Saturday, January 29, 2022

A Journal for Jordan

 No final de um ano onde as produtoras voltaram a colocar as peças todas em cima do tabuleiro, o novo filme de Denzel Washington como realizador, numa especie de tributo as baixas de uma guerra interminavel alimentava alguma expetativa na temporada de premios. Logo apos as primeiras exibiçoes e em face de avaliações muito modestas se percebeu que era um carta completamente fora do jogo, sobrando apenas o valor comercial do filme o qual tambem ficou muito longe do esperado.

Sobre o filme podemos dizer que temos uma especie de drama romantico igual a muitos que são lançados ao longo do ano especialmente por altura do dia dos namorados. Journal of Jordan é um filme simplista que deburça mais de metade do tempo na contextualização e descrição do inicio de um relacionamento com o exercito como pano de fundo, mas acaba por ser um filme com metodos demasiado simplistas para altos voos dai que facilmente se perceba que tenha ficado em terra na guerra dos premios.

O filme tem o lado romantico que apesar de simples e se aproximar do nivel de telenovela do primeiro ao ultimo minuto, fazendo-nos questionar diversas vezes se era mesmo Washington que estaria atras das camaras, e depois um nivel mais ideologico e de homenagem em que o filme claramente se perde mais, sendo menos efetivo na comunicação e o resultado torna-se algo superficial.

Por tudo isto este e um filme pequeno de uma historia de vida que poderia configurar numa manite de um canal generalista, sem qualquer atributo que retire o filme de uma mediania do primeiro ao ultimo minuto. Fica a questão do que realmente estaria na ambiçao dos produtores ja que se percebe que o filme nunca teve dimensao para uma estreia e uma passagem silenciosa.

A historia fala de um sargento do exercito que se apaixona por uma jornalista da qual resulta o nascimento de um filme, sendo o filme uma recordação do inicio da relação e acima de tudo um diario escrito pelo entretanto falecido pai para o filho guiar o seu desenvolvimento.

No argumento temos uma historia de emoçoes basicas, num caso de vida com todo o drama que normalmente preenchem os filmes de uma serie b do cinema em hollywood. Se na contextualizaçao do crescimento da relaçao o filme ate acaba por ser detalhado, no lado mais emocional da perda parece que o filme tem mais dificuldade em encontrar o tom certo.

Na realizaçao Washington principalmente depois de Fences ganhou algum estatuto atras das camaras que neste filme parece ter ficado esquecido. O filme e sempre realizado com demasiada simplicidade com um ritmo de telenovela com avançoes e recuos temporais que raramente beneficiam a narrativa do filme, ficando a ideia que provavelmente Washington nunca vai ser uma referencia atras das camaras.

No cast o protagonismo e entregue a dois atores jovens com niveis de mediatismo diferente, enquanto T Jordan tenta-se cada vez mais assumir como uma referência do cinema, embora me pareça que a nivel dramatico ainda tenha muitas limitaçoes, que sao visiveis neste filme, acaba por ser Chanté Adams que sai mais reforçada do filme, embora num papel com grau de dificuldade reduzido.


O melhor - O lado romantico do filme.

O pior - O lado da perda


Avaliação - C



Thursday, January 27, 2022

Matrix Ressurections

 Dezoito anos depois da triologia de Matrix ter sido finalizada com um sabor agridoce, e depois de muitas mudanças na vida dos seus criadores eis que surge a sequela, apostada em tentar reavivar uma das formulas de maior resultado do cinema. Com a dupla de protagonistas novamente a encarnar as iconicas personagens o filme acabou por sair com alguma salvaguarda critica que gostou do revivalismo do filme. Comercialmente a aposta dividida entre cinema e hbo max resultou num claro tiro no pe e tornou o filme um falhanço rotundo do ponto de vista comercial.

Eu sou um adepto incondicional do primeiro Matrix, pela originalidade, pela ação, pela evolução tecnologica. Os seguintes foram filmes que tentar fechar um enredo sendo que o terceiro acabou por ser a grande deceção ao seu um filme futurista de luta contra as maquinas. Este novo filme tenta pegar em quase tudo do primeiro filme, chegando mesmo a ser exagerada a forma como pega nas imagens do filme original para tentar reconstruir uma narrativa que acaba por nunca o conseguir fazer.

Alias no final saimos com a homenagem e pouco mais porque em termos narrativos, de explicações de desenvolvimento de uma sequencia o filme e totalmente vazio. percebemos que Reevs e Moss estão velhos e algo perdidos nas carreiras, que o filme mesmo do ponto de vista tecnologico acaba por funcionar pior do que um filme com 20 anos e soa a uma desilusão total para quem como eu fomos fas do primeiro e mesmo do segundo filme.

Fica a clara ideia, sustentada pela carreira consequencte das Wachovski que Matrix foi um golpe de sorte ja que este como muitos outros filmes da dupla não funciona narrativamente, os adereços novos fornecidos são desastrosos e ficamos com um pachorrento filme de mais de duas horas e meia que se salva quando vai buscar as imagens e as cenas do primeiro filme.

A historia segue Neo e Trinity novamente envolvidos numa nova Matrix em que o primeiro filme mais não é que um jogo, contudo rapidamente os deja vu aparecem em Neo que consegue perceber o seu passado, reacendendo a luta contra o exercicio da vontade propria.

