Thursday, January 12, 2017

Christine

Cada vez mais uma das fontes de inspiração para novos filmes, são historias curiosas reais, que fruto de uma maior expansão da informação se tornou mais conhecida. Normalmente esses filmes são lançados em final de ano para ter algumas oportunidades nos prémios. Assim, este filme que pese embora tenha sido bem avaliado nunca conseguiu na verdade ser um verdadeiro concorrente aos premios, muito pela forma como o seu desempenho foi extremamente modesto em termos comerciais.
Sobre o filme podemos dizer que a historia de base e fortissima principalmente naquilo que a pressão do trabalho pode resultar numa sociedade tão competitiva, essa mensagem auxiliada por uma boa construção e ambigua da personagem central dão coesão à mensagem do filme, mesmo que ao longo da sua duração o mesmo nem sempre seja funcional em termos de ritmo, tornando-se muitas vezes redundante nos avançoes e recuos psicologicos da personagem.
Pese embora estes defeitos é claramente um filme que vai do menos ao mais, inicia-se num ritmo demasiado pausado, onde parece mais preocupado pela definição do espaço e tempo do que propriamente na introdução na narrativa, mas quanto mais conhecemos a personagens mais estranha ela fica no bom sentido, ou seja, mais ficamos curiosos relativamente ao seu sim, que para quem não conhece a historia, benificia de um climax de primeira linha.
Assim mesmo não sendo um filme de grande publico, tem o trunfo de ter um tema que não so se baseia numa historia real, como acima de tudo tem uma mensagem cada vez mais atual colocando em causa a competividade selvagem que existe em diversas empresas pelo mundo fora. O filme benificia ainda de uma excelente intepretação que no momento decisivo torna o filme ligeiramente melhor que a mediania.
A historia fala de uma jornalista que apos ultrapassar uma depressão tem de lidar com a exigencia de uma televisão com perigo de fechar enquanto procura a realização profissional. Este cocktail conduz a uma obsessão cada vez maior da protagonista nos seus objetivos.
Em termos de argumento, mesmo sendo basico no essencial, sendo muitas vezes algo descritivo, consegue balancear o filme de uma forma positiva para o seu final, consegue fazer sublinhar uma mensagem de forma subtil. Do lado negativo nem sempre parece um filme equilibrado na gestão de ritmos.
Antonio Campos é um realizador com um trajeto ainda desconhecido no cinema, que aqui tem um bom trabalho essencialmente naquilo que por vezes é menos notorio que é na contextualização temporal. Contudo no restante adopta uma abordagem simplista que faz o filme depender mais do argumento.
Por fim no cast Rebecca Hall tem uma das mais intensas e dificeis prestações do ano, tem o filme nas suas costas, muitas vezes com o exercicio quase impossivel de ser estranha no filme que é sobre si. É intensa, é expressiva e parece-me obvio que com um filme mais visivel este seria e deveria ser um dos papeis nomeados para o oscar de melhor actriz.

O melhor – Rebbeca Hall

O pior – A gestao dos ritmos do filme na fase inicial


Avaliação - B-

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