Friday, May 31, 2019

Gloria Bell

Tem sido aos poucos que Sebastial Lelio depois de ter ganho o oscar de melhor filme estrangeiro, tem tentado implementar o seu cinema em Hollywood. Os temas tem sido interessantes embora usualmente me pareça que a opção por fazer remake americanos de produtos seus chilenos poderá não ser a melhor opção para cimentar o seu estilo como realizador. Mesmo com este senão o certo é que o filme acabou por funcionar criticamente com avaliações bastante positivas, já no que diz respeito á resposta comercial do filme para um filme com uma expansão curta os resultados ate foram consistentes.
Sobre o filme podemos começar por dizer que o mesmo tem uma temática bastante assertiva e muito atual, a forma como é dificil reinventar uma vida depois da constituição de familia e a forma como isso pode ser dificil em cada pessoa. Nisso e principalmente nos altos e baixos da personagens o filme mesmo sem grande fogo de artificio é eficaz, mesmo que a determinada altura se deixa algo adormecer com as sequencias a sos de Gloria.
Mas acaba por ser na personagem e na forma como a mesma reage com naturalidade as adversidades que o filme consegue encontrar o seu maior realismo e talvez a sua maior força. nao e um filme que procura o dialogo, procurando mais as sensações. Em termos relacionais é um filme também bem trabalhado na forma como muitas vezes as pessoas se unem sem porquê, e numa situação muitas vezes atual este e um filme sobre uma personagem mais mais que isso um filme sobre uma vivencia cada vez mais comum.
Nao sendo para mim o melhor filme de Lelio e criticando o facto do mesmo ter entrado pelo caminho facil de fazer um remake do seu proprio trabalho, Gloria Bell mais que um grande filme é uma obra consistente sobre algo concreto, potenciado por uma interpretaçao interessante e por uma banda sonora que nos conduz para um saudosismo bem presente na personagem principal.
O filme fala de uma mulher na casa dos cinquenta anos, que com os filhos definidos e divorciada procura divertimento em bares, onde acaba por conhecer um individuo que a leva para a possibilidade de um novo relacionalmento.
No que diz respeito ao argumento o filme funciona melhor na base e na forma do que propriamente nos conteudos especificos onde é demasiado sensorial mais que rico em dialogos ou em desenvolvimentos narrativos surpreendentes. Fica a ideia que o filme esgota muito a personagem central, mas isso nao danifica os propositos essenciais do filme
Na realizaçao lelio e um realizador intimista que gosta de entrar nas personagens e aqui fá-lo outra vez de uma forma competente. Provavelmente ja o vimos com argumentos e historias mais apelativas, mas parece-me um bom valor do cinema global a ter em atençao nos proximos filmes.
O filme tem em Moore a sua ancora, uma actriz intensa, com muitas potencialidades que eleva a Gloria para aquilo que Lelio quer dela, alguem com o equilibrio da idade a procura de algo mais. Fica a ideia que uma expressao mais emocional da personagem poderia potenciar uma interpretaçao mais vistosa, mas tambem fica a ideia que o filme acaba por nunca querer isso.

O melhor - A forma como a personagem mistura a maturidade da idade, com a procura de uma nova adolescencia.

