Todos já sabem a obsessão que a Netflix tem por finalmente conseguir o oscar de melhor filme, o que tem fugido sempre, mesmo quando o caminho parecia certo. Este ano a estrategia repete-se, diversos filmes, lançados em momentos distintos com estilos muito variados a espreita que um deles consiga obter o sucesso desejado. Este é mais um dos filmes para esse objetivo, este curioso filme a preto e branco que marca a estreia de Rebeca Hall como realizadora, que conquistou a critica no ultimo festival de Sundance embora sem premio, não foi propriamente o tipo de conteudo mais comercial da Netflix, mas podera conduzir a algum reconhecimento critico.
Identidade e um filme pequeno, de ritmo lento, mas que tem dois trunfos que fazem o impacto da mensagem que quer passar ser maior. O primeiro a forma como as duas personagens lidam com o facto de serem afro americanas num contexto que é repressor para elas, e depois a escolha de uma realização a preto e branco que esbate ou troca os planos da cor da pele, e que é claramente escolhido para esbater essa sensação, e que acaba por ser a assinatura plena do fillme.
E se em termos destas escolhas o filme acaba por ser competente e artistico, no desenvolvimento narrativo do filme, para alem da mensagem que quer transmitir o filme nem sempre é brilhante. As personagens ficam demasiado presas a uma unica tematica, e o ritmo demasiado lento de um filme de curta duração nem sempre o fazem ser impactante quanto a mensagem necessitava que fosse.
Ou seja mais do que qualquer coisa sobre o risco de uma jovem realizadora em nos dar um filme a preto e branco com simbolismo, mas que sofre de um guião algo lento e que pouco da para alem da mensagem e da base ideologica e quando assim é fica a ideia que o caminho poderia ter um impacto bem superior aquele que acabamos por ver.
A historia fala de duas colegas de universidade afro americanas, que se reencontram com formas diferentes de lidar com a cor da pela. Uma que tenta esbater a mesma inserindo-se numa comunidade branca e outra que mesmo integrada na sociedade aceita a sua cor de pele.
Em termos de argumento para alem do simbolismo e do tema racial bem patente no filme, nao me parece que a escolha do desenvolvimento das personagens seja aquele que mais impacto da a mensagem, tornando o filme lento, e muitas vezes monotono, e isso acaba por ser o calcanhar de aquiles do filme.
Na realizaçao Hall tem um trabalho meritorio, principalmente pelo risco assumido num filme racial a preto e branco, mas que funciona no impacto que o filme quer ter na cor. Para uma estreia temos um trabalho interessante principalmente porque a realizaçao e o que chama mais a atençao no filme. Uma carreira a seguir de perto.
No cast a escolha por duas atrizes afro americanas mas as quais ainda tentam encontrar o seu espaço como atrizes dramaticas, nem sempre me parece as melhores escolhas. Thompson paresse sempre presa a algumas expressões faciais inoquas e Negga pese embora a critica adore as suas ainda curtas participações, parece claro que ainda tem muito por trabalhar.
O melhor - A realizaçao
O pior - O guião nao acrescentar muito ao tema
Avaliação - C
No comments:
Post a Comment