Saturday, January 30, 2021

Druk

Este filme dinamarques que marcava a reunião entre Mads Mikelsen e Thomas Vinterberg depois de The Hunt um dos filmes europeus mais reconhecidos do presente ano. Este filme seria um dos candidatos naturais a palma de ouro caso existisse alguma naturalidade no festival de Cannes de 2020. Esta reunião que criou grande expetativa acabou por reunir boas criticas e ser atualmente um dos grandes candidatos ao oscar de melhor filme estrangeir. Comercialmente o filme conseguiu alguma visibilidade principalmente na europa e tendo em conta os constrangimentos globais do cinema.

Sobre o filme podemos dizer que a sua premissa e interessante e poderia dar origem a um fime de primeira linha que nem sempre consegue ser, tornando-se em algo pbvio nas decisões que acaba por ter e por se tornar posteriormente mais num drama de personagens do que num exercicio de liberdade que num primeiro momento o filme tenta ser. E um filme que começa bem e introduz bem a sua premissa derivando depois para um lado mais obvio e que lhe retira algum poder de se diferenciar.

Claro que obviamente o filme tem alguns dos atributos melhores que os filmes europeus e principalmente os nordicos conseguem ter que é a sua originalidade na rebeldia, e o consegue ter isso, mas no final parece que quando quer escolher as derivações das personagens o filme cai num caminho mais facil que lhe tira alguma dimensão.

Mesmo assim um interessante filme, que nao sendo um filme brilhante longe disso, consegue com a sua premissa nos colar a curiosidade e as personagens sao suficientemente fortes para nos manter. Fica a ideia depois e que a simplicidade ou alguma leveza do tema poderia ter o impacto contrario e assumir ainda mais a ideia central do filme.

A historia fala de quatro professores algo entediados com a vida que decidem por a prova uma teoria cientifica que assinala a falta de um teor alcoolico nas pessoas que as impede de se divertirem, propondo-se a ter essa diferença ingerindo alcool.

Em termos de argumento o filme tem uma premissa original que poderia dar um filme francamente melhor e mais diferenciado. O filme ate consegue dar as quatro personagens com caracteristicas e percursos diferentes que sustentassem o filme mas cai em algumas escolhas demasiado obvias que o tornam algo previsivel.

Vinterberg e um dos realizadores conceituados europeus que permanece fiel a sua base. Este e um filme bem realizado com a simplicidade do cinema europeu. A assinatura e mais de um estilo de cinema do que do realizador mas parece que este conforto o faz funcionar principalmente junto da critica.

Mikelsen e outra vez o homem do leme do realizador e da o corpo e o seu carisma a personagem central com eficacia. Um papel intenso que ele consegue perfeitamente conduzir para as suas caracteristicas. Os secundarios originarios de um pais com alguma tradição no cinema funcionam com base ao seu protagonista e figura maior.


O melhor - A premissa


O pior - O encarrilar para um drama mais comum


Avaliação - B-



 

Friday, January 29, 2021

Tenet

 Foi sem duvida o acontecimento cinematografico do ano, não só por ser mais uma tentativa de Nolan reeinventar o seu cinema exprimental mas acima de tudo porque foi o filme que tentou desafiar o confinamento mesmo que isso em termos comerciais e nos EUA acabasse por provocar dano no filme mas nunca ninguem lhe tirara a coragem efetiva que teve. Criticamente foi um filme que dividiu entre quem entrou na dinamica de NOlan e aqueles que acharam um objeto de compreensão demasiado dificil.

Sobre Tenet parece.me obvio uma coisa é um filme que é desnecessáriamente confuso que torna tudo quase impossivel de interligar, ou quando o tenta fazer o espetador ja dispersou toda a sua atenção tentando reunir toda a informação do puzzle de forma a que o seu resultado final acabe por nao dar grande prazer ao espetador. Quando assim acontece é sinonimo a ligação entre espetador e filme não e minimamente funcional e o filme perde a primeira das suas razões.

POdemos dizer que talvez seja uma obra muito ambiciosa, e nisso penso que não existe grandes duvidas das dificuldades de argumento e tecnicas que o filme se propõem, mas por vezes temos de ter alguma noçao das limitaçoes que existem e parece que o filme nao as quer ter. FIca a ideia que Nolan esta a tentar desafiar-se a si proprio mas que perde a noção do seu quebra cabeças.

Claro que temos alguns ingredientes bem trabalhados com alguns efeitos, mas principalmente a irreverencia de algumas sequencias mas mesmo nas escolhas mais basicas o filme nem sempre e feliz e isso torna o filme estranho e para mim aquele que pior comunica com o publico na carreira do feliz realizador.

A historia fala de um agente dos serviços britanicos que entra com o objetivo de tentar impedir que um terrorista coloque em causa a sobrevivencia do mundo quando percebe da existência de objetos com existencia invertida e que conduz a uma luta entre o passado e o futuro.

Em termos de argumento a ideia do filme e original, tem bons apontamentos mas tudo e demasiado confuso para resultar em pleno. Fica a ideia que a montanha ideologica de Nolan e demasiado grande para ser acedida e isso leva a que o filme tambem no seu argumento nao seja mais que corajosa.

Eu gosto de NOlan acho que tem uma carreira de primeiro nivel que nos ultimos anos tem no entanto entrado num desafio demasiado extremo dele para si proprio que nem sempre tem resultado em filmes de topo. Aqui a dificuldade estava no nivel maximo mas nem sempre consegue o seu melhor.

No cast o filme falha Washington Junior ainda não tem a presença de figura de cartaz para assumir o filme e isso acaba por danificar o filme, Debecki tambem nao e brilhante, e sobra um Pattinson com alguns bons momentos na personagem mais interessante do filme mas que acaba por ser a menos explicada.


O melhor - A forma como o filme tenta arriscar a um grau de dificuldade elevada


O pior - Uma confusao que nunca se liberta


Avaliação - C-



Sunday, January 24, 2021

Pieces of Woman

 Este filme hungaro mas com uma produção norte americana e com distribuição netflix a pensar obviamente nos oscares foi uma das surpresas dos poucos festivais pre oscares que existiram e em algumas categorias e quase certo que vai marcar presença nas nomeaçoes. Este drama familiar pela sua intensidade obteve criticas positivas embora não entusiasmantes e a sempre forte distribuição netflix tornou este filme num dos produtos mais procurados da aplicação neste inicio de ano.

E impossivel na anãlise deste filme não proceder no imediato ao registo da primeira meia hora de filme onde temos a intensidade a humanidade o drama e o esforço de tudo que esta associado a um parte. Essa meia hora e uma das melhores partes que me recordo nos ultimos tempos de um filme pelo seu realismo pela intensidade das suas interpretaçoes e por aquilo que significa. 