O pior - Nao sou adepto de remakes de obras proprias

Avaliação - B-

Monday, May 27, 2019

Us

Jordan Peele surpreendeu por completo o mundo do cinema em 2017 com o seu criativo e original Get Out, reformulando por completo o mundo do cinema de terror. Dois anos depois da surpresa globar surge o filme seguinte, no mesmo genero, com enorme expetativa, surgiu este Us. Criticamente novamente Jordan Peele convenceu com avaliações bastante positivas ainda que ligeiramente inferiores a Get Out. Comercialmente Jordan Peele teve um enorme sucesso que o torna num dos mais lucrativos realizadores de terror.
Eu confesso que fiquei mais surpreendido do que deslumbrado com Get Out, embora me pareceça que tenha sido a pedra no charco de qualidade do cinema de terror. Este Us consegue novamente nos surpreender, quer com a ideia original e criativa de base, mas acima de tudo na capacidade que tem de fazer das personagens e das suas interpretaçoes o epicentro de todo o terror.
Não é um filme com grandes truques, embora o argumento e principalmente o seu twist final seja algo reboscado e forte do ponto de vista do argumento, o filme funciona acima de tudo sustentado em dois elementos que são tratados com todo o brilhantismo. Num primeiro ponto de destaque as interpretaçoes e as caracterizaçoes, e num segundo plano a excelente realização de terror de Peeele, fazem deste filme um dos melhores produtos ate ao momento deste ano, e a sensaçao que estamos perante uma mente brilhante no mundo do terror.
Mesmo com as expetativas elevadas, fruto do sucesso de Get Out Peele consegue convencer num filme dificil, original, nem sempre de compreensão facil, mas que deixa o espetador agradado em todas as suas componentes individuais e gerais de observação. O risco faz muitas vezes os cineastas crescer e Peele esta em franco crescimento num espaço que existia por ocoupar em Hollywood.
Em termos de argumento o filme fala de uma familia que inicia as ferias quando percebe que do lado exterior da casa se encontram sosias de cada um dos seus elementos contudo com objetivos bem distintos, concretamente matar tudo e todos, iniciando um jogo do gato e do rato.
Em termos de argumento o filme tem uma base e um corpo muito bem escrito e extremamente original. Em termos de preenchimento de espaços o filme pode ser menos trabalhado, mas o excelente final tem que nos fazer avaliar este argumento como muito forte para os intuitos do filme.
Se existe coisa que funciona bem em get OUt e aqui se repete e a forma original com que Peele filma os seus interpretes dando-nos o que de melhor tem em termos intepretativos numa simbiose completa. Este filme acaba por ser mais uma vez extraordinario, e demonstra que Peele e neste momento o Sr. Terror.
No cast Peele faz de novo com Nyongo o que fez com Kaluya, potenciar ao maximo uma interpretação simplista num trabalho incrivel. Nyongo tem um excelente papel duplo, diferente mas que funciona quer no lado interpretativo quer no lado estetico do filme. Um daqueles filmes que vale por tudo mas que a interpretaçao central e a cereja no topo do bolo. Se fosse lançado noutro periodo poderiamos estar aqui a falar de uma interpretaçao nomeavel para os premios.

O melhor - A forma com Peele consegue inventar um terror com argumento original.

O pior - Em alguns espaços o filme é demasiado direcionado ao ponto do terror simples.

Avaliação - B+

A Madea Family Funeral

Tyler Perry tornou-se nos ultimos anos num icon da novela afro americana, mas tambem no bombo da festa dos criticos mais especializados. A sua personagem Madea ao longo do tempo foi colecionando criticas muito negativas mas tambem resultados comerciais satisfatorios que foram prolongado a continuidade da personagem nas mais diversas situações. Este ano surge a situação do funeral. O resultado critico foi o usual em filmes de Tyler Perry ou seja negativo. No que diz respeito à componente comercial novamente Madea resultou, e o anunciado ultimo episodio pode mesmo nao o ser.
Sobre o filme temos que diferenciar a historia em duas componentes distintas, o lado dramatico familiar do emaranhamento relacional entre diversas personagens, onde o filme em momento algum resulta, com dialogos de pessima qualidade, que mais que tudo acabam por tornar tudo num melodrama sem coerencia e sem sentido, com personagens completamente mal trabalhadas.
O segundo ponto é o lado comico com as personagens criadas e interpretadas por Perry, aqui o filme tem um estilo muito proximo daquele que deu sucesso a Eddie Murphy sem o sucesso do mesmo. A personagem Joe vai tendo alguns momentos interessantes, mesmo que o restante seja quase sempre pouco trabalhado e muitas vezes sem graça repetida.
nao sabemos se vai ser ou nao o ultimo filme da badass Madea, mas ao longo do tempo e mesmo colecionando filmes de qualidade mais que duvidosa o registo foi-se mantendo e comercialmente Perry foi obtendo neste estilo de filme os seus maiores lucros. Este nao sendo dos piores filmes da saga está longe de ser minimamente compentente.
A historia segue as personagens do costume, as quais se deslocar à casa de uns parentes para o funeral de um individuo, acabando por encontrar uma familia onde todos se relacionam com todos com diversos conflitos latentes que a morte do patriarca vai colocar a nu.
Em termos de argumento Perry funciona ligeiramente melhor a escrever pontos comicos do que o seu melodrama telenovelesco. Neste segundo ponto temos dialogos dignos de sátira frequente devido ao seu caracter inexistente. Em termos comicos pese embora seja demasiado repetitivo por vezes funciona.
Perry como realizador esta longe de ser competente, limita-se ao estilo de telenovel e pouco mais. E um realizador odiado pela critica mas que se conforma com um estilo que esta longe de ser apelativo.
Tambem no cast Perry pouco ou nada arrisca, ele encarna as personagens comicas do filme, onde algumas funcionam melhor do que outras, desde logo pela base das mesmas e nos secundarios um conjunto de atores afro americanos de segunda linha cujo o filme nao exige de particularmente dificil.


O melhor - Algumas piadas da personagem Joe.

O pior - O argumento dramatico do filme.

