Tuesday, October 01, 2024

The Front Room

 


Os irmãos Eggers nos ultimos anos surpreenderam pela intensidade e pelo caracter estetico dos filmes, principalmente representados por Robert Eggers mas muitas vezes com algumas colaborações dos seus irmãos gemeos que tem agora o seu lançamento a solo, num filme de terror. Ao contrario do sucesso critico que tem sido típico em Roberts aqui isso não aconteceu com uma receção demasiado mediana. Comercialmente o filme ate conseguiu alguma expansão, num terror típico da A24, mas os resultados foram desoladores

Sobre o filme podemos dizer que não é um filme fácil, por ser declaradamente repugnante com muitas cenas onde o nojo acaba por ser o elemento que o filme quer transmitir, e essa intensidade e capacidade de transmitir este sentimento funciona em plenitude pela explicitude de tais momentos.

Fica e claro a ideia que tudo foi um exagero, o filme tenta entrar em momentos numa vertente paranormal que não trás nada de particular benéfico ao filme, sendo que o terror psicológico causado pela personagem de Solange chega e sobra para dar a intensidade e transmitir todas as sensações que o filme quer dar, muito pela incrível construção de Kathryn Hunter.

Fica a ideia que o filme não fosse a obsessão dos irmãos Eggers de dar elementos visuais fortes poderia ser bem mais intenso e objetivo sem se perder em apontamentos que apenas confundem, ficando a sensação que o simples por vezes e melhor. Mesmo assim numa altura em que o terror acaba por ser algo repetitivo temos aqui elementos novos mesmo que o nojo seja o principal ingrediente e o ponto que mais é transmitido no filme.

A historia fala de um casal marcado pela morte de um anterior feto, à espera de um novo filho que percebe que tudo fica virado do avesso quando a madrastra do elemento masculino passa a viver com o casal e tornar tudo num autentico inferno quer pelas suas dificuldades físicas quer pelas suas opiniões.

O argumento do filme acaba por ser típico de um filme de uma sogra com mas intenções mas elevado a um patamar de comportamento poucas vezes visto. Isso permite que o guião não seja elemento principal mas sim as imagens e isso faz a historia se perder em alguns momentos menos conseguidos paranormais.

Na realização os irmãos Eggers tentam fazer da intensidade expressiva dos seus interpretes figuras de referência como o seu irmão maior tao bem faz, mas a fotografia acaba por limitar o impacto. A obsessão por estes momentos pode não ser a que melhor resultados trás para o filme

No cast Brandy acaba por ter uma intensidade que surpreende para uma atriz que ficou muito tempo arredada dos maiores palcos, mas que acaba por ser competente e visualmente impactante. Mas todos os louros vao para Hunter, intensa, incrível, esteticamente serve todos os propósitos do filme, e isso so e possível devido as multifacetas de uma atriz de primeira linha.

 

O melhor – A construção de Hunter

O pior – A forma como o filme tenta entrar numa dinâmica paranormal sem grande sentido


Avaliação – C+

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