O problema da qualidade da primeira meia hora do filme a forma como coloca a barreira tão elevada para o restante filme e parece claro que seria impossivel manter o nivel, e acaba por não fazer. Na restante hora e meia de filme temos um debruçar de uma personagem totalmente partida pela fatalidade, num sofrimento silencioso que o filme consegue trabalhar com alguma qualidade mas sem a capacidade de impressionar do primeiro segmento do filme.

Mesmo assim este drama intenso, dificil e impactante e sem sombra de duvidas um dos filmes de maior impacto junto do espetador, e impossivel não tremer nos seus primeiros momentos e principalmente não reconhecer o sofrimento das personagens e nisso o filme e muito hábil a comunicar com o movimento e com o silencio que o faz num dos filmes a registar para este ano.

O filme fala de um casal que apos um trabalho de parto problematico conduz a morte da criança e que leva a uma tentativa de salvar os intervenientes nas suas vidas depois de tão fatidico acontecimento.

Em termos de argumento não e propriamente um filme com muita originalidade ou com dialogos de primeira linha, tendo a sua maior virtude na capacidade de trazer realismo ao drama e comunicar bem com os silencios, não sendo as qualidades normalmente apontadas a um bom argumento e necessaria por vezes ter a mestria de comunicar para alem das palavras.

Na realizaçao Mundruzco e um jovem realizador hungaro que tem aqui o seu filme mais mediatico e talvez o seu passaporte para a sua globalidade. Numa historia proxima da sua vida junto da argumentista o filme consegue ser particularmente impactante numa primeira meia hora do melhor que o cinema nos deu nos ultimos anos.

E no cast que o filme acaba por se tornar mais impactante, a interpretaçao de Kirby aumenta a qualidade num ano que com poucos filmes e particularmente interessante em interpretações femininas, sendo esta talvez aquela que mais impacto me transmitiu principalmente por ser de uma actriz ainda com pouca dimensão. Labeuf neste tipo de cinema funciona e é um bom alicerce para a sua companheira e Burstyn tem alguns bons momentos que demonstram bem a sua capacidade ainda nos dias de hoje de ser intensa.


O melhor - A primeira meia hora de filme.

O pior - Perder obviamente algum impacto no restante


Avaliação - B



Saturday, January 23, 2021

Shadow in the Cloud

 Janeiro começou de uma forma não muito diferente dos anos anteriores, com um filme deliberadamente de baixo orçamento com algumas figuras conhecidas mas com um argumento basico de serie B numa aposta de pouco risco em termos de contacto com o publico. Surpreendentemente este pequeno filme até obteve avaliações razoaveis em termos criticos, embora o grande publico não tenha sido particularmente adepto do estilo. Em termos comerciais o filme tem algum lançamento mas os resultados foram absolutamente rudimentares.

Sobre o filme podemos dizer que tem tudo o que um filme de serie B quer ter e que isso joga a favor dele. O inicio do filme trás-nos num avião em andamento uma serie de personagens pouco desenvolvidas, brutas e uma especie de militar num alçapão vidrado do aparelho, sendo que a primeira metade do filme é passada nesse compartimento com a cara direcionada à protagonista e o filme acaba por funcionar melhor nesse segmento do que no estante. Aqui o filme vai criando algum suspense sobre a razão de estar ali aquela pessoa e a ligação a tudo o que está a ocorrer.

O problema e quando filme acaba por ser uma luta contra criaturas estranhas e monstruosas em que desliga totalmente os outros segmentos do filme e que dominam a primeira metade e torna-se numa sequencia unica de ação interminável, sem qualquer explicação tornando tudo absurdo.

Esta mistura só é possivel em filmes com baixas expetativas pois parece agua e azeite num filme só. Fica a ideia que talvez o filme numa primeira linhagem poderia até ser estranhamente interessante, mas quando se torna propositadamente descabido o filme perde total noção de desempenho e nisso nada se pode fazer para resgatar o filme da mediocridade.

O filme fala de uma jovem com uma encomenda que se integra num avião militar aparentemente numa missão confidencial que a leva a fazer parte da tripulação embora num espaço fisico diferente. Enquanto todos tentam perceber a sua presença ali o avião começa a ser atacado por nuns monstros vooadores que coloca a viagem em perido.

O argumento do filme funciona no lado de suspense de revelação da personagem mas desaparece quando isso é desmascarado, ai o filme torna-se essencialmente num vazio de ideias, sem explicação com muita exploração do absurdo que acaba por tornar tudo um serie B igual a tantos outros.

Na realizaçao deste estranho projeto temos Lang uma desconhecida que tenta no filme dar alguma ironia ao seu estilo mas acaba por não funcionar principalmente quando o filme se torna num epicentro de efeitos especiais. Nos primeiros momentos do filme ainda fica a expetativa de algum risco mas o final e mau de mais para sair com nota positiva.

No cast temos uma Grace Moretz ainda a tentar encontrar o seu lugar enquanto atriz adulta, o que ainda não conseguiu, faltando-lhe o papel que a assuma dessa forma. Nos secundarios um conjunto de atores de segunda linha em papeis menores, ja que é acima de tudo um filme de interprete


O melhor - A primeira meia hora.


O pior - Quando os monstros aparecem


Avaliação - C-

News of the World

 Num ano em que os maiores projetos com ambições de prémios acabaram por ser adiados para o ano seguinte quer por dificuldades de distribuição mas principalmente pelo facto de não terem sido finalizados, este western que marcava a reunião entre Paul Greengrass e Tom Hanks foi um dos poucos que resistiu à pandemia. Com uma tentativa de lançamento em cinemas a resposta esteve longe de ser brilhante manifestando claramente a pouca confiança das pessoas em ir ao cinema. Do ponto de vista critico o filme ate conseguiu boas avaliações mas analisando outros filmes lançados parece insuficiente para que o filme consiga ser um dos fortes candidatos aos prémios mesmo neste particular ano.

Sobre o filme temos um Western com os seus ingredientes mais básicos ou seja emotivamente forte na ligação entre personagens, um bom trabalho na definição de cidade e costumes, contudo parece algo lento e a historia um pouco simplista demais, tentando fazer prevalecer por si só um género, que realmente nos ultimos tempos não tem sido própriamente muito utilizado com competência mas sem grande brilhantismo.

Fica a ideia que o filme pensou que a ligação pouco esperada de Hanks ao genero por sí so acendesse junto do espetador alguma chama que o filme no seu argumento não consegue ter, e isso nem sempre acontece principalmente porque o filme acaba por ser demasiado básico quer na historia mas mais que tudo nas curtas ligações que vai tendo e sequencias de ação nada intensas.

Sobre no filme o caracter emocional, a forma como a estranha relação central se vai cimentando, vai segurando o filme ao longo da sua duração e faz com que pelo menos num dos elementos essenciais do genero, que é a riqueza emocional o filme funcione, se bem que também na caracterização de espaços e situações o filme também seja trabalhado.

