e por vezes absurdas. O filme funciona em pequenos momentos em dialogos soltos e apontamentos a titulo de curiosidade o que e claramente muito pouco.

Feig e uma das figuras da comedia dos ultimos anos quer como argumentista quer como realizador, que contudo nos ultimos projetos ja demonstrava algum abrandar no sucesso, mas que este filme surpreende por completo, pela negativa pelo absurdo e acima de tudo pelo facto de se ter tornado num humor goofy de valor duvidoso.

Por fim no cast Cena tornou-se num ator que faz da comedia fisica a sua praia, algo que nos primeiros filmes ate podia funcionar mas que com o tempo tem-se tornado algo irritante na maior parte do tempo. Ao seu lado Akwafina que repete estilo, sem grandes alteraçoes no padrão, significativamente pouco para o que se espera dos dias de hoje de figuras fortes comerciais.


O melhor - Alguns apontamentos de humor colaterais

O pior - A forma como o filme tem um argumento absurdo que ainda fica mais absurdo da forma com que e potenciado


Avaliação - D+

Tuesday, August 20, 2024

The Union

 Mark Whalberg tem sido um dos atores que mais tem dedicado o seu tempo, e talvez o seu mau momento de forma para alimentar com produções de alguma dimensão as diferentes aplicações de streaming espalhadas pelo globo. Este ano e num verão onde a maior parte das aplicações tiveram calmas eis que a Netflix lançou o seu filme de açao, juntando a Whalberg uma Halle Berry também longe dos momentos mais efusivos da sua carreira. Esta ligação acabou por surgir com avaliaçoes mediocres, mesmo que tenha todos os elementos para se tornar num produto comercialmente interessante da Netflix.

Sobre o filme uma especie de comedia de ação amorosa, que tenta ir buscar os bonecos mais habituais da sua dupla de protagonistas mas que acaba por falhar nos mais diversos aspetos. Onde falha num primeiro momento, e onde se pensava que tal seria mais dificil e na quimica entre os protagonistas, sente-se sempre que algo nao funciona entre os dois, talvez porque o filme nao de aos mesmos momentos de relação, fica sempre a sensação que no casal algo nao ta certo, e que um esta demasiado vocacionado para o lado comico e ela para a açao, onde se sentem mais confortaveis.

O segundo ponto que funciona mal e o argumento, o filme acaba por resgatar num pseudo vilao, abandonando metade dos personagens da equipa para tornar num filme a dois, onde alguns dos pontos, principalmente comicos se perdem, acabando tudo por se tornar muito predifinido numa dinamica demasiado denunciado para onde o filme vai e para onde ele efetivamente quer ir. Denota-se que se trata de um projeto de atores em baixo de forma, numa tentativa de os resgatar para espaços de dimensão que se torna dificil eles novamente atingirem.

Sobra assim um filme de ação algo frouxo, que ate aposta numa localização dividida como os grandes filmes do genero, mas falta-lhe ideias, divaga entre os estilos de filme que quer abraçar mas mais que tudo acaba por nunca fazer uso do star value de ambos os protagonistas, quer porque estes estão em clara baixa de forma, mas essencialmente pelo facto de eles em conjunto terem muitas dificuldades em funcionarem.

A historia segue um grupo governalmental que tanta impedir a compra de uma base de dados que podera ser mortal nas mãos erradas, para isso o grupo tem de arranjar alguem desconhecido para entrar no mesmo, sendo a aposta, num antigo interesse amoroso de um dos elementos, um fanfarrão dos suburbios.

No que diz respeito ao argumento, muitas dificuldades na forma como o filme consegue articular e chamar a si os seus diferentes tipos de abordagem. Fica a sensação que inicialmente o filme vai para o lado mais comico, que abandona para dar mais entoação ao lado de ação onde tudo funciona demasiado proforme e sem pontos que o façam ser diferenciados.

Na realizaçao do projeto a Netflix escolheu Julian Farino um habitual colaborador de televisão que tem aqui um filme com estrelas de ação e que as usa da forma mais simples possivel, com muita apoximação ao telefilme, o que sabe a pouco mesmo tendo em conta que se trata de um produto para tal transmissão.

No cast há vinte anos Berry e Whalberg no mesmo filme seria uma demonstração de força de qualquer produtora, os anos passaram e os mesmos acabaram por ficar ligados a generos muito proprios perdendo algum do estatuto. Aqui nao funcionam individualmente com procedimentos algo repetitivos e tambem nao o fazem em conjunto.