Avaliação - D+

Friday, May 24, 2019

Charlie Says

Charles Manson é uma pessoa proibida ao longo do tempo para o cinema norte americano pela horror causado pelo seu grupo, foi sempre considerado aquele que o seu nome não se poderia pronunciar com receio que devotos florescessem. Apos a sua morte Hollywood parece ter acordado para o temivel psicopata e surgem os primeiros registos sobre a vida ou aspetos da vida do mesmo. Um desses filmes pela mão de Mary Harron realizadora de American Psycho foi este filme sobre a sua "familia". Os resultados criticos do filme não foram entusiasmantes com uma mediania que não lhe deu o destaque necessario, sendo que comercialmente o facto de não ter um elenco de primeira linha acabou por condicionar o resultado comercial do filme.
Charlie Says e um filme que mais que qualquer coisa tenta entrar nas dinamicas do grupo de Mason mais que explicar a personagem em si. E neste particular o filme tem um razoavel sucesso na forma como nos dá um grupo de pessoas a deriva, procurando orientaçao, e uma personagem central cujo carisma conduz quase a um endeusamento perigoso. Nessa construçao o filme é eficaz sem nunca no entanto conseguir ser brilhante.
Do ponto de vista factual o filme não é tal interessante, principalmente na forma quase suavizante dos homicidios provocados e do terror causado, na forma como tem um principio quase desculpabilizador dos praticantes dos homicidios e talvez por centrar demasiado o filme nos elementos femininos perdendo rasto do elemento masculino central.
Fica uma boa construção da personagem de Mason com os maneirismos conhecidos, e a sua loucura, a forma como a sua familia se construiu e a noçao que pode ter sido um principio interessante para que no futuro tenhamos um filme que retrate com mais arte o que realmente aconteceu naquele momento.
A historia fala de um grupo de jovens que se une a um culto em torno de Charles Mason, acabando por conduzir ao assassinato a cru de diversas pessoas. Sendo que o filme acaba tambem por procurar as personagens no pos homicidio com as mesmas ja detidas.
O argumento do filme tenta na minha opiniao ir longe de mais ao ter foco no antes e depois dos homicidios, um filme mais centrado numa dessas partes poderia ser mais competente ou mesmo mais empolgante. O melhor do argumento e a caracterização do grupo e a evolução das personagens dentro dele.
Mary Harron e uma realizadora de segundo plano que teve a sorte ou a competencia de conseguir como poucos dar-nos uma adaptaçao literaria de primeiro nivel com o seu American Psycho. Desde então pese embora tenha por diversas vezes tentado novos registos polemicos, nunca obteve o mesmo sucesso, tendo acabado mesmo na televisao. Aqui temos uma realização simplista quase ao ritmo de telefilmes que não vai dar folego a uma carreira em claro abrandamento.
No cast Smith teve a cargo a dificil tarefa de encarnar Mason e fá-lo com eficacia, com carisma e maneirismos interessantes, numa escolha que nos parece feliz. O ator domina o filme, sendo que no lado feminino jovens atrizes oriundas de series famosas, que dao o lado de inocencia transformada mas pouco mais.

O melhor - A escolha de Matt Smith

O pior - O filme não ser cru nos factos concretos centrais.

Avaliação - C+

Monday, May 20, 2019

Slaughterhouse Rulez

Nick Frost e Simon Pegg são talvez a dupla mais mediatica da comedia britanica no que diz respeito a setima arte. Depois de diversos filmes juntos, resolveram recentemente fundar uma produtora, que tem neste filme a sua estreia. Ao contrario dos melhores filmes da dupla este foi um autentico floop critico com avaliações bastante negativas. Potenciado quem sabe por esta recepção também comercialmente acabou por nao ter grande visibilidade com resultados praticamente inexistentes.
A comedia da dupla Pegg Frost nao é nem nunca sera obvia, mas usualmente funciona junto das pessoas. O problema deste filme para alem de uma excentricidade gratuita que retira muita objetividade ao filme acaba por ser o gritante facto de nunca, mas mesmo quase nunca ser engraçado, pese embora o estilo de colegio rigido até me pareça uma boa base para um filme como este.
O problema e quando o filme entra no fantastico com uma serie de seres sanguinarios e que transforma o filme numa luta pela sobrevivencia. Ai o filme perde o norte em dois sentidos, na forma como nao consegue ser mais que um filme de açao idiota e pior que isso como mesmo sendo idiota nao consegue nunca ter graça.
Por tudo isto parece facil considerar mais que alguma coisa esta comedia como um claro ato falhado, de uma historia que apenas tem um colegio esteticamente interessante como base, ja que depois quase nada funciona, mesmo reunindo em seu torno uma serie de actores de primeira linha.
A historia fala de um jovem que acaba por ingressar num colegio de topo mas que se depara com o pior dos seus medos, que fica bem pior quando se descobre de um ataque de uns seres desconhecidos aos alunos e funcionarios da escola, o que conduz a uma luta pela sobrevivencia.
Se existe coisa que habitualmente Pegg e Frost tem e graça e neste filme nao o conseguem ter em momento algum. O inicio até alimenta expetativas mas depois tudo se gora numa especie de filme comedia de terror com pouco sentido e pior que isso com pouca graça.
Na realização Mills tem aqui o seu trabalho mais visível depois de uma passagem quase desconhecida por outros departamentos. O filme tem meios para ser vistoso, mas nunca consegue ultrapassar uma abordagem demasiado simplista. Ficara sempre o filme mais associado a dupla de produtores do que um realizador que na essencia ninguem conhece.
Nao e um filme que exija muito dos seus interpretes pese embora reuna dois jovens actores com algum talento, mas que neste filme nunca sao realmente colocados a prova. Nos secundarios Pegg e Frosto nos registos habituais e nada mais.