O filme fala de um veterano de guerra que ganha a vida a deslocar-se pelas cidades a ler as noticias até que num dos trajetos encontra um criança que tinha sido raptada dos pais enquanto bebes por uma tribo india, e com um comportamento completamente selvagem. O filme segue a viagem de ambos em busca de uma solução para a menor.

E do ponto de vista de base da historia que penso que o filme está longe de ser brilhante. Não e um tema novo nem um filme particularmente prodigo em acontecimentos adotando mesmo um ritmo de cruzeiro. Consegue trabalhar a emoção mas penso que as grandes dificuldades do filme até residem neste ponto.

Na realização greengrass e um realizador respeitado pelo seu exprimentalismo, mas também pela sua capacidade de detalhe nas suas caracterizações. No genero Western novo para ele consegue potenciar os elementos essenciais sem ser no entanto um trabalho brilhante, mas que demonstra a sua competencia unanime entre todos.

No cast temos o sempre eficaz Hanks com o seu carisma e presença num papel menos exigente de que outros que ja o vimos ter, contudo a presença de Hanks e sempre uma exibição de qualidade e consistencia. O maior destaque vai para a jovem Helena Zengel uma quase desconhecida que ombreia os momentos com Hanks e que poderá ganhar aqui um mediatismo interessante futuro


O melhor - O classico do western


O pior - Um argumento pouco diferenciado


Avaliação - C+



Friday, January 22, 2021

Minari

 Depois de nos ultimos anos a Plan B de Bradd Pitt se ter dedicado acima de tudo na produção e divulgação de filmes sobre a desigualdade racial e historica por parte da raça negra, eis que este ano o plano da produtora passou por nos trazer um filme sobre a ambientação e sonhos de uma familia coreana nos anos 90 à procura do sonho americano. Este pequeno filme essencialmente preenchido por atores oriundos daquele pais foi um dos grandes vencedores do ano do ponto de vista critico, tendo inclusivamente ganho o festival de Sundance no ano passado. Comercialmente a aposta do filme consiste num lançamento em periodo de premios de forma a tentar potenciar-se comercialmente e ser um dos candidatos a esta peculiar corrida aos oscares.

Minari é um filme pequeno cheio de simbolismo, é um filme de mecanismos simples, emotivo, sobre a ligação e as dificuldades de uma familia, mas com uma mensagem positiva de seguir os nossos sonhos e nossos objetivos. O filme e impactante principalmente nas arestas familiares nas ligações e quebras que vao existindo naquele contexto familiar, o filme acaba por ser na maior parte do tempo bonito e transmissor de emoçoes fortes.

Claro que podemos dizer que são dramas inerentes a muitos outros contextos e que o filme nem e propriamente diferenciador no que diz respeito à forma como tenta trazer a cultura coreana daquele tempo. Mas o filme tem a mestria de não querer ser pesado, introduzindo elementos de descontração cimentados acima de tudo na proximidade relacional entre a personagem mais nova e mais velha da familia.

Minaria e um otimo filme que nos dá a esperança das pessoas, que nos dá alguma noçao da dificuldade e da possibilidade de isso ser contornado. E um filme que não esquece o interior norte americano como outros filmes de sucesso critico este ano o fizeram. Num ano onde tudo apontava que os holofotes estivessem necessariamente em questões fraturantes, tem sido em dramas familiares e sociais que o cinema tem encontrado os seus melhores mensageiros.

O filme fala de uma familia coreana que sai de uma grande cidade para se instalar no interior norte americano devido a ambição do elemento masculino do casal construir uma plantação de vegetais coreanos. Numa decisão longe de ser unanime o mesmo terá de lutar pelos seus sonhos enquanto a sua familia vai sofrendo alterações nas suas dinamicas.

Em termos de argumento mesmo sendo uma historia de base simples, embora com significado, o filme resulta essencialmente pela forma muito interessante com que potencia dialogos e relações, sendo obviamente a de avó neto a mais vistosa, e aquela que acaba por ser a alavanca maior do filme.

Na realização Lee Isaac Chung era um realizador americano de origem coreana que da um teor muito intimo ao filme na forma como nos caracteriza a residência e os costumes, nunca colocando de lado o prisma contextual estetico do filme. Interessante termos outro oriental com uma realização simplista e de grandes planos exteriores num trabalho proximo ao que Zhao fez em Nomadland.

No cast e um filme bem interpretado deixado todos os louros para a excelente presença da já veterana Youn Yhu-Jung, que desde o momento em que entra capta as atençoes dai ser ja considerada uma das reais candidatas ao oscar de melhor atriz secundaria. Parece-me importante também sublinhar a excelente prestação do mais mediatico Yeun, que consegue num filme sobre a sua cultura ter o espaço para assumir um actor orientar com uma vertente mais dramática.


O melhor - A relação avó-neto


O pior - A simplicidade por vezes pode dar a impressão de um filme menos grandioso


Avaliação - B+

Tuesday, January 19, 2021

Outside de Wire

 Num ano em que a Netflix está apostada em colocar o cinema dentro das nossas casas, com diversas propostas, concretamente um grande filme de hollywood por semana numa concentraçao de atores e realizadores sem precedentes, o segundo titulo acaba por ser um filme de ação simples e ficção cientifica em contexto de guerra. Criticamente o filme registou uma mediania que tem sido bastante habitual nos filmes netflix, comercialmente numa altura em que se perfilam candidatos a premios não sera propriamente o seu filme mais vistoso.

Sobre o filme podemos dizer que temos um simples filmes de guerra com o contexto politico simplificado dos filmes de ação, sem grande moral politica ou interesse nessa discussão, embora por vezes e de uma forma que se pode considerar algo inocente entra nela, não conseguindo depois ter maturidade para desenlaçar a sua tentativa de se debruçar sobre conteúdos politicos.

Em termos de ação não sendo um filme de grande qualidade, longe disso, acaba por preencher os seus requisitos, com alguns dialogos descontraidos, algum suspense naquilo que e a forma como se desenvolve e concluiu, algumas sequencias de ação que não sendo brilhantemente filmadas acabam por ter ritmo, tornam-no um filme igual a tantos outros.

Numa altura em que a Netflix ainda procura principalmente nos filmes de consumo rapido conseguir aprimorar os seus argumentos este e mais um filme igual a tantos outros do genero de consumo rapido, e historias basicas. Nao procura muito os seus personagens e só o lado descontraido em momentos retira um lado demasiado monotono da sua historia.

A historia fala de um militar que como reprimenda por uma ação que levou a morte de dois fuzileiros acaba por ir para uma equipa especial, no qual tem que lidar com um droide evoluido que tem a missão que colocar termo a um rebelde terrorista numa guerra no centro da antiga união soviética.

