Thursday, June 07, 2007

Zodiac




Fincher é talvez o realizador com o leque de filmes mais artisiticos, originais e com qualidade dos ultimos 10 anos, principalmente na sequencia de Jogo, Seven e Clube de Combate, Fincher atingiu um patamar por poucos ou quase nenhum alcançado em Hollywood, ter tres filmes de primeira linha num filmiografia de 4, os filmes eram autentincas obras primas e todos com toque de autor e uma originalidade e inteligencia fora de serie. COntudo o problema quando se chega a um nivel tao elevado, e as expectativas que se cria nos filmes sequentes. Vitima disso foi Sala de Panico, que apesar de ser muito melhor do que a maioria dos filmes thrillers que saem, era bastante mais normal, e menos surpreendente, a marca do realizador era menos visivel e so a osciçação constante e os planos de close up a la fincher mostravam a presença do realizador. Para este ano os fãs de seven ficaram em pulgas, mais uma vez Fincher ia voltar aos serial Killers, so que desta vez numa investigação real de um dos ciminosos mais mediaticos da historia Zodiac, inspirado no livro de um cartoonista, Zodiac recebeu criticas fortes, contudo o publico nao se rendeu em grande dimensao ao filme, principalmente porque as criticas apontavam para a maturação de Fincher e nos gostava-mos mais dele rebelde.

Fincher, é um realizador singular, incapaz de fazer filmes de qualidade baixa ou mediana, dai que desde logo é importante afirmar que estamos perante um bom filme, coeso, maduro, inteligente, dinamico e profundo, onde o realizador nao tem medo de arriscar, um filme cínico, principalmente nos jogos com a identidade do criminosos. A primeira hora e meia do filme arrisco mesmo que é do melhor que vimos em policial na historia do cinema, inteligente, articulado genialmente, o paralelo entre as diferentes interações é um espectaculo dentro do filme, a interação e dialogos entre as personagens são brilhantes tudo acompanhado pela excelente OST que Fincher sempre gosta de colocar nos seus filmes

Até aqui estavamos perante uma obra ao nivel mais forte de Fincher, contudo e talvez pelo facto de estar algo preso a um livro, o filme tem uma segunda parte onde não consegue aguentar o ritmo da primeira, devido ao facto de algumas personagens irem desaparecendo de cena, e ficarmos centrados numa vertente mais seria, intrigante e psicologica na personagem de Gylenhall, aqui o filme fica demasiado denso, pesado, em momentos extremamente confusos, a investigação fica mais paranoide, e com menos interações, com pontos desnecessarios, que alongam em demasia o filme, e que acima de tudo se reflecte no espectador pelo facto de o filme ir gradualmente descendo o seu nivel.

Mesmo assim a parte final é de qualidade, com partes de argumento fortes, mas em menor quantidade do que a excelente fase inicial do filme.

O argumento do filme, parece-nos a grande força do filme, principalmente como articula os acontecimentos relatados no livro num exercicio cinematografico de autor, nas interações e descrições de primeira linha, principalmente na primeira hora. As personagens sao muito bem caracterizadas, conseguindo sempre desanuviar o pesadelo do centro do filme, numa componente humurisitica inteligente e de primeira linha.

A realização mostra um FIncher diferente, menos activo mas com a originalidade e marca de autor de sempre, mais calmo, com planos mais parados, é certo que nao demontra a qualidade de realização obtida principalmente em CLube de Combate e Sala de Panico, mas mais uma vez demonstra ser um dos grandes do cinema actual, mesmo que ao serviço de guioes mais terra a terra e menos surpreendentes. Talves seja necessario apostar na sua veia criativa.

O cast como normalmente acontece com Fincher, é muito bem montado, neste particular reluz Downey Jr, com uma interpretação magistral que rouba todas as cenas aos seus colegas de ecra, dai que o filme se ressinta quando a personagem começa a ficar declaradamente para 2 plano. Gyllenhal dá-nos um papel sobrio, sem grandes tiques, mas ao mesmo tempo denso, com a força e a inocencia que ele como actor tem conseguido transmitir na maioria dos seus filmes, consolidando-se como um dos actores mais fortes na nova vaga. Por fim Ruffallo, um actor de eleição numa segunda linha, mas que insiste em ficar atras das figuras mais mediaticas, nao conseguindo ate ao momento assumir um filme por si so. Contudo aqui acaba por centrar em certos momentos a atençao em si, principalmente quando deixa de ter de dividir cenas com Downey Jr.

Enfim mais um filme que apesar de nao aumentar o conceito de Fincher, mantem.-no no topo que ele conquistou.


O melhor - A primeira parte do filme, sem palavras.


O pior - O filme alonga-se demasiado, sem necessitar.


Avaliação - B+

No comments: