Cada vez mais uma das
fontes de inspiração para novos filmes, são historias curiosas
reais, que fruto de uma maior expansão da informação se tornou
mais conhecida. Normalmente esses filmes são lançados em final de
ano para ter algumas oportunidades nos prémios. Assim, este filme
que pese embora tenha sido bem avaliado nunca conseguiu na verdade
ser um verdadeiro concorrente aos premios, muito pela forma como o
seu desempenho foi extremamente modesto em termos comerciais.
Sobre o filme podemos
dizer que a historia de base e fortissima principalmente naquilo que
a pressão do trabalho pode resultar numa sociedade tão competitiva,
essa mensagem auxiliada por uma boa construção e ambigua da
personagem central dão coesão à mensagem do filme, mesmo que ao
longo da sua duração o mesmo nem sempre seja funcional em termos de
ritmo, tornando-se muitas vezes redundante nos avançoes e recuos
psicologicos da personagem.
Pese embora estes
defeitos é claramente um filme que vai do menos ao mais, inicia-se
num ritmo demasiado pausado, onde parece mais preocupado pela
definição do espaço e tempo do que propriamente na introdução na
narrativa, mas quanto mais conhecemos a personagens mais estranha ela
fica no bom sentido, ou seja, mais ficamos curiosos relativamente ao
seu sim, que para quem não conhece a historia, benificia de um
climax de primeira linha.
Assim mesmo não sendo
um filme de grande publico, tem o trunfo de ter um tema que não so
se baseia numa historia real, como acima de tudo tem uma mensagem
cada vez mais atual colocando em causa a competividade selvagem que
existe em diversas empresas pelo mundo fora. O filme benificia ainda
de uma excelente intepretação que no momento decisivo torna o filme
ligeiramente melhor que a mediania.
A historia fala de uma
jornalista que apos ultrapassar uma depressão tem de lidar com a
exigencia de uma televisão com perigo de fechar enquanto procura a
realização profissional. Este cocktail conduz a uma obsessão cada
vez maior da protagonista nos seus objetivos.
Em termos de argumento,
mesmo sendo basico no essencial, sendo muitas vezes algo descritivo,
consegue balancear o filme de uma forma positiva para o seu final,
consegue fazer sublinhar uma mensagem de forma subtil. Do lado
negativo nem sempre parece um filme equilibrado na gestão de ritmos.
Antonio Campos é um
realizador com um trajeto ainda desconhecido no cinema, que aqui tem
um bom trabalho essencialmente naquilo que por vezes é menos notorio
que é na contextualização temporal. Contudo no restante adopta uma
abordagem simplista que faz o filme depender mais do argumento.
Por fim no cast Rebecca
Hall tem uma das mais intensas e dificeis prestações do ano, tem o
filme nas suas costas, muitas vezes com o exercicio quase impossivel
de ser estranha no filme que é sobre si. É intensa, é expressiva e
parece-me obvio que com um filme mais visivel este seria e deveria
ser um dos papeis nomeados para o oscar de melhor actriz.
O melhor – Rebbeca
Hall
O pior – A gestao dos
ritmos do filme na fase inicial
Avaliação - B-
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