Em termos de argumento podemos dizer que se trata acima de tudo de um filme simples, de procedimentos simples, sem grande arte nas personagens que tem melhores registos quando se torna mais descontraido e consegue alimentar algum suspense, embora entre em campos politicos onde tem muito pouca arte.

Na realizaçao Hafstrom e um realizador sueco que tem tido algum espaço no cinema de estudio, embora lhe falte principalmente desde a sua chegada aos EUA um filme que o registe como uma mais valia. neste filme tem alguns meios mas o filme tem uma abordagem simples de tarefeiro, categoria que me parece ainda incluir este realizador.

No cast o filme traz-nos um McKie muito ativo principalmente no cinema de ação, onde funciona, sem grandes sublinhados. Melhor parece-me o seu companheiro de cast Damson Idris mais um afro americano em ascenção e que me parece ter presença para mais altos voos. No restante o filme não explora mais personagens.


O melhor - Alguma descontração de alguns dialogos.


O pior - A tentativa de ter algum reflexo em termos politicos


Avaliação - C

Monday, January 18, 2021

Nomadland

 Num ano completamente diferente de tudo o que temos visto, existe um filme que lidera todas as listas de melhores filmes do ano, trata-se de este drama de vida sobre as contingencias de vida na dificuldade economica e mais que isso numa forma muito particular de abraçar o resto da vida. Este pequeno filme de uma realizadora em crescimento foi a grande surpresa deste ano conseguindo uma unanimidade critica que o tornou tambem num filme procurado em termos comerciais, sendo neste momento o mais serio candidato a premios.

Este e um filme que funciona não so por nos dar um estilo de vida diferente e por ser detalhado na sua caracterização, na sua justificação na forma como inaltece as suas mais valias como dá imagem aos seus problemas, o filme tem a dictomia das dificuldades e das liberdades que o torna unico principalmente na forma como a personagem central acaba por ser representada.

E um filme que tem o impacto emocional que quer ter, que tem uma realização simplista mas bonita de uma america profunda, e um filme de detalhes mais do que propriamente pela riqueza da sua historia, mas que funciona em toda a linha e torna o filme um dos grandes filmes do ano, que provavelmente num ano normal seria um destaque independente e nao o front runner que e .

E um estilo de cinema que cada vez mais se torna um conceito funcional, que consegue muito por culpa tambem da sua interprete levar para niveis de comunicação emocional para os patamares maximos, demonstrando que muitas vezes nas dificuldades temos a oportunidade e a mensagem de esperança acaba por estar presente.

Sobre o filme este aborda uma viuva desempregada que nas dificuldades financeiras apos o encerramento na fabrica onde trabalhava acaba por embarcar numa vida nomada dentro da carrinha com as dificuldades e integração numa comunidade com toda a particularidade.

Em termos de argumento nao e propriamente uma abordagem totalmente original, nem tao pouco temos dialogos de primeira linha. E um filme de personagem e de estilo de vida que comunica muito bem com o espetador e isso e uma das virtudes de um argumento simples e eficaz.

Na realizaçao Zhao e uma realizadora jovem que ja tinha surpreendido na forma simples de nos levar ao interior americano, e que neste filme consegue isso ainda com mais delicadeza e emoçao que a torna ao mesmo tempo numa realizadora de impacto e delicada com assinatura que a torna num caso serio do cinema atual, e que pode conduzir ao oscar este ano.

No cast a escolha e a personagem parece desenhada do primeiro ao ultimo minuto para Mcdormad que leva toda a sua intensidade e capacidade interpretativa para s sua personagem, sendo quase uma atuaçao a solo de primeira linha que vai certamente merecer a designação da academia talvez de uma das melhores atrizes da atualidade.


o melhor - A intensidade da emoçao e da mensagem


O pior - Acaba por ser algo simplista


Avaliação - B



Saturday, January 16, 2021

Wolfwalkers

 Numa tradição de cinema britanico de animação que já trouxe alguns dos maiores sucessos de animação dos ultimos anos deste pais, surge mais um filme da dupla Moore e Stewart, desta vez com o apoio da Apple +. Num ano onde tambem o cinema de animação de grande publico esteve parado, o que levou a que este filme trabalhado em 2d se tornasse num grande sucesso critico e num dos fortes candidatos ao oscar de melhor animaçao mesmo que em termos de grande publico seja um filme para um publico menor.

Sobre o filme podemos dizer que tecnicamente ao fugir aos parametros normais se torna num filme diferenciado, embora seja indiscutivel que o 3d e o digital de primeira linha permite uma melhor atençao aos seus filmes. Após esta originalidade menos proxima do grande publico mas chamativa, o filme em termos de narrativa e um filme que tem os ingredientes tipicos do genero, ou seja, miticismo, uma boa componente moral e de heroismo que tornam o filme o filme em termos de conteudo algo epico embora o seu estilo o orignal o adormeça.

Claro que nao se trata de um filme de primeira linha em termos narrativos, que se trata de um filme mais proximo da critica que vem ao longo do tempo a valorizar o estilo dos realizadores deste filme do que propriamente do grande publico. O heroismo e a boa mensagem esta bem patente e o seu estilo diferenciador cativa a maior parte das pessoas que decide ver o filme.

E um daqueles pequenos filmes que marca pela diferença, que nao tendo propriamente uma dimensão para o tornar uma obra prima, e ser algo previsivel na sua conclusao, nao e propriamente um filme que se deve esquecer pelo facto de conseguir cimentar o estilo diferenciado no competitivo mundo de animaçao.

A historia fala de uma filha de um caçador que ambicionando tambem ela caçar lobos, acaba por manter uma relação de amizade com uma menina lobo e começar a defender a alcateia dos ataques dos aldeoes.

Em termos narrativos tem os ingredientes que um filme de animaçao independente deve ter como honra, mensagem, um lado epico. Nao e propriamente um filme muito diferenciado em termos de historia mas os seus bons ingredientes tornam a historia interesante.

Na realizaçao este estilo algo simplista de imagem de Tomm Moore e Ross Stewart tem feito as delicias dos criticos de animaçao pelo lado arcaico numa epoca de tecnlogia. A assinatura esta la mas penso que nem sempre funciona na comunicação com o espetador.

O leque de vozes e simplista sem grandes figuras que cumpre os designios do filme e pouco mais.


O melhor - A originalidade da abordagem.


O pior - Os desenhos nem sempre comunicam bem com o espetador


Avaliação - B-



Fatale

 Numa altura em que o cinema aos poucos vai medindo o pulso ao seu publico lançando filmes menores de forma a tentar avaliar a forma como o grande publico regressa as salas. Um desses filmes que foram lançados em Dezembro foi este Thriller dentro de um genero que tem sido proximo principalmente da cultura afro americana, ja que tem lançado quer atores proprios que apos este lançamento ganham outra dimensão quer realizadores. Como tem sido habitual neste genero de filmes o resultado critico do filme foi negativo, sendo que comercialmente os resultado nem foram tao negativos tendo em conta o contexto.

