Numa altura em que os principais candidatos a melhor filme internacional começam a prefilar-se com estreias e acima de tudo aproveitando os bons desempenhos nos maiores festivais, este filme alemão, mas claramente uma produçao iraniana tem ganho algum protagonismo pelas boas criticas, mas acima de tudo pelo misterio do seu realizador o qual se encontra de momento em parte incerta para fugir a lei do seu pais. Comercialmente o filme nao foi particularmente feliz nos EUA, mas no resto do mundo as coisas ficaram mais compostas.
Sobre o filme podemos começar por dizer que temos um filme que conhece a realidade do irão, não querendo ser o filme sobre o fundamentalismo religioso, começando por dar uma perceçao de liberdade que vai caindo com o filme e com a dinamica narrativa, a qual acaba por ser na maior parte das vezes algo lenta sem que a historia em si consiga aguentar as quase três horas de duração.
O ponto que melhor funciona acaba por ser um aspeto aparentemente secundario na organização do filme que é a diferença da geração sobre o poder, na forma como as diferentes mulheres reagem ao poder e as regras sistematizadas. O filme trabalha bem isso, e os dilemas e exageros da personagem central. Funciona bem pior porque tem alguma dificuldade em organizar as personagens.
Por tudo isto e tendo em conta que o filme aparece mencionado como um dos favoritos, e importante dizer que nos ultimos anos temos visto filmes muito mais competentes nesta competiçao. Parece curto que a ideia que o filme tem de trabalhar o lado mais atual de uma sociedade fechada consiga por si so valorizar um filme longo de ritmo algo lento.
A historia segue um delegado da policia iraniano, contratado para impor uma ditadura politica e a forma como o mesmo tenta conjugar a sua vida profissional com a familia consituida por mulheres onde as mais novas lutam pela sua liberdade, tudo se intensifica quando a sua arma e objeto de honra desaparece.
O argumento não é brilhante, é um filme quase sempre monocordico, mesmo nas discussões fica a ideia que o filme distancia demasiado as personagens o que nao o faz até então. E claramente um filme com um vinculo politico interessante mas não e uma abordagem que se diferencia de forma positiva do que ja foi feito.
A realizaçao esta a cargo de Rasoulof um foragido politico pessoa non grata no Irão que conhece a sua origem, e sabe a trabalhar para ter o impacto desejado. Reconhecido em festivais maiores sublinha-se pela sua componente politica mais que artistica.
No cast um conjunto de atores locais que encaixam naquilo que o filme lhes pede. A melhor interpretaçao acaba por recair na dualidade de Akhshi uma total desconhecida que da ao filme o realismo que ele quer
O melhor - O testemunho politico
O pior - A forma como o tempo e demasiado longo para uma narrativa tao comum
Avaliação - C+
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