Um dos atributos que melhor tem o filme Matrix original e a forma como consegue associar uma premissa interessante e original com um entusiasmante filme de ação do primeiro ao ultimo minuto. Este filme não consegue nenhum desses pontos, desde logo porque a narrativa e confusa e tenta fazer demasiadas pontes ao passado não deixando o filme crescer por si proprio e porque ideologicamente nao traz nada de novo.

lana Wachovski tomou as redeas sozinha para esta aventura depois da sua irmã ter-se dedicado quase a tempo inteiro ao televisão. O filme perde dimensão artistica que e indiscutivel no primeiro filme, fica a ideia que temos muito mais ascenção de jupiter do que matrix e os numeros conhecidos são repetidos a exaustão, talvez por isso a carreira em duo ou de forma isolada de cada um dos elementos do duo nunca tenha sido brilhante para alem de Matrix.

Em termos de cast um mais velho Reeves comanda um filme que respeita a sua idade não exigindo muito mais para alem da sua presença que e o unico atributo que Reeves vai dando aos seus filmes. Moss parece mais proxima dos primeiros filmes, e nos novos interpretes, Mateen II apenas tenta encarnar Fishburn num personagem completamente sem sentido, e nos vilões Groff e Harris tem alguns bons momentos mas falta objetividade as respetivas personagens.


o melhor - A evocação ao primeiro matrix

O pior - O que isoladamente este filme trás e muito pouco 


Avaliação - C-

Monday, January 24, 2022

The Hand of God

 2021marca o regresso do conceituado realizador italiano Paolo Sorrentino ao cinema, e mais concretamente à base de Napoles onde conseguiu ate aos dias de hoje o seu maior sucesso e o oscar de melhor filme estrangeiro. Outra vez com essa ambição, embora não parta como claro favorito surgiu o seu mais recente filme algo auto biográfico, que acabou por conquistar novamente a critica que é adepta da ligação umbilicar do realizador à cidade. Comercialmente a plataforma Netflix permitira sempre uma maior expensão de uma obra que em termos de cinema poderia sempre ter alguma dificuldade em se implementar.

Sobre o filme podemos dizer que tem todos os ingredientes para quem como eu gosta particularmente da forma de Sorrentino contar as suas histórias. A primeira hora de introdução a familia do protagonista e suas dinamicas são das melhores que o cinema nos deu nos ultimos tempos, não apenas num guião engraçado, ironico, detalhado, como momentos iconicos, acompanhado por uma forma unica e absolutamente fascinante que SOrrentino tem de escolher cada plano ao mais pequeno promenor.

O filme altera um pouco na segunda hora, entra no lado introspetivo da personagem apos o climax que surge a meio do filme. AI o filme perde algum ritmo e torna-se demasiado focado na personagem central e nas suas experienciações. Aqui o filme desce ligeiramente de nivel pois alguns dos atributos que melhor Sorrentino faz como a heroinia ou o humor deixam de existir, sobrando e chegando a espetacular fotografia e captação de imagens que o filme nos vai dando momento apos momento.

Assim resulta mais uma excelente obra de Sorrentino, uma homenagem a sua infancia, à sua cidade, à sua familia, às imperfeições que tenta corrigir com imagens unicas e com uma forma particular de contar historias. Nao e a sua obra de excelencia pois desiquilibra demasiado nos dois segmentos que o filme conta, mas mesmo assim e sem sombra de duvidas uma das boas obras de 2022.

A historia segue um jovem napolitano inserido numa familia alargada com o sonho de ser realizador de cinema, contudo um acontecimento tragico ira fazer com que o mesmo tenha de refletir sobre cada ponto da sua vida e do seu futuro.

Em termos de argumento os detalhes, o humor e a ironia que pauta a forma muito particular de Sorrentino contar historias estão bem patentes em mais esta obra. Podemos dizer que o filme perde um pouco o ritmo na segunda parte, onde Sorrentino tenta ser mais dramático e mais profundo num estilo diferente de filme e que podera não resultar tao bem.

Na realizaçao SOrrentino tem tudo que um realizador de topo tem, estilo, assinatura, arte, e uma capacidade unica de tornar cada cena numa quadro digno de qualquer museu. COnsegue novamente esse brilho muito por culpa de uma fotografia de primeira linha, que o tornam num dos realizadores mais diferenciados do momento.

No cast um registo de atores locais, alguns associados ao realizador no passado que encaixam perfeitamente naquilo que o realizador quer para qualquer um deles. Os maiores louros vao para o jovem Fillippo Scotti que tem a inocência e a explosão que o filme acaba por necessitar, numa das surpresas do ano, de um jovem ator europeu que pode ter aqui o inicio de uma interessante carreira que o mesmo terá agora que definir.


O melhor - A primeira hora de filme.

O pior - Na segunda perde algum ritmo


Avaliação - B+

Sunday, January 23, 2022

Eternals

 A Marvel e o seu mundo quase interminavel de super herois esteve bastante ativa neste final de ano não apenas com o lançamento do novo capitulo de Spider Man, com as series diretamente lançadas na Disney +, mas acima de tudo no lançamento deste leque de herois chamados Eternals que nos dão um grupo recheado de super poderes e mais que tudo uma recem oscarizada no leme. Eternals era um projeto muito ambicioso da Marvel mas acabou por ser na critica que os problemas começaram, apesar da ligação entre a realizadora e a critica as avaliações ficaram pela mediania longe do que outros projetos conseguiram. Comercialmente e tendo em conta o lado pandemico os resultados ate foram consistentes com o selo habitual da marvel.

