Friday, April 09, 2021

Concrete Cowboy

 Foi uma das primeiras estreias do ano pela Netflix. Depois de ser reconhecido no já mediático Festival de Palm Springs, com uma historia real sobre uma especie de cowboys dos tempos modernos urbanos, o filme foi bem recebido no festival onde foi galardoado o seu realizador como um realizador a seguir. Comercialmente não me parece ser propriamente um dos objetos mais fortes da Netflix numa altura em que se parece preparar o percurso comercial que a distribuidora quererá ter nos diferentes momentos do ano.

Sobre o filme podemos começar por dizer que é um tipico filme simples sobre suburbios americanos que tenta dar grande parte da sua duração a analisar por um lado a componente social de um adolescente e de que forma isso se manifesta na sua forma de atuação. Entrando depois no lado da redençao e no motivo para se agarrar ao lado positivo da vida. Ai parece-me que o filme tem uma caminho simples, sem grande risco, muito por culpa de uma historia bonita mas pouco mais que isso.

Um dos problemas destas pequenas historias sobre amores ou ligaçoes muito concretas num momento e num espaço e a forma como as mesmas pouco ou nada determinam em termos de perspetiva de vida. Fica sublinhado o lado de uma mensagem benefica e positiva mas pouco mais porque o filme depois tem uma caminho demasiado bem definido do primeiro ao ultimo minuto e isso acaba por saber a pouco.

Por tudo isto temos um filme simples, de baixo orçamento, que abusa esteticamente nos contrastes da vida rural dentro do lado urbano, mas que no final de contas consegue passar a sua mensagem embora com demasiada simplicidade e sem grande componente artistica. Parece-me o tipico filme da netflix capaz, que procura apenas preencher um ponto concreto mas pouco mais.

A historia fala de um jovem que regressa ao bairro de origem para o cuidado do pai, que se dedica a criaçao em ambiente urbano de cavalos sem os meios suficientes para responder as necessidades dos animais e sem a aceitaçao da comunicade onde estao integrados.

Em termos de guião a historia sendo real é mais curiosa do que brilhante. O argumento e linear, com um propósito bem definido que acaba por ser concretizado ainda que sem grande força dos elementos mais lineares como dialogos e enlaces narrativos.

Na realizaçao Ricky Staub tem aqui a sua estreia numa longa metragem num trabalho com animais que e sempre exigente para qualquer realizaçao ainda para mais num ambiente urbano. O filme e realizado num estilo citadino, muito usado por alguns realizadores afro americanos (o que não é o caso) em filmes que trabalham mais a componente social. A ver o desenvolvimento de uma carreira com um arranque razoavel.

No cast temos desde logo o choque estetico do crescimento de McLhaughin depois de uma criança de Stranger Things aqui surge ja um adolescente quase irreconhecivel, numa personagem pouco exigente e que fica mais marcada pela curiosidade. Elba nao me parece que nos ultimos anos esteja a trabalhar bem nas suas escolhas e o seu papel e quase um exercicio de estilo descontextualizado do filme, e isso e um dos elementos mais incompreensiveis das escolhas do filme.


O melhor - O lado curioso da historia

O pior - O exercicio de estilo de Elba ao longo de todo o filme completamente infertil

Avaliação - C+



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