Sobre o filme quem tem acompanhado um estilo de cinema afro americano que junta o Thriller simples nos anos 90 centrado em individuos bem sucedidos afro americanos com historias previsiveis pouco elaboradas, e sequencias muito serie b que preenchem espaço e mediatismo para um publico alvo muito particular.

O estranho deste filme e apenas a presença de Swank e mais que tudo num papel que exigia alguma sensualidade. Por tudo isto parece-me que o filme e um conjunto de atos falhados de um entertenimento rapido e de desgaste rapido, sem grandes ambiçoes e sem grandes atributos.

Dentro de um estilo de cinema que nunca foi propriamente conhecido por grandes qualidades em nenhuma das componentes dos seus filmes temos mais um barometro da segurança que os espetadores ainda sentem relativamente a um cinema de desgaste rapido que nunca vai ficar na lembrança de ninguém.

A historia fala de um conceituado agente desportivo que acaba por depois de alguns problemas no seu casamento se envolver com uma mulher numa noite de las vegas que mais tarde vai investigar um assalto a sua casa, entrando numa dinamica de obsessão entre personagens.

Em termos de argumento o filme e limitado em todos os sentidos, começando nas personagens quase não desenvolvidas, passando por uma linha narrativa igual a tantas outras do mesmo género, com toda a previsibilidade que se assume do primeiro ao ultimo minuto.

Deon Taylor e um realizador que acabou por ja estar ao leme de alguns filmes dentro da comunidade afro americana de dimensão pequena mas com alguma distribuição que no entanto nunca conseguiu grande reconhecimento no grande publico sendo obviamente filmes de desgaste rapido sendo este mais um para a lista.

No cast se Ealey acaba por ser um actor muito habitual neste tipo de cinema de segunda linha estranhamos a presença de Swank, uma actriz galardoada com dois oscares que nos ultimos tempos se encontra algo afastada do sucesso e que por isso vai descendo patamares ate este nivel baixo.


O melhor - Um filme sem grandes objetivos


O pior - Toda a previsibilidade


Avaliação - D+



Wonder Woman 1984

 Estava programado que este novo capitulo do filme de maior sucesso critico e comercia da DC se tornasse num dos acontecimentos comerciais de 2020, mas as estranhas contigencias do ano acabaram por alterar todos os prognosticos e o filme acabou por estrear no mercado americano em pareceria com a recem nascida hbo max, numa junção envolta em polemica já que foi assumida como uma declaração de morte aos cinemas como os conhecemos. Este filme mesmo assim teve algum reflexo comercial embora criticamente tenha ficado muito longe do sucesso do primeiro filme.

Quando saiu o primeior filme muitos consideraram que finalmente a DC tinha conseguido neste novo universo ter um filme de boa qualidade, contudo ja naquele tempo não fui particular entusiasta do filme, Mas depois de ver o segundo percebe-se que a DC volta aqui a uma pobreza narrativa que e comum na maioria das suas abordagens e que a coloca obviamente num patamar muito inferior da Marvel.

Os problemas deste filme são mais que muitos, começa por um argumento básico, desinteressante, que nao consegue ser engraçado ou curioso, que poderia fazer funcionar o espirito dos anos 80, pelo menos parece ter esse objetivo mas nunca o consegue ja que apenas se limite a alguns fatos coloridos. Também do ponto de vista tecnica as sequencias de ação são um exagero, muitas absurdas e nem sempre bem filmadas com excesso do lado digital que nao convencem os adeptos.

Por fim temos um regresso da DC a mediocridade dos seus titulos ficando a ideia de uma incapacidade brutal de fazer os seus filmes funcionarem minimamente neste universo. Aguarda-se Batman para perceber que o seu maior trunfo altera essa perceção caso contrario ficarão como parentes pobres do mundo dos super herois.

O filme segue a WOnder Woman que acaba por estar em 1984 até que encontra uma pedra que lhe permite a concretização dos seus desejos mas acaba nas mãos de alguem com objetivos grandiosos que acaba por por em perigo o sucesso da humanidade.

E no lado narrativo que o filme falha em toda a linha, nos dialogos no centro da historia e principalmente no ponto mais negativo que e o facto de trabalhar de maneira irrisoria os sempre importantes viloes. Fica a ideia de um filme que se limita a personagens conhecidas e pouco mais.

Na realizaçao Patty Jenkins regressou ao leme depois do sucesso do primeiro filme, mas parece falhar, principalmente por tornar o filme demasiado digital, demonstra que quem sabe não sera a criatividade do primeiro filme o apanagio da sua carreira mas algum grau de tarefeira que neste filme demonstra.

No cast eu considero de Gadgot foi uma escolha feliz para Wonder WOman e aqui convence, mas o filme falha mais do que na escolha dos seus viloes na execução das personagens. Quer Pascal quer Wigg nunca conseguem ter dimensao para fazer o filme brilhar mais.


O melhor - Alguns apontamentos da cultura 8os do inicio



O pior - A falta de originalidade ou qualidade do argumento


Avaliação - D+

Sunday, January 10, 2021

Listen

 Durante o estranhissimo Festival de Veneza do presente ano, todos os portugueses ficaram orgulhosos do reconhecimento que este filme obteve em tal certame de tal forma que muitos esperavam que finalmente poderiamos ter um nomeado para o melhor filme estrangeiro, em face da excelente receção critica que o filme obteve. Infelizemente a polemica e a desclassificação não permitiram esse feito mas Listen sera sempre um dos projetos mais globais feitos em Portugal.

Sobre o filme podemos dizer que emocionalmente e um filme riquissimo, que consegue potenciar ao maximo e transmitir em cada sequencia o impacto total daquilo que represente e isso nem sempre e facil num cinema de expressão. O filme nas suas descrições acaba por ter esse impacto declaradamente objetivo.

COntra si tem alguns problemas que o cinema ainda vai tendo em circuitos mais pequenos, o tornar tudo demasiado dicotomico, alguma incapacidade de rematar o filme e principalmente uma duração que nos parece nada condizente com os otimos filmes. Direi mesmo que e impossivel fazer um filme de primeira linha com 1h10 minutos de duração.

Mesmo assim assistimos a um claro ascender na qualidade do cinema portugues muito por culpa da capacidade de mais que ser original ou diferenciador ter impacto naquilo que querem passar e nisso o filme e impactante e mesmo desesperante.

A historia fala de um casal de emigrantes portugueses em Londres que fruto de dificuldades financeiras vem os seus tres filhos serem retirados pela segurança social, iniciando um combate legal e emocional para reagir a perda.