Sobre o filme podemos começar por dizer que e um introduçao não so aos elementos que estao na origem do grupo mas o filme tenta dar um pouquinho de cada um deles, de forma a iniciar claramente um franchising com estes herois, que tem o beneficio de serem um grupo onde muitos podem entrar e sair. O filme tem os atributos que normalmente a Marvel gosta de dotar os seus projetos, humor, personagens a ocupar o espaço que o filme quer que ocupem, perde no entanto por ter um vilão algo disfarçado que nao permita que o filmes consiga potenciar o heroismo das suas personagens.

Fica a ideia que Eternals funciona muito melhor enquanto eventual introdução para outros filmes do que a confusa e demasiado simplista intriga que nos trás neste filme. Fica tambem a ideia que o excesso de personagens faz com que quase nenhuma delas acabe por ter o destaque que faça o impacto comercial que o filme quisesse ter, e nem contratações mais sonantes para alguns papeis parecem ter conseguido implementar esse factos.

Por tudo isto Eternals e um efeciente produto comercial, mas esta longe de ser um grande filme porque em termos de narrativa e individualidade parece apenas uma introduçao do que vem depois e isso sabe sempre muito pouco num filme da Marvel com mais de duas horas de duração. Fica a ideia que o nivel produtivo fica dissolvido com um excesso de personagens as quais exigem tempo e retiram e esvaziam a ideia do conflito do proprio fillme.

A historia segue um grupo de personagens com super herois, chamados eternals que tem como ambiçao protegerem os mundos de um perigosos e poderosos seres, que os levam a ser imortais ao longo dos anos com um objetivo que muitos deles realmente desconhecem.

No argumento ao ter muitas personagens o filme tem a dificuldade de dar espaço e caracteristicas a cada uma delas, ter de unir as vertentes das mesmas e criar um intriga que comunique bem com o espetador. Fica a ideia que na maior parte do tempo e este ultimo ponto que fica menos conseguido e o resultado do filme claramente dependente disso.

A escolha Zhao para o projeto foi anterior a jovem realizadora ganhar o oscar de melhor realizadora o ano passado. Aqui demosntra a sensibilidade que caracteriza a sua forma de filmas mas parece algo baralhada com o excesso de meios, algo que sempre faltou ao cinema que fez de si uma referencia e uma premiada. Fica a ideia que dificilmente veremos a realizadora num projeto deste tipo.

No cast o filme tenta ir buscar para cada personagem o que conhecemos de cada um dos atores, se penso que as escolhas de Madden, Keoghan e Henry são muito bem efetuadas, penso que no que diz respeito a Chan a escolha e mais etnica do que outra coisa, para nao falar do adereço Jolie que funciona nessa vertente. Os filmes de super herois nunca exigem particularmente demasiado dos seus atores e este e mais do mesmo.


O melhor - As personagens são bem introduzidas

O pior - Demasiado longo para um intriga quase inexistente


Avaliação - C+



Saturday, January 22, 2022

Being the Ricardos

 Em cima do timeline eis que a Amazon jogou o seu trunfo, uma biografia sobre a sitcom mais conhecida da historia da televisao americana, com um casal de protagonistas de mais alto nivel, um realizador e um argumentista de ponta, e os alvo dos oscares claramente declarado no projeto. O resultado foi que mesmo sem criticas brilhantes, muitas delas ficaram claramente na mediania este projeto conseguiu recolher alguns louros e tem obtido importantes vitorias em alguns premios, principalmente em termos interpretativos. Comercialmente o filme tenta ser uma ancora da prime, mas a operadora ainda esta longe de outras como a NEtflix.

Sobre o filme desde logo a premissa e a historia que o filme quer contar pode ser muito proxima dos americanos mais velhos mas e completamente desconhecida da maior parte dos adeptos de cinema de todo o mundo, dai que o impacto das personasgens, e mesmo do que significa cada ponto do argumento acabe por nao ter claramente o lado intensificado que nos americanos o filme tem, o que o torna pelo menos em termos culturais um publico com o publico alvo definido.

Depois a montagem do filme, tambem me parece longe de estar brilhante, apesar de Sorkin com a sua mestria conseguir em cada dialogo e cada cena tirar sempre o melhor das suas personagens e dos seus atores, o filme parece ir constantemente numa mistura do presente e do passado que torna o filme particularmente confuso, ainda para mais porque nenhum dos segmentos e suficientemente forte para liderar.

Assim, surge um claro filme inferior de Sorkin que sobrevive na luta de premios por conseguir potenciar alguns dos melhores momentos interpretativos do ano. Ficara sem duvida a sensação que e um conjunto de atos a solo que o filme na historia e no argumento nao conseguiu acompanhar e isso e surpreendente tendo em conta SOrkin.

A historia fala da ultima semana de produçao da sitcom de sucesso I Love Lucy, e a forma como os problemas politicos da sua protagonista e mesmo os problemas conjugais entre ela e o seu marido e co portagonista, acabam por trazer varios problemas a idealizaçao do ultimo episodio.

