
Sobre o filme eu confesso que sou um bocadinho critico na forma como o cinema europeu compõe os seus filmes, principalmente aqueles que acabam por ser mais valorizados. Este é mais que tudo um filme estranho e se a linhagem central até pode ser uma base para um filme ao mesmo tempo diferente e complexo, ou seja as complicações numa relação pai e filha em fases diferentes da vida, observamos que ao longo das quase três horas de duração o filme tenta surpreender mais pelo seu lado estranho do que realmente pelo significado. Muitas vezes pensamos estar numa dimensão algo diferente quer em humor quer na forma das personagens e torna este filme, algo que outra coisa, estranho.
É claro que o filme tem bons momentos de cinema, lembro-me para registo da festa de aniversário, ou mesmo algumas situações profissionais com o alter ego do protagonista, mas parece-me muito pouco em termos de conteúdo para um filme tão longo e tendo em conta a unanimidade critica que o filme obteve. Penso que com a mesma base e muito do mesmo guião poderia e deveria ser um filme mais intenso e menos preocupado em fazer-se notar pelo lado mais excêntrico.
Ou seja um filme que encaixa muito do que é o lado mais independente e diferenciador do cinema europeu. O mesmo que cria muita proximidade em alguns adeptos mas que a mim em particular se salienta mais por um espírito demasiado preocupado em diferenciar, mais do que potenciar a narrativa e os valores naturais do filme em si. Acho que nem sempre o filme faz o balanço correto entre o que é essencial e o acessório.
A historia fala de um pai que preocupado pela forma de vida da sua filha, integrada numa grande empresa em Bucareste, decide visitar a mesma, percebendo das dificuldades que a sua filha tem na rigidez do seu dia a dia. Contudo a sua forma humorística de estar na vida acaba por criar diversos problemas nesta relação familiar.
O argumento tem na minha opinião uma base interessante, e em termos práticos até acho que consegue atingir os objetivos que se propõe, penso é que no lado humoristico o filme poderia ir mais longe do que simples curiosidades ou excentricidades dos personagens, e o caminho ao ser este o escolhido deveria ser mais curto.
Na realização Maren Ade tem alguns bons momentos principalmente na capacidade de fazer de imagens simples resultados significativos como a inclusão de uma mascara bulgara no filme, que dá um teor de carinho e proximidade entre persoangens que funciona na perfeição. Este ponto acaba por ser o mais próximo dos melhores que o filme tem.
Na realização o filme é dominado por duas personagens distintas mas que funcionam perfeitamente nos objetivos do filme.Sandra Huller tem uma das melhores prestações femininas do ano, numa epoca em que as actrizes europeias começam a chamar a si a atenção de hollywood para os papeis. Para além disso é fácil gostar da interpretação de Peter Simonichek, mas aqui parece-me claramente que tem o papel simples do filme.
O melhor - A sequância da festa de aniversário com o climax final
O pior - O filme ser tão longo para um objetivo muitas vezes simples
Avaliação - C+
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