Em termos de argumento pese embora o filme trabalhe muito bem a sua emoção, não nos parece que o filme consiga ser particularmente forte nem nos dialogos que nos da nem nas personagens. Perde aqui a forma com que o filme é demasiado curto para trabalhar estes aspetos.

Ana Rocha e uma jovem realizadora que chegou ao patamar maximo do cinema portugues na sua primeira longa metragem. Consegue transmitir impacto, emoção num bom trabalho que podera ser o inicio de uma carreira diferenciada principalmente em termos nacionais.

No cast e execução dos atores ainda temos algumas dificuldades nem tanto na expressão emocional onde penso que Lucia Muniz e RUben Garcia funcionam mas no mais simples que e na naturalidade de tudo o resto. O cinema portugues na direção de atores ainda e algo tatralizado o que lhe tira realismo.


O melhor - O impacto emocional do filme


O pior - A sua duração impede altos voos


Avaliação - B-



Promising Young Woman

 Este pequeno filme meio comedia negra, meio drama acabou por ser uma das boas surpresas criticas do final deste ano onde poucos apostaram em lançar as suas reais apostas para os oscares dando lugar a alguns filmes menos obvios como este que acabaram por convencer a critica e a população, sendo que comercialmente ainda conseguiu ser um filme com algum sucesso principalmente tendo em conta as limitações existentes

Este e sem sombra de duvidas um dos mais surpreendentes filmes do ano principalmente pelo seu estilo algo descontraido mesmo tocando de uma forma focada e irreverente em temas bastante particulares da sociedade como a violação nos mais jovens e a forma como isso condiciona a vida consequente das pessoas e os seus projetos de vida.

O filme consegue isso com irreverencia e originalidade, e principalmente com uma mensagem bem forte potenciada num original e mais que tudo com um impactante final que da ao filme um caracter negro que funciona bem como a propria assinatura da obra. Fica a ideia que o filme mesmo não sendo enorme consegue funcionar muito bem os elementos que tem para um resultado interessante.

Nao sendo por norma um tipo de filme para premios penso que principalmente em termos de guião e alguma interpretaçao o filme podera vir a ser reconhecido neste ano atipico. Fica a ideia que mesmo com ingredientes comuns ainda e possivel fazer alguns filmes interessantes como este.

A historia fala-nos de uma jovem adulta com o futuro hipotecado por um acontecimento traumatico do passado que se aposta em vingar-se de todos aqueles que permitiram que acontecesse esse mesmo acontecimento.

Em termos de argumento mesmo tendo uma base igual a muitos outros filmes de vingança a abordagem acaba por ser totalmente diferente na maneira como nos dá um misto de comedia romantica com um drama negro e principalmente uma personagem central muito bem definida e um final de primeira linha.

Na realizaçao Emerald Fennel tem aqui uma estreia muito interessante ao dar o filme este lado dicotomico tambem de um argumento que lhe permite. A combinaçao de um lado familiar e indie da ao filme os contornos perfeitos para fazerem vincar a sua historia com uma excelente integração musical.

O filme em termos de cast e um acting show de Mullgan que nos da de uma forma quase perfeita todos os elementos da personagem, desde a inocencia do amor, ao desespero da vingança, Mulligan tem uma das melhores interpretaçoes do ano a merecer atençao na temporada de premios.


O melhor - O final impactante

O pior - E sempre um filme com uma base repetida


Avaliação - B



Wednesday, January 06, 2021

Ma Rainey's Black Bottom

 Quando Denzel Washington se dedicou ao projeto Fences baseado numa peça de August Wilson, o mesmo informou ter como objetivo levar ao cinema dez obras do autor, sendo este o seu segundo projeto enquanto produtor. Este filme que acabou por ganhar uma dimensão comercial maior por se tratar do ultimo filme de Chadick Boseman foi mais uma aposta da Netflix para a temporada de premios e tudo parece indicar que vá ser o grande sucesso da produtora depois da excelente receção critica. Comercialmente podera ser um filme com menos fogo, mas penso que a acessibilidade e as nomeações alterarão alguma ligeireza do contacto entre espetador e obra.

Sobre o filme, podemos dizer que o mesmo segue o estilo teatral e quase seguido de Fences contudo parece-me que o seu caracter ligeiro grande parte do filme acaba por o tornar naturalmente mais eficiente na forma como se aproxima do espetador. Aos poucos quer pela musica mas acima de tudo pelas excelentes personagens que lideram a peça ficamos ligados a um filme que nao e propriamente um poço de novidade mas que funciona na sua duração e com os seus elementos.

Outro do potencial do filme que o conduz a um resultado maximo da sua possibilidade e o excelente cast e as excelentes interpretações. A forma como o filme consegue centrar-se em duas personagens brilhantes e fazer rodar entre si um filme com pouco valor narrativo acaba por ser um segredo que conduziu a que este seja um dos filmes presentes em todas as listas dos melhores do ano.

Sendo um biopic no epicentro da historia igual a muitos com temas ja muitas vezes trabalhados e de forma bem mais aprofundada. A forma como as duas personagens nas suas diferenças seguram cada cena do filme torna-o bastante interessante e um tempo bem passado, principalmente tendo em conta o espetaculo de interpretaçao dos dois protagonistas.

A historia fala da contora soul Ma Railey e a forma como esta tenta proceder a uma gravação de um disco enquanto se encontra numa disputa criativa com um dos elementos da sua banda, alguem com ambiçao de ser mais que um complemento da artista.

Em termos de argumento não sendo uma historia brilhante ou que aprofunde os seus temas um debate politico, e um filme com bons momentos de dialogo, principalmente criados por duas personagens muito bem trabalhadas.

Na realizaçao um quase desconhecido George C Wolfe tem nas mãos um projeto maior que ele próprio. E na realizaçao que o filme nao eleva para niveis mais elevados e fica a sensação de que um realizador mais artistico poderia tornar este filme ainda mais vincado.

No cast o grande brilho do filme. Boseman deixa para o final da sua carreira uma interpretação brilhante do primeiro ao ultimo minuto, que poderá conduzir ao seu oscar postumo. A sua entrega, intensidade e capacidade dramatica brilha num filme que gravou em condições dificeis. APenas perde alguns momentos para um Davis ao melhor nivel embora com pouco tempo de ecra.


O melhor - As interpretações


O pior - Uma realizaçao algo cinzeta


Avaliação - B



Mank

 Desde que foi anunciado o cartaz de filmes que a Netflix iria disponibilizar ao longo do ano chamou a atenção a primeira colaboração de longa metragem de Fincher com a produtora ainda para mais num filme a preto e branco que procurava retratar o processo criativo que deu origem a Citizen Kane. Apos as primeiras visualizações a critica especializada foi bastante proxima do filme tornando-a numa quase certeza na cerimonia de premios este anos diminuida no leque de candidaturas. Comercialmente parece-me que a temporada de premios podera aquecer um filme pouco pensado para esse estatuto.