Em termos de argumento SOrkin e capaz na capacidade de tirar o melhor proveito de cada dialogo e cada momento das suas personagens, e novamente o faz com alguma facilidade no filme, fica no entanto a sensação que no que diz respeito a capacidade para explorar a historia em si fica muito longe do que ja vimos dele.

Se Sorkin como argumentista ja o expoente maximo em termos de realizaçáo ele tem apostado em diversos projetos que nos demonstra preocupaçao e detalhe que normalmente e essencial nos realizadores de topo. Aqui temos estudo e detalhe ainda que pareça faltas uma assinatura na captura de imagens.

E no cast que o filme tras os seus trunfos, a construção de Kidman e fortissima fisica e a nivel interpretativa, demonstrando o excelente momento da atriz que depois da conquista do globo de ouro tornou-se na mais seria candidata ao oscar. Ao seu lado um Bardem multifacetado que lhe rouba muitos bons momentos, num dos melhores momentos da carreira, e nao esquecer um JK Simmons que rouba para si todos os momentos em que entra, num dos melhores secundarios do ano.


O melhor - Os interpretes

O pior - A organização temporal do filme.


Avaliação - C+



Wednesday, January 19, 2022

The Power of the Dog

 Depois de diversos anos a tentar conquistar o maior premio do cinema tudo indica que sera em 2022 e com este western com prodecimentos tradicionais que a netflix podera quebrar o enguiço e conquistar o galardao de melhor filme. Depois de um entusiasmo critico contagiante que levou a vencer ja alguns dos premios mais importantes, comercialmente o projeto netflix ainda parece aguardar a confirmaçao dos premios para potenciar ao maximo o valor comercial de um filme que e pensado para os premios.

Sobre o filme começo por dizer que nao sou propriamente um fa de westerns e principalmente dos seus atributos naturais. Pois bem o segredo do filme e que o genero western so esta no contexto espacial e temporal ja que acima de tudo e um filme sobre personagens, personalidades, e a forma como as mesmas reagem nas adversidades e é isso que torna o filme impactante e claramente um dos melhores objetos do ano.

Olhando para o genero, e mesmo para a sinopse o filme tem poucos condimentos daqueles que estamos habituados a ver ganhar os premios, concretamente temas sociais e politicos, ou impacto claro junto do espetador, mas o filme acaba por ter aquilo que o cinema melhor ter de ter personagens, os seus momentos alavancadas acima de tudo por interpretaçoes de excelencia que leva o filme necessáriamente para esse nivel.

Muitos poderão questionar se Power of the Dog não e pequeno demais no alcance para ser o melhor filme do ano, e se calhar quem diz isto até pode ter razão. Certo e que o filme consegue convencer bem quer os adeptos mais tradicionalistas do cinema quer os mais vanguardistas, porque o filme acaba por ser pensado em todos os promenores, sendo em bom em todos eles e que faz um filme otimo.

A historia fala de dois irmãos totalmente distintos donos de um rancho com uma forma completamente diferenciada de cada um deles lidar com a vida e acima de tudo a forma como todos reagem quando a esposa de um deles com o peculiar filme acabam por ir residir para o rancho da familia.

O argumento e uma das maiores virtudes do filme, as personagens, os dialogos e os momentos e mesmo o intenso final fazem do filme uma otima historia que potencia todos os seus ingredientes, Claro que nao tem o alcance de um tema universal ou politico, mas por vezes isso tem de acontecer na devoluçao do cinema a fabrica de historia novas.

Na realização Campion regressa atras das camaras demonstrando um filme pensado para ser bonito e intenso, em que pensa cada apontamento como movimento dos personagens, musica e cenario. Provavelmente isso vai conduzir a veterana realizadora ao oscar naquele que me parece claro ser o seu melhor filme.

E no cast que penso que o filme atinge niveis mais elevados de desempenho. Cumberbacht tem das interpretaçoes mais completas e intensas dos ultimos anos, numa personagem que poderia ser totalmente convencional mas o trabalho estetico e expressivo do ator leva para um nivel que domina o filme do principio ao fim. AO seu lado um jovem Smith-Mchpee que finalmente parece demonstrar a intensidade dramática e interpretativa que exibiu quando era pequeno, no equilibrio perfeito com o protagonista, e que se calhar lhe dara mais chances de sair premiado. POuco espaço existe para os competentes restantes.


O melhor - As personagens e as interpretações


O pior - Não tem o tema de impacto global


Avaliação - A-



Tuesday, January 18, 2022

Wolf

 Existem experiencias cinematograficas que se tornam dificeis de percecionar quando chamam a si alguns dos atores com maior expetativa do panorama atual, mas encontramos ao mesmo tempo ideias extranhas de um cinema cada vez mais concetual. Em termos criticos este particular Wolf nao passou da mediania o que sabe a pouco tendo em conta a diferença da sua historia e da sua abordagem. Por sua vez do ponto de vista comercial o filme tinha poucos ingredientes que o tornassem apelativos dai os curtos resultados acabam por ser naturais.