O melhor - O espaço fisico do colegio

O pior - A falta de graça em algum momento do filme.

Avaliação - D

Greta

Neil Jordan já foi um dos realizadores no centro do universo cinematografico, contudo nos últimos anos foi perdendo fulgor dai que este thriller tenha surgido quase de forma aninima, pese embora tenha conseguido uma distribuição wide. Em termos criticos o filme acabou ter uma recepção mediana que é longe do que de melhor conseguiu Jordan na sua carreira. Comercialmente para um filme que conseguiu distribuição wide o resultado ficou muito aquem do esperado.
Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tem dois aspetos diferenciados, se a personagem central de Huppert funciona com a intensidade necessária a uma historia como esta, tudo o resto e claramente inferior, típico de um filme de adolescentes de segunda linha com personagens pouco ou nada trabalhadas, e mais que isso numa linhagem narrativa previsivel, que acaba por nao dar ao filme o caracter surpresa que desse outro folego ao filme.
Mesmo assim temos um filme que ate consegue criar um espectro de stalking muito interessante, mas que depois ao tornar o filme num policial de serial Killer o filme vai perdendo força tornando-se num terror de segunda linha. Tambem na construçao da personagem central parece-me que o filme exigia mais drama, mais intepretaçao e maior força da personagem.
Ou seja um thriller que vale muito pelo lado negro do mesmo, longe do que de melhor ja se fez neste tipo de registo, quer do ponto de vista narrativo, mas principalmente do ponto de vista estetico parece-me que poderia ser um filme mais noir, sem o peso adolescente do lado bom da medalha. Nunca se consegue encontrar no filme o lado mais negro de Jordan e isso acaba por tornar o filme na maior parte da sua duração bastante vulgar.
A historia fala de uma jovem que apos encontrar uma mala perdida no metro, acaba por estabelecer uma relação com a sua dona, uma viuva solitaria que vai pedir mais deste contacto do que propriamente a jovem esta disposta a dar.
Em termos de argumento o filme começa bem, principalmente na fase do stalking e quando tenta entender as duas personagens. Quando se torna um argumento serie B o filme perde maturidade e torna-se num registo corriqueiro pouco ou nada interessante.
Jordan e um realizador que muita gente ja considerou de topo em Hollywood, principalmente depois de Jogo de Lagrimas. Nos ultimos tempos perdeu dinamica e fama e aqui temos um filme com algum conceito de autor mas pouco imponente no resultado final.
No cast Huppert da ao filme a intensidade perfeita que o filme exige, dominando a tela do primeiro ao ultimo minuto. Ao seu lado Moretz nao esta a crescer bem como atriz e neste filme acaba por exibir essas mesmas dificuldades, perdendo totalmente para Monroe.