Sobre o filme podemos dizer que a forma com que o mesmo é filmada e a homenagem aquilo que era o cinema nos anos 30 poderão ser alguns dos melhores ingredientes que o filme acaba por ter, diferenciando-o de outros que ja tentaram precorrer a mesma epoca. Essa escolha é acertada porque Fincher consegue como poucos ir buscar algum realismo nesta comunicação de imagens.

Enquanto historia claro que sendo Citizen Kane uma das referencias do cinema sera dificil considerar a historia de espectro pequeno, mesmo que aqui se centre em exclusivo numa personagem do seu argumentista nas suas particularidade que o filme consegue potenciar bem, ainda que em ritmo baixo e para o qual contribui e muito a excelente construçao de Oldman.

Estando longe do fulgor  e do brilhantismo que ja vimos Fincher fazer noutros generos, num realizador cada vez mais adulto resulta um filme interessante, bem feito, sobre algo grande para o cinema mas que em termos de humanidade nao e propriamente pródigo em expansão. A componente tecnica ajuda a potenciar uma boa historia mas longe de ser uma obra prima.

A historia fala de Herman Mankiewicz, um famoso argumentista de Hollywood numa pos grande depressão que acaba por no meios das historias da setima arte conseguir ganhar inspiração para uma historia que se tornou eterna, embora envolta em polemica.

O argumento e bem melhor na concretização da personagens e de alguns dialogos da mesma do que propriamente no traço narrativo que o filme adota que acaba por se tornar pouco intensa adormecendo um filme que narrativamente necessitava de outro fulgor para caminhar para patamares mais elevados.

Fincher e um dos realizadores mais reconhecidos de Hollywood que nunca chegou ao premio de melhor realizador pese embora ja tenha tido algumas obras proximas deste reconhecimento. NOs ultimos anos dedicou-se a televisão quando pensamos que o cinema ainda tinha espaço para ele, e aguardamos que seja um regresso que o conduza ao galardão maior um dia. Neste filme tem um trabalho interessante e dificil que nesta contingencia podera conduzir a essa consagração.

Em termos de cast Oldman tem um espetaculo a solo, eficiente, com qualidade ao melhor nivel de um actor de primeira linha que provavelmente lhe valera mais uma nomeaçao para oscar. Os secundários tem algum destaque com bons papeis para Middelton e Seyfried que apesar de ser apontada como favorita ao oscar de melhor atriz secundaria não parece mais que razoavel.


O melhor - A fotografia do filme e a formula de homenagem.


O pior - A historia e grande no cinema mas curta em mensagem


Avaliação - B-



Monday, January 04, 2021

We Can Be Heroes

 Sempre foi uma das vertentes de Robert Rodriguez a forma como o mesmo se foi lançando no cinema juvenil, mesmo com obras que sabia serem futeis ou pouco densas, foi lançando o seu Spy Kids e agora uma especie de serie B dos super herois, que tem tido o patrocinio da Netflix. Este seu novo projeto que acaba por ser uma sequela algo diferente foi lançado entre outros titulos pela Netflix numa aposta natalicia que nao me parece pensada para grandes resultados sendo que criticamente as coisas também não foram brilahntes algo que é habitual neste estilo de cinema de Rodriguez.

Este e um filme obvio que tem momentos em que se pensa que temos aquele estilo de mau cinema que Rodriguez nos habituou em generos diferentes e que no final ressalva um ataque de moral que tenta resgatar o filme de um estilo quase Grindhouse mas ja vai tarde demais porque tudo e demasiado absurdo mesmo para um filme que o quer ser.

Este e daqueles filmes juvenis diretos para a televisão que normalmente encontramos nas manhas de fins de semana, mal produzido mas que nos quer mostrar o quao as crianças podem ser herois. Todo o filme acaba por ser um lugar comum de um genero que até poderia ser funcional nao tivesse Rodriguez a vontade continua de homanegear o mau cinema e tornar o filme numa obra mais que tudo estranha

E daqueles filmes que vai ficar nos intermedios de uma carreira de Rodriguez, que poucos ou ninguem se vai lembrar no futuro e quando for lançado um novo capitulo ate nos vamos esquecer que ele alguma vez existiu. Surpreende a capacidade do filme ainda resgatar alguns atores com algum valor comercial para uma obra assumidamente de terceira ou quarta linha.

A historia fala de um conjunto de super herois que sao raptados por uma força alieanista e que conduz a que os filhos dos mesmos se organizem em grupo de forma a resgatar os herois e salvar a humanidade.

Em termos de argumento e na sua construção e desenvolvimento um filme disparatado, sem sentido, sem grandes personagens ou dialogos cujo valor moral do seu twist final resgata minimamente sem nunca convencer.

Rodriguez e um realizador acima de tudo que se dedicou a homenagear um cinema de pouco valor economico que funcionou algumas vezes e que noutras foi um desastre. No seu cinema juvenil fica sempre a ideia que não tem jeito mas que insiste continuamente sem percebermos muito bem porquê.

No cast um conjunto de jovens desconhecidos acompanhados por um Pedro Pascal e Boyd Holbrok que acaba por ser mais curioso pela dupla que constituem em Narcos do que propriamente pelo brilhantismo das suas quase absurdas personagens.


O melhor - O twist final


O pior - O absurdo declarado de quase todos o filme


Avaliação - D+

Sunday, January 03, 2021

Let Them All Talk

 Era uma das grandes apostas da Hbo Max neste inicio de carreira para a temporada de premios, um filme de SOderbergh com um elenco de veteranas de luxo, num filme sobre retrospetiva de carreira, com o ingrediente de ter sido filmado durante uma viagem de um cruzeiro. Este exprimentalismo cada vez mais comum do realizador convenceu a critica mais que os espetadores, e provavelmente ainda não sera em termos de cinema o filme que vai funcionar como impulso para a HBO Max nos seus originais.

Este e um filme muito no continuo de um Soderberg que cada vez esta a exprimentar novas formas de filmar nos ultimos anos o que lhe tem afastado do grande publico e de sucessos totalmente indiscutiveis. Aqui tem um filme simplista sobre personagens ligadas mas desligadas com a curiosidade tecnica de ter sido filmado num navio em andamento com os passageiros por la.

Em termos de historia temos um filme em ritmo cruzeiro que se deixa adormecer em dialogos que ate podem ter algum conceito mas que parecem sempre ser interrompidos de rompante por decisão de um estilo de cinema que nem sempre funciona. No final o filme torna-se com a sua revelação mais interessante mas não apaga o ritmo demasiado lento da sua duração.

E mais uma obra de Soderberg com alguma qualidade mas sem nunca ficar na retina, onde as componentes tecnicas de execução muitas vezes ultrapassam a obra em si, mas não e capaz nunca de ombrear com os melhores projetos do realizador ao longo do tempo.