Sobre o filme podemos dizer que a ideia e diferente, original e que poderia dar um conceito de filme interessante caso soubesse conjugar a metafora que quer dar as suas bases. O problema e que o filme quase nunca encontra os atributos certos para fazer vincar a sua propria ideia e o resultado e quase sempre mais estranho do que diferente e por isso o filme apesar de uma ideia claramente diferente tem algumas dificuldades em fazer a sua mensagem atingir o espetador.

Por tudo isto podemos dizer que temos um objeto proximo de um cinema independente de autor que tem cenas fortes e duras, e que e um filme que vai crescendo na sua irracionalidade se calhar de forma a nos dar o lado mais animalesco de cada personagem que acaba por ser o necessário para o filme se fazer vincar, mas isso torna a comunicação com o espetado sempre mais dificil.

Por tudo isto podemos dizer que acima de tudo Wolf e um filme concetual, que vale pelo seu conceito, pela sua historia de base mais do que qualquer outra virtude ou defeito que possa ter. Na capacidade de explorar a mensagem ou mesmo na sua ineficácia de por vezes comunicar bem como o espetador, leva-o para o terreno mais independente e isso acaba por tornar quase sempre o filme mais estranho.

A historia fala de uma conjunto de jovens que acabam por se agrupar numa especie de clinica onde cada um assume a sua existência de um ponto de vista de um animal, de forma a tentar combater essa experiencia dissociativa, contudo os metodos aplicados nem sempre são os mais convencionais.

Do ponto de vista do argumento a historia de base e interessante, impactante, original, fazendo sempre dar a ideia que a forma como o filme poderia metaforicamente ser relevante era uma forte possibilidade. Penso e que o filme nunca consegue encontrar o fio condutor na sua historia, necessaria a comunicação clara com o espetador.

Na realizaçao do projeto Biancheri e uma jovem realizadora quase desconhecida que tem aqui um projeto intimo e pessoal, Em termos de imagem denota-se a proximidade clara com um cinema de autor independente que começa a ser muito comum nesta vaga de novos realizadores, que nos faz esperar por mais filmes para avaliarmos com eficacia o que vai estar perante nos.

No cast uma dupla de jovens atores muito assiduos nos ultimos tempos como Mccay e Depp. O filme exige alguns recursos a ambos que acabam por ser dos elementos mais produtivos do filme. Ambos demonstram intensidade e capacidade fisica para os seus papeis, ficando apenas a ideia que as personagens se limitam demasiado ao seu lado animal


O melhor - O conceito


O pior - A intepretação


Avaliação - C

Friday, January 14, 2022

The Tender Bar

 Era a aposta final da AMazon Prime para esta temporada de premios, o regresso de George Clooney realizador, numa obra intimista baseada nas memorias de infancia e adolescencia de um escritos. O filme acabou por ser lançado em cima do disparo final contudo criticamente as coisas não correram como esperado, tendo o filme enquanto projeto tendo ficado fora da corrida aos premios. Comercialmente o filme tentou revitalizar a Prime enquanto cinema mas os resultados ainda são curtos para grandes analises.

Sobre o filme podemos dizer que temos alguns ingredientes  que funcionam principalmente no que diz respeito a caracterização e desenvolvimento das personagens centrais e nas dinamicas familiares. O seu desajuste e a forma como toda a conjetura se torna a força da personagem e uma interessante historia de ambiçao e de conquista que torna o filme pelo menos do ponto de vista emocional forte na mensagem que quer transmitir.

O problema do filme é o ritmo e alguns pontos a montagem com recuos e avanços temporais que sinceramente muitas vezes acabam por ser incompreensiveis. Fica a ideia que o filme tem dificuldade em encontrar uma forma de fazer vincar os diferentes momentos pensando que intercruzando-os as coisas poderiam efetivamente ter a intensidade e a forma de comunicação desejada o que acaba por nunca acontecer, acabando na minha otica por quebrar o ritmo demasiadas vezes, principalmente porque da destaque muito tempo aos primeiros anos quando eles acabam por ser menos relevantes.

Por tudo isto Tender Bar pese embora tenha o seu próprio estilo quer na captação de imagens quer na narrativa, fica sempre com a ideia que o filme tem uma explosao guardada nas personagens e nas dinamicas que acaba por nunca acontecer. Acaba por ser no lado descontraido da relação entre sobrinho e tio que o filme mais se destaca,

A historia segue uma mãe quase solteira que regressa a casa dos pais de forma a dar alguma estabilidade ao percurso do filho, o qual reside num ambiente familiar cheio, com as ambiçoes de se tornar relevante para se vincar junto do pai, e acima de tudo tentando aprender o que cada um da familia lhe tem para mostar.

Em termos de argumento a historia e simpática e empática, mas fica a ideia que nem sempre os diálogos são o melhor veiculo que o filme encontra. Tem bons momentos em algumas diades, principalmente tio sobrinho, mas tem outros onde o filme tem mais dificuldade em encontrar o balanço correto.

No que diz respeito a realizaçao Clooney nao tendo um registo de assinatura muito assumido, consegue sempre dar o contexto correto para a historia que quer contar, parecendo-me sempre muito melhor realizador do que propriamente ator. Aqui sofre de algumas debilidades de um guião que não tem o impacto que por vezes pensa que iria ter.

