Ang Lee é sem sombra de dúvidas um dos mais creativos e respeitados realizadores da atualidade, e confirmar este facto temos os dois oscares ganhos num passado próximo. Por este mesmo motivo cada filme por si lançado é um acontecimento e principalmente um candidato quando a sua estreia se encontra no final de um ano. Mas este não foi o seu ano, desde as suas primeiras exibições se percebeu que este filme não tinha entrado no gosto dos criticos com avaliações muito medianas para um filme com qualquer tipo de ambição. Talvez por isto mas também por algumas dificuldades de distribuição o filme traduziu-se ainda num rotundo floop comercial, o que o tornou numa das grandes decepções da corrida aos oscares deste ano, não tendo inclusivamente conseguido qualquer nomeação.
Sobre o filme, eu confesso que depois das primeiras criticas pensei que o filme não teria o dedo de Ang Lee, mas rapidamente percebi que o filme tem isso, prinicipalmente na qualidade das imagens que o filme nos dá. É um filme corajoso não foi feito para ser consensual na sua dicotomia entre guerra e familia, na forma demasiado parcial entre a atualidade e o passado que a determinadas alturas pode contrariar o fluxo normal do ritmo de um filme, mas é indiscutivel o valor do que o filme quer contar, e a forma como nos faz analisar um pouco o exercito, mas mais que isso a irrepreensivel realização com alguns dos melhores momentos neste aspeto que podemos ver em 2016.
É obvio que é um filme menor da filmiografia de Ang Lee, talvez porque o mesmo, tentasse mais que alguma coisa nos dar um filme ironico com algum humor negro, e não a intensidade dramatica que funcionou nos seus filmes mais reconhecidos, isso faz o filme perder algum peso, e por vezes alguma dimensão, mas no restante, principalmente naquilo que o filme significa temos um filme que comparativamente a alguns dos filmes que permanecem na corrida pelo menos mais artistico.
Podemos facilmente dizer que o facto do filme voltar para a frente e para trás sucessivamente faz com que nenhuma das partes da historia chegue á essencia das mesmas, eu penso que se tratou de uma boa escolha, porque a comparação, o paralelismo acaba por ser na minha opinião a mais valia do filme, que mesmo não sendo uma obra prima é um filme interessante, e acima de tudo bem realizado.
A historia fala de um grupo operacional do exercito americano no Iraque que após uma missão bem sucedida mas que custou a vida a um dos seus elementos, é recebida num evento mediatico como herois nacionais, contudo seguimos a indecisão de um dos seus elementos entre voltar ou abandonar.
Em termos de argumento é obvio que um filme como este tem um alcance significativo, Lee consegue dar ao filme um tom humoristico interessante, com influências claras em filmes como Hurt Locker e Jarhead, sendo mais convencional, certo é que o filme consegue juntar alguma descontração com a mensagem que quer transmitir, pode perder pelo facto de já ter existido os filme supra referidos, pelo menos no que diz respeito ao capitulo da originalidade.
Em termos de realização Ang Lee é irrepreensivel, nem tanto nas sequencias de guerra, mais convencionais, mas acima de tudo na forma como cria todos os acontecimentos no estádio, a forma como preenche o ecrã cheio de sequências com bastante significado e tecnologia numa realização que merecia outro tipo de destaque.
No cast podemos dizer que Ang Lee arriscou, dando o protagonismo a um desconhecido Joe Alwyn, que na minha opinião tem um papel competente, conseguindo conciliar bons momentos cómicos com intensidade dramatica o que deixa boas prespetivas para a carreira do mesmo. Nos secunudários destaque para Hedlund, um actor que até ao momento tinha deixado algumas reticencias ao longo da sua carreira mas que tem aqui um dos melhores papeis da sua carreira conjugando muito bem o lado ironico da sua personagem.
O melhor - A realização
O pior - O filme ter antecessores com uma temática parecida e que podem ser melhores.
Avaliação - B
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