O melhor - A intensidade e presença de Huppert

O pior - A forma como o filme se transforma num serie B na fase final

Avaliação - C

Friday, May 17, 2019

The Professor and Madman

Se há cerca de uma decada surgisse um projeto que conetasse Mel Gibson e Sean Penn o mesmo seria alvo de grande euforia pelos especialistas. Contudo a carreira de ambos nos ultimos anos teve longe de ser a de maior sucesso dai que este filme estreou em cinemas selcionados com pouco fogo de artificio mesmo que contasse a historia da elaboraçao do primeiro dicionario. Criticamente as coisas correram moderadamente bem num biopic de uma historia claramente relevante. Por sua vez comercialmente a pouca distribuiçao do filme conduziu a resultados quase invisiveis para um projeto que ate teve um custo elebado.
E obvio que a curiosidade e o imaginario faz-nos prespetivar que a funçao de elaborar o primeiro dicionario nao tenha sido facil, e ainda mais nos surpeende quando percebemos que tudo teve a coordenaçao de uma pessoa que dedicou a vida a essa tarefa. Nesse particular o filme cumpre com algum academismo tipico de filmes de ligaçao britanica, mas que acaba por ficar bem na historia que o filme quer contar.
Do outro lado temos o louco, um ex-policia que acabou por elouquecer e que vai ser peça fundamental na elaboraçao do trabalho. Aqui o filme e principalmente Sean Penn entram diversas vezes num overacting que acaba por na minha otica nao ser produtivo num filme academico, pois cria uma atomesfera de drama pessoal que tira algum carater narrativo ao filme.
Ou seja nao sendo uma obra prima temos um filme que vence pela factualidade que transmite, por conseguir encaixar a relaçao entre um academico de excelencia e um preso por loucura, mas que me parece que nunca consegue diluir as duas historias do filme numa so congruente.
A historia fala de um estudioso da lingua que e contratado por a universidade de oxford para reunir os conceitos das palavras utilizada na literatura britanica, uma tarefa herculica que fica mais facilitada com a entrada em jogo de um criminoso preso por loucura.
Em termos de argumento temos um filme simplista na forma como nos tras o feito historico e menos funcional na forma como nos da o lado da loucura da personagem de apoio. Tambem nem sempre me parece abil a reunir os generos e mesmo as personagens.
Na realizaçao Safinia e um auxiliar tipico de Gibson que tem um trabalho academico com principios tradicionais britanicos. Nao e propriamente um trabalho vistoso ainda que funcional num realizador que tenta aqui soltar os primeiros passos.
No cast Sean Penn e um excelente ator mas nos ultimos anos tem estado longe da produtividade de outro tempo e aqui isso é bem patente, numa personagem vistosa mas que me pareçe que o ator leva sempre ao exagero maximo, tentando que saia muito mais vistoso do que na realidade necessitava. Gibson nunca foi um ator de primeiro plano e aqui isso tambem e visivel..

O melhor - A historia do merito que o filme conta.

O pior - Nem sempre as duas historias encaixam bem no filme.

Avaliação - C+

Country Wine

O Saturday Night Live ao longo da sua duração foi sendo um trampolim para o cinema de muitas figuras quer masculinas, quer femininas. Algumas dessas figuras mas também outros elementos de escrita da serie juntaram-se agora em 2019 numa especie de road show feminino produzido para a netflix. Em termos criticos esta reunião de amigas resultou medianamente em termos criticos, já comercialmente sendo o barometro da netflix sempre dificil de apurar não é neste filme que as circunstancias mudam, ja que o mesmo pelo menos internacionalmente não adquiriu grande mediatismo.
Sobre o filme podemos começar por referir que se trata na sua génese de um tipico road movie com diferentes personagens com um passado comum, numa tentativa de festejarem a amizade. O filme tem um principio interessante de colocar em choque conflitos individuais de personagens num plano grupal. COntudo o filme acaba por falhar na tentativa de ser uma comedia com o carimo SNL e acaba por se tornar muitas vezes absurda e com um humor fisico que na maior parte das vezes nem graça consegue ter.
Fica a ideia que a base do filme poderia ser funcional, mas que no preenchimento a mesma acaba por não ter propriamente o efeito desejado principalmente em termos humoristicos, fica a ideia que o filme tenta sempre ter graça mas que na verdade nunca o consegue fazer, muito por culpa de personagens demasiado centradas nas suas excentricidades do que nos apontamentos que personalidade que poderiam funcionar nas relaçoes.
Ou seja um claro filme que funciona bem mais pelas paisagens e pelo conceito viniculo do que na historia em si, uma propaganda de dimensão as interpretes que provavelmente as mesmas em momento algum conseguem ter mas que fica com clara ideia que a reunião foi uma experiência bem melhor para as interpretes do que propriamente para o espetador.
A historia fala de cinco amigas que decidem passar um fim de semana prolongado juntas, numa aldeia vinicula, de forma a festejarem o aniversario de uma delas. com o passar do tempo as diferenças de personalidade e do percurso de cada uma delas começa a conduzir a conflitos entre todas.
Em termos de argumento ate podemos considerar que a ideia e aceitavel e tinha objetivos nobres, mas como comedia o filme simplesmente nao existe porque nao consegue ser em nenhum momento engraçado, numa especie de sexo e a cidade sem marcas de luxo.
Na realizaçaão deste filme temos a protagonista Amy Pohler, uma estrela da comedia inglesa que tem aqui a sua estreia em longas metragens. Ate escolhe bem o contexto fisico onde o filme acontece mas depois não tem rasgo para diferenciar o filme de outras comedias simplistas.
No cast podemos dizer que nenhuma das protagonistas ou comediantes esta ao nivel mais forte, primeiro porque o argumento não favorece as interpretaçoes e as personagens e depois porque fica a ideia que o filme quer ser um momento de diversao entre as interpretes mais do que uma interpretaçao em si.

