Quatro anos depois de Paul Schrader finalmente ter conseguido a unanimidade critica como realizador no seu peculiar First Reformed, depois de muitos anos apostado em diversos argumentos que deram grandes classicos do cinema principalmente em colaboraçoes com Martin Scrocese, eis que surge o seu novo filme com o realizador e amigo na produçao. Este Card Counter tem o lado mais impactante do realizador e novamente pega nos traumas de personagens. Criticamente mais uma vez foi elogiado com avaliaçoes interessantes. Comercialmente Schrader nunca foi um dominador, os resultados foram consistentes sem serem entusiasmantes.
Sobre o filme podemos começar por dizer que temos um filme bem mais simples do que o seu antecessos, mas se calhar menos iconico e menos exigente para o seu protagonista. O tema agora e o trauma de guerra ou melhor dito do pos guerra em alguem que cumpriu pena por tortura que tenta reacender a vida mas o passado surge de novo perante si. O tema tem impacto Schrader trata-o com a força da historia mas acima de tudo o filme consegue ser rico em imagens e entrar dentro da personagem central como poucos conseguem fazer.
Do ponto de vista das diferentes arestas do filme, seria errado considerar que elas funcionam todas bem e de forma equilibrada. E interessante a ligaçao ao jogo, com bastante ligaçao entre o espetador e o personagem. O drama passado e a forma como a ligaçao com a personagem de Cirk tambem e feita tem impacto, parece menos trabalhado na dinamica amorosa, que parece apenas querer dar algum colorido mas esta claramente menos forte que as restantes.
Resulta um bom filme que demonstra a boa forma de Schrader nao so nos argumentos onde sempre foi forte mas tambem numa maneira muito propria de captar imagens para as mesmas terem outro peso no espetador. O filme tem uma boa historia, bem captado e com bons protagonistas, insuficiente para ser uma obra muito diferenciada mas um bom filme que fica bem na filmiuografia de alguem competente como Schrader.
A historia fala de um ex recluso que cumpriu pena por tortura a presos em Guantanamo que ao sair dedica-se a ganhar jogos de casino de forma anonima ate que se começa a relacionar com uma promotora de campeonatos e acima de tudo um jovem que lhe vai fazer despertar alguma revolta com o seu passado.
Em termos de argumento Schrader e competente nao so naquilo que e a mensagem politica do filme, mas tambem na construçao da intriga e dos seus diversos pontos. Nao sento totalmente equilibrado nos seus pontos, acaba por ser competente na maior parte delas por culpa de uma excelente construçao de personagens.
Schrader era ate recentemente um argumentista que tentava ser um realizador de referencia sem nunca ter conseguido ser. Agora parece estar a encontrar o seu espaço com a polemica sempre presente na sua carreira, mas com uma assinatura de autor inegavel.
No cast Isaac tem um papel de impacto que sem grandes artefactos constroi bem, sem deslumbrar. E seguro e interpreta o lado misterioso que se procura. Ao seu lado o sempre intenso Dafoe e um jovem em crescimento como Sheridan. Parece que apenas Haddish fora do seu campo de comedia fica um pouco à deriva no contexto do filme.
O melhor - O impacto da mensagem pessoal e politica
O pior - Haddish nao encontra o ritmo do filme e isso leva a que a sua aresta seja a mais debil
Avaliação - B
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