Poucos anos apos um filme nordico ter chamado a atençao por estar sempre perante de um atendedor de linha de emergencia, o sucesso critico do filme levou a um quase remake instantaneo, com Fuqua ao leme. Sob a alçada de Netflix e gravado em plena pandemia, The Guilty marca pela curiosidade de um estilo de seguir as comunicações de uma pessoa ao longo de novanta minutos, algo que ja tinha acontecido com alguns filmes do passado. Criticamente a irreverencia do estilo funcionou com avaliaçoes positivas algo que nem sempre e muito comum na carreira de Fuqua, principalmente nos ultimos tempos. Comercialmente parece ser um produto ambicioso da Netflix embora seja sempre dificil avaliar se resultou ou nao.
Sobre o filme podemos acima de tudo dizer que e um estilo que ja teve outros filmes, e que se calhar esses mesmos filmes funcionaram melhor, como Cabine Telefoonica e principalmente Locke. Este e um filme que se centra na personagem em si e nos seus conflitos e na forma como lida com toda a situação. Nesse particular o filme funciona pelo suspense de deixar partes escondidas e pelas reviravoltas, embora nos pareça que este estilo requere mais dinamica do ecra e acima de tudo mais ritmo.
Outra das virtudes do filme e que se calhar o diferencia ligeiramente mais, e a riqueza da personagem, ao dar um background da personagem acaba por essa situação e todo o seu historico se refletir na forma como gere a situação e isso acaba por ser o elemento mais diferenciador do filme e quem sabe aquilo que potencia mais força na interpretaçao de um Gyllenhall que tem que agarrar o filme do principio ao fim.
Num estilo que ja nao e original, e acima de tudo numa formula que necessita de outros elementos para adquirir ritmo e fazer o filme funcionar na plenitude sobre 90 minutos de suspense, de um filme que esocnde com alguma mestria os seus elementos do espetador, que os agarra, mesmo que no final o filme seja apenas satisfatorio e longe do que por exemplo Locke consegue ser.
A historia segue um policia acusado de homicidio que é enviado para o atendimento da linha de emergencia que se ve emaranhado numa historia de um rapto de uma mulher que podera colocar em causa a segurança da mesma e dos filhos, e que o leva a ter que gerir toda a resposta a situação.
O argumento pese embora tenha uma abordagem proxima de outros filmes do mesmo genero, acaba por ser original na forma como esconde o que quer transmitir. Os twist surpreendem mesmo que no resto o filme caia no cliche naquilo que e a personagem central e o seu desenvolvimento.
Fuqua e um realizador que começou muito bem com Training Day mas que a restante carreira ficou sempre muito aquem do esperado, conduzindo a um volume elevado de filmes sem grande sabor e sem grande arte. Aqui tem uma abordagem diferente mas fica a ideia que para alem da base do filme temos pouco autor.
No cast temos um monologo de um Gyllehall em bom plano, que explora os seus recursos em termos de intensidade e valores dramaticos, num papel competente embora nos pareça ser facil de gostar, mas nao entusiasma na plenitude. Boas escolhas para as vozes num registo mais dificil.
O melhor - A virtude de esconder elementos do espetador permitindo o impacto da reviravolta.
O pior - Nao tem ritmo para aguentar uma sequencia da mesma personagem
Avaliação - C+
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