A historia fala de uma escritora de renome, que a editora espera pelo seu novo trabalho e que de forma a contemplar o seu desejo embarca numa viagem de cruzeiro entre os EUA e o Reino Unido de forma a receber um premio, fazendo-o na companhia de duas amigas com quem tem alguns diferentes e um sobrinho algo desligado.

Em termos de argumento o filme mesmo com ritmo lento consegue alguns bons dialogos embora as personagens nunca sejam particularmente brilhantes. A resolução final da algum alento e alguma luz a uma intriga que nem sempre tem ritmo.

Nos ultimos anos SOderberg tem desaparecido da fama para alguns projetos existencialistas de resultados medianos. Aqui tem um trabalho meritorio pela dificuldade que deu a si proprio e que na imagem nao se encontra traduzido. O seu ritmo de trabalho diabolico nao me parece tambem permitir o aperfeiçoamento das suas obras.

No cast um conjunto de veteranas que encaixam as suas personagens nos seus perfis, principalmente Bergen, afastada do grande publico faz algum tempo. No que diz respeito a Streep e Hedges, ja os vimos bem melhor nos ultimos tempos.


O melhor - O final


O pior - O ritmo quase parado da primeira hora de filme


Avaliação - C+



Soul

 Era a grande aposta de animação do ano quer da Disney e principalmente da sua ligação com a Pixar, num filme que trazia pela primeira vez um protagonista negro. Em face da pandemia criado foi decidido que o filme acabaria por ser lançado como prenda de natal da plataforma disney +. As criticas e receção do filme foi muito positiva dentro daquilo que habitualmente a pixar nos habituou nos seus originais. Em termos comerciais foi a grande aposta da Disney + e tudo indica que o resultado é positivo.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tem todos os elementos que a Pixar habitualmente trás aos seus filmes na dose simples e que demonstra que ninguem como a Pixar consegue ao mesmo tempo ter filmes emotivos, com uma mensagem muito particular, humor e uma originalidade unica na sua abordagem que e uma assinatura da produtora. Aqui temos ainda para adocicar tudo um hino ao jazz.

Em termos concetuais podemos ter um filme algo dificil para os mais pequenos principalmente pela existencia de alguns conceitos menos objetivos como alma, morte e vida, o que torna o filme em muitos momentos algo complicado, mas que principalmente para os adultos o torna imediatamente mais proximo e acima de tudo com um significado completo, ainda para mais com alguns apontamentos de humor particularmente bem conseguidos.

Soul e mais que tudo um filme dentro daquilo que a pixar tem feito com os seus valores bem presentes e que o tornam num outro grande filme de animação dentro de um parametro de qualidade que quase nenhuma outra produtora de animação se consegue aproximar. AInda para mais quando moralmente e do mais bem conseguido que a pixar nos mostrou.

A historia fala de um aspirante continuo a musico de Jazz, que acaba por estar prestes a cumprir o seu sonho quando cai num buraco e acaba por falecer. Contudo a sua alma acha que ainda não cumpriu o seu designo e acaba por tudo fazer para regressar a terra na companhia de uma alma nova.

Em termos de argumento o filme e termos de originalidade e de moralidade muito competente. Consegue funcionar como historia e em termos de humor embora nos pareça algo adulto demais para um filme para os mais pequenos, e isso num filme de animaçao pode ser uma menos valia.

Na realizaçao a dupla aqui com o leme ja foi responsavel por alguns dos produtos de sucesso da Pixar. Sabem jogar com o realismo e com a curiosidade para tornar o filme funcional, tendo espaço para no mundo das almas dar algum aso a originalidade que funciona mesmo com um simplismo artistico.

No cast de vozes a excelente escolha de Foxx acaba por ser uma mais valia clara na forma como o filme comunica com o espetador, sendo Fey uma escolha também funcional, num filme com muito mais significado do que qualquer um dos seus parametros.


O melhor - A mensagem


O pior - Muito pouco infantil


Avaliação - B+



Saturday, January 02, 2021

The Midnight Sky

 Num ano em que fruto da pandemia tudo parecia conduzir a uma corrida solitaria da Netflix aos premios eis que os diferentes projetos se foram perfilando, sendo que este filme de Ficção Cientifica de George CLooney era um dos favoritos principalmente pela sua data de estreia embora se tenha percebido no trailer que seria um estilo que normalmente não e muito proximo dos premios. Com as avaliações percebeu-se que o filme iria sair rapidamente dessa luta com avaliações demasiado medianas e mais que isso com o publico a não se associar ao projeto. Mesmo que comercialmente tudo conduza a ser um dos produtos mais visualizados da Netflix.

Sobre o filme podemos dizer que não e um filme facil, principalmente na sua introdução ao ser algo difuso nos seus parametros associado a ritmos muito lentos e sequencias demasiado longas em cada uma das vertentes faz o filme adormecer demasiado e muitas vezes sem grande capacidade de resgate. No final o simbolismo de tudo acaba por dar ao filme uma dimensão mais bonita mas fica sempre a ideia que o filme tem poucos argumentos quer tecnicos mas tambem narrativos.

A este facto surpreende a capacidade que teve do seu cast and crew para uma obra que muitas vezes parece demasiado pensada para a prestação de CLooney enquanto esvaziava outros patamares de avaliação do filme, e isso reflete-se num resultado que se resgata por um interessante final, principalmente na vertente emocional e pouco mais.

Ou seja um daqueles tipicos filmes Netflix com muita boa gente associada, com grande expetativa mas que depois e um consumivel de gasto rapido. Num ano onde corria a solo esta teria de ser uma estreia arrebatadora e não um filme simples, com alguns bons momentos e pouco mais.

A historia fala de um cientista que acaba por ser dos unicos sobreviventes a um apocalipse e que se encontra num polo, e tenta entrar em contacto com uma equipa de astronautas de forma a estes não regressarem a terra e assim poderem sobreviver.

Em termos de argumento não e um filme com grandes recursos de personagens ou dialogos, uma historia simples mas funcional de sci fi, e um final emocionalmente forte não tornam este argumento propriamente brilhante.

Clooney teve momentos na sua carreira como realizador que nos levou a pensar que poderia ser um caso ainda mais serio do que como ator, o que não se veio a verificar. Nos ultimos anos os seus projetos tem sido continuas desilusões e este e mais do mesmo, tenta ser demasiado estetico mas soa a pouco natural.

No cast Clooney tem dificuldades de interpretação sempre visiveis ao longo do ano que foi disfarçando pelo seu carisma. Aqui tinha um papel luminoso mas não consegue dar-lhe o brilho adicional para um registo notado. O restante cast esta praticamente em piloto automatico muito por culpa de personagens totalmente superficiais


O Melhor - O final


O pior  A forma como o filme se deixa adormecer


Avaliação - C+