Friday, February 10, 2017

Miss Sloane

Desde o momento em surpreendeu o mundo com a sua paixão de Shakespeare, um dos vencedores mais polemicos dos oscares John Madden nunca mais conseguiu sequer entrar na luta pese embora já tenha passado mais de 20 anos e alguns filmes, alguns dos quais com naturais ambições. Este ano este filme foi claramente pensado a entrar nessas disputas mas a morna recepção acabou por lhe retirar todas as possibilidades enquanto filme, e acabou também por condicionar Chastain com mais possibilidades e que ainda conseguiu a nomeação para o globo de ouro falhando o Oscar. Comercialmente e para um filme que ficou aquem do trajeto nos premios podemos considerar o seu resultado apenas como natural
Sobre o filme podemos dizer que o mundo do lobby ganhou outra força em termos de adaptações de cinema e televisão depois do sucesso que é House of Cards, dai que qualquer abordagem neste mundo tem a bitola elevada e grande exigência para conseguir igualar a formula da serie. E nesta compração obvia Miss Sloane é claramente um produto menor, mais sério, mais aborrecido, onde lhe falta sempre algum adocicar na abordagem sempre demasiado rígida e presa aos seus pressupostos. O que acaba por tornar o filme interessante, denso, mas pouco brilhante naquilo que o pode separar de outros filmes igualmente politicos.
É obvio que fazer um filme coeso sobre uma materia tão complexa como esta está longe de ser fácil, e o filme consegue principalmente no jogo mental de parada e resposta. É certo que o filme vive e sobrevive muito por culpa de uma personagem de primeira linha, bem criada e muito bem interpretada que conduzi em determinados momentos o filme para picos de qualidade e intensidade, mas por outro lado penso que o final acaba por ser previsivel, embora os truques de camara o tente dissolver e mais que isso penso que se trata de um filme que em comparação com outros poderá não ter a força interna para se fazer notar.
Mas mesmo assim um bom filme naquilo que poderá ser o desmascarar da forma como se faz politica em muitos lados do globo, num filme com avanços e recuos, com algum arrojo em termos de argumento e de twist, que consegue quase sempre ter um ritmo acelerado. Pode lhe faltar alguns adornos que o levassem para outros parametros, mas naquilo que se propõem parece-me um filme extremamente funcional.
A historia fala de uma responsável pelo Lobby que após mudar de lado, tenta liderar uma campanha contra a legalização de regras de restrição de armas nos EUA, começando uma guerra sem principios morais entre duas empresas com estes objetivos, onde tudo é premitido com o objetivo da vitória.
Em termos de argumento o filme é arrojado na matéria que se propõem a tratar, e acaba por com naturalidade atingir os seus objetivos. Podemos o considerar algo previsivel na sua conclusão, ou pelo menos na revelação central, mas acaba por funcionar muito por culpa de uma boa montagem da personagem central.
John Madden é um realizador mediano que normalmente tem alguns filmes interessantes, aqui parece-me ter uma realização silenciosa, dando o palco à sua protagonista o que acaba por ser uma decisão sensata e que o filme aproveita, já que se trata da mais valia do projeto. Na carreira penso que Madden já sabe que esta numa segunda linha presente de realizadores.
No cast Chastain tem uma prestação de primeira linha, que nos parece não ser suficiente para a nomeação muito por culpa de uma recepção muito morna do filme, já que nos parece que o seu papel tinha todos os elementos para tal objetivo, demonstrando na actriz uma intensidade, presença e arrogância que preenchem o papel e assumem-na como um dos melhores valores femininos do momento. Não existe espaço para mais brilho no cast pese embora o excelente cast de secundarios.

O melhor - Jessica Chastain

O pior - Alguma previsibilidade do final

Avaliação - B

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