Wednesday, February 08, 2017

Paterson

Jim Jarmusch é há diversos anos um dos realizadores independentes com um cinema de autor mais aperciado pela critica mais tradicionalista. Talvez por isso os seus filmes tenham sempre lugares nos festivais mais consagrados, mesmo não tendo nunca tido um filme com a concretização critica que outros já conseguiram. Este ano e mesmo em cima da linha na corrida aos oscares e novamente sem sucesso surgiu este pequeno filme, que mais uma vez foi bem recebido pela critica, algo que já é marca de agua do realizador, sendo que comercialmente tendo em conta ser um filme claramente de minorias os resultados até foram interessantes.
Sobre o filme, existe uma certeza que Jim Jarmusch não faz filmes para o grande publico apostando sempre no cinema do detalhe, do promenor, no estilo de filme que procura os acasos do dia a dia ou força das personagens. E normalmente este filmes são demasiado soltos, interessantes mas no fim o seu impacto é sempre reduzido, mesmo que ao longo da sua duração nos vá transmitindo algumas emoções e aproximações entre personagens. Aqui temos um filme poetico, que se assume dessa forma, nas coisas simples, e nisso podemos até achar graça, mas não será nada demasiado intenso.
Penso que o filme tem alguns pontos que funcionam bem, mesmo desistindo de uma intriga tipica de um filme comum, que é a relação central, nos silencios e nas diferenças o filme consegue tornar bonito os lados diferentes de cadas personagens sendo o detalhe do preto e branco algo de magnifico na personagem feminina, aquela que da o lado emocional ao filme. E como casal as coisas funcionam pela naturalidade e isso acaba por ser o coração do filme.
Por tudo isto Paterson mesmo tendo os valores que Jim quer dar ao filme, é um filme demasiado simples, demasiado intlectual em vertentes que lhe tiram algum impacto. Os amantes do realizador vão louvar novamente o seu lado representativo, mas não é desta que o filme seja para o grande publico, ou mais que isso não é desta que o filme passe a ser mais que um bom momento.
A historia fala de um condutor de autocarros, com uma veia poetica que ao longo de uma semana vai registando o seu dia a dia em poemas num livro, enquanto a sua namorada se aplica em diversas artes.
O argumento é solto, é daqueles filmes que considero sempre faceis de fazer, pois não tem um climax, não tem um centro narrativo, limitando-se ao dia a dia. E mesmo que estes pontos ate nos deem cenas interessantes parece mais facil o fazer do que um filme mais comum, e por isso mesmo com bons detalhes parece-me um argumento mais facil.
Na realização Jim como sempre o faz da o filme as personagens e as ligações entre elas, consegue excelentes momentos a dois no casal, mas parece-me que comparativamente com o nome que já tem, poderia ter algo mais seu como assinatura.
No cast Adam Driver dá ao filme o lado simples que o filme necessita, o lado introvertido da personagem que acaba por servir os objetivos do filme, sendo mais ajudado pela sua colega de cast, Farahani, que preenche melhor os momentos romaticos

O melhor – Os momentos simples de um casal aparentemente bem conjugado

O pior – Jim ainda distancia demasiado os filmes da forma comum


Avaliação - C+

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