O melhor - O espaço contextual fisico do filme.

O pior - A falta de graça de uma especie de comedia

Avaliação _ D

Tuesday, May 14, 2019

Pet Sematary

Stephen King é uma dos figuras mais incontornaveis do terror literario, sendo que algumas das suas obras deram origem a alguns dos mais conceituados filmes de terror da historia. Numa altura em que as ideias em Hollywood já tiveram melhores dias, surgiu o remake deste filme sobre o poder de um terreno e sobre o regresso a vida. Esta nova adaptação não foi propriamente um sucesso critico com avaliações essencialmente medianas. Comercialmente, para filmes de terror podemos dizer que o resultado foi mais consistente do que propriamente brilhante.
Sobre o filme podemos começar por dizer que temos uma historia de terror fantastico, bem articulada, bem montada e que acaba por ter o peso da morte bem presente o que acaba por funcionar em alguns momentos. O seu caracter fatidico embora seja um truque muito utilizado no cinema de terror convencional acaba por encaixar bem na forma como o filme quer da a sua imagem mais negra.
Se nestes pressupostos o filme até vai funcionando bem, parece-me claro que o mesmo em termos de execução simplista do terror deveria ir mais longe, apenas a espaços o filme consegue ter o impacto visual necessario nos filmes de terror e o seu final acaba por ser algo previsivel com a evolução natural da historia. Fica a ideia que o filme deveria ser bem mais intenso nas suas caracteristicas centrais.
Por tudo isto é facil perceber que estamos perante um daqueles filmes que é um remake simplista do que ja tinha sido feito, a historia tem algumas potencialidades que são aproveitadas, principalmente na dimensao da personagem central e nos seus conflitos internos, mas ao mesmo tempo parece ser uma historia vulgar no contexto do terror atual.
A historia fala de uma familia com uma ligação intensa com a morte, que se muda para uma nova residência onde acabam por perceber que um terreno próximo da mesma tem propriedades de retornar a vida algo morto.
Em termos de argumento temos um filme simples, com um procedimento narrativo preparado para o seu final. nao e daqueles filmes de terror para potenciar grandes sustos funcionando mais com o fatalismo do inevitavel. Nao sendo um grande argumento tem algumas potencialidades principalmente na personagem central.
Na realizaçao deste remake uma dupla de realizadores que tiveram o seu maior projeto nas mãos sendo alguem ligado ao terror. Fica a ideia que o filme poderia e deveria ter mais impacto visual, mas parece-me feito por alguem que sabe o que quer do genero.
Em termos de cast o terror nunca e uma tipo de filmes que potencie em demasia as interpretaçoes e aqui tambem nao o faz, Clarke tem a intensidade que a sua personagem necessita e domina um filme onde os secundarios sao muito menos trabalhados.

O melhor - A personagem central

O pior - Visualmente o filme é demasiado neutro

Avaliação - C

Tuesday, May 07, 2019

Little Woods

O cinema independente é muitas vezes utilizado por estrelas em ascensão para se potenciar num cinema mais diferente mais dramático em busca do reconhecimento enquanto interpretes mais do que estrelas. Thompson e James são duas figuras em clara ascensão que se reuniram neste pequeno filme. Criticamente o filme resultou nos diferentes festivais no qual o filme estreou com avaliações essencialmente positivas. Em termos comerciais, tirando o possível valor comercial das estrelas o filme nunca foi pensado para grandes resultados.
Sobre o filme temos o tipico drama de vida independente que nos da o lado da sobrevivencia ao limite de duas irmas no sentido de tentarem dar o melhor uma a outra. O filme tem esse lado vinculativo que funciona bem, principalmente na forma como as personagens se cruzam na dificuldade, mesmo que nem sempre o filme seja potenciado ao seu nivel maximo de conflito e de dramatismo naquilo que nos dá.
O problema do filme acaba por ser semelhante a maioria dos filmes deste âmbito ou seja a incapacidade que o mesmo tem de potenciar ritmo, o filme parece sempre adormecido e com uns planos repetitivos, o que acaba por não dar o lado de mais entertenimento ou pelo menos de maior ligação ao espetador que muitas vezes dramas como estes devem ter.
Ou seja um claro filme menor, que se percebe a introdução de duas caras bonitas de sucesso em hollywood em registos mais interpretativos e dramaticos mas que esta longe de ser um filme que chama a atenção, mesmo que seja uma narrativa de vida interessante e que espelha bem as dificuldades existentes em algumas vidas.
A historia fala de duas irmãs que se apoiam numa fase de vida bastante complicada para uma delas, o que conduz a passagem para o outro lado da lei.
Em termos de argumento estamos longe de ter uma historia criativa potenciada, mas sim, um filme com base solida mas que nem sempre consegue potenciar um interesse maximo. Fica a ideia que o filme poderia ter mais risco ou mesmo mais ambição numa abordagem mais diferenciadora.
A realizaçao do filme a cargo de Nia DaCosta é simplista quase sempre optando por planos escuros tem um contexto independente que o filme quer ter e isso acaba por ser natural do filme. nao e nestes registos que se criam carreiras mas pode ser um bom principio.
Estamos habituados a ver Thompson e principalmente James em papeis mais mediáticos embora com grau de dificuldade menor. Ambas funcionam melhor em simbiose neste filme do que individualmente em registos mais arriscados mas longe de terem grau de dificuldade elevado.

