Monday, January 24, 2022

The Hand of God

 2021marca o regresso do conceituado realizador italiano Paolo Sorrentino ao cinema, e mais concretamente à base de Napoles onde conseguiu ate aos dias de hoje o seu maior sucesso e o oscar de melhor filme estrangeiro. Outra vez com essa ambição, embora não parta como claro favorito surgiu o seu mais recente filme algo auto biográfico, que acabou por conquistar novamente a critica que é adepta da ligação umbilicar do realizador à cidade. Comercialmente a plataforma Netflix permitira sempre uma maior expensão de uma obra que em termos de cinema poderia sempre ter alguma dificuldade em se implementar.

Sobre o filme podemos dizer que tem todos os ingredientes para quem como eu gosta particularmente da forma de Sorrentino contar as suas histórias. A primeira hora de introdução a familia do protagonista e suas dinamicas são das melhores que o cinema nos deu nos ultimos tempos, não apenas num guião engraçado, ironico, detalhado, como momentos iconicos, acompanhado por uma forma unica e absolutamente fascinante que SOrrentino tem de escolher cada plano ao mais pequeno promenor.

O filme altera um pouco na segunda hora, entra no lado introspetivo da personagem apos o climax que surge a meio do filme. AI o filme perde algum ritmo e torna-se demasiado focado na personagem central e nas suas experienciações. Aqui o filme desce ligeiramente de nivel pois alguns dos atributos que melhor Sorrentino faz como a heroinia ou o humor deixam de existir, sobrando e chegando a espetacular fotografia e captação de imagens que o filme nos vai dando momento apos momento.

Assim resulta mais uma excelente obra de Sorrentino, uma homenagem a sua infancia, à sua cidade, à sua familia, às imperfeições que tenta corrigir com imagens unicas e com uma forma particular de contar historias. Nao e a sua obra de excelencia pois desiquilibra demasiado nos dois segmentos que o filme conta, mas mesmo assim e sem sombra de duvidas uma das boas obras de 2022.

A historia segue um jovem napolitano inserido numa familia alargada com o sonho de ser realizador de cinema, contudo um acontecimento tragico ira fazer com que o mesmo tenha de refletir sobre cada ponto da sua vida e do seu futuro.

Em termos de argumento os detalhes, o humor e a ironia que pauta a forma muito particular de Sorrentino contar historias estão bem patentes em mais esta obra. Podemos dizer que o filme perde um pouco o ritmo na segunda parte, onde Sorrentino tenta ser mais dramático e mais profundo num estilo diferente de filme e que podera não resultar tao bem.

Na realizaçao SOrrentino tem tudo que um realizador de topo tem, estilo, assinatura, arte, e uma capacidade unica de tornar cada cena numa quadro digno de qualquer museu. COnsegue novamente esse brilho muito por culpa de uma fotografia de primeira linha, que o tornam num dos realizadores mais diferenciados do momento.

No cast um registo de atores locais, alguns associados ao realizador no passado que encaixam perfeitamente naquilo que o realizador quer para qualquer um deles. Os maiores louros vao para o jovem Fillippo Scotti que tem a inocência e a explosão que o filme acaba por necessitar, numa das surpresas do ano, de um jovem ator europeu que pode ter aqui o inicio de uma interessante carreira que o mesmo terá agora que definir.


O melhor - A primeira hora de filme.

O pior - Na segunda perde algum ritmo


Avaliação - B+

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