Wednesday, April 04, 2018

Allure

O cinema por vezes é ingrato para algumas figuras de um cinema mais independente. Podemos dizer que Evan Rachel Wood é uma dessas figuras sendo que apenas conseguiu mais mediatismo com o sucesso de Westworld. Neste ano protagonizou este pequeno filme com verbas canadianas sobre um amor intenso no mesmo sexo. Criticamente para um filme de pequenos festivais os resultados foram modestos com avaliações demasiado medianas, sendo mesmo negativas junto do grande publico. Comercialmente a falta de figuras de primeira linha acabou por nao dar qualquer visibilidade a este filme.
Allure e um filme com alguma coragem ja que tenta tocar uma tematica interessante concretamente a forma como uma experiencia sexualmente abusiva pode conduzir ao desajuste não so da nossa personalidade mas acima de tudo da sexualidade. E nisso o filme toca num ponto relevante que muitas vezes nao tem a devida atenção. O problema e que o faz num mix de outros temas como a obsessão, o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, numa mistura que nunca é objetiva e quase nunca e apelativa.
Alias o filme tem um problema que o torna mesmo bastante mediocre a incapacidade de fechar portas, de repente deixamos de receber noticias do desaparecimento de uma das pessoas, que ainda para mais sai a rua, temos relações demasiado difusas como a do pai e filha, e mesmo na personagem central parece existir muito por explicar.
Ou seja Allure e um filme comercial com a maior parte dos defeitos do cinema nao americano, que é a falta de objetividade e premissas muito difusas que não resultam em filmes interessantes e mais que isso mesmo com tematicas imponentes o resultado final acaba sempre por ser algo pobre.
A historia fala de um jovem empregada de limpeza que se apaixona pela filha de uma das suas patroas acabando por albergar a fuga da mesma em sua casa, levando a um relacionamento de extremos a todos os niveis.
Em termos de argumento o filme tem uma tematica interessante e atual, mas tem muita dificuldade em potencia-lo não so com personagens pouco interessante e nem sempre bem caracterizadas mas mesmo com muita dificuldade na ligação de pontas, o que acaba por tornar o filme pouco interessante.
O filme marca a estreia na realização dos irmãos Sanchez que tem uma realização escura, e que nem sempre funciona pois esconde as personagens no conflito. Nao e certamente com este filme que ganharao espaço para o futuro.
No cast Rachel Wood e uma jovem talentosa atriz com disponibilidade fisica e dramatica que merecia mais relevo na setima arte. Neste filme percebe-se que é a unica coisa de real valor, numa interpretação intensa que merecia um filme bem melhor. AInda se destaca mais esta prestação tendo em conta a pouca qualidade do resto do elenco.

O melhor - Evan Rachel Wood

O pior - A forma como o filme relaciona coisas que não dá seguimento

Avaliação - C-

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