O melhor - Ser um filme de facil visualizaçao

O pior - A quimica inexistente entre os protagonistas


Avaaliação - D+

Sunday, August 18, 2024

A Quiet Plane: Day One

 John Krasinski conseguiu concretizar um dos apontamentos de terror de maior sucesso dos ultimos tempos, sendo que o filme começava com o apocalipse ja a meio e esta nova saga volta ao dia um como tudo começou com a reaçao espontanea de quem desconhecia o que estava a acontecer a procura apenas da sobrevivencia. O filme sem as personagens de fama da saga acabou por ter uma receçao critica positiva que colocou os alicerces para o bom trajeto que o filme teve comercialmente, mesmo sendo um spin off

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo quer dar poucas explicaçoes sobre o filme ao contrario do que se poderia esperar de um filme de inicio. O filme e mais do mesmo em termos do tipo de açao, com a diferença que temos um pouco, na fase inicial das personagens a tentar conhecer o inimigo o qual acaba por ser mais exposto neste filme de estudio com mais risco econimico, embora seja um filme pequeno em termos de duraçao.

O filme nao quer propriamente abrir novas portas para a saga ja que estes estao sempre codicionadas pelo que ja foi feito que começa a meio, o filme acaba sim por tentar ir ao inicio, embora nos pareça que existe margem para ir antes de tudo, ja que me parece que o filme ao ter um argumento basico e sem grandes personagens acaba por permitir tudo o que possa vir depois.

Ou seja mais uma saga de terror açao a ganhar espaço, de uma produtora de primeira linha, que tem nesta saga mais uma boa galinha dos ovos de ouro. Nao me parece que seja uma saga de excelencia, acabando quase sempre por ser um filme bem feito dentro dos seus pontos, mas pouco mais. Aqui temos um filme com mais corpo do que conteudo.

A historia vai ate ao dia um do que vimos nos dois filmes da saga, com novas personagens mas o mesmo tipo de tentar sobreviver a uma ameaça, aqui desconhecida, em circunstancias muito proprias de vida.

O argumento tem alguns elementos no background da personagens principal que poderiam dar aqui algumas arestas para uma maior profundidade do guiao que acaba por nao existir sendo sempre um filme de açao simples, com pouco risco e mais do mesmo que ja conhecemos nos filmes anteriores.

Karsinski deixou a realizaçao entregando-a a Sarnoski um realizador que tinha ganho um sucesso indie no seu Pig e que aqui tem os motores de uma produtora de primeira linha. O filme sabe usar os seus artefactos como os anteriores mas tem pouca ou nenhuma assinatura o que pode saber a pouco para alguem oriundo de um cinema mais independente.

No cast temos Nyongo a ganhar minutos como protagonista, numa atriz intensa que nem sempre tem encontrado os melhores filmes para uma carreira coesa. O filme aproveita para lançar Quinn uma das apostas dos proximos meses de muitos estudios que tem aqui apenas presença numa personagem simples.

O melhor - O Filme utiliza o que de melhor esteticamente os primeiros filmes conseguem ter.

O pior - Pouca novidade num filme de inicio de tudo.


Avaliaçao - C+

Friday, August 09, 2024

Furiosa: A Mad Max Saga

 Depois de recentemente George Miller ter reativado a saga de Mad Max eis que depois desse sucesso acaba por surgir as naturais articulações aproveitando uma das personagens que mais saltou a vista no filme anterior, concretamente Furiosa, interpretado por Cherlize Theron. Aqui temos o seu filme a solo e como se tornou na heroina que depois todos vimos. O filme tem bastantes diferenças desde logo no estilo de abordagem, o que resultou num filme criticamente interessante com avaliações positivas, comercialmente o filme apostou no verão sempre intenso e o resultado ficou aquem das melhores expetativas pensando todos que Mad Max sem o Max sera sempre um filme orfão.

Sobre o filme podemos dizer que desde logo Miller perde um dos seus segredos do filme anterior que foi a nao utilização em momento algum de qualquer tecnologia de animação digital. Aqui o filme vai procurar isso e acaba por se tornar mais igual ao que na maioria dos blockbusters acaba por ser feitos. Em termos de argumento o filme procura impressionar quase sempre pelo repugnante da maior parte das cenas do que mais propriamente ter uma historia aprofundada.

De resto temos o festival repugnante dos filmes anteriores que tenta impressionar esteticamente mesmo que o sentido acabe por ficar de lado, mas isso nunca e propriamente o que se procura neste tipo de filme. FIca a ideia que o lado CGI permite muito maior abrangencia nas sequencias de açao, mas o realismo dos primeiros filmes perde-se, mas tambem fica a ideia que o filme perde alguima das essencias que melhor funcionaram no filme anterior.