O melhor - A forma como a dupla protagonista funciona na relaçao

O pior - O filme deixa-se adormecer no seu caracter circultar

Avaliação - C+

Monday, May 06, 2019

The Last Summer

A comédia de adolescentes foi desde os primórdios do cinema um estilo de cinema que os diferentes estudios foram potenciado ao longo do tempo, pese embora ultimamente seja um registo em claro desuso. A Netflix no seu ritmo elevadissimo de produçao e acima de tudo aproveitando a proximidade de alguns dos herois das suas series juvenis acabou por lançar este filme sobre ferias de verão, com resultados criticos mediocres pese embora me pareça que principalmente junto dos mais adolescentes o filme comercialmente possa resultar.
O estilo do filme e simplista um conjunto de estudantes em férias de verão numa epoca de pre entrada da universidade numa altura em que muito das vidas deles pode alterar. Mais que um filme sobre uma epoca de indefiniçao o filme acaba por rapidamente se tornar num filme sobre relações em diferentes estadios nunca aproveitando o que a indefiniçao futura poderia provocar, tornando-se num cliche juvenil mais do que outra coisa qualquer.
Se em termos de intriga relacional me parece que o filme cai em demasia no estilo de cinema de domingo a tarde do ponto de vista humoristico que poderia dar um teor mais ligeiro ao romantico por si so o filme nao existe o que acaba por tornar tudo numa novela para adolescentes do sexo feminino e nada mais.
Numa altura em que a NEtflix tenta encontrar um espaço de eleiçao no mundo do cinema pode-se compreender que por vezes queira-se tocar num publico que lhe tem sido fiel principalmente na forma como tem tornado novamente serie juvenis como series de sucesso, contudo fica a ideia que esta ideia e demasiado obvia e gasta para ter em si qualquer tipo de destaque particular.
A historia fala de uma serie de pessoas no ano de transição do liceu para a faculdade que acabam por vivenciar diferentes experiencias amorosas antes de um verão que aleteraria para sempre a vida de cada um.
O argumento do filme e do mais basico dos ultimos tempos, quer no formato com diferentes historias quer no desenvolvimento de cada uma das relações que o filme quer potenciar, quer no protagonismo exclusivo do romantismo quando poderia ter a presença de outros ingredientes como o humor.
Na realização Bindley é um veterano produtor de filmes cliche que nos ultimos tempos tinha estado dedicado em exclusivo a produçao. Neste filme o estilo de diversas personagens com um tema em comum que tantos filmes ja nos deu embora a maior parte do tempo sem grande sucesso. percebe-se aqui a razão da paragem tao longa.
No cast uma serie de atores recolhidos de algumas series de maior sucesso da Netflix e nao so, ou seja pessoas conhecidas dos adolescentes e pouco mais em papeis proximos daqueles que lhe deram sucesso.

 O melhor - E um filme sobre uma epoca total de indifinição.

O pior - A forma como o filme nunca consegue ser minimamente original ou engraçado

