Wednesday, June 10, 2020

Shirley

Numa altura em que o cinema esta por completo parado quer em termos de produções mas acima de tudo em termos de lançamentos eis que algumas plataformas e alguns estudios tentam procurar algumas experciencias com filmes comercialmente mais pequenos, alguns dos quais estreados em festivais pre pandemia. Foi o que aconteceu com esta especie de biopic que estreou com algum sucesso critico no ultimo festival de Sundance e que agora viu a luz do dia num formato que provavelmente pouco diferiu do seu percurso comercial ja que nao me parece que fosse um filme com reais objetivos nesta area.
Sobre o filme temos um intimista e independente filme sobre uma personalidade controversa no seu contexto. O filme nunca parece querer na realidade contar uma historia mas mais nos dar alguma luz sobre o seu processo de criaçao de uma mente claramente perturbada e nisso o filme acaba por conseguir criar a circunstancia do contexto estranho muitas vezes incompreendido mas isso acaba tambem por tornar o filme algo distante do espetador ou mesmo pouco cativante.
O quadrado que o filme cria tinha muitas linhas que poderiam e deveriam funcionar melhor para que o filme tivesse mais ritmo e significado mesmo com a dificil ideia que quer implementar. Assim o filme opta por perder algum tempo em conflitos internos de personagens que podem ter a força se forem bem acompanhados pelo ritmo da intriga o que aqui acaba por raramente acontecer.
Ou seja um daqueles filmes que fica na retina pela personagem central e pelo seu trabalho mais do que propriamente pela riqueza narrativa ou mesmo pelo valor do filme em si proprio. E um filme de ritmo lento, bem interpretado mas que dificilmente consegue se impor perante o seu espetador.
A historia fala de Shirley Jackson uma autora reconhecida mas com problemas vincados de adaptaçao ao social que acaba por receber em casa um casal no qual o homem começa a lecionar numa conhecida universidade e que vai alterar as rotinas de todos os seus membros.
Em termos de argumento o filme e os seus centros de conflito acabam por ser algo difusos e isso nem sempre faz as personagens ter o impacto que poderiam ter noutra estrategia. Fica a ideia ainda que o filme deixa adormecer as suas personagens em demasia.
Na realizaçao Decker e uma jovem realizadora que apresentou em Sundance com sucesso a sua obra mais publica. Adota um estilo claramente independente na captação de imagens numa realização simplista dentro do estilo que quer que o filme tenha.
No cast alguns bons momentos Moss esta a ganhar um espaço importante em hollywood principalmente pela intensidade que fornece as suas personagens, ao seu lado tambem Stulhbarg tambem funciona principalmente porque consegue entrar no lado mais excentrico do filme.

O melhor - Algumas interpretaçoes

O pior - Um ritmo demasiado pausado

Avaliação - C

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