Por fim no cast Sheridan e um jovem talento em crescimento que assume o filme ainda que com algum dificuldade porque a personagem tem algumas limitaçoes. Acaba por ser Affleck o grande vencedor do filme com a melhor personagem a quem fornece uma interpretação intensa, proxima do publico e descontraida, uma das melhores da sua carreira, e que se calhar levarão à consagraçao até agora distante.


O melhor - A relação tio - sobrinho


O pior - A forma como o filme acaba não encontrar quase nunca o ritmo certo de comunicação


Avaliação  - C+



Tuesday, January 11, 2022

Ghostbusters: Afterlife

 Quando este projeto foi anunciado, e principalmente por ter sido sempre lançado como um regresso à base com as personagens e conceito, eu como fã dos primeiros dois filmes da saga fiquei na expetativa, principalmente porque na realizaçao surgia um Jason Reitman, filho do realizador da segunda obra e uma das bases de todo o inicio. Em termos criticos o filme falhou, as avaliações que inicialmente pareciam positivas foram decaindo até uma mediocridade desoladora e comercialmente as coisas ate se compuseram, principalmente tendo em conta que estamos perante uma geração que conhece pouco os originais.

Sobre o filme eu confesso que me desiludiu em toda a linha, desde logo porque as personagens dos primeiros filmes, que prometeram regressar, aparecem em miseros cameos insignificantes sem nunca explicar ou perder tempo em que o que lhes aconteceu ou como chegamos ao ponto que introduz esta nova historia. Para quem gostou dos primeiros filmes isto e um buraco demasiado grande para ser preenchido com duas ou tres frases.

Sobre o novo conteudo, parece claro que o filme não encontra as personagens, os ritmos e nem os fantasmas certos para fazer ressuscitar o conceito com as novas personagens. Alias fica mesmo a ideia que os jovens são mais estranhos do que engraçados, com exceção do pequeno Podcast que parece no que diz respeito às novas personagens o unico que consegue entrar no registo dos filmes anteriores.

Por fim a intriga ao ser muito grande, ao tentar ser o maior projeto que alguma vez poderia estar presente os caças fantasmas exigia muito mais filme e fica a ideia que por vezes o fazer a porta e muito mais brilhante do que fazer a casa, e nisso penso que Reitman deveria ter sido mais modesto. Fica no fim a sentida homenagem a Ramis e a emoçao desse momento.

O filme volta a historia de base, depois da morte de Egon Spengler, a sua familia acaba por embarcar para a casa onde residiu nos ultimos anos percebendo que o mesmo esteve decadas numa pequena cidade a tentar lutar contra a saida de fantasmas poderosos.

Em termos de argumento ao tentar voltar ao passado e fazer a ponte exigia-se mais trabalho, mais pontes do que a que encontrou. Fica o lado emotivo que o filme trabalha bem, mas fica a ideia que existia muitos outros pontos onde o argumento falha, quer no estilo, na adaptaçao a atualidade e principalmente na conjetura da maioria das personagens.

Reitman e um realizador com atributos assinalados no cinema atual de comedia, que fica sempre ligado ao seu pai que foi realizador do segundo filme, o qual este participou. No entanto esperava muito mais do seu trabalho, não so na componente estetica, onde as homenagens ao original são o vetor mais forte, mas na forma como poderia impactar mais aquilo que e o legado.

No cast ficou com pena que os originais tenham pouco tempo de vida neste filme, e os novos nunca tenham personagens para grande brilho. As escolhas de Wolfhard e Grace como jovens protagonistas era obvia mas penso que o filme nao conseguiu potenciar o talento dos jovens, acabando por ser o desconhecido Logan kim que sai beneficiado disso. No adultos Coon ainda tem alguns momentos, mas Rudd e mais do mesmo.


O melhor - As ligações ao passado


O pior - De novo quase nada


Avaliação - C-



Sing 2

 Alguns anos depois do mundo dos reality shows de talento ter sido adaptado para um filme de animaçao, eis que surge a sua sequela com novas musicas, atuais, com as mesmas personagens e acima de tudo o condimento que deu ao filme todo o seu mediatismo, concretamente a inclusão de Bono Vox no naipe de vozes, e as musicas dos U2. Assim como o primeiro filme, também este esteve longe de um sucesso critico com avaliações muito medianas, embora seja um filme proximo do grande publico. Do ponto de vista comercial o filme aproveitou bem o sucesso comercial dos antecessores embora ainda num nivel algo distante do pre pandemia.

Sobre o filme, parece claro que os maiores atributos de SIng não são propriamente a riqueza do argumento, ou a abordagem mais diferenciadora. parece-me sempre ser um filme que trabalha mais o nivel comercial, das musicas, das vozes e de algum humor do que propriamente ter os filmes bonitos, ricos em termos morais que principalmente a Disney lança e que pauta o decurso da animaçao ao longo dos anos.

Por tudo isto SIng e um filme capaz de agradar os mais pequenos, no seu formato musical, de luz, de personagens mas esta longe de ser um grande filme. A historia para quase duas horas de filme e limitada, mesmo em termos de humor, o lado fisico mais tipico de filmes menos trabalhados, mas acima de tudo a ideia que o filme nunca encontra atributos para voar mais alto.