Avaliação - D+

Friday, May 03, 2019

Fighting With My Familly

O Poder de Dwayne Johnson ultimamente em hollywood tem aumentado a olhos visto ate ao momento em que muito mais que um actor acaba por ser uma estrela global a todos os niveis, sendo que neste filme temos o seu lado enquanto produtor. Num filme que entra dentro do mundo do Wrestling, a origem de The Rock, temos um filme que conseguiu avaliações criticas interessantes que potenciaram que posteriormente um resultado comercial assinalavel principalmente se tivermos em conta que foi um filme que inicialmente teve uma distribuição reduzida.
SObre o filme temos uma comedia familiar de costumes que passa grande parte do tempo a nos descrever situações que de alguma forma nos caracterizam as personagens com um lado emotivo e de coraçao que acaba por funcionar bem melhor do que o lado humoristico, alias este ponto acaba por ser o mais estranho no filme, fica sempre a sensação que o filme quer ter mais graça do que aquela que na realidade acaba por ter.
O lado familiar do filme e o que de melhor funciona a simbiose entre as personagens centrais na sua excentricidade e mais que isso na sua ligaçao acaba por ser muito bem trabalhada no filme, muito por culpa de "bonecos" bem criados ou mais que isso por culpa de um ritmo interessante principalmente no lado mais britanico do filme, por sua vez quando o filme e mais americano parece-me ter mais dificuldades.
Ou seja um daqueles filmes que se ve bem em familia, uma historia de vida associado ao Wrestling que me parece importante de trazer ao cinema, e que ate ao momento pouco ou nada tinha sido feita, num desporto e espetaculo que muitos seguimos mas que pouco na realidade sabemos de onde vem aquelas personagens.
A historia fala de uma familia de fas de Wrestling e praticantes que vem a sua filha a entrar num mundo do Wrestling americano e de toda a fama adjacente ao mesmo, num desafio que vai colocar em causa toda a coesao da familia.
No argumento parece-me que a historia e interessante, bem contada, mas que o filme tem dificuldade em encontrar o balanço certo no que diz respeito ao humor, parece sempre querer mais do que nos da e isso nem sempre funciona no filme.
Na realização Merchant e um actor de comedias ingles conhecido que tem aqui a sua maior prova de fogo atras da camaras com algum sucesso principalmente no lado que e mais proximo de si ou seja na forma como o filme e a comedia britanica bem mais do que a americana.
No cast o peso do filme esta em dois jovens actores que funcionam bem juntos e individualmente no filme em papeis nao muito dificeis Pugh esta num momento de afirmaçao e parece-nos ser um dos proximos casos serios do cinema, Lowden tem mais impacto no filme, mas parece-me numa fase menor do desenvolvimento da carreira. Os secundarios dao a estes o suporte necessario.

O melhor - O lado britanico da comedia.

O pior - O filme ter ambiçao de ter mais graça do que realmente tem.

Avaliação - C+

Thursday, May 02, 2019

Storm Boy

O cinema australiano é prodigo em lançar para hollywood figuras de referência na interpretaçao os quais muitas vezes tem uma escola de cinema mais intimista tipico daquele pais. Este ano surgiu este intimista filme sobre relações entre pessoas e animais, pensado para pequenos festivais este filme conseguiu avaliações especializadas essencialmente positivas, contudo insuficientes para levar para niveis mais elevados de mediatismo. Em termos comerciais um filme com pouco potencial neste aspeto com resultados quase rudimentares.
Sobre o filme podemos dizer que o mesmo é ternurento na forma como potencia ao maximo a relação das personagens mais pequenas com animais e natureza, o que acaba por dar ao filme uma mensagem de esperança e de convição que muitas vezes não está presente na maioria dos jovens de hoje em dia. Mas se este ponto mais ideologico acaba por funcionar em termos de impacto e de ritmo o filme não é tão brilhante principalmente pela toada demasiado lenta e algo repetitiva principalmente na historia passada que o filme nos dá.
Fica a ideia que o lado familiar do filme deveria ter uma intriga com mais avanços e recuos, um filme que tivesse um foco de conflito que acabasse por resultar num impacto mais claro da mensagem, mas sabemos que principalmente o cinema australiano gosta de filmes mais silenciosos, mais introspetivos e isso acaba por fazer o filme perder algum do seu contexto mediatico que uma historia como esta poderia ter.
Em suma um filme familiar com caracteristicas independentes que transmite e bem uma mensagem positiva, mas que como obra de referência acaba por ser demasiado adormecido. E inconstestavel que o filme consegue nos dar alguns momentos emotivos e ternurentos da personagem infantil central, mas ao mesmo tempo parece demasiado telecomandado para a vulgaridade principalmente na sua mais que previsivel conclusao.
A historia fala de um alto quadro de uma empresa que tem de fazer uma escolha que podera colocar em causa uma reserva ecologica, acabando por junto com a sua neta com preocupações ecologicas se recordar da sua infancia e da sua ligação a biosfera.
Em termos de argumento temos um filme que me parece essencialmente ideologico e que acaba por descuidar um pouco os elementos narrativos como personagens mas essencialmente os dialogos. O filme tinha espaço para mais nervo, sem que isso condicione a importancia da sua mensagem.
Na realizaçao Shawn Seet tem uma trabalho bonito, principalmente na forma ternurente com que associa as personagens aos animais. Nao e um trabalho de dificuldade elevada nem um registo que nos deixe na retine o trabalho de realizaçao, mesmo que na sua essencia ele seja funcional.
No cast dois actores australianos conhecidos em fase de carreira diferentes dao ao filme o lado mais dimensional que este acaba por narrativamente nunca ter. Rush é sempre competente na sua formula, Courtey é uma agradavel surpresa num registo algo diferente que o habitual.

O melhor - O lado ternurento da ligação entre o homem e o animal.

O pior - A forma como o filme acaba por se adormecer diversas vezes.


Avaliação - C+