Por tudo isto temos uma tentativa de rentabilizar o projeto que nao era obvio na proximidade ao espetador comum, mas que acaba por ficar sempre ligado a algumas das cenas mais incriveis e fora do comum que reconhecemos. Isto conduz a um tipo e cinema que tem assinatura embora com alterações no projeto de base que torna este filme menor na saga e faz questionar se e possivel o filme resultar como saga de um mundo novo.

A historia vai a genese da criaçao de Fusiosa, retirada dos pais, que ve serem assassinados por um vilao junta-se ao vilar carismatico da saga para fazer a sua vingança em muitas sequencias de açao no deserto onde a luta pelo petroleo numa sociedade futorista esta no epicentro das sociedades criadas.

O argumento nunca foi propriamente o forte de Mad Max o qual nunca procurou propriamente grandes alinhamentos narrativos, personagens ou conteudo, o filme quer uma justificaçao para açao e consegue sem grande dificuldade com todo o absurdo do mundo novo a ter um novo capitulo.

Miller acaba por encabeçar este SPin Off de uma saga que teve sempre a sua assinatura e foi criada totalmente por si, ao apostar no CGI perde alguns dos elementos mais tradicionalistas e que mais impressionaram no filme mais recente. Aqui nem sempre se denota que o CGI seja trabalhado no seu melhor e fica aquem do que ja vimos dele, neste mundo.

No cast temos a aposta de Taylor Joy para protagonista, o que funciona principalmente na vertente comercial da personagem, ja que se trata de uma das jovens atrizes do momento, que apenas coloca algumas reticencias na forma como nao e propriamente parecida com Theron. NO lado de vilão um Hemworth que arriscou, onde as alteraçoes fisionomicas o tornam distante de um THor que marcou a sua carreira


O melhor - O absurdo levado ao extremo como os fas de Max gostam

O pior - O Cgi torna o projeto claramente mais vulgar


Avaliação - C+

Saturday, August 03, 2024

Thelma

 Apresentando em Sundance esta historia real sobre uma idosa que depois de ser vitima de uma burla vai a procura do seu dinheiro, numa road trip nada convencional conquistou a critica principalmente pelo disponibilidade da sua protagonista, a sempre afavel Squibb. O filme conseguiu chamar a atençao da critica com avaliações muito positivas, em termos comerciais o filme conseguiu uma extensão Wide que acabou por lhe dar resultados que quem sabe nao seriam expetaveis no momento em que o filme estaria a ser produzido.

Sobre o filme temos uma historia que é contada de uma forma simples, mas que acaba por ter na sua protagonista a sua maior conquista porque Squibb da o realismos e mais que isso consegue transmitir a força da personagem nos seus momentos. E um filme sobre a terceira idade com muitos elementos fantasiosos de forma a dar ao filme o impacto da historia que quer contar e que e sem duvida surpreendente.

Parece que o filme romantiza um pouquinho o final do lado do conforto ou mesmo as sequencias com as scooters da idade avançada. Isso faz com que o filme tenha alguns elementos particulares e que lhe dem um caracter descontraido que o mesmo quer ter. Isso pode lhe tirar algum tipo de maturidade ou mesmo uma historia mais natural, mas melhora a forma do filme comunicar com o espetador.

Temos uma curiosa historia que mereceu ser contada e é da forma mais entertida que o realizador encontrou, ainda para mais uma historia bem pessoal do mesmo. Podemos achar em alguns momentos que algumas opçoes sao algo demais, mas fica a ideia que o filme comunica bem e encontra simplicidade na forma como procura o espetador.

A historia fala de uma idosa, que e vitima de uma burla por alguem que se fez passar pelo neto, tendo apenas a morada do burlao decide ir atras do que e seu, numa road trip com uma amigo de longa data, apostada em fazer justiça com as proprias maos.

No argumento temos uma historia interessante que é contada com a simplicidade de quem quer chegar ao espetador e consegue. Claro que temos muitos elementos humoristicos ou fantasiaosos que adornam a historia mas tudo e algo bom de ser contado.

Na realizaçao Margolin conta uma historia da sua familia que o faz com um estilo simples, de personagens que sao os protagonistas, num ritmo interessante de um realizador em crescimento que tem aqui o seu filme mais visivel que conquistou principalmente os mais emotivos em festivais, a ver como segue a carreira.

Incrivel que Squibb sendo uma atriz muito presente nunca tinha sido protagonista de filme nenhum, e poucas consegue interpretar tambem a ternura da idade avançada como ela, ainda com uma capacidade muito propria de se expressar, num bom filme e num protagonismo que ela merecia, sendo um trabalho essencialmente a solo.


O melhor - Squibb e a curiosidade da historia

O pior - Fica a sensação que o filme embeleza muito a historia


Avaliação - B-