Sunday, February 25, 2018

The Phantom Thread

Desde o inicio da sua carreira se percebeu que Paul Thomas Anderson seria facilmente um dos realizadores mais proximos da critica pelo menos durante a sua carreira. Talvez seja estranho em face desta relaçao intima que ate ao momento ainda não tenha saboreado qualquer oscar. Este ano num filme mais de epoca do que habitualmente faz parecia ter condiçoes para quem sabe ombrear pelos maiores premios, algo que conseguiu com muitas nomeaçoes nas categorias principais fruto de uma otima recepção critica.  Comercialmente parece-me obvio que PTA nao pensa nessa compoente com resultados naturais para um filme mais pensado para a critica do que para o grande publico.
Sobre o filme eu fui bastante adepto dos primeiros momentos da carreira de Andersone  menos dos seus ultimos filmes por achar que são demasiado ambiguos, demasiado pensados em serem estranhos do que serem filmes de eleiçao. Este acaba por ter o mesmo problema embora com uma narrativa bem mais simples do que os dois anteriores. Em termos tecnicos Andersson tem talvez o seu filme mais de autor e mais impressionante, com um registo estetico de eleiçao onde todas as cenas sao pensadas ao limite. Em termos de argumento parece-me claramente um filme menor do autor, que tem uma ideia circundante que usa e abusa ao longo de todo o filme.
Muitos poderão dizer que é uma historia de amor obsessiva realizado como poucos filmes são, eu ate concordo com a segunda parte, mas o filme perde demasiado tempo nos maneirismos das personagens sem que eles acabam por se refletir em algo concreto no filme. E obvio que no final temos mais intensidade o que leva o filme para melhores registos mas parece-me obvio que Anderson principalmente no significado da historia teria de ter um filme mais capaz se finalmente quer chegar ao oscar de melhor filme.
Ou seja embora um filme impressionante na sua forma de realizar e na sua componentes tecnicas quer a fotografia, guarda roupa passando pela banda sonora perde onde os filmes agora mais força tem de ter, que e o argumento. E isso muitas vezes e a fronteira entre um filme para a eternidade e um filme que se ve gosta-se moderadamente e o mundo segue depois de o vermos.
A historia fala de um obsessivo costureiro que acaba por iniciar uma relação com uma empregada de balcao que o vai levar a um conflito entre a obsessao pelo seu trabalho e por uma relaçao intensa sem limites.
O argumento e o calcanhar de aquiles do filme, nao e por acaso que e um dos pontos do filme que nao conseguiu a nomeaçao para o oscar. Temos alguns bons apontamentos de dialogos mas falta-lhe dimensao na mensagem e originalidade e criatividade na historia de base. Ja vimos Anderson escrever melhor.
EM termos de realizaçao e o filme mais trabalhado e bonito de Anderson o exercicio de estilo esta la todo com uma marca de autor. Fica a sensaçao que com um argumento mais trabalhado poderia ser este o filme que atingisse o topo por parte do realizador.
No cast Day Lewis e garantia de intensidade e sucesso, nao fosse ele o actor mais oscarizado da historia, Aqui temos um Day Lewis em boa forma mas longe dos seus melhores registos, parecendo que a nomeaçao se deve mais ao facto de ter anunciado a reforma do que propriamente pela força da personagem. Parecem-me mais fortes as suas auxiliares.

O melhor  - A realizaçao

O pior - Um argumento com pouco alcance

Avaliação - B-

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