Ou seja a tipica sequela para dinheiro facil, que consegue potenciar aquilo que as pessoas mais gostaram do primeiro filme, ou seja as versões cantadas dos atores, com o valor comercial de trazer os U2 para a saga. Mas fica ainda muito longo do que a Disney consegue fazer nos seus projetos, mesmo os mais básicos.

EM termos de historia seguimos as personagens do primeiro filme agora com a ambiçao de levar o seu teatro para uma especie de Las Vegas daquele mundo. Contudo em face da recusa o grupo embarca na aventura de tentar convencer um proprietário do mundo do espetaculo em patrocinar o espetaculo.

Em termos de argumento o filme parece sempre mais preocupado com o seu valor comercial do que propriamente com os seus conteúdos e isso e normalmente limitado para o resultado de um filme de animaçao. As personagens decrescem um pouco quando comparado com o primeiro filme, embora o filme tente intensificar o que de melhor funcionou no primeiro filme.

Na realizaçao Garth Jennings acaba por ter aqui a repetiçao. O realizador consegue perceber o que o publico quer ver e ouvir, mas no final fica tudo algo demasiado artificial e quando isso acontece sabe a pouco o resultado claramente produtivo que o filme acaba por ser.

No cast de vozes, o elenco de primeira linha que já tinha sido o mais apelativo do primeiro filme, repete-se nesta segunda obra, sendo o elemento claramente mais comercial. A aquisição de Bono e uma clara mais valia a todos os niveis principalmente em termos de musica, e o que vale sempre ter uma musica original de tal personalidade a embelezar um filme.


O melhor - O filme sabe que tem valor comercial

O pior - Em termos de conteudo sabe a pouco


Avaliação - C



Sunday, January 09, 2022

Mass

 Desde o momento que este projeto foi anunciado, marcando a estreia de Fran Kranz na realização e no argumento que o alerta de premios esteve bem patente, pese embora fosse um filme pequeno, sempre situado numa unica sala, sem um cast de primeira linha pelo menos do ponto de vista comercial. Depois das primeiras visualizações cedo se percebeu que este Mass seria um dos filmes independentes do ano, colecionando nomeaçoes e premios principalmente no territorio independente, fruto de criticas de primeira linha. Comercialmente e claramente um filme com poucos atributos dai que os quase inexistentes resultados comerciais sejam esperados.

Sobre o filme, a ideia do filme pode parecer bem linear, mas acaba por permitir que apenas num dialogo a quatro tenhamos mais intensidade dramarica do que a maioria dos filmes. O grande atributo do filme e a montanha russa de emoçoes de cada personagem que leva consigo na viagem os outros personagens, numa viagem quase claustrofobica a parentalidade, à perca e a atenção, num filme que parece simples mas acaba por ser dos mais impactantes do ano.

Para este filme funcionar existia um ponto que o filme exigia e que penso que corre muito bem, era a capacidade dos seus interpretes conduzirem o filme para os seus proprios ritmos. O filme nao quer ser sempre intenso, de desespero, o filme que baixar o ritmo para preparar a seguinte explosao e nisso o filme e gerido com mestria nao so em termos de argumento, o ponto essencial do filme, mas tambem na forma como a camara se vai afastando dos seus personagens.

Por tudo isto Mass e não só um dos objetos mais diferenciados do ano, quer pela ideia que parece simples e incapaz de dar um filme ritmado ao longo de duas horas, mas acima de tudo na forma como o filme não só ultrapassa esta dificuldade como consegue criar impacto significativo nos momentos que quer criar, ficando sempre na retina o ultimo desabafo da personagem de Ann Down como talvez o momento mais intenso do ano.

A historia segue dois casais, uns pais de um autor de um atentado numa escola, e outros pais de uma das vitimas que apos diversos conflitos e luto encontram-se numa igreja para tentarem conversar sobre o ocorrido, com muita dor e acima de tudo faturas a serem passadas.

E no argumento que reside quase toda a força do filme. A forma como as palavras de cada uma das personagens denunciam os seus sentimentos e a sua dor, como se duma autopsia a cada uma delas fosse, e uma forma imperial que Kranz tem de comunicar a sua historia num formato dificil mas que torna as palavras a sua maior arma.

Nao e na realizaçao que o filme vai buscar mais louros, e uma realizaçao simplista com muito de independente que da o palco aos personagens dando apenas mais espaço e distancia as mesmas para respirar. Nao e claramente o segmento em que Kranz sai mais fortalecido pese embora no final tenhamos um filme de primeira linha.

Tambem no cast o filme tem quatro atores nem sempre proximos do grande publico mas que dao a intesnidade necessaria ao filme. As maiores despesas vao para os dois mais conhecidos, sendo que na primeira fase e Isaacs que tem mais impacto, com uma realizaçao de intensidade maxima, talvez a melhor da sua carreira, mas e o final de DOwn que fica na retina e que provavelment podera lhe valer uma nomeaçao


O melhor - O impacto das palavras

O pior - Pode parecer um filme monotono


Avaliação  - B



Saturday, January 08, 2022

C'mon C'mon

 Este pequeno filme a preto e branco com um Joaquin Pheonix cada vez mais proximo da critica teve tudo o que a critica gosta num filme. Uma abordagem intimista no crescimento de uma relação entre um particular menor e um tio, num filme a preto e branco com muitos testemunhos, foi um dos filmes que mais convenceu os criticos este ano embora as suas particularidades o possam afastar dos grandes premios. Agora do ponto de vista comercial o filme tinha poucas ambições neste nivel o que pode explicar os resultados curtos.

Sobre o filme podemos dizer que nem sempre é um filme simples. Sendo indiscutivel o valor da forma como o crescimento e as emoçoes das personagens sao traduzidas certo e que o filme acaba por ser algo repetitivo nos seus processos e isso torna o seu ritmo algo lento e sonolento, o que de alguma forma parece, na minha avaliaçao tirar alguma intensidade nao so a narrativa central bem como por vezes aos proprios testemunhos que o filme quer dar.

E um filme obviamente pensado para a critica em todos os seus niveis, e daqueles filmes em que cada uma das tres personagens tem o seu espaço bem definido, mas a união central acaba por ser a unica que o filme vai elimentando, com alguns flashbacks que introduzem alguns pontos mas que acabam por ser unsuficientes para impulsionar o filme para outros voos.

Por tudo isto e mais que um grande filme e uma boa historia, bem realizada e bem interpretada mas cuja as partes parecem sempre ter melhor resultado do que o filme em si. Fica a ideia que a critica nos utlimos anos tem estado proxima de objetos como este, algo adormecidos, mas penso que o cinema exige mais ritmo

A historia fala de um tio que emabarca numa viagem com o seu particular sobrinho com quem quase nao tem ligação, com as inquietudes associadas as dificuldades de ligação e de cuidado, de uma criança particular.

Em termos de argumento a historia é boa, emocionalmente o filme tem impacto, mas fica a ideia que narrativa se vai adormecendo a si propria, e nem sempre e o palco correto para personagens que fica a ideia que poderiam valer muito mais.

Mike Mills tem aqui um regresso aguardado que a critica gostou e que em termos de realização tem imagens muito bonitas de ligaçao entre as personagens num clima intimista do preto e branco. Denota-se autoria de um filme que tem na realizaçao o ponto mais impactante. Necessita de mais filmes para fazer vincar o seu estatuto.

Do ponto de vista de cast Phoenix esta em boa forma apesar da personagem nem sempre pedir muitos esforços ou atributos ao ator, que acaba por a sua simplicidade preencher os objetivos do filme. Existe um maior destaque para o jovem Woody Norman que acaba por brilhar mais ja que ninguem o conhecia.


o melhor - A realizaçao

O pior - O filme adormecer a si proprio em alguns momentos


Avaliação - C+



Monday, January 03, 2022

Encanto

 Para o final de ano, como habitualmente surge eis que temos a aposta da Disney e da Pixar, novamente no contexto sul americano depois do conceituado Coco. Num filme com os ingredientes de magia, cor e familia este Encanto conseguiu angariar novamente criticas positivas, embora longe dos maiores sucessos da produtora. Comercialmente a estrategia apostou principalmente pelo cinema mas os resultados ficaram um pouco aquem, principalmente porque foi anunciado uma disposiçao quase imediata na aplicação Disney +

Sobre o filme podemos dizer que temos todos os ingredientes que normalmente fazem funcionar um projeto de animaçao e que ninguem como a Disney os consegue potenciar ao maximo. Assim, temos desde logo muita cor, num filme que acaba por ser deslumbrante do ponto de vista estatico com quadros autenticos em muitas das sequencias. Em termos musicais e sobre a batuta de Lin Manuel Miranda, todos os ritmos sul americanos bem patentes na origem do filme.

O que funciona menos no filme, do ponto de vista dramatico o filme fica um pouco aquem do que ja vimos a Pixar fazer principalmente em climax, temos momentos bonitos, familiares mas fica em intensidade algo longe do que vimos nos ultimos registos da produtora. Tambem em termos humoristicos fica a ideia que o filme e sempre mais esforçado, com personagens limitados a essa açao do que eficaz.

Por tudo isto Encanto e muito mais competente do que brilhante, e um dos filmes que conseguimos encontrar facilmente as suas virtudes, as quais esteticamente acabam por ser imponentes mas fica a ideia que comparado com outros filmes da Pixar e da Disney este ano fica um pouco a perder, mas como ja disse diversas vezes nas minhas analises, o mediano da Disney seria bom em todo o lado.

A historia fala de uma familia com poderes em cada um dos seus membros, com a exceção da jovem Maribel, que tenta encontrar o seu sentido em torno de toda a familia onde esta inserida.

Em termos de argumento a historia de base e algo simplista, mas parece-me que e claramente na exploraçao emocional e humoristica que ja vimos melhores trabalhos da Disney. Claro que temos momentos bem conseguidos, mas fica a falta de uma intensidade na aposta final da historia.


Na realizaçao do projeto um trio de realizadores associados a alguns projetos da Disney embora um pouco menores quando comparados com outros. O filme e esteticamente irrepreensivel, mas fica a ideia que nem sempre o nivel produtivo e acompanhado pelo arguimento.

Por fim no cast de vozes escolha de sul americanos que fornecem a base cultural que o filme necessita e que cumpre com facilidade os objetivos dos filmes. Outra das mais valias da disney em termos de vozes e que nunca necessita de grandes figuras.


O melhor - A cor do filme.


O pior - Em termos de intensidade dramatica ja vimos bem